GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DA EDUCAÇÃO
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM EM PROCESSO
Língua Portuguesa
6o ano do Ensino Fundamental Turma _________________ 1o Bimestre de 2016 Data _____ / _____ / ______
Escola _________________________________________________ Aluno _________________________________________________
EF
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Avaliação da Aprendizagem em Processo • Prova do Aluno – 6o ano do Ensino Fundamental
Leia o texto e responda às questões 1 e 2.
O queijo e a lua
Diléa Frate
O queijo e a lua se encontraram numa noite escura, quando a lua parecia um pedaço de queijo e o queijo parecia uma lua cheia. Ao olhar para o jo pensou: “Nós nos completamos”. Mas aí alguém chegou perto do quei-jo e nhoct!, tirou um pedaço! A lua não gostou daquela intimidade: estava com ciúmes! Apaixonada pelo pedaço de queijo, ela foi mudando. Quanto mais o tempo passava, ela assumia a forma dele e ele a forma dela: a lua ia ficando gordinha, e o queijo... fininho! O tempo passou, até que a lua cheia chegou e iluminou a última fatia do queijo. Naquela noite, ela não resistiu, olhou para ele com paixão, e nhoct!, devorou-o, lambendo os beiços. No dia seguinte, a dona da casa onde morava o queijo comprou uma ratoeira. A lua riu que riu, esperando pelo próximo queijo.
FRATE, Diléa. O queijo e a lua. In: Histórias para acordar. 7. Reimpressão. São Paulo: Companhia das Letrinhas. 1996. p. 35.
Questão 1
Os dois-pontos utilizados em “Quanto mais o tempo passava, ela assumia a forma dele e ele a forma dela: a lua ia ficando gordinha, e o queijo... fininho!” indicam uma (A) enumeração. (B) citação. (C) explicação. (D) dúvida.
Questão 2
No final, a lua ficou feliz porque
(A) o rato comeu um pedaço do queijo. (B) conseguiu enganar a dona de casa. (C) poderia apreciar a ratoeira toda noite. (D) o queijo foi se encontrar com ela.
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Avaliação da Aprendizagem em Processo • Prova do Aluno – 6o ano do Ensino Fundamental
Leia o texto e responda à questão 3.
[...] Você sabe a história dos seus pais? E dos seus avós? E dos seus bisa-vós? Eu também não sei muito não. Mas quando não sei invento.
[...] Por isso não sou muito boa contadeira de histórias. Fico misturando as coisas que aconteceram com as inventadas. E quando começo a conversar vou lembrando de outros assuntos, e misturando mais ainda. Fica uma histó-ria grande e principal, toda cheia de historinhas pequenas penduradas nela.
Tem gente que gosta, acha divertido. Tem gente que só quer saber de histórias muito exatas e muito bem arrumadinhas – então é melhor mudar de história, porque esta aqui é meio atrapalhada mesmo e toda ao contrário.
[...]
MACHADO. Ana Maria. il. Guimarães, Humberto. História meio ao contrário. 3. ed. São Paulo: Ática, 1981. p. 5.
Questão 3
Gostar de pendurar histórias é uma ação praticada (A) pelos pais.
(B) pelos avós. (C) pela bisavó. (D) pela narradora.
Leia o texto e responda às questões 4 e 5.
As pérolas
Carlos Drummond de Andrade
Dentro do pacote de açúcar, Renata encontrou uma pérola. A pérola era evidentemente para Renata, que sempre desejou possuir um colar de pérolas, mas sua profissão de doceira não dava para isto.
— Agora vou esperar que cheguem outras pérolas — disse Renata, con-fiante. E ativou a fabricação de doces, para esvaziar mais pacotes de açúcar. Os clientes queixavam-se que os doces de Renata estavam demasia-do demasia-doces, e muitos devolviam as encomendas. Por que não aparecia outra pérola? Renata deixou de ser doceira qualificada, e ultimamente só fazia arroz-doce. Envelheceu.
A menina que provou o arroz doce, aquele dia, quase já ia quebrando um dente, ao mastigar um pedaço encaroçado. O caroço era uma pérola. A mãe não quis devolvê-la a Renata, e disse:
— Quem sabe se não aparecerão outras, e eu farei com elas um colar de pérolas? Vou encomendar arroz-doce toda semana.
ANDRADE. Carlos Drummond de. il. Maria Eugênia. As pérolas. In: Rick e a girafa. 1. ed. São Pau-lo: Ática, 2001. p. 70-71. Série Para Gostar de Ler júnior.
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Avaliação da Aprendizagem em Processo • Prova do Aluno – 6o ano do Ensino Fundamental
Questão 4
A palavra “Envelheceu”, na história, indica: (A) O tempo que passou para Renata. (B) O lugar dos fatos da vida da Renata. (C) As ações praticadas pela Renata. (D) A fala da Renata com os clientes.
Questão 5
“A mãe não quis devolvê-la a Renata”. O termo sublinhado está substituindo a palavra (A) menina. (B) pérola. (C) doceira. (D) fabricação. LPT EF 6º ANO.indd 7 2/29/16 2:53 PM
Leia o texto abaixo e responda às questões 6 e 7.
Raul no ônibus
1Ana Maria Machado
[...]
De tanto prestar atenção em tudo, nos outros, na vida de cada um, Raul se distraiu. Até esqueceu que tinha resolvido pensar. Já estava quase che-gando em casa. Um pouco antes de saltar, viu que a lavadeira tinha tocado a campainha para descer. E bem na hora em que ela ia descendo os de-graus, carregando aquela trouxa [de roupa] pesada, o motorista acelerou o motor, fazendo um barulhão e reclamando porque ela estava demorando:
— Como é dona Maria? Vai ficar a vida toda aí, é? Pensa que tá todo mundo à toa?
Ela começou a pedir desculpas, toda atrapalhada. Raul ficou uma fera. E começou a falar:
— Moço, o senhor não está vendo que ela está descendo e carregando peso? Faça o favor de esperar.
O motorista respondeu:
— A conversa não chegou na cozinha. Cala a boca, pirralho. Sem pensar, Raul respondeu:
— Cala a boca já morreu. Quem manda em mim sou eu. [...]
MACHADO. Ana Maria. Raul da ferrugem azul. 40. ed. Rio de Janeiro: Salamandra; Brasília: INL, 1979. p. 44. (adaptado)
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Avaliação da Aprendizagem em Processo • Prova do Aluno – 6o ano do Ensino Fundamental
Questão 6
No texto, o motorista reclamou porque a lavadeira estava (A) conversando distraída com o Raul.
(B) demorando para descer os degraus. (C) prestando atenção em tudo, na vida. (D) pensando em chegar logo em casa.
Questão 7
As palavras sublinhadas no texto têm a finalidade de indicar (A) qualidades.
(B) lugares. (C) nomes. (D) ações.
Leia o texto e responda às questões 8, 9 e 10.
A melhor opção
Carlos Drummond de Andrade
Todos começaram a dizer que o ouro é a melhor opção de investimen-to. Fernão Soropita deixou-se convencer e, não tendo recursos bastantes para investir na bolsa de Zurique, mandou fazer uma dentadura de ouro maciço.
Substituir sua dentadura convencional por outra, preciosa e ridícula, valeu-lhe aborrecimentos. O protético não queria aceitar a encomenda; mesmo se esforçando por executá-la com perfeição, o resultado foi insatis-fatório. O aparelho não aderia à boca. Seu peso era demasiado. A cada cor-reção diminuía o valor em ouro. E o ouro subindo de cotação no mercado internacional.
[...]
ANDRADE. Carlos Drummond de. A melhor opção. In: O sorvete e outras histórias. São Paulo: Ática... 1993. p. 19.
Questão 8
Em: “O aparelho não aderia à boca.” (2º parágrafo), o termo grifado substitui a palavra
(A) ouro. (B) protético. (C) dentadura. (D) bolsa.
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Avaliação da Aprendizagem em Processo • Prova do Aluno – 6o ano do Ensino Fundamental
Questão 9
O aparelho não se encaixava na boca de Fernão Soropita porque era (A) pesado.
(B) precioso. (C) maciço. (D) ridículo.
Questão 10
As palavras que caracterizam a nova dentadura são: (A) Ridícula e insatisfatória
(B) Preciosa e convencional. (C) Convencional e insatisfatória. (D) Preciosa e ridícula.
Leia o texto e responda à questão 11.
A mulher e a galinha
Esopo
Uma viúva tinha uma galinha que punha um ovo por dia. Imaginando que, se desse à galinha mais cevada2, ela poria dois ovos por dia, passou a fazer isso. Mas a galinha ficou gorda e já não podia botar nem mesmo um ovo por dia.
ESOPO. Tradutor SMOKA, Neide. Fábulas Completas. 2. ed. São Paulo: Moderna. 2004. p. 59. (Coleção travessias)
Questão 11
A moral dessa fábula é:
(A) Nada é tão perfeito que não possa ser criticado. (B) Quem tem cabeça oca, alegra-se com qualquer coisa. (C) A insistência é útil para os momentos incertos. (D) Os que muito querem, perdem até o que já têm.
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Avaliação da Aprendizagem em Processo • Prova do Aluno – 6o ano do Ensino Fundamental
Leia o trecho retirado do romance O caneco de prata para responder à questão 12.
O professor Giovanni desceu do poste e encomendou um cientista fa-moso que tinha fugido da prisão de Nuremberg.
[...]
Giovanni pediu que ele fizesse uma bomba bacteriológica a fim de não deixar o Três Bandeiras jogar domingo.
[...]
A bomba tinha bactéria de sarampo, catapora, mononucleose, tosse comprida, giárdia3, cachumba, bicho geográfico e gripe asiática.
SILVA, João Carlos Marinho. O caneco de prata. 6. ed. São Paulo: Obelisco. s/d. p. 76 e 77.
Questão 12
As vírgulas utilizadas no terceiro parágrafo do texto indicam uma (A) enumeração.
(B) citação. (C) explicação. (D) substituição.
3 Giárdia: S. f. parasita do aparelho digestivo do homem. (Cf. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda.
Novo dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. 4 ed. Curitiba: Positivo, 2009. p. 981.
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