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Mantra Yoga. Pedro Kupfer Módulo 4. Cinco Passos para a Liberdade. 40. Passo 5: O Grande Ensinamento Ayam Ātma Brahman, o indivíduo é Ilimitado

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(1)

Mantra Yoga

Pedro Kupfer

Módulo 4 . Cinco Passos para a Liberdade

40. Passo 5: O Grande Ensinamento || Ayam Ātma Brahman,

o indivíduo é Ilimitado

oṁ bhadraṁ karṅebhiḥ ṣṛṇuyāma devāḥ | bhadraṁ paśyemākṣabhiryajatrāḥ || sthirairaṅga istuṣṭuvāṁ [guṁ] sastanūbhiḥ |

vyaśema devahitaṁ yadāyuḥ || svasti na indro vṛddhaśravāḥ |

svasti naḥ pūṣā viśvavedāḥ || svastinastārkṣyo ariṣṭanemiḥ | svastirno bṛhaspatirdadhātu ||

oṁ śāntiḥ śāntiḥ śāntiḥ ||

bhadraṁ – o que é significativo, auspicioso; karṅebhiḥ – com os ouvidos; ṣṛṇuyāma – que

possa-mos escutar; devāḥ – Ó devas!; bhadraṁ – auspicioso; paśyema – que possapossa-mos enxergar;

akṣabhiḥ – com os olhos; yajatrāḥ – Ó devas!; sthirairaṅga – com os membros firmes; tuṣṭuvāṁsaḥ

– glorificar; tanūbhiḥ – através das palavras dos Vedas; vyaśema – que possamos desfrutar;

devahitaṁ – abençoados pelos devas; yad – esse; āyuḥ – uma vida completa; svasti – aquilo que

é auspicioso; naḥ – para nós; Indraḥ – a Consciência manifestada na atmosfera, na forma do resplendor do raio; vṛddhaśravāḥ – que possui grande fama; svasti – aquilo que é auspicioso; naḥ – para nós; Pūṣā – a Consciência manifestada no céu, na forma do brilho do sol; viśvavedāḥ – aquele que tudo conhece, que é todo o conhecimento; svasti – aquilo que é auspicioso; naḥ – para nós; Tārkṣya – um nome de Garuḍa, o deus-águia, que simboliza a eloquência; ariṣṭanemiḥ – que não tem obstáculos para voar; svasti – aquilo que é auspicioso; naḥ – para nós; Bṛhaspatiḥ – o guru; dadhātu – que nos abençoe com sua grande inteligência; Oṁ – símbolo sonoro que aponta para o Ser; śāntiḥ śāntiḥ śāntiḥ – paz, paz, paz.

“Ó Forças da Natureza! Que possamos ouvir com nossos ouvidos aquilo que é significativo. Que possamos ver com nossos olhos o que é livre de limitação. Ó Forças da Natureza! Que saibamos reverenciar o Ser com as palavras de sabedoria dos Vedas. Que possamos viver uma vida plena, com firmeza em todas as partes do corpo. Que Indra, de grande fama, nos abençoe com aquilo que é auspicioso. Que o Sol, que é Todo-o-Conhecimento, nos abençoe com aquilo que é auspicioso. Que Garuḍa, que voa livremente no espaço, nos abençoe com aquilo que é auspicioso. Que Bṛhaspati (o guru), de grande inteligência, nos abençoe com aquilo que é auspicioso. Oṁ. Paz, paz paz”.

Olá. Bom dia. Hoje faremos a quarta e última prática sobre os mantras védicos, os quatro

mahāvākyas. Com ela, completaremos o processo de cinco passos em direção à liberdade. Este

último mantra pertence ao Athārva Veda, e está na Māṇḍūkya Upaniṣad. Esse mantra é Ayam Ātma Brahman, ou Ātma, o indivíduo, é o próprio Ser Ilimitado.

Vamos começar, como habitualmente, escolhendo uma postura confortável e observando, por um momento, a nossa respiração natural. Agora, pense por favor no seguinte: nosso ponto de partida para a reflexão de hoje é que a felicidade é natural para o ser humano. Você não se cansa de ser feliz. A tradição do Yoga nos mostra que felicidade é a natureza humana. Vamos compreender isso agora.

As limitações do corpomente são restritas ao corpomente e pertencem unicamente a ele. Não são “nossas”, no sentido de que o Ser não tem posses de nenhum tipo. O Ser apenas é. Fisicamente, em termos de força, resistência ou longevidade, somos limitados. Intelectualmente, temos igualmente capacidades limitadas, como memória, agilidade ou concentração.

Não obstante, o Ser que somos transcende todas as limitações físicas ou intelectuais que possam se erroneamente atribuídas a ele. O fato de não sabermos falar grego ou não compreender os pormenores da teoira da relatividade são limitações inerentes ao intelecto, não ao Ser. Isso não nos torna limitados. O Ser que você é está além dessas limitações. Quem é este Ser? Aquele que pode ser apreciado, não com os olhos do rosto, não com a mente, mas pelo Si Mesmo.

Você já é o que busca.

A síntese do grande ensinamento do Yoga são as palavras Ayam Ātma Brahman, o indivíduo é Ilimitado. Esta frase deve ser perfeitamente compreendida se quisermos uma vida tranquila e plena, apesar dos desafios e das dificuldades inerentes a qualquer existência. Para melhor compreendermos isso, vou agora dar um exercício para você. Vou dizer algumas coisas e peço por favor que você pense no que elas significam.

Para onde apontam estas palavras? Baleia. Águia. Golfinho. Raposa. Serpente. Elefante. Veja o significado. Maçã. Uva. Consciência. Terra. Céu. Nuvens. Sol. Lua. Consciência. De novo, pense.

Quero que você me dê o significado da palavra consciência. Você vê um objeto quando pensa na consciência? Livro. Violino. Casa. Você vê objetos em sua mente. Um céu azul. Estrelas brilhando. Lua crescente. Consciência. O que você vê?

Há significado, mas esse significado não aponta para um objeto. Eu sou o significado da palavra consciência. Veja isto. Um pote. Uma jarra. Um copo. Uma camisa. Consciência.

É você o significado da palavra consciência? Se você é o significado, quando pode você confundir a consciência com um objeto? Você não se confunde em relação a isso. Árvore. Consciência da árvore. Galáxia. Consciência da galáxia. Céu. Consciência do céu.

A velocidade da luz. Consciência da velocidade da luz. Consciência. É você o significado dessa palavra? Esse significado é deslocado quando você torna qualquer objeto um objeto da sua consciência? Não. Raiva. Consciência da raiva. Tristeza. Consciência da tristeza. As emoções são. Esse “são” é o real. Você reconhece o verbo ser, porque esse ser é o que você é. Aquilo que é, é a Consciência.

Visualize agora a Via Láctea. Dentro dela, um sistema solar. Dentro dele, um planeta. O planeta é. Esse “é” é o real. Você reconhece esse “é”, porque esse “é” é o que você é. Aquilo que é, é essa Consciência. Tempo e distância são objetos da consciência. A consciência não desaparece. Sua existência não cessa. Esse é o significado da palavra “é”.

Você é na forma da consciência da galáxia, do sistema solar, do planeta. Você é na consciência desta voz que está escutando agora. Você é, na forma de quaisquer objetos que possa apreciar. Esse “é” é o Ser. Brahman não está separado do verdadeiro, daquilo que é real, que é o que a pala-vra Consciência significa.

Ātma é Brahman. O indivíduo, que é você, é o próprio Ilimitado. Você é o Ilimitado. O que é esse Ilimitado, exatamente? De um dos lados da equação está o indivíduo. Do outro, o Ilimitado, todo o conhecimento, todo o poder.

Pensemos no seguinte: esta frase pode se referir a alguma característica que existe em comum

entre você e o Ser, ou pode ser considerada uma força de expressão, como quando dizemos que Fulano é um leão, para nos referir ao fato de a é uma pessoa muito corajosa. Dizer que alguém é um leao ou um lobo, são maneiras de expressar coisas de maneira metafórica.

Porém, quando dizemos Ayam Ātma Brahman, o indivíduo é o Ilimitado, não há lugar para interpre-tações metafóricas. Estamos falando de um “algo” que, se for conhecido, permite conhecer todo o mais, da mesma maneira que se você conhecer a natureza do ouro, conhecerá todos os objetos feitos de ouro, como disse o pai para o filho na história da nossa última meditação.

Não há lugar para interpretações subjetivas quando falamos nestes mahāvākyas. Palavra e significado. Se não há mais ignorância em relação a esse “algo”, todo o resto será conhecido, uma vez que só há Brahman, e não há mais anda além de Brahman. É por isso que esses mahāvākyas, essas grandes afirmações védicas não são coisas a se tomar levianamente.

Não há chance para ninguém de imaginar outro significado para estes mahāvākyas, que não seja a exata e perfeita identidade o indivíduo e o Todo, entre você e o Ilimitado. Assim, você é a causa do universo, todo o conhecimento, todo o poder, toda a inteligência, toda a criação.

Precisamos nos descondicionar, nos livrar das crenças limitadoras. Deus, “do lado de fora” da gente, não existe. É o conhecimento que está presente em tudo, em todos, o poder, está em toda parte, no passado, no presente e no futuro. Esse que você é, é Ilimitado. Olhe para um planeta, uma estrela, o Sol: o Ser não é conhecimento somado a um desses objetos, da mesma maneira que os potes feitos de argila não se somam à argila.

Essa bênção que é este mundo, o meu corpo, no mundo, os sentidos, a mente, estão incluídos na ordem Ilimitada. Minhas limitações emocionais estão também incluídas. Portanto, o Ser existe onde eu existo agora, onde você está agora. A equação não é “O Ser é” apenas. A equação é “você é este Ser”. Apesar das aparentes limitações do corpomente, você é o Todo. Essa pessoa limitada é identificada com o Pleno. Essa visão nos mostra que não precisamos viver restritos ou limitados aos nossos próprios desejos, e muito menos restringidos à ilusão de que só seremos felizes quando conseguir-mos nos adequar àquilo que a sociedade ou os demais esperam de nós.

Não precisamos adiar a nossa felicidade, nem insistir em buscar ela fora, na aprovação ou na validação de alguém externo. Já somos amor, agora. O Ilimitado que somos está presente em todas as mani-festações da natureza, e consequentemente em todas as emoções e todos os pensamentos. Portanto, tampouco precisamos rejeitar quaisquer experiências para conhecer a nós mesmos como felicidade.

Nesse sentido, ensina um texto antigo chamado Kaṭha Upaniṣad: “Aqueles que percebem a si próprios, não como corpo ou mente, mas como o Ser ilimitado, o divino princípio da existência, encontram a fonte de toda felicidade e residem nela”.

O Yoga propõe então uma mudança de visão que, esperamos, possa inspirar você a viver uma vida mais plena, feliz e realizada, apesar dos desafios. Boas práticas. Boa vida! Bom, aqui concluímos o quarto módulo. Aqui concluímos os cinco passos para a Liberdade. Recapitulando, eles foram: relaxar, focar, expandir, transformar e contemplar.

Na próxima aula entramos na fase final do nosso encontro, onde faremos uma recapitulação de tudo o que vimos até aqui. Nosso ponto de partida será a reflexão sobre o papel da devoção: se já somos o Ilimitado, porque é que tantos mantras louvam Gaṇeśa, Śiva, Kṛṣṇa, Sarasvatī? Porque é que se fala tanto em devoção, associada à práticas desses mantras? Qual é o propósito dessas práticas? A resposta, no próximo encontro. Obrigado por nos ouvir. Tudo de bom para você!

Namaste.

oṁ bhadraṁ karṅebhiḥ ṣṛṇuyāma devāḥ | bhadraṁ paśyemākṣabhiryajatrāḥ || sthirairaṅga istuṣṭuvāṁ [guṁ] sastanūbhiḥ |

vyaśema devahitaṁ yadāyuḥ || svasti na indro vṛddhaśravāḥ |

svasti naḥ pūṣā viśvavedāḥ || svastinastārkṣyo ariṣṭanemiḥ |

svastirno bṛhaspatirdadhātu || oṁ śāntiḥ śāntiḥ śāntiḥ ||

(2)

Mantra Yoga

Pedro Kupfer

Módulo 4 . Cinco Passos para a Liberdade

40. Passo 5: O Grande Ensinamento || Ayam Ātma Brahman,

o indivíduo é Ilimitado

oṁ bhadraṁ karṅebhiḥ ṣṛṇuyāma devāḥ | bhadraṁ paśyemākṣabhiryajatrāḥ || sthirairaṅga istuṣṭuvāṁ [guṁ] sastanūbhiḥ |

vyaśema devahitaṁ yadāyuḥ || svasti na indro vṛddhaśravāḥ |

svasti naḥ pūṣā viśvavedāḥ || svastinastārkṣyo ariṣṭanemiḥ | svastirno bṛhaspatirdadhātu ||

oṁ śāntiḥ śāntiḥ śāntiḥ ||

bhadraṁ – o que é significativo, auspicioso; karṅebhiḥ – com os ouvidos; ṣṛṇuyāma – que

possa-mos escutar; devāḥ – Ó devas!; bhadraṁ – auspicioso; paśyema – que possapossa-mos enxergar;

akṣabhiḥ – com os olhos; yajatrāḥ – Ó devas!; sthirairaṅga – com os membros firmes; tuṣṭuvāṁsaḥ

– glorificar; tanūbhiḥ – através das palavras dos Vedas; vyaśema – que possamos desfrutar;

devahitaṁ – abençoados pelos devas; yad – esse; āyuḥ – uma vida completa; svasti – aquilo que

é auspicioso; naḥ – para nós; Indraḥ – a Consciência manifestada na atmosfera, na forma do resplendor do raio; vṛddhaśravāḥ – que possui grande fama; svasti – aquilo que é auspicioso; naḥ – para nós; Pūṣā – a Consciência manifestada no céu, na forma do brilho do sol; viśvavedāḥ – aquele que tudo conhece, que é todo o conhecimento; svasti – aquilo que é auspicioso; naḥ – para nós; Tārkṣya – um nome de Garuḍa, o deus-águia, que simboliza a eloquência; ariṣṭanemiḥ – que não tem obstáculos para voar; svasti – aquilo que é auspicioso; naḥ – para nós; Bṛhaspatiḥ – o guru; dadhātu – que nos abençoe com sua grande inteligência; Oṁ – símbolo sonoro que aponta para o Ser; śāntiḥ śāntiḥ śāntiḥ – paz, paz, paz.

“Ó Forças da Natureza! Que possamos ouvir com nossos ouvidos aquilo que é significativo. Que possamos ver com nossos olhos o que é livre de limitação. Ó Forças da Natureza! Que saibamos reverenciar o Ser com as palavras de sabedoria dos Vedas. Que possamos viver uma vida plena, com firmeza em todas as partes do corpo. Que Indra, de grande fama, nos abençoe com aquilo que é auspicioso. Que o Sol, que é Todo-o-Conhecimento, nos abençoe com aquilo que é auspicioso. Que Garuḍa, que voa livremente no espaço, nos abençoe com aquilo que é auspicioso. Que Bṛhaspati (o guru), de grande inteligência, nos abençoe com aquilo que é auspicioso. Oṁ. Paz, paz paz”.

Olá. Bom dia. Hoje faremos a quarta e última prática sobre os mantras védicos, os quatro

mahāvākyas. Com ela, completaremos o processo de cinco passos em direção à liberdade. Este

último mantra pertence ao Athārva Veda, e está na Māṇḍūkya Upaniṣad. Esse mantra é Ayam Ātma Brahman, ou Ātma, o indivíduo, é o próprio Ser Ilimitado.

Vamos começar, como habitualmente, escolhendo uma postura confortável e observando, por um momento, a nossa respiração natural. Agora, pense por favor no seguinte: nosso ponto de partida para a reflexão de hoje é que a felicidade é natural para o ser humano. Você não se cansa de ser feliz. A tradição do Yoga nos mostra que felicidade é a natureza humana. Vamos compreender isso agora.

As limitações do corpomente são restritas ao corpomente e pertencem unicamente a ele. Não são “nossas”, no sentido de que o Ser não tem posses de nenhum tipo. O Ser apenas é. Fisicamente, em termos de força, resistência ou longevidade, somos limitados. Intelectualmente, temos igualmente capacidades limitadas, como memória, agilidade ou concentração.

Não obstante, o Ser que somos transcende todas as limitações físicas ou intelectuais que possam se erroneamente atribuídas a ele. O fato de não sabermos falar grego ou não compreender os pormenores da teoira da relatividade são limitações inerentes ao intelecto, não ao Ser. Isso não nos torna limitados. O Ser que você é está além dessas limitações. Quem é este Ser? Aquele que pode ser apreciado, não com os olhos do rosto, não com a mente, mas pelo Si Mesmo.

Você já é o que busca.

A síntese do grande ensinamento do Yoga são as palavras Ayam Ātma Brahman, o indivíduo é Ilimitado. Esta frase deve ser perfeitamente compreendida se quisermos uma vida tranquila e plena, apesar dos desafios e das dificuldades inerentes a qualquer existência. Para melhor compreendermos isso, vou agora dar um exercício para você. Vou dizer algumas coisas e peço por favor que você pense no que elas significam.

Para onde apontam estas palavras? Baleia. Águia. Golfinho. Raposa. Serpente. Elefante. Veja o significado. Maçã. Uva. Consciência. Terra. Céu. Nuvens. Sol. Lua. Consciência. De novo, pense.

Quero que você me dê o significado da palavra consciência. Você vê um objeto quando pensa na consciência? Livro. Violino. Casa. Você vê objetos em sua mente. Um céu azul. Estrelas brilhando. Lua crescente. Consciência. O que você vê?

Há significado, mas esse significado não aponta para um objeto. Eu sou o significado da palavra consciência. Veja isto. Um pote. Uma jarra. Um copo. Uma camisa. Consciência.

É você o significado da palavra consciência? Se você é o significado, quando pode você confundir a consciência com um objeto? Você não se confunde em relação a isso. Árvore. Consciência da árvore. Galáxia. Consciência da galáxia. Céu. Consciência do céu.

A velocidade da luz. Consciência da velocidade da luz. Consciência. É você o significado dessa palavra? Esse significado é deslocado quando você torna qualquer objeto um objeto da sua consciência? Não. Raiva. Consciência da raiva. Tristeza. Consciência da tristeza. As emoções são. Esse “são” é o real. Você reconhece o verbo ser, porque esse ser é o que você é. Aquilo que é, é a Consciência.

Visualize agora a Via Láctea. Dentro dela, um sistema solar. Dentro dele, um planeta. O planeta é. Esse “é” é o real. Você reconhece esse “é”, porque esse “é” é o que você é. Aquilo que é, é essa Consciência. Tempo e distância são objetos da consciência. A consciência não desaparece. Sua existência não cessa. Esse é o significado da palavra “é”.

Você é na forma da consciência da galáxia, do sistema solar, do planeta. Você é na consciência desta voz que está escutando agora. Você é, na forma de quaisquer objetos que possa apreciar. Esse “é” é o Ser. Brahman não está separado do verdadeiro, daquilo que é real, que é o que a pala-vra Consciência significa.

Ātma é Brahman. O indivíduo, que é você, é o próprio Ilimitado. Você é o Ilimitado. O que é esse Ilimitado, exatamente? De um dos lados da equação está o indivíduo. Do outro, o Ilimitado, todo o conhecimento, todo o poder.

Pensemos no seguinte: esta frase pode se referir a alguma característica que existe em comum

entre você e o Ser, ou pode ser considerada uma força de expressão, como quando dizemos que Fulano é um leão, para nos referir ao fato de a é uma pessoa muito corajosa. Dizer que alguém é um leao ou um lobo, são maneiras de expressar coisas de maneira metafórica.

Porém, quando dizemos Ayam Ātma Brahman, o indivíduo é o Ilimitado, não há lugar para interpre-tações metafóricas. Estamos falando de um “algo” que, se for conhecido, permite conhecer todo o mais, da mesma maneira que se você conhecer a natureza do ouro, conhecerá todos os objetos feitos de ouro, como disse o pai para o filho na história da nossa última meditação.

Não há lugar para interpretações subjetivas quando falamos nestes mahāvākyas. Palavra e significado. Se não há mais ignorância em relação a esse “algo”, todo o resto será conhecido, uma vez que só há Brahman, e não há mais anda além de Brahman. É por isso que esses mahāvākyas, essas grandes afirmações védicas não são coisas a se tomar levianamente.

Não há chance para ninguém de imaginar outro significado para estes mahāvākyas, que não seja a exata e perfeita identidade o indivíduo e o Todo, entre você e o Ilimitado. Assim, você é a causa do universo, todo o conhecimento, todo o poder, toda a inteligência, toda a criação.

Precisamos nos descondicionar, nos livrar das crenças limitadoras. Deus, “do lado de fora” da gente, não existe. É o conhecimento que está presente em tudo, em todos, o poder, está em toda parte, no passado, no presente e no futuro. Esse que você é, é Ilimitado. Olhe para um planeta, uma estrela, o Sol: o Ser não é conhecimento somado a um desses objetos, da mesma maneira que os potes feitos de argila não se somam à argila.

Essa bênção que é este mundo, o meu corpo, no mundo, os sentidos, a mente, estão incluídos na ordem Ilimitada. Minhas limitações emocionais estão também incluídas. Portanto, o Ser existe onde eu existo agora, onde você está agora. A equação não é “O Ser é” apenas. A equação é “você é este Ser”. Apesar das aparentes limitações do corpomente, você é o Todo. Essa pessoa limitada é identificada com o Pleno. Essa visão nos mostra que não precisamos viver restritos ou limitados aos nossos próprios desejos, e muito menos restringidos à ilusão de que só seremos felizes quando conseguir-mos nos adequar àquilo que a sociedade ou os demais esperam de nós.

Não precisamos adiar a nossa felicidade, nem insistir em buscar ela fora, na aprovação ou na validação de alguém externo. Já somos amor, agora. O Ilimitado que somos está presente em todas as mani-festações da natureza, e consequentemente em todas as emoções e todos os pensamentos. Portanto, tampouco precisamos rejeitar quaisquer experiências para conhecer a nós mesmos como felicidade.

Nesse sentido, ensina um texto antigo chamado Kaṭha Upaniṣad: “Aqueles que percebem a si próprios, não como corpo ou mente, mas como o Ser ilimitado, o divino princípio da existência, encontram a fonte de toda felicidade e residem nela”.

O Yoga propõe então uma mudança de visão que, esperamos, possa inspirar você a viver uma vida mais plena, feliz e realizada, apesar dos desafios. Boas práticas. Boa vida! Bom, aqui concluímos o quarto módulo. Aqui concluímos os cinco passos para a Liberdade. Recapitulando, eles foram: relaxar, focar, expandir, transformar e contemplar.

Na próxima aula entramos na fase final do nosso encontro, onde faremos uma recapitulação de tudo o que vimos até aqui. Nosso ponto de partida será a reflexão sobre o papel da devoção: se já somos o Ilimitado, porque é que tantos mantras louvam Gaṇeśa, Śiva, Kṛṣṇa, Sarasvatī? Porque é que se fala tanto em devoção, associada à práticas desses mantras? Qual é o propósito dessas práticas? A resposta, no próximo encontro. Obrigado por nos ouvir. Tudo de bom para você!

Namaste.

oṁ bhadraṁ karṅebhiḥ ṣṛṇuyāma devāḥ | bhadraṁ paśyemākṣabhiryajatrāḥ || sthirairaṅga istuṣṭuvāṁ [guṁ] sastanūbhiḥ |

vyaśema devahitaṁ yadāyuḥ || svasti na indro vṛddhaśravāḥ |

svasti naḥ pūṣā viśvavedāḥ || svastinastārkṣyo ariṣṭanemiḥ |

svastirno bṛhaspatirdadhātu || oṁ śāntiḥ śāntiḥ śāntiḥ ||

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oṁ bhadraṁ karṅebhiḥ ṣṛṇuyāma devāḥ | bhadraṁ paśyemākṣabhiryajatrāḥ || sthirairaṅga istuṣṭuvāṁ [guṁ] sastanūbhiḥ |

vyaśema devahitaṁ yadāyuḥ || svasti na indro vṛddhaśravāḥ |

svasti naḥ pūṣā viśvavedāḥ || svastinastārkṣyo ariṣṭanemiḥ | svastirno bṛhaspatirdadhātu ||

oṁ śāntiḥ śāntiḥ śāntiḥ ||

bhadraṁ – o que é significativo, auspicioso; karṅebhiḥ – com os ouvidos; ṣṛṇuyāma – que

possa-mos escutar; devāḥ – Ó devas!; bhadraṁ – auspicioso; paśyema – que possapossa-mos enxergar;

akṣabhiḥ – com os olhos; yajatrāḥ – Ó devas!; sthirairaṅga – com os membros firmes; tuṣṭuvāṁsaḥ

– glorificar; tanūbhiḥ – através das palavras dos Vedas; vyaśema – que possamos desfrutar;

devahitaṁ – abençoados pelos devas; yad – esse; āyuḥ – uma vida completa; svasti – aquilo que

é auspicioso; naḥ – para nós; Indraḥ – a Consciência manifestada na atmosfera, na forma do resplendor do raio; vṛddhaśravāḥ – que possui grande fama; svasti – aquilo que é auspicioso; naḥ – para nós; Pūṣā – a Consciência manifestada no céu, na forma do brilho do sol; viśvavedāḥ – aquele que tudo conhece, que é todo o conhecimento; svasti – aquilo que é auspicioso; naḥ – para nós; Tārkṣya – um nome de Garuḍa, o deus-águia, que simboliza a eloquência; ariṣṭanemiḥ – que não tem obstáculos para voar; svasti – aquilo que é auspicioso; naḥ – para nós; Bṛhaspatiḥ – o guru; dadhātu – que nos abençoe com sua grande inteligência; Oṁ – símbolo sonoro que aponta para o Ser; śāntiḥ śāntiḥ śāntiḥ – paz, paz, paz.

“Ó Forças da Natureza! Que possamos ouvir com nossos ouvidos aquilo que é significativo. Que possamos ver com nossos olhos o que é livre de limitação. Ó Forças da Natureza! Que saibamos reverenciar o Ser com as palavras de sabedoria dos Vedas. Que possamos viver uma vida plena, com firmeza em todas as partes do corpo. Que Indra, de grande fama, nos abençoe com aquilo que é auspicioso. Que o Sol, que é Todo-o-Conhecimento, nos abençoe com aquilo que é auspicioso. Que Garuḍa, que voa livremente no espaço, nos abençoe com aquilo que é auspicioso. Que Bṛhaspati (o guru), de grande inteligência, nos abençoe com aquilo que é auspicioso. Oṁ. Paz, paz paz”.

Olá. Bom dia. Hoje faremos a quarta e última prática sobre os mantras védicos, os quatro

mahāvākyas. Com ela, completaremos o processo de cinco passos em direção à liberdade. Este

último mantra pertence ao Athārva Veda, e está na Māṇḍūkya Upaniṣad. Esse mantra é Ayam Ātma Brahman, ou Ātma, o indivíduo, é o próprio Ser Ilimitado.

Vamos começar, como habitualmente, escolhendo uma postura confortável e observando, por um momento, a nossa respiração natural. Agora, pense por favor no seguinte: nosso ponto de partida para a reflexão de hoje é que a felicidade é natural para o ser humano. Você não se cansa de ser feliz. A tradição do Yoga nos mostra que felicidade é a natureza humana. Vamos compreender isso agora.

As limitações do corpomente são restritas ao corpomente e pertencem unicamente a ele. Não são “nossas”, no sentido de que o Ser não tem posses de nenhum tipo. O Ser apenas é. Fisicamente, em termos de força, resistência ou longevidade, somos limitados. Intelectualmente, temos igualmente capacidades limitadas, como memória, agilidade ou concentração.

Não obstante, o Ser que somos transcende todas as limitações físicas ou intelectuais que possam se erroneamente atribuídas a ele. O fato de não sabermos falar grego ou não compreender os pormenores da teoira da relatividade são limitações inerentes ao intelecto, não ao Ser. Isso não nos torna limitados. O Ser que você é está além dessas limitações. Quem é este Ser? Aquele que pode ser apreciado, não com os olhos do rosto, não com a mente, mas pelo Si Mesmo.

Você já é o que busca.

A síntese do grande ensinamento do Yoga são as palavras Ayam Ātma Brahman, o indivíduo é Ilimitado. Esta frase deve ser perfeitamente compreendida se quisermos uma vida tranquila e plena, apesar dos desafios e das dificuldades inerentes a qualquer existência. Para melhor compreendermos isso, vou agora dar um exercício para você. Vou dizer algumas coisas e peço por favor que você pense no que elas significam.

Para onde apontam estas palavras? Baleia. Águia. Golfinho. Raposa. Serpente. Elefante. Veja o significado. Maçã. Uva. Consciência. Terra. Céu. Nuvens. Sol. Lua. Consciência. De novo, pense.

Mantra Yoga

Pedro Kupfer

Módulo 4 . Cinco Passos para a Liberdade

40. Passo 5: O Grande Ensinamento || Ayam Ātma Brahman,

o indivíduo é Ilimitado

Quero que você me dê o significado da palavra consciência. Você vê um objeto quando pensa na consciência? Livro. Violino. Casa. Você vê objetos em sua mente. Um céu azul. Estrelas brilhando. Lua crescente. Consciência. O que você vê?

Há significado, mas esse significado não aponta para um objeto. Eu sou o significado da palavra consciência. Veja isto. Um pote. Uma jarra. Um copo. Uma camisa. Consciência.

É você o significado da palavra consciência? Se você é o significado, quando pode você confundir a consciência com um objeto? Você não se confunde em relação a isso. Árvore. Consciência da árvore. Galáxia. Consciência da galáxia. Céu. Consciência do céu.

A velocidade da luz. Consciência da velocidade da luz. Consciência. É você o significado dessa palavra? Esse significado é deslocado quando você torna qualquer objeto um objeto da sua consciência? Não. Raiva. Consciência da raiva. Tristeza. Consciência da tristeza. As emoções são. Esse “são” é o real. Você reconhece o verbo ser, porque esse ser é o que você é. Aquilo que é, é a Consciência.

Visualize agora a Via Láctea. Dentro dela, um sistema solar. Dentro dele, um planeta. O planeta é. Esse “é” é o real. Você reconhece esse “é”, porque esse “é” é o que você é. Aquilo que é, é essa Consciência. Tempo e distância são objetos da consciência. A consciência não desaparece. Sua existência não cessa. Esse é o significado da palavra “é”.

Você é na forma da consciência da galáxia, do sistema solar, do planeta. Você é na consciência desta voz que está escutando agora. Você é, na forma de quaisquer objetos que possa apreciar. Esse “é” é o Ser. Brahman não está separado do verdadeiro, daquilo que é real, que é o que a pala-vra Consciência significa.

Ātma é Brahman. O indivíduo, que é você, é o próprio Ilimitado. Você é o Ilimitado. O que é esse Ilimitado, exatamente? De um dos lados da equação está o indivíduo. Do outro, o Ilimitado, todo o conhecimento, todo o poder.

Pensemos no seguinte: esta frase pode se referir a alguma característica que existe em comum

entre você e o Ser, ou pode ser considerada uma força de expressão, como quando dizemos que Fulano é um leão, para nos referir ao fato de a é uma pessoa muito corajosa. Dizer que alguém é um leao ou um lobo, são maneiras de expressar coisas de maneira metafórica.

Porém, quando dizemos Ayam Ātma Brahman, o indivíduo é o Ilimitado, não há lugar para interpre-tações metafóricas. Estamos falando de um “algo” que, se for conhecido, permite conhecer todo o mais, da mesma maneira que se você conhecer a natureza do ouro, conhecerá todos os objetos feitos de ouro, como disse o pai para o filho na história da nossa última meditação.

Não há lugar para interpretações subjetivas quando falamos nestes mahāvākyas. Palavra e significado. Se não há mais ignorância em relação a esse “algo”, todo o resto será conhecido, uma vez que só há Brahman, e não há mais anda além de Brahman. É por isso que esses mahāvākyas, essas grandes afirmações védicas não são coisas a se tomar levianamente.

Não há chance para ninguém de imaginar outro significado para estes mahāvākyas, que não seja a exata e perfeita identidade o indivíduo e o Todo, entre você e o Ilimitado. Assim, você é a causa do universo, todo o conhecimento, todo o poder, toda a inteligência, toda a criação.

Precisamos nos descondicionar, nos livrar das crenças limitadoras. Deus, “do lado de fora” da gente, não existe. É o conhecimento que está presente em tudo, em todos, o poder, está em toda parte, no passado, no presente e no futuro. Esse que você é, é Ilimitado. Olhe para um planeta, uma estrela, o Sol: o Ser não é conhecimento somado a um desses objetos, da mesma maneira que os potes feitos de argila não se somam à argila.

Essa bênção que é este mundo, o meu corpo, no mundo, os sentidos, a mente, estão incluídos na ordem Ilimitada. Minhas limitações emocionais estão também incluídas. Portanto, o Ser existe onde eu existo agora, onde você está agora. A equação não é “O Ser é” apenas. A equação é “você é este Ser”. Apesar das aparentes limitações do corpomente, você é o Todo. Essa pessoa limitada é identificada com o Pleno. Essa visão nos mostra que não precisamos viver restritos ou limitados aos nossos próprios desejos, e muito menos restringidos à ilusão de que só seremos felizes quando conseguir-mos nos adequar àquilo que a sociedade ou os demais esperam de nós.

Não precisamos adiar a nossa felicidade, nem insistir em buscar ela fora, na aprovação ou na validação de alguém externo. Já somos amor, agora. O Ilimitado que somos está presente em todas as mani-festações da natureza, e consequentemente em todas as emoções e todos os pensamentos. Portanto, tampouco precisamos rejeitar quaisquer experiências para conhecer a nós mesmos como felicidade.

Nesse sentido, ensina um texto antigo chamado Kaṭha Upaniṣad: “Aqueles que percebem a si próprios, não como corpo ou mente, mas como o Ser ilimitado, o divino princípio da existência, encontram a fonte de toda felicidade e residem nela”.

O Yoga propõe então uma mudança de visão que, esperamos, possa inspirar você a viver uma vida mais plena, feliz e realizada, apesar dos desafios. Boas práticas. Boa vida! Bom, aqui concluímos o quarto módulo. Aqui concluímos os cinco passos para a Liberdade. Recapitulando, eles foram: relaxar, focar, expandir, transformar e contemplar.

Na próxima aula entramos na fase final do nosso encontro, onde faremos uma recapitulação de tudo o que vimos até aqui. Nosso ponto de partida será a reflexão sobre o papel da devoção: se já somos o Ilimitado, porque é que tantos mantras louvam Gaṇeśa, Śiva, Kṛṣṇa, Sarasvatī? Porque é que se fala tanto em devoção, associada à práticas desses mantras? Qual é o propósito dessas práticas? A resposta, no próximo encontro. Obrigado por nos ouvir. Tudo de bom para você!

Namaste.

oṁ bhadraṁ karṅebhiḥ ṣṛṇuyāma devāḥ | bhadraṁ paśyemākṣabhiryajatrāḥ || sthirairaṅga istuṣṭuvāṁ [guṁ] sastanūbhiḥ |

vyaśema devahitaṁ yadāyuḥ || svasti na indro vṛddhaśravāḥ |

svasti naḥ pūṣā viśvavedāḥ || svastinastārkṣyo ariṣṭanemiḥ | svastirno bṛhaspatirdadhātu ||

(4)

oṁ bhadraṁ karṅebhiḥ ṣṛṇuyāma devāḥ | bhadraṁ paśyemākṣabhiryajatrāḥ || sthirairaṅga istuṣṭuvāṁ [guṁ] sastanūbhiḥ |

vyaśema devahitaṁ yadāyuḥ || svasti na indro vṛddhaśravāḥ |

svasti naḥ pūṣā viśvavedāḥ || svastinastārkṣyo ariṣṭanemiḥ | svastirno bṛhaspatirdadhātu ||

oṁ śāntiḥ śāntiḥ śāntiḥ ||

bhadraṁ – o que é significativo, auspicioso; karṅebhiḥ – com os ouvidos; ṣṛṇuyāma – que

possa-mos escutar; devāḥ – Ó devas!; bhadraṁ – auspicioso; paśyema – que possapossa-mos enxergar;

akṣabhiḥ – com os olhos; yajatrāḥ – Ó devas!; sthirairaṅga – com os membros firmes; tuṣṭuvāṁsaḥ

– glorificar; tanūbhiḥ – através das palavras dos Vedas; vyaśema – que possamos desfrutar;

devahitaṁ – abençoados pelos devas; yad – esse; āyuḥ – uma vida completa; svasti – aquilo que

é auspicioso; naḥ – para nós; Indraḥ – a Consciência manifestada na atmosfera, na forma do resplendor do raio; vṛddhaśravāḥ – que possui grande fama; svasti – aquilo que é auspicioso; naḥ – para nós; Pūṣā – a Consciência manifestada no céu, na forma do brilho do sol; viśvavedāḥ – aquele que tudo conhece, que é todo o conhecimento; svasti – aquilo que é auspicioso; naḥ – para nós; Tārkṣya – um nome de Garuḍa, o deus-águia, que simboliza a eloquência; ariṣṭanemiḥ – que não tem obstáculos para voar; svasti – aquilo que é auspicioso; naḥ – para nós; Bṛhaspatiḥ – o guru; dadhātu – que nos abençoe com sua grande inteligência; Oṁ – símbolo sonoro que aponta para o Ser; śāntiḥ śāntiḥ śāntiḥ – paz, paz, paz.

“Ó Forças da Natureza! Que possamos ouvir com nossos ouvidos aquilo que é significativo. Que possamos ver com nossos olhos o que é livre de limitação. Ó Forças da Natureza! Que saibamos reverenciar o Ser com as palavras de sabedoria dos Vedas. Que possamos viver uma vida plena, com firmeza em todas as partes do corpo. Que Indra, de grande fama, nos abençoe com aquilo que é auspicioso. Que o Sol, que é Todo-o-Conhecimento, nos abençoe com aquilo que é auspicioso. Que Garuḍa, que voa livremente no espaço, nos abençoe com aquilo que é auspicioso. Que Bṛhaspati (o guru), de grande inteligência, nos abençoe com aquilo que é auspicioso. Oṁ. Paz, paz paz”.

Olá. Bom dia. Hoje faremos a quarta e última prática sobre os mantras védicos, os quatro

mahāvākyas. Com ela, completaremos o processo de cinco passos em direção à liberdade. Este

último mantra pertence ao Athārva Veda, e está na Māṇḍūkya Upaniṣad. Esse mantra é Ayam Ātma Brahman, ou Ātma, o indivíduo, é o próprio Ser Ilimitado.

Vamos começar, como habitualmente, escolhendo uma postura confortável e observando, por um momento, a nossa respiração natural. Agora, pense por favor no seguinte: nosso ponto de partida para a reflexão de hoje é que a felicidade é natural para o ser humano. Você não se cansa de ser feliz. A tradição do Yoga nos mostra que felicidade é a natureza humana. Vamos compreender isso agora.

As limitações do corpomente são restritas ao corpomente e pertencem unicamente a ele. Não são “nossas”, no sentido de que o Ser não tem posses de nenhum tipo. O Ser apenas é. Fisicamente, em termos de força, resistência ou longevidade, somos limitados. Intelectualmente, temos igualmente capacidades limitadas, como memória, agilidade ou concentração.

Não obstante, o Ser que somos transcende todas as limitações físicas ou intelectuais que possam se erroneamente atribuídas a ele. O fato de não sabermos falar grego ou não compreender os pormenores da teoira da relatividade são limitações inerentes ao intelecto, não ao Ser. Isso não nos torna limitados. O Ser que você é está além dessas limitações. Quem é este Ser? Aquele que pode ser apreciado, não com os olhos do rosto, não com a mente, mas pelo Si Mesmo.

Você já é o que busca.

A síntese do grande ensinamento do Yoga são as palavras Ayam Ātma Brahman, o indivíduo é Ilimitado. Esta frase deve ser perfeitamente compreendida se quisermos uma vida tranquila e plena, apesar dos desafios e das dificuldades inerentes a qualquer existência. Para melhor compreendermos isso, vou agora dar um exercício para você. Vou dizer algumas coisas e peço por favor que você pense no que elas significam.

Para onde apontam estas palavras? Baleia. Águia. Golfinho. Raposa. Serpente. Elefante. Veja o significado. Maçã. Uva. Consciência. Terra. Céu. Nuvens. Sol. Lua. Consciência. De novo, pense.

Quero que você me dê o significado da palavra consciência. Você vê um objeto quando pensa na consciência? Livro. Violino. Casa. Você vê objetos em sua mente. Um céu azul. Estrelas brilhando. Lua crescente. Consciência. O que você vê?

Há significado, mas esse significado não aponta para um objeto. Eu sou o significado da palavra consciência. Veja isto. Um pote. Uma jarra. Um copo. Uma camisa. Consciência.

É você o significado da palavra consciência? Se você é o significado, quando pode você confundir a consciência com um objeto? Você não se confunde em relação a isso. Árvore. Consciência da árvore. Galáxia. Consciência da galáxia. Céu. Consciência do céu.

A velocidade da luz. Consciência da velocidade da luz. Consciência. É você o significado dessa palavra? Esse significado é deslocado quando você torna qualquer objeto um objeto da sua consciência? Não. Raiva. Consciência da raiva. Tristeza. Consciência da tristeza. As emoções são. Esse “são” é o real. Você reconhece o verbo ser, porque esse ser é o que você é. Aquilo que é, é a Consciência.

Visualize agora a Via Láctea. Dentro dela, um sistema solar. Dentro dele, um planeta. O planeta é. Esse “é” é o real. Você reconhece esse “é”, porque esse “é” é o que você é. Aquilo que é, é essa Consciência. Tempo e distância são objetos da consciência. A consciência não desaparece. Sua existência não cessa. Esse é o significado da palavra “é”.

Você é na forma da consciência da galáxia, do sistema solar, do planeta. Você é na consciência desta voz que está escutando agora. Você é, na forma de quaisquer objetos que possa apreciar. Esse “é” é o Ser. Brahman não está separado do verdadeiro, daquilo que é real, que é o que a pala-vra Consciência significa.

Ātma é Brahman. O indivíduo, que é você, é o próprio Ilimitado. Você é o Ilimitado. O que é esse Ilimitado, exatamente? De um dos lados da equação está o indivíduo. Do outro, o Ilimitado, todo o conhecimento, todo o poder.

Pensemos no seguinte: esta frase pode se referir a alguma característica que existe em comum

Mantra Yoga

Pedro Kupfer

Módulo 4 . Cinco Passos para a Liberdade

40. Passo 5: O Grande Ensinamento || Ayam Ātma Brahman,

o indivíduo é Ilimitado

entre você e o Ser, ou pode ser considerada uma força de expressão, como quando dizemos que Fulano é um leão, para nos referir ao fato de a é uma pessoa muito corajosa. Dizer que alguém é um leao ou um lobo, são maneiras de expressar coisas de maneira metafórica.

Porém, quando dizemos Ayam Ātma Brahman, o indivíduo é o Ilimitado, não há lugar para interpre-tações metafóricas. Estamos falando de um “algo” que, se for conhecido, permite conhecer todo o mais, da mesma maneira que se você conhecer a natureza do ouro, conhecerá todos os objetos feitos de ouro, como disse o pai para o filho na história da nossa última meditação.

Não há lugar para interpretações subjetivas quando falamos nestes mahāvākyas. Palavra e significado. Se não há mais ignorância em relação a esse “algo”, todo o resto será conhecido, uma vez que só há Brahman, e não há mais anda além de Brahman. É por isso que esses mahāvākyas, essas grandes afirmações védicas não são coisas a se tomar levianamente.

Não há chance para ninguém de imaginar outro significado para estes mahāvākyas, que não seja a exata e perfeita identidade o indivíduo e o Todo, entre você e o Ilimitado. Assim, você é a causa do universo, todo o conhecimento, todo o poder, toda a inteligência, toda a criação.

Precisamos nos descondicionar, nos livrar das crenças limitadoras. Deus, “do lado de fora” da gente, não existe. É o conhecimento que está presente em tudo, em todos, o poder, está em toda parte, no passado, no presente e no futuro. Esse que você é, é Ilimitado. Olhe para um planeta, uma estrela, o Sol: o Ser não é conhecimento somado a um desses objetos, da mesma maneira que os potes feitos de argila não se somam à argila.

Essa bênção que é este mundo, o meu corpo, no mundo, os sentidos, a mente, estão incluídos na ordem Ilimitada. Minhas limitações emocionais estão também incluídas. Portanto, o Ser existe onde eu existo agora, onde você está agora. A equação não é “O Ser é” apenas. A equação é “você é este Ser”. Apesar das aparentes limitações do corpomente, você é o Todo. Essa pessoa limitada é identificada com o Pleno. Essa visão nos mostra que não precisamos viver restritos ou limitados aos nossos próprios desejos, e muito menos restringidos à ilusão de que só seremos felizes quando conseguir-mos nos adequar àquilo que a sociedade ou os demais esperam de nós.

Não precisamos adiar a nossa felicidade, nem insistir em buscar ela fora, na aprovação ou na validação de alguém externo. Já somos amor, agora. O Ilimitado que somos está presente em todas as mani-festações da natureza, e consequentemente em todas as emoções e todos os pensamentos. Portanto, tampouco precisamos rejeitar quaisquer experiências para conhecer a nós mesmos como felicidade.

Nesse sentido, ensina um texto antigo chamado Kaṭha Upaniṣad: “Aqueles que percebem a si próprios, não como corpo ou mente, mas como o Ser ilimitado, o divino princípio da existência, encontram a fonte de toda felicidade e residem nela”.

O Yoga propõe então uma mudança de visão que, esperamos, possa inspirar você a viver uma vida mais plena, feliz e realizada, apesar dos desafios. Boas práticas. Boa vida! Bom, aqui concluímos o quarto módulo. Aqui concluímos os cinco passos para a Liberdade. Recapitulando, eles foram: relaxar, focar, expandir, transformar e contemplar.

Na próxima aula entramos na fase final do nosso encontro, onde faremos uma recapitulação de tudo o que vimos até aqui. Nosso ponto de partida será a reflexão sobre o papel da devoção: se já somos o Ilimitado, porque é que tantos mantras louvam Gaṇeśa, Śiva, Kṛṣṇa, Sarasvatī? Porque é que se fala tanto em devoção, associada à práticas desses mantras? Qual é o propósito dessas práticas? A resposta, no próximo encontro. Obrigado por nos ouvir. Tudo de bom para você!

Namaste.

oṁ bhadraṁ karṅebhiḥ ṣṛṇuyāma devāḥ | bhadraṁ paśyemākṣabhiryajatrāḥ || sthirairaṅga istuṣṭuvāṁ [guṁ] sastanūbhiḥ |

vyaśema devahitaṁ yadāyuḥ || svasti na indro vṛddhaśravāḥ |

svasti naḥ pūṣā viśvavedāḥ || svastinastārkṣyo ariṣṭanemiḥ | svastirno bṛhaspatirdadhātu ||

(5)

oṁ bhadraṁ karṅebhiḥ ṣṛṇuyāma devāḥ | bhadraṁ paśyemākṣabhiryajatrāḥ || sthirairaṅga istuṣṭuvāṁ [guṁ] sastanūbhiḥ |

vyaśema devahitaṁ yadāyuḥ || svasti na indro vṛddhaśravāḥ |

svasti naḥ pūṣā viśvavedāḥ || svastinastārkṣyo ariṣṭanemiḥ | svastirno bṛhaspatirdadhātu ||

oṁ śāntiḥ śāntiḥ śāntiḥ ||

bhadraṁ – o que é significativo, auspicioso; karṅebhiḥ – com os ouvidos; ṣṛṇuyāma – que

possa-mos escutar; devāḥ – Ó devas!; bhadraṁ – auspicioso; paśyema – que possapossa-mos enxergar;

akṣabhiḥ – com os olhos; yajatrāḥ – Ó devas!; sthirairaṅga – com os membros firmes; tuṣṭuvāṁsaḥ

– glorificar; tanūbhiḥ – através das palavras dos Vedas; vyaśema – que possamos desfrutar;

devahitaṁ – abençoados pelos devas; yad – esse; āyuḥ – uma vida completa; svasti – aquilo que

é auspicioso; naḥ – para nós; Indraḥ – a Consciência manifestada na atmosfera, na forma do resplendor do raio; vṛddhaśravāḥ – que possui grande fama; svasti – aquilo que é auspicioso; naḥ – para nós; Pūṣā – a Consciência manifestada no céu, na forma do brilho do sol; viśvavedāḥ – aquele que tudo conhece, que é todo o conhecimento; svasti – aquilo que é auspicioso; naḥ – para nós; Tārkṣya – um nome de Garuḍa, o deus-águia, que simboliza a eloquência; ariṣṭanemiḥ – que não tem obstáculos para voar; svasti – aquilo que é auspicioso; naḥ – para nós; Bṛhaspatiḥ – o guru; dadhātu – que nos abençoe com sua grande inteligência; Oṁ – símbolo sonoro que aponta para o Ser; śāntiḥ śāntiḥ śāntiḥ – paz, paz, paz.

“Ó Forças da Natureza! Que possamos ouvir com nossos ouvidos aquilo que é significativo. Que possamos ver com nossos olhos o que é livre de limitação. Ó Forças da Natureza! Que saibamos reverenciar o Ser com as palavras de sabedoria dos Vedas. Que possamos viver uma vida plena, com firmeza em todas as partes do corpo. Que Indra, de grande fama, nos abençoe com aquilo que é auspicioso. Que o Sol, que é Todo-o-Conhecimento, nos abençoe com aquilo que é auspicioso. Que Garuḍa, que voa livremente no espaço, nos abençoe com aquilo que é auspicioso. Que Bṛhaspati (o guru), de grande inteligência, nos abençoe com aquilo que é auspicioso. Oṁ. Paz, paz paz”.

Olá. Bom dia. Hoje faremos a quarta e última prática sobre os mantras védicos, os quatro

mahāvākyas. Com ela, completaremos o processo de cinco passos em direção à liberdade. Este

último mantra pertence ao Athārva Veda, e está na Māṇḍūkya Upaniṣad. Esse mantra é Ayam Ātma Brahman, ou Ātma, o indivíduo, é o próprio Ser Ilimitado.

Vamos começar, como habitualmente, escolhendo uma postura confortável e observando, por um momento, a nossa respiração natural. Agora, pense por favor no seguinte: nosso ponto de partida para a reflexão de hoje é que a felicidade é natural para o ser humano. Você não se cansa de ser feliz. A tradição do Yoga nos mostra que felicidade é a natureza humana. Vamos compreender isso agora.

As limitações do corpomente são restritas ao corpomente e pertencem unicamente a ele. Não são “nossas”, no sentido de que o Ser não tem posses de nenhum tipo. O Ser apenas é. Fisicamente, em termos de força, resistência ou longevidade, somos limitados. Intelectualmente, temos igualmente capacidades limitadas, como memória, agilidade ou concentração.

Não obstante, o Ser que somos transcende todas as limitações físicas ou intelectuais que possam se erroneamente atribuídas a ele. O fato de não sabermos falar grego ou não compreender os pormenores da teoira da relatividade são limitações inerentes ao intelecto, não ao Ser. Isso não nos torna limitados. O Ser que você é está além dessas limitações. Quem é este Ser? Aquele que pode ser apreciado, não com os olhos do rosto, não com a mente, mas pelo Si Mesmo.

Você já é o que busca.

A síntese do grande ensinamento do Yoga são as palavras Ayam Ātma Brahman, o indivíduo é Ilimitado. Esta frase deve ser perfeitamente compreendida se quisermos uma vida tranquila e plena, apesar dos desafios e das dificuldades inerentes a qualquer existência. Para melhor compreendermos isso, vou agora dar um exercício para você. Vou dizer algumas coisas e peço por favor que você pense no que elas significam.

Para onde apontam estas palavras? Baleia. Águia. Golfinho. Raposa. Serpente. Elefante. Veja o significado. Maçã. Uva. Consciência. Terra. Céu. Nuvens. Sol. Lua. Consciência. De novo, pense.

Quero que você me dê o significado da palavra consciência. Você vê um objeto quando pensa na consciência? Livro. Violino. Casa. Você vê objetos em sua mente. Um céu azul. Estrelas brilhando. Lua crescente. Consciência. O que você vê?

Há significado, mas esse significado não aponta para um objeto. Eu sou o significado da palavra consciência. Veja isto. Um pote. Uma jarra. Um copo. Uma camisa. Consciência.

É você o significado da palavra consciência? Se você é o significado, quando pode você confundir a consciência com um objeto? Você não se confunde em relação a isso. Árvore. Consciência da árvore. Galáxia. Consciência da galáxia. Céu. Consciência do céu.

A velocidade da luz. Consciência da velocidade da luz. Consciência. É você o significado dessa palavra? Esse significado é deslocado quando você torna qualquer objeto um objeto da sua consciência? Não. Raiva. Consciência da raiva. Tristeza. Consciência da tristeza. As emoções são. Esse “são” é o real. Você reconhece o verbo ser, porque esse ser é o que você é. Aquilo que é, é a Consciência.

Visualize agora a Via Láctea. Dentro dela, um sistema solar. Dentro dele, um planeta. O planeta é. Esse “é” é o real. Você reconhece esse “é”, porque esse “é” é o que você é. Aquilo que é, é essa Consciência. Tempo e distância são objetos da consciência. A consciência não desaparece. Sua existência não cessa. Esse é o significado da palavra “é”.

Você é na forma da consciência da galáxia, do sistema solar, do planeta. Você é na consciência desta voz que está escutando agora. Você é, na forma de quaisquer objetos que possa apreciar. Esse “é” é o Ser. Brahman não está separado do verdadeiro, daquilo que é real, que é o que a pala-vra Consciência significa.

Ātma é Brahman. O indivíduo, que é você, é o próprio Ilimitado. Você é o Ilimitado. O que é esse Ilimitado, exatamente? De um dos lados da equação está o indivíduo. Do outro, o Ilimitado, todo o conhecimento, todo o poder.

Pensemos no seguinte: esta frase pode se referir a alguma característica que existe em comum

entre você e o Ser, ou pode ser considerada uma força de expressão, como quando dizemos que Fulano é um leão, para nos referir ao fato de a é uma pessoa muito corajosa. Dizer que alguém é um leao ou um lobo, são maneiras de expressar coisas de maneira metafórica.

Porém, quando dizemos Ayam Ātma Brahman, o indivíduo é o Ilimitado, não há lugar para interpre-tações metafóricas. Estamos falando de um “algo” que, se for conhecido, permite conhecer todo o mais, da mesma maneira que se você conhecer a natureza do ouro, conhecerá todos os objetos feitos de ouro, como disse o pai para o filho na história da nossa última meditação.

Não há lugar para interpretações subjetivas quando falamos nestes mahāvākyas. Palavra e significado. Se não há mais ignorância em relação a esse “algo”, todo o resto será conhecido, uma vez que só há Brahman, e não há mais anda além de Brahman. É por isso que esses mahāvākyas, essas grandes afirmações védicas não são coisas a se tomar levianamente.

Não há chance para ninguém de imaginar outro significado para estes mahāvākyas, que não seja a exata e perfeita identidade o indivíduo e o Todo, entre você e o Ilimitado. Assim, você é a causa do universo, todo o conhecimento, todo o poder, toda a inteligência, toda a criação.

Precisamos nos descondicionar, nos livrar das crenças limitadoras. Deus, “do lado de fora” da gente, não existe. É o conhecimento que está presente em tudo, em todos, o poder, está em toda parte, no passado, no presente e no futuro. Esse que você é, é Ilimitado. Olhe para um planeta, uma estrela, o Sol: o Ser não é conhecimento somado a um desses objetos, da mesma maneira que os potes feitos de argila não se somam à argila.

Essa bênção que é este mundo, o meu corpo, no mundo, os sentidos, a mente, estão incluídos na ordem Ilimitada. Minhas limitações emocionais estão também incluídas. Portanto, o Ser existe onde eu existo agora, onde você está agora. A equação não é “O Ser é” apenas. A equação é “você é este Ser”. Apesar das aparentes limitações do corpomente, você é o Todo. Essa pessoa limitada é identificada com o Pleno. Essa visão nos mostra que não precisamos viver restritos ou limitados aos nossos próprios desejos, e muito menos restringidos à ilusão de que só seremos felizes quando conseguir-mos nos adequar àquilo que a sociedade ou os demais esperam de nós.

Mantra Yoga

Pedro Kupfer

Módulo 4 . Cinco Passos para a Liberdade

40. Passo 5: O Grande Ensinamento || Ayam Ātma Brahman,

o indivíduo é Ilimitado

Não precisamos adiar a nossa felicidade, nem insistir em buscar ela fora, na aprovação ou na validação de alguém externo. Já somos amor, agora. O Ilimitado que somos está presente em todas as mani-festações da natureza, e consequentemente em todas as emoções e todos os pensamentos. Portanto, tampouco precisamos rejeitar quaisquer experiências para conhecer a nós mesmos como felicidade.

Nesse sentido, ensina um texto antigo chamado Kaṭha Upaniṣad: “Aqueles que percebem a si próprios, não como corpo ou mente, mas como o Ser ilimitado, o divino princípio da existência, encontram a fonte de toda felicidade e residem nela”.

O Yoga propõe então uma mudança de visão que, esperamos, possa inspirar você a viver uma vida mais plena, feliz e realizada, apesar dos desafios. Boas práticas. Boa vida! Bom, aqui concluímos o quarto módulo. Aqui concluímos os cinco passos para a Liberdade. Recapitulando, eles foram: relaxar, focar, expandir, transformar e contemplar.

Na próxima aula entramos na fase final do nosso encontro, onde faremos uma recapitulação de tudo o que vimos até aqui. Nosso ponto de partida será a reflexão sobre o papel da devoção: se já somos o Ilimitado, porque é que tantos mantras louvam Gaṇeśa, Śiva, Kṛṣṇa, Sarasvatī? Porque é que se fala tanto em devoção, associada à práticas desses mantras? Qual é o propósito dessas práticas? A resposta, no próximo encontro. Obrigado por nos ouvir. Tudo de bom para você!

Namaste.

oṁ bhadraṁ karṅebhiḥ ṣṛṇuyāma devāḥ | bhadraṁ paśyemākṣabhiryajatrāḥ || sthirairaṅga istuṣṭuvāṁ [guṁ] sastanūbhiḥ |

vyaśema devahitaṁ yadāyuḥ || svasti na indro vṛddhaśravāḥ |

svasti naḥ pūṣā viśvavedāḥ || svastinastārkṣyo ariṣṭanemiḥ | svastirno bṛhaspatirdadhātu ||

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