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ACÓRDÃO. Poder Judiciário do Estado da Paraíba Tribunal de Justiça Gabinete da Desembargadora Maria das Neves do Egito de A. D.

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Poder Judiciário do Estado da Paraíba Tribunal de Justiça

Gabinete da Desembargadora Maria das Neves do Egito de A. D. Ferreira

ACÓRDÃO

MANDADO DE SEGURANÇA No 999.2011.000900-1/001

RELATORA: Juíza Vanda Elizabeth Marinho, convocada para substituir a Desembargadora Maria das Neves do Egito de A. D. Ferreira

IMPETRANTE: Maria da Conceição Maciel Remígio ADVOGADO: Miguel Moura Lins Silva

lo IMPETRADO: Presidente da PBPREV

20 IMPETRADO: Presidente do Tribunal de Contas do Estado - TCE/PB INTERESSADO: Estado da Paraíba

PROCURADOR: Augusto S. de Brito Pereira INTERSSADA: PBPREV - Paraíba Previdência PROCURADOR: Daniel Sebadelhe Aranha

MANDADO DE SEGURANÇA PREVENTIVO.

ADMINISTRATIVO. REVISÃO DE APOSENTADORIA

DE SERVIDOR PÚBLICO, COM BASE NO ART. 40,

§3 0, DA CONS1H UIÇÃO FEDERAL.

IMPOSSIBILIDADE. REQUISITOS PREVISTOS NO

ART. 40, §40, II e III, DA LEI MAIOR E NO ART.

117 DA LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL No

85/2008 (LEI ORGÂNICA DA POLÍCIA CIVIL DA

PARAÍBA). PREENCHIMENTO. DIREITO LÍQUIDO

E CERTO COMPROVADO. CONCESSÃO DA ORDEM

MANDAMENTAL.

- Preenchidos os requisitos estabelecidos nos

dispositivos constitucionais e na legislação

complementar estadual, como a comprovação do

tempo de contribuição (25 anos) e o efetivo

serviço na Polícia Civil da Paraíba (15 anos),

desenvolvendo atividade de risco, é inquestionável

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o direito líquido e certo da impetrante, a merecer resguardo por meio do presente mandamus.

VISTOS, relatados e discutidos estes autos.

ACORDA o Egrégio Tribunal de Justiça da Paraíba, em Sessão

Plenária, por unanimidade, conceder a ordem mandamental.

MARIA DA CONCEIÇÃO MACIEL REMÍGIO, visando impedir a redução de seus proventos de aposentadoria, impetrou mandado de segurança preventivo com pedido de liminar contra atos a serem praticados pelos PRESIDENTES DA PBPREV e do TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA PARAÍBA - TCE/PB.

A impetrante afirma que é Escrivã da Polícia Civil, aposentada voluntariamente por tempo de contribuição, através da Portaria-A-no 1572, de 17 de dezembro de 2008 (fls. 24). Diz que sua aposentadoria foi concedida após o preenchimento de todos os requisitos constitucionais e legais previstos, tais como possuir 25 (vinte e cinco) anos de contribuição e 15 (quinze) anos de atividade policial.

Alega que recebeu da PBPREV a Notificação no 249/2011 e o Ofício no 2806/11, este último do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE/PB), através dos quais foi informada de que havia sido instaurado

contra si um processo administrativo para analisar o ato de registro de concessão de aposentadoria perante o órgão previdenciário, por ter sido

detectada uma suposta irregularidade nos cálculos proventuais.

A Notificação/PBPREV no 249/2011, acostada às fls. 21, que

resume toda a controvérsia, contém a seguinte redação:

Notificamos Vossa Senhoria para informar que por ocasião da análise do seu ato de concessão de aposentadoria junto ao Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (PROCESSO TC No 6330/10), este Órgão Técnico de Controle Externo deu por detectar uma irregularidade no benefício de aposentadoria concedido a V. S.a., no que se refere aos cálculos proventuais, pois há de se aplicar o §3 0 do artigo 40 da Constituição Federal, e o valor do provento será calculado, de acordo com o art. 1 0 da Lei no 10.887/2004. Nesse sentido, deu o TCE-PB por notificar a PBPREV, a quem compete a concessão e revisão dos benefícios de aposentadoria dos servidores do Estado da Paraíba, para

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restabelecer a legalidade do ato, procedendo à exclusão da parcela acima referida do cálculo proventual.

Dessa forma, informamos que V. S.a. poderá comparecer a esta Autarquia Previdenciária, no prazo razoável de 15 dias, para fins de esclarecimento acerca do referido, bem como para, querendo, apresentar defesa cabível.

Por fim, saliente-se que a ausência de manifestação no tempo acima desprendido ensejará redução no valor do benefício, em vista da ilegalidade antes apontada, por força do que dispõe o art. 71, inciso III, da Constituição Federal, além da Súmula Vinculante no 03 do Supremo Tribunal Federal.

A impetrante afirma, ainda, nas razões iniciais do mandamus,

que preencheu todos os requisitos legais para sua aposentadoria e que, no presente caso, operou-se a decadência do direito da Administração Pública de rever, de ofício, seus atos eivados de ilegalidade, conforme previsão do art. 54 da Lei n° 9.784/99, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal.

Requereu, ao final, a concessão de liminar, o que foi indeferido por esta relatoria, às fls. 129/133.

Apenas a PBPREV prestou as informações (fls. 141/146).

A Procuradoria de Justiça, no parecer de fls. 152/157, deixou de opinar acerca do mérito, por entender ausente interesse público que torne obrigatória sua intervenção.

É o relatório.

VOTO: Juíza VANDA ELIZABETH MARINHO Relatora

Inicialmente, cumpre ressaltar que o mandado de segurança é ação especial, prevista no art. 5°, inciso LXIX, da Constituição Federal, por meio da qual se busca proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas

corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso for autoridade pública.

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O direito líquido e certo é o que resulta de fato certo, capaz de ser comprovado de plano, conforme demonstram as provas documentais acostadas aos autos.

De uma análise do processo, verifica-se ser a impetrante Escrivã da Polícia Civil aposentada, mediante Processo Administrativo, voluntariamente, por tempo de contribuição, através da Portaria-A-n° 1572, de 17 de dezembro de 2008.

Constata-se que a requerente contava com 25 anos de contribuição e 15 anos de atividade policial.

Todavia fora surpreendida ao receber a Notificação/PBPREV n° 249/2011 e o Ofício 2806/11 do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba, no sentido de encontrar-se sua aposentadoria sendo revista, o que lhe traz sérios prejuízos, pois, nos termos da referida notificação, os cálculos proventuais deveriam ter obedecido ao disposto no art. 40, §3 0, da Constituição Federal, e não ao que constou na Portaria que a aposentou, ou seja, o art. 40, §40, II e III, da Carta Magna, com redação dada pela Emenda Constitucional n° 47/05 c/c a Lei Complementar n0 85/08, art. 117, e com os acréscimos previstos no art. 160, I, da Lei Complementar n° 41/86, e nos arts. 30 e 7° da Lei n° 8.673/08.

Entendo que a impetrante comprovou seu direito líquido e certo, conforme veremos adiante.

Sua pretensão encontra amparo na própria Lei Maior, em seu art. 40, §40, II e III, in verbis:

Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o "disposto neste artigo. (Redação dada pela Emenda Constitucional no 41, 19.12.2003)

[...]

§ 4° É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis complementares, os casos de servidores: (Redação dada pela Emenda Constitucional no 47, de 2005)

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II que exerçam atividades de risco; (Incluído pela Emenda Constitucional no 47, de 2005)

III cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. (Incluído pela Emenda Constitucional no 47, de 2005).

Como se percebe, o mencionado dispositivo estabeleceu critérios diferenciados, em algumas situações, para a concessão da aposentadoria, havendo a necessidade, inclusive, de lei complementar. Esta foi promulgada, constituindo-se na Lei Orgânica da Polícia Civil da Paraíba, tomando a numeração 85/2008, resguardando o direito à aposentadoria com proventos integrais, exigindo 25 anos de contribuição e 15 anos de atividade policial para mulheres, consoante previsão no art. 117, nos seguintes termos:

Art. 117. Os integrantes das carreiras da Polícia Civil do Estado da Paraíba aposentar-se-ão voluntariamente com proventos integrais, desde que comprovem 30 (trinta) anos de contribuição e, pelo menos, 20 (vinte) anos de atividade policial se homem, e 25 (vinte e cinco) anos de contribuição e, pelo menos, 15 (quinze) anos de atividade policial se mulher, com fundamento no art. 40, §40, incisos II e III, da Constituição Federal, com redação da Emenda Constitucional no 47/05.

É induvidoso que a impetrante se enquadra na situação prevista pela Carta da República e pela Lei Complementar Estadual no 8512008, principalmente porque desempenhava atividade de risco, o que é inegável, uma vez que atuava como escrivã de polícia.

Dessa forma, está comprovado seu direito líquido e certo, representado no preenchimento dos requisitos estabelecidos nos dispositivos constitucionais e na legislação complementar estadual, como a comprovação do tempo de contribuição (25 anos) e o efetivo serviço na Polícia Civil da Paraíba (15 anos), desenvolvendo atividade de risco.

Ante o exposto, concedo a segurança. É como voto.

Presidiu o julgamento a Excelentíssima Desembargadora MARIA DAS NEVES DO EGITO DE A. D. FERREIRA, Vice-Presidente, no exercício da Presidência. Participaram do julgamento ESTA RELATORA (Juíza de Direito Convocada, à época, para substituir a Excelentíssima Desembargadora MARIA DAS NEVES DO EGITO DE A. D. FERREIRA) e os Excelentíssimos Desembargadores WOLFFtAM DA CUNHA RAMOS (Juiz de Direito Convocado, em substituição ao Excelentíssimo Desembargador ROMERO MARCELO DA FONSECA OLIVEIRA),

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FREDERICO MARTINHO DA NÓBREGA COUTINHO, JOSÉ RICARDO PORTO, MARIA DAS GRAÇAS MORAIS GUEDES, LEANDRO DOS SANTOS, JOSÉ AURÉLIO DA CRUZ, RICARDO VITAL DE ALMEIDA (Juiz de Direito Convocado, em substituição à Excelentíssima Desembargadora MARIA DE FÁTIMA MORAES BEZERRA CAVALCANTI), JOSÉ DI LORENZO SERPA, SAULO HENRIQUES DE SÁ E BENEVIDES, JOÁS DE BRITO PEREIRA FILHO, ARNÓBIO ALVES TEODÓSIO r JOSÉ GUEDES CAVALCANTI NETO (Juiz de Direito Convocado, em substituição ao Excelentíssimo Desembargador JOÃO BENEDITO DA SILVA), CARLOS MARTINS BELTRÃO FILHO e LUIZ SÍLVIO RAMALHO JÚNIOR. Ausentes, justificadamente, os Excelentíssimos Desembargadores JOÃO ALVES DA SILVA (Corregedor-Geral da Justiça), MARCOS CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE e MÁRCIO MURILO DA CUNHA RAMOS.

Presente à Sessão o Excelentíssimo Doutor MARCUS VILAR SOUTO MAIOR, Procurador de Justiça, em substituição ao Excelentíssimo Doutor OSWALDO TRIGUEIRO DO VALLE FILHO, Procurador-Geral de Justiça.

Sala das Sessões Plenárias do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, em João Pessoa/PB, 05 de dezembro de 2012.

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Juíza VANDA ELIZABETH MARINHO Relatora

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