NOBAS DI SAUDI - N° 03/09
PUBLICAÇÃO TRIMESTRAL
REPRESENTAÇÃO DA OMS NA GUINÉ—BISSAU
“ Um fidju na tempu de Sarampu i ca fidju” - Um filho no
sur-to de sarampo não é filho.
O sarampo é uma das doenças infantis que deixou marcas inesquecíveis no seio das
famílias guineenses. Citando o
provérbio popular,”Um fidjo na tempo di sarampo i ca fidjo” ou seja ter um filho numa epidemia de sarampo é como não tê-lo.
Este provérbio ilustra o medo que as familias têm desta doença e durante o inquérito sobre a cobertura vacinal levado a cabo em 2004, as mães tinham medo de citar o sarampo como uma das doenças infantis que podem ser evitadas pela vacinação, porque muitos acreditam que o simples facto de falar dessa doença, pode traze-la de volta.
Com base nesses factos e no quadro, da implementação das estratégias de luta acelerada contra o sarampo na Guiné Bissau, foi levada a cabo em 2006 uma
campanha nacional de vacinação que teve como população alvo, todas as crianças dos 6 meses aos 14 anos de idade ( 690.009). O objectivo é baixar a incidência e mortalidade associadas ao sarampo, reduzindo significativamente a população, dos sujeitos vulneráveis à esta doença. Durante a campanha, foram vacinadas 93% da população alvo.
Nos últimos dois anos ( 2007– 2008), a vigilância baseada no caso, permitiu notificar apenas 12 casos suspeitos cujos exames laboratoriais não confirmaram a existência do sarampo e entre eles, não se verificou nenhum óbito.
No quadro da iniciativa acima mencionada, a Guiné—Bissau organizou de 3 à 7 de Julho ultimo, a primeira campanha nacional de seguimento destinada à
Mesa que presidiu a cerimónia de abertura da esquerda para direita: o Director Geral da Prevenção e Promoção da Saúde, o Representante da OMS, o Ministro da Saúde, a Represen
tante do UNICEF e a Presidente do Instituto de Mulher e Criança
A taxa de cobertura da campanha nacional de vacinação integrada
contra o Sarampo foi de 101%
206.517 crianças da idade entre os 9 meses aos 5 anos.
Tratando-se duma campanha integrada levou-se a cabo a suplementação em Vitamina A as crianças dos 6 aos 59 meses e a distribuição do Mebendazole as crianças dos 12 meses aos 5 anos
Resultados da campanha
Durante a campanha nacional integrada de vacinação contra o sarampo, a suplementação em vitamina A e administração do Mebendazol, foram vacinadas 208.608 crianças de idade entre
9 aos 59 meses, 215.397 foram suplementadas em Vitamina A e 187.900 foi administrado o Mebendazol. Estas crianças são das faixas etárias dos 6 aos 59 e 12 aos 59 meses respectivamente. Isto equivale a coberturas de 101% anti-sarampo, 93% vitamina A e 92% Mebendazol. ( ver gráfico n° 1)
Por outro lado, todas as regiões atingiram a meta estabelecida excepto o sector autóno-mo de Bissau, que teve 81% de cobertura global não obstante ter sido alvo de uma campanha regional de recuperação, um mês depois da campanha nacional.
As possíveis causas desta fraca cobertura prendem-se com o seguinte:
• Sobre estimação da população alvo da capital uma vez que de acordo com os dados estatísticos do recenseamento geral da população, é inferior as esti-mativas aplicadas para a campanha; • Mobilidade constante das populações
de Bissau à região vizinha de Biombo ; • A região de Biombo foi aquela que teve
a maior taxa de cobertura das três intervenções e este facto pode ser par-te da explicação da baixa cobertura do Sector autónomo de Bissau.
O Representante da OMS vacinando uma criança
O Representante da OMS durante a sua
0 20 40 60 80 100 120 140 Bafa ta Bijago s Biom bo Bolam a Cach eu Gab u Oio Quin ara S Do min gos SAB Tom bali Nac iona l C obe rt ur a 0 20 40 60 80 100 120 140 Bafat a Bija gos Bio mbo Bola ma Cac heu Gab u Oio Qui nar a S D om ingos SA B Tomb ali Naci onal C obe rt ur a Vitamina A Mebendazol
Apesar da abundância de água em todo o território nacional, a Guiné—Bissau conti-nua a debater-se com problemas de abaste-cimento em agua.
Dados do inquérito de avaliação da pobreza na Guiné—Bissau realizado em 2006, reve-lam que apenas 54% da população tem acesso a água. Isto quer dizer que o aprovi-sionamento em água, atinge 34% nas zonas urbanas; 36% nas zonas semi-urbanas e 68% nas zonas rurais.
Este estado de situação, tem a ver com o seguinte:
1. As tradicionais infraestruturas de abastecimento, poços tradicionais, fur-tos profundos e nascentes protegidos, continuam aquém das necessidades das populações, elas são factores
imprescindíveis para a prevenção dos riscos à saude e a melhoria de quali-dade de vida das populações.
2. O crescimento desordenado das cida-des;
3. O deficiente sistema de saneamento básico;
4. O fraco sistema de educação ambien-tal.
Estes factores têm impacto na qualidade dos recursos hídricos de que abastece a população. Por isso, é necessário identificar e avaliar as situações de risco para a saúde, controlar a captação e distribuição da água destinada ao consumo e a adopção de medidas necessárias para a adequação das diferentes formas de abastecimento no sentido de impedir ou reduzir a disseminação de doenças de origem hidrica.
O Programa Nacional de Vigilância e Controlo da
Qualidade de Agua para o Consumo
A equipa do Ministério da Saúde Publica avaliando o estado da conservação de um dos poços melhorados financiados pela OMS na comunidade de Tite região de Quinara
Por estes motivos, o sector de saúde deve assumir um papel activo na vigilância e controlo da qualidade de agua produzida no pais.
Neste contexto, a Representação da OMS em estreita colaboração com o Ministério da Saúde Publica e outros parceiros, desenvolveu um conjunto de directrizes técnicas para a vigilância e o controle de qualidade de agua para o consumo na Gui-né Bissau a saber:
• Directrizes Técnicas Nacionais para a Vigilância e o Controlo de Qualidade de Agua do consumo;
• Norma de qualidade de agua para o
consumo
Estes dois importantes documentos contém um conjunto de directrizes e normas que visam avaliar o cumprimento dos padrões de potabilidade de água e dos riscos que diversas formas de abastecimento repre-sentam para a saúde humana
Essas acções desenvolvem-se nos seguintes eixos:
Materiais e equipamentos doados pela OMS ao Laboratório Nacional de Saúde Publica para análise da qua-lidade de água
• Registo dos sistemas de abastecimento de água no país:
• Avaliação de riscos das diversas for-mas de abastecimento por meio de: • a) Analises e informação ambiental e
recursos hídricos;
• b) avaliação do processo de produção e distribuição de água;
• análise do perfil epidemiológico da população, relacionando a ocorrência de agravos com o consumo de água; • Controlo de qualidade da água para o
consumo humano por meio dos parâ-metros de básicos rotina ( bacterologi-co e físbacterologi-co-químibacterologi-co)
Tendo em conta o papel do Laboratório Nacional de Saúde na vigilância e o contro-lo de qualidade de água, foi equipado com os materiais e reagentes e beneficiou de curso de formação de 10 técnicos na vigi-lância e controlo laboratorial da qualidade de água para o consumo humano com o apoio da Representação da OMS.
A Estratégia de Cooperação com os Países
desta forma, o perfil epidemiológico do país continua a registar índices menos favorá-veis.
Para a elaboração desta 2a° Estratégia de Cooperação Técnica 2009—2013, estes fac-tores foram tomadas em consideração e uma avaliação rigorosa do contexto, foi levada a cabo por isso, esta nova Estratégi-ca de Cooperação TécniEstratégi-ca comporta 3 eixos principais:
• O reforço de parceria a favor de saú-de com vista a uma coorsaú-denação efi-caz das intervenções;;
• A melhoria do desempenho do Siste-ma de Saúde;
• A luta contra as doenças prioritá-rias.
A implementação destes eixos far-se-ão com a participação de todos os parceiros na base de uma abordagem global e multi-sectorial, com o envolvimento das comuni-dades, onde os planos anuais de activida-des serão feitos na base activida-desta Estratégia de Cooperação.
A Estratégia de Cooperação Técnica com os países é um documento que orienta a coo-peração técnica da OMS com os Estados membros. Com base nela, são concebidos e executados os programas bienais de Coope-ração Técnica da OMS com os países. Durante a execução da Estratégia de Coo-peração 1a. geração, a Representação da OMS assistiu ao Governo na elaboração de vários documentos e na implementação do Plano Nacional de Desenvolvimento Sanitá-rio com destaque para a Organização do Serviço de Saúde com ênfase na formação de quadros e na participação comunitária na melhoria da sua própria saúde.
As carências organizacionais das estrutu-ras de estado e a incapacidade de financia-mento do sector de saúde, não permitiu a execução plena dos objectivos preconiza-dos.
O controlo do Paludismo na Guiné—Bissau
A equipa técnica nacional e o consultor numa das sessões de trabalho
O paludismo é um problema de Saúde Publica na Guiné Bissau, pois,é a principal causa de morbilidade e mortalidade no pais. Em 2008, foram registados 154.348 casos que resultaram em 487 óbitos.
As condições climáticas e geográficas favo-recem a multiplicação do vector do palu-dismo e toda a população guineense corre o risco de ser infectada. Por isso, o combate ao paludismo constitui uma prioridade para o governo, devido ao impacto negativo que este causa no rendimento das famílias e, consequentemente na economia do país. Para melhorar a situação, a Guiné Bissau aderiu a iniciativa Fazer Recuar o Paludis-mo (FRP) e outras iniciativas mundiais para a redução da morbilidade e mortalida-de mortalida-devido ao paludismo. Neste quadro, foram elaborados os Planos Estratégicos Nacionais de luta contra o paludismo 2001—2005 e 2006—2010. Este último plano, reflectia as alterações mundiais das estratégias de luta contra o paludismo, adaptadas ao contexto do país como o tra-tamento a base de derivados de artimisini-na e os testes de diagnóstico rápido.
Porém, com vista a intensificar a luta con-tra o paludismo no quadro do movimento de parceria mundial, foi recomendado aos países de reverem os seus planos a fim de introduzirem as coberturas universais e foi nessa base que, com o apoio uma vez mais da OMS um novo Plano Estratégico 2010— 2013 foi elaborado. O objectivo geral deste plano é de contribuir para a melhoria do estado de saúde da população através da redução da morbilidade e mortalidade liga-das ao paludismo e os objectivos específi-cos são os seguintes:
• Assegurar a cobertura em 100% de
Mosquiteiro Impregnado para a popu-lação;
• Assegurar que 95% a população utili-za o Mosquiteiro Impregnado de Insec-ticida sobretudo as crianças menores de 5 anos e grávidas;
• Assegurar a protecção de 95%% das
grávidas pelo Tratamento Preventivo Intermitente conforme as directrizes nacionais;
• Assegurar o manejo correcto de pelo menos 95% dos casos de paludismo simples com Tratamento Combinado a base de Artimisinina nas estruturas sanitárias do país
• Assegurar o manejo correcto de pelo menos 95% de casos grave de paludis-mo a nível hospitalar;
• Tratar correctamente pelo menos 80% de casos simples de paludismo com os Tratamento Combinado a base de Arti-misinina a nível das áreas sanitárias. O Plano Estratégico foi orçado em 19 biliões de FCFA, aproximadamente 41 milhões de dólares.
Cerca de 63% do montante total orçado é atribuído ao reforço da luta anti-vectorial; 15% ao reforço do manejo de casos e 13% ao seguimento e avaliação.