Anais da
Semana de Pedagogia da UEM
ISSN Online: 2316-9435XXI Semana de Pedagogia
IX Encontro de Pesquisa em Educação 20 a 23 de Maio de 2014
ANALFABETISMO FUNCIONAL: UM DESAFIO PARA A EDUCAÇÃO
BRASILEIRA
BATISTA, Lais Lourenço SETOGUTI, Ruth Izumi (orientador) lais@escolanotredame.com.br UEM Fundamentos da educação
Introdução
O Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf), esse indicador do alfabetismo funcional da população adulta brasileira, criado em 2001 pelo Instituto Paulo Montenegro (IPM), junto a ONG Ação Educativa. O Inaf organiza um relatório e apresenta análises e interpretações dos resultados das mensurações dos níveis de alfabetismo da população adulta revela que a alfabetização brasileira passa por problemas.
O Inaf (2013, s/p.) avalia as habilidades de leitura e de escrita dos brasileiros entre 15 e 64 anos, revelando que apenas 1 em cada 4 pessoas é alfabetizada plenamente. Os índices são inaceitáveis para um país que está na sétima posição entre as maiores economias mundiais: Estados Unidos, China, Japão, Alemanha, França e Reino Unido. O analfabetismo funcional atinge 35% dos formados no ensino médio e na graduação, de acordo com o Inaf (2013).
Analfabeto funcional é aquele indivíduo que mesmo sabendo ler e escrever, não consegue entender o que está escrito, diferente do analfabeto que é a pessoa que não sabe ler e escrever, não tem domínio nenhum dos códigos (alfabeto). No intuito de sanar este problema, o Governo Federal lançou um programa Pacto Nacional de Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), no qual direciona a necessidade de que a alfabetização ocorra até o final do terceiro ano, aos oito anos de idade. Porém, ao nos deparamos com as evidências científicas, verificamos que esse programa não está de acordo ao que é indicado para alfabetização, suas contribuições e recomendações, como a necessidade de adotar um método para alfabetizar.
Em 2009, no Rio de Janeiro, foi realizada uma avaliação com alunos dos 3°s, 4°s e 5°s anos do Ensino Fundamental de todas as escolas públicas. As crianças avaliadas não dominavam a leitura e nem a escrita com fluência, diante desta realidade, profissionais da educação junto com a diretora da escola e professores decidiram que essas crianças voltariam aos conteúdos iniciais para reaprender a leitura e a escrita. Devido ao fato de esses resultados mostrarem que mais de 28 mil alunos entre 200 mil do Ensino Fundamental do Rio de Janeiro eram analfabetos funcionais, neste mesmo ano criou-se o Programa de Realfabetização,
Para estudar o analfabetismo funcional analisamos os dados dos alunos do Ensino Fundamental que estão no Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) e Prova Brasil. Esses são dois exames complementares que compõem o que abrange estudantes das redes públicas e privadas do país, localizados em área rural e urbana, matriculados no 5ºs e 9ºs anos do ensino fundamental e, também, no 3º ano do ensino médio. O Programa Internacional de Avaliação de Aluno, (PISA), avalia os estudantes com objetivo realizar uma comparação entre o desempenho de alunos em diversos países e aplica avaliações em estudantes de 15 anos de idade, faixa etária média do término da escolaridade básica obrigatória. Também será usado o Inaf como indicador ao qual mostra os baixos níveis de aprendizagem em leitura dos alunos que concluem o Ensino Fundamental.
Em 2012, por meio da Prova ABC que contém 20 questões de múltipla escolha e uma redação, os resultados mostraram que das crianças que concluíram o 3° ano do Ensino Fundamental, somente 56,1% aprenderam o mínimo esperado em Leitura e Escrita.
O analfabetismo funcional sempre esteve em toda a sociedade, todas as classes sociais e etnias. Moreira (2003) relata a necessidade de a criança ter um ensino em que ela pense e não apenas decore conteúdos e que é fundamental começar as atividades logo na primeira infância, ou seja, os 5 primeiros anos de vida de uma criança. Esta é uma etapa relevante na aprendizagem momentânea e futura do indivíduo.
Os motivos que podem levar ao analfabetismo funcional são de questões sociais, políticas, econômicas, culturais. Um dos fatores que pode ser visto como agravante ao analfabetismo funcional é falta de um Plano Nacional de Educação para a população. Outro agravante seria a falta de clareza dos métodos que estão nos documentos oficiais como o PNAIC e os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), referência para os Ensinos Fundamental e Médio de todo o país. Estes documentos visam garantir a todas as crianças e jovens brasileiros, mesmo em locais com condições socioeconômicas desfavoráveis, o direito de usufruir do conjunto de conhecimentos reconhecidos como necessários para o exercício da cidadania.
De acordo com Moreira (2003), a primeira nação a se preocupar com o problema do analfabetismo funcional foram os Estados Unidos da América (EUA) durante a 1ª Guerra Mundial. Essa preocupação nasceu no âmbito do setor militar, após as evidências empíricas demostrarem que os soldados analfabetos funcionais apresentavam grande dificuldade para montar armamentos e em função disso eram os mais vulneráveis nos campos de batalha. Geralmente morriam primeiro.
A definição do que era analfabeto funcional, dada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) em 1958, era ainda vaga e pouco definida analfabeto funcional é aquele indivíduo que mesmo sabendo ler e escrever não consegue entender o real significado da escrita, e assim não viabiliza seu desenvolvimento pessoal e profissional.
Para definir melhor o que é o analfabeto funcional em 2006, passou-se a utilizar-se de avaliações com perguntas com vários graus de dificuldades e assim definir níveis em que uma pessoa se encontra em alfabetização. Passa-se a ter quatro níveis: 1- Analfabeto: pessoas que não tem a capacidade de realizar tarefa simples como a leitura de um texto pequeno, porém, alguns deles conseguem decifrar números familiares como telefone e preços; 2- Rudimentar: pessoas que conseguem localizar em um texto curto informações explícitas e manusear o dinheiro; 3- Básico: pessoas classificadas neste nível são consideradas funcionalmente alfabetizadas. Apresentam habilidade para a leitura e compreensão de textos de média extensão, conseguem localizar informações recorrendo, se necessário, a inferências, leem números na casa dos milhões, resolvem problemas que envolvem operações simples e apresentam noção de proporcionalidade. Suas limitações, no entanto, residem no fato de apresentar dificuldade para realizar operações que exijam maior número de elementos, etapas ou relações; 4- Pleno: pessoas interpretam textos sem dificuldades fazendo relações, comparando e avaliando, (INAF, 2013. s/p.).
Apesar da má qualidade da alfabetização, ainda assim ocorreu nos últimos anos um avanço na educação brasileira, como o aumento no número de pessoas que conclui o ensino médio e a elevação de pessoas cursando o ensino superior. Todavia, dados levantados pelo Inaf, apontam que apenas 65% dessas pessoas são plenamente alfabetizadas. Ou seja, 35 % não foram alfabetizadas adequadamente.
O Brasil reduziu pela metade o percentual de pessoas de 15 e 64 anos analfabetas, ou seja, quem não consegue realizar a leitura de palavras simples, indo de 12% em 2001-2002 para 6%. Porém, grande parte da população não atinge um índice mínimo de alfabetismo, e
segundo o SAEB (2002), somente 64,9% dos jovens de 16 anos concluíram o ensino fundamental e 51,1% dos jovens de 19 anos concluíram o ensino médio e esse mesmo relatório, verificamos que o percentual da população alfabetizada funcionalmente, ou seja, o indivíduo que lê, mas não compreende, foi de 61% em 2001 para 73% em 2011.
Analisados os dados de alfabetização, o nível de Alfabetizado Pleno se manteve estático e o número de analfabetos vem caindo e passando de Alfabetos Rudimentares a Alfabetos Básicos. Ocorre ainda uma dificuldade em fazer com que pessoas consigam atingir a alfabetização, tornando-se assim um desafio para a educação brasileira, pois mesmo com os investimentos na qualidade do ensino e o acréscimo de mais um na educação fundamental não foi possível conter a defasagem na Alfabetização Plena.
Essa trágica realidade encontra eco nos testes realizados por jovens brasileiros de 15 anos no PISA, conforme informa Oliveira (2009, s/p.)
[...] 60% dos brasileiros são analfabetos funcionais, ou seja, embora conheçam o alfabeto não sabem fazer uso adequado dele no seu dia a dia. As pesquisas anuais do Instituto Montenegro vão na mesma direção: um pouco mais de 30% das pessoas que circulam pelas ruas compreendem o sentido de textos simples.
Esses números são assustadores, pois para o cidadão ter plena inserção na sociedade letrada é preciso que ele tenha o domínio de habilidades requeridas no Alfabetismo Pleno. A prática de leitura e leitura de livros contribui para o desenvolvimento do conhecimento e por isso é necessário com que os alunos leem fora da sala de aula, segundo Moreira (2003, p. 12) “Alfabetização não é sinônimo de escolaridade” e pessoas analfabetas funcionais possuem desvantagens perante a sociedade não conseguindo usufruir todos os seus direitos e isso acaba por refletir em seus futuros filhos que também poderão manter esse círculo vicioso.
O Brasil é desigual em termos sociais, econômicos e também em educação, percebe-se logo uma deficiência e falta de um Plano Nacional de Educação a nível nacional, pois alunos do Sudeste e Sul de acordo com o Inaf (2011) atingem níveis dentro dos padrões de aprendizagem enquanto alunos do nordeste e norte não atingem a taxa mínima exigida chegando ao índice chega a 22% em alguns estados, ocorrendo assim uma desigualdade educacional no contexto regional. Temos os exemplos de Minas Gerais, 49% das crianças atingiram o nível adequado em matemática e no Amazonas, nem 10%, Goiás 42% sabem escrever adequadamente e no Pará, apenas 11% tiveram um bom resultado. Pessoas que não atingem uma alfabetização plena, e se tornam analfabetos funcionais e não conseguem
interagir de forma adequada na sociedade e com o meio e não conseguem desempenhar papeis adequados em seus empregos.
Uma pessoa alfabetizada plenamente, segundo Moreira (2003), terá maior probabilidade de ter melhores empregos e melhores salários, portanto, uma qualidade de vida melhor. Vivemos em uma sociedade em que a leitura e a escrita são primordiais para o desenvolvimento pessoal e interpessoal e também para que ocorra o fortalecimento do país economicamente, pois quando um país investe em educação ele requer retornos desta educação.
Na década de 1990, a preocupação que existia em relação à educação brasileira era de que o acesso à escola fosse levado a toda população, esse ponto chegou a ser resolvido, hoje o problema está na qualidade do ensino, pois segundo dados do IBGE, em 2011 se teve a universalização do acesso de todas as crianças de 6 a 14 anos à escola atingindo 98,2% da população.
Em contrapartida, a alfabetização passou a ser alvo de críticas por não estar alcançando o seu objetivo, que é desenvolver na criança habilidades de leitura e da escrita nas práticas sociais que envolvem a língua escrita. Reconhecemos a necessidade de ações que melhorem a qualidade da educação como um todo, desde a educação infantil até o ensino superior.
É necessário saber que a criança precisa aprender na idade correta para que a leitura e a escrita façam sentido e, assim, ela possa buscar novos conhecimentos e desafios, pois, se esta não está alfabetizada terá dificuldades em seguir com novos conteúdos de aprendizagem.
O Governo Federal criou o PNAIC para ajudar na alfabetização, porém, os alunos saem do ensino fundamental alfabetizado funcionalmente com níveis baixos em leitura, escrita e compreensão de texto.
O aperfeiçoamento dos indicadores educacionais expressos em consideração à qualidade da educação ainda é baixo. Como diz Oliveira (2009)
[...] 60% dos brasileiros são analfabetos funcionais, ou seja, embora conheçam o alfabeto não sabem fazer uso adequado dele no seu dia a dia. As pesquisas anuais do Instituto Montenegro vão na mesma direção: um pouco mais de 30% das pessoas que circulam pelas ruas compreendem o sentido de textos simples. (OLIVEIRA, João Batista Araujo e. O presidente, o ministro e o analfabetismo. Jornal
O autor chama a atenção para um dos mais candentes problemas da educação no Brasil: o analfabetismo funcional. Um dos maiores desafios da educação básica brasileira, para compreender a situação da qualidade da alfabetização segundo os dados do Instituto Paulo Montenegro e a ONG Ação Educativa.
Para alcançar bons resultados educacionais é preciso que haja professores qualificados e que a escola adote procedimentos pedagógicos eficazes como a revisão diária do material ensinado, passar diariamente dever de casa e corrigir em sala de aula, revisão de conteúdo ensinado, avaliação frequente da aprendizagem, explicar os objetivos e resumir o conteúdo que será dito, passar atividades específicas para alunos com dificuldades, fazer com que o aluno pratique e faça exercícios também de forma independente, fazer com que a criança atinja um princípio alfabético para decodificar as palavras, fluência de leitura e assim o princípio ortográfico.
O Brasil no ano de 2000 assinou um acordo no Dacar (Senegal), junto a 164 países o acordo para melhorar em 50% os níveis de alfabetização de adultos até 2015, estabelecendo metas como: toda criança e jovem de 4 a 17 anos deverão estar na escola, todas as crianças deverão estar alfabetizadas até os 8 anos, todo aluno deve estar com a aprendizagem adequada de acordo com o seu ano, todos os jovens com 19 anos deverão estar com o Ensino Médio concluído e todo investimento para a educação deve ser ampliado, ou seja, o PIB para educação deve ser no mínimo de 5%. De acordo com o relatório feito pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) o Brasil está com muitas dificuldades de alcançar essas metas, enquanto outros países tiveram alcances significativos. O Brasil ocupa a 8ª posição no ranking de países com analfabetos atingindo no ano de 2012 o total 13,2 milhões de analfabetos, número reconhecido pela Unesco, ou seja 8,7% da população brasileira é analfabeta.
Objetivos
O objetivo desta pesquisa é conhecer os fundamentos dos indicadores que abordam o Analfabetismo Funcional com base nos dados da Saeb, Prova Brasil e PISA, apresentar os fundamentos desses indicadores analisando sua metodologia de pesquisa, discutir o método de alfabetização diante ao analfabetismo funcional verificando argumentos de especialistas e entender o porquê os indicadores sobre o analfabetismo e problemas da educação não causam impacto perante a sociedade acadêmica. Para assim poder ajudar nas discussões relacionadas
a este mal que está afetando cada vez mais a população brasileira e consequentemente revelando a precarização no sistema brasileiro de educação.
Metodologia
Está pesquisa é de natureza exploratória, apoia-se em livros e autores como João Batista Araújo e Oliveira (2008, 2009), Fernando Veloso (2009), Otaviano Helene (2006), Alessandra Capovilla (2002) e em dados contidos no Inaf (2013), o qual traz os números de pessoas alfabetizadas funcionalmente. Para a pesquisa foi investigada a situação da alfabetização no Brasil, o número de analfabetos e alfabetos funcionais entre os estudantes brasileiros, e cruzar dados do Inaf, da Prova Brasil, do Saeb, da Prova ABC e do PISA.
O Brasil vem desde a década de 1990 empreendendo um imenso esforço em coletar informações qualitativas e quantitativas sobre a educação no País para verificar a qualidade de ensino oferecida aos alunos. Nesse sentido, a avaliação em larga escala permite qualificar o debate sobre a busca da qualidade do ensino com base no desempenho quantitativo de alunos, no caso específico, em leitura e matemática.
Resultados
A partir da década de 90 com a construção dos sistemas de avaliação da educação, os indicadores sobre a educação brasileira começam a ter melhores resultados, ocorrendo à expansão do ensino fundamental e ensino médio, pois até então a educação sofria um grande descaso, porém, a educação brasileira é de péssima qualidade de acordo com as resultados obtidos pelos exames do SAEB e Prova Brasil.
O Movimento Todos pela Educação, instituição criada no ano de 2006 pela sociedade civil, com finalidade de melhorar a educação brasileira até o ano de 2022 e assegurar que todas as crianças e jovens tenham direito e acesso a educação básica de qualidade com uma alfabetização adequada e assim ter o sucesso escolar. De acordo com o Movimento (2008, s/p.), em1995, 29% dos jovens com 16 anos concluíram ensino fundamental, e em 2007 esse percentual foi para 61% de jovens concluindo o ensino fundamental, e nesse mesmo período, jovens de 19 anos com ensino médio completo aumentou de 17% para 45%.
Segundo o IBGE (2010, s/p.), no ano de 2009, 98% das crianças de 8 a 14 anos e jovens de 15 a 17 anos 85% frequentavam a escola, um aumento significativo para a educação brasileira desde a década de 90 até 2010. Mesmo o ensino fundamental ter alcançado grande parte da população brasileira, ainda há um grande número que não atingem esse grau de estudo.
Algo preocupante para o Brasil é que mesmo com o acesso da maior parte da população a escola os indicadores mostram que a qualidade do ensino continuou estática, como mostra o indicador criado pelo Movimento Todos Pela Educação (2008, s/p.) que no ano de 2007 apenas 28% dos alunos da 4ª, 21% dos alunos da 8ª série e 25% dos estudantes do 3° ano do ensino médio série atingiu o nível esperado em língua portuguesa, ou seja, grande parte dos estudantes brasileiros não atinge o mínimo esperado de qualidade na educação.
De acordo com o PISA, em 2000 os estudantes melhores estudantes brasileiros estavam entre os mais mal colocados entre todos os países participantes, e entre 2000 e 2009 o desempenho dos alunos brasileiros aumentou 16 pontos em leitura. Pequenos progressos também ocorrem no ensino médio, tornando-se algo insatisfatório e sem perspectiva, cujo em 2005 a 2009 os alunos de escolas públicas do 3° ano do ensino médio, obtiveram um aumento de 2 pontos em língua portuguesa , de 260 foram para 262 pontos, ou seja, a qualidade da educação está precário, pois, de acordo com o Todos pela Educação esse alunos teriam que atingir no mínimo 300 pontos.
O que podemos certificar com base nos dados do Inaf (2011) é que o Brasil, mesmo tendo aumentado consideravelmente a escolaridade média da população, em linhas gerais não conseguiu melhorar a qualidade de sua educação. Os alunos geralmente não conseguem acompanhar a escola e acabam por abandoná-la.
Por meio de dados e evidencias cientificas, podemos concluir que o governo brasileiro obteve sucesso na ampliação de matrículas e nos esforços empreendidos para que a população concluísse o Ensino Médio e chegasse ao Ensino Superior, porém isso não resultou em ganhos de aprendizagem.
Ocorre uma necessidade de despertar o gosto pela leitura, fazer com que as crianças sejam estimuladas para começar a ler.
O Brasil é um país que não tem conseguido combater o analfabetismo funcional, pelo contrário, os dados têm mostrado que a educação brasileira é uma fábrica de analfabetos funcionais, necessitando assim de uma revisão de conceitos relacionados à educação, para que
não se alastre e gere um caos ou até mesmo a uma não reversão deste problema que está se alastrando e atingindo todos os níveis de educação.
Esses números são assustadores, pois para o cidadão ter plena inserção na sociedade letrada é preciso que ele tenha o domínio de habilidades requeridas no Alfabetismo Pleno. O analfabetismo funcional está em toda a sociedade, em todas as classes sociais. Por isso, há necessidade de se proporcionar uma educação infantil de forma adequada, pois o que a criança aprende ela jamais esquecerá, porém, em momento algum se pode pensar que o adulto analfabeto não possa ser modificado. Pessoas que não sabem ler e escrever não consegue viver com o mínimo de qualidade de vida.
Conclusões
Ser alfabetizado é imprescindível para o cidadão viver adequadamente em sociedade, pois, é por intermédio da linguagem, que o homem se comunica, tem acesso à informação, se expressa e defende pontos de vista, partilha ou constrói visões de mundo, produz conhecimento. A criança que será alfabetizada necessita adquirir competências básicas para o processo de leitura e escrita. Cabe ao professor ensinar as crianças a lerem, passando a ser inaceitável o Brasil ter um elevado número de pessoas que terminam o Ensino Médio analfabeto funcional.
Um dos principais problemas educacionais brasileiro é o fracasso que se tem na alfabetização dos cidadãos, evidenciado pelos resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB), da Prova Brasil e do Programa Internacional de Avaliação de Aluno (PISA), os quais em suas edições sistematicamente revelam o baixo desempenho dos alunos brasileiros, fazendo nos refletir sobre a importância de se ter uma definição clara acerca do que é alfabetização.
É imprescindível, indispensável, para profissionais da educação, ter a compreensão da alfabetização, as evidências científicas sobre o assunto, conhecer os métodos de alfabetização e qual são os mais adequados para o ensino, para assim contribuir para uma educação de eficácia e qualidade.
É necessário que todos os envolvidos com a educação, principalmente pedagogos e profissionais da educação básica, conheçam a realidade da alfabetização, as ações que o governo realiza para sua melhoria e os estudos realizados acerca do assunto, com suas evidências científicas como a utilização do método fônico para o processo de alfabetização.
Para a sociedade em geral todos podem conhecer a realidade da alfabetização, seus desafios e os estudos sobre o tema, para informarem-se adequadamente, para auxiliarem no processo de alfabetização de seus filhos, por exemplo, e ainda auxiliar a reflexão dos profissionais e estudantes da área educacional acerca de suas práticas metodológicas para a alfabetização.
Algo que irá ajudar o individuo, fazendo com que alcance a Alfabetização Plena é a prática de leitura de livros. Pessoas analfabetas funcionais possuem grandes desvantagens perante a sociedade não conseguindo usufruir todos os seus direitos e isso reflete em seus futuros filhos que também poderão manter esse círculo vicioso.
Referências
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VELOSO, F. 15 anos de avanços na educação no Brasil: onde estamos? In: VELOSO, F. et al. (Org.). Educação básica no Brasil: construindo o país do futuro. Rio de Janeiro: Campus, 2009. p. 3-24.