Ensino Híbrido:
perspectivas e metodologias
para a sala de aula
A vida só é possível
reinventada.
Anda o sol pelas campinas
e passeia a mão dourada
pelas águas, pelas folhas...
Ah! tudo bolhas
que vem de fundas piscinas
de ilusionismo... — mais nada.
Mas a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.
Vem a lua, vem, retira
as algemas dos meus braços.
Projeto-me por espaços
cheios da tua Figura.
Tudo mentira! Mentira
da lua, na noite escura.
Não te encontro, não te alcanço...
Só — no tempo equilibrada,
desprendo-me do balanço
que além do tempo me leva.
Só — na treva,
fico: recebida e dada.
Porque a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.
Reinvenção
Ensino
Híbrido
O contexto da pandemia tem provocado mudanças em todas as
áreas da sociedade, com isso, foi preciso uma reinvenção das
relações e nos processos de ensino, aprendizagem e avaliação.
A escola e os docentes trouxeram para o cenário educativo o
ensino híbrido, que se caracteriza por um conjunto de metodologias
e atividades que problematizam, instigam a pesquisa e o aluno
assume o papel ativo de protagonismo. Esta concepção do ensino
híbrido ocorre seja em modelos de ensino remoto, presencial ou
intercalando os dois.
Segundo Peres e Pimenta (2011), este ensino se caracteriza por
uma aprendizagem combinada, semipresencial, semivirtual,
bimodal, objetivando “valorizar o melhor do presencial e do online”
(PERES e PIMENTA, 2011, p. 15).
No campo dos saberes docentes, a necessidade do uso
pedagógico de notebook, celular ou tablet exigiu conhecer os
recursos da cultura digital objetivando favorecer os melhores
ambientes para as aulas, possibilitando formas diferenciadas de
ensinar e aprender.
Segundo Torres (2015), o ensino híbrido tem como objetivo
primordial combinar diversos recursos metodológicos utilizando
aplicativos, games e diferentes interações dentro da cultura da
internet e de seus ambientes virtuais de aprendizagem. A relação
de ensino remoto e presencial com as atividades online e offline
são mediatizadas por situações ou problemas relacionados aos
objetos de aprendizagens, propondo para o aluno sua participação
ativa, com mais envolvimento e engajamento nas aulas.
Ensino
Híbrido
Entendemos, portanto, que o ensino híbrido supera a visão de
transmissão de conhecimento pelo professor e escuta passiva do
aluno que era visto como um depositário de educação bancária.
Nesta abordagem híbrida, o aluno é ativo e participa da aula
numa postura colaborativa. É importante ressaltar que o aluno
também ingressa numa formação nova para o seu papel, portanto
o significado desse momento é
pensar uma sala de aula que é
movimento, que é dinâmica e que professores e alunos dialogam e
aprendem juntos.
Dessa forma, podemos dizer que o ensino híbrido usa interações
mediadas pela tecnologia facilitando a comunicação de forma a
potencializar o ensino online e presencial. Sem dúvida, repensar
a organização do planejamento, será um passo decisivo para o
professor vivenciar para compreender, refletir e aplicar através
das escolhas metodologias que farão o aluno protagonista do
processo.
Conhecer as plataformas digitais voltadas à prática pedagógica
é fator importante para desenvolver um ensino de qualidade,
quando presencial, à distância ou quando o ensino utilizar as duas
vertentes. Um fator a ser citado também, é a ideia de educadores
e estudantes se encontrarem para o objetivo de ensinar e aprender
em tempos e locais variados.
Ensino
Híbrido
É importante também ressaltar que a inclusão da cultura digital no
currículo fomentará um planejamento que pense e sistematize as
aulas através de diversas escolhas metodológicas, com práticas
que mobilizem os alunos para a curiosidade epistemológica.
Princípios da educação híbrida:
Incentiva o desenvolvimento da autonomia dos estudantes;
Promove integração das tecnologias digitais;
Permite espaço para o ensino individualizado.
Integra professores e estudantes em diversificados
ambientes virtuais;
a
b
c
d
Colocaremos a seguir
sugestões metodológicas:
Trabalhar por estação ou circuito, seja presencialmente através da organização física da sala de aula, ou através do ambiente virtual, promove movimento e amplia a troca de saberes entre os grupos.
→ O professor organiza os grupos, os numera, orienta como será o processo e os grupos começam a circular nas estações. Em cada estação terá um motivador, seja um texto literário, um problema matemático, uma música, um quadro, uma manchete de jornal. O professor fará a escolha
de acordo com o objeto do
conhecimento que será trabalhado, também terá uma atividade para o grupo desenvolver.
→ Definir o tempo de cada estação e quando o tempo combinado
terminar o professor deve sinalizar e os grupos trocam de estação.
→ Após todos passarem pelas estações, o professor fará uma roda de conversa e cada grupo apresentará suas observações. Após a roda de conversa cada grupo poderá preparar um
relatório sobre as ideias debatidas estabelecendo relações com suas pesquisas e leituras sobre o tema.
Esta perspectiva estimula a
pesquisa e a interdisciplinaridade e propõe que o aluno estude antes da aula, um determinado assunto e a aula será construída por toda a turma envolvendo as descobertas, curiosidades e dúvidas.
→ O professor organiza o estudo dirigido e envia a turma. O objetivo é que os alunos pesquisem e leiam sobre o tema, sistematizando e anotando suas descobertas.
→ Na aula montar murais, juris simulados, debates, discutindo em grupo um problema e o
investigando para propor soluções.
→ Após a atividade em sala, o professor fará a sistematização do tema.
Estações
Aprendizagem
baseada em problemas
A gamificação utiliza jogos para dinamizar o ensino e a aprendizagem de modo criativo.
→ O professor escolhe jogos relacionados com o objeto de conhecimento que irá trabalhar e desfia os alunos criando um clima de ludicidade. O objetivo é que os alunos superem o desafio proposto e estabeleçam uma relação criativa com o tema da aula.
→ Após a atividade, o professor fará uma roda de conversa.
Gamificação
03
A sala de aula invertida, também chamada de flipped classroom, é uma metodologia no uso da tecnologia, quando o estudo e
pesquisa antecede a aula em grupo e presencial, ou mesmo virtual,
caracterizada pelo momento em que o aluno compartilha com o grupo suas pesquisas, leituras e compreensão do tema.
Importante destacar que o
professor precisa antes preparar a turma para a vivência desta
metodologia, visto que a sala de aula invertida pressupõe que os alunos compartilhem da proposta.
Sala de aula
invertida
Conhecida também como instrução pelos colegas, tem uma inspiração em proposito colaborativo e de apoio mútuo.
→ O professor mediará a escolha dos pares, apresenta as regras da atividade e propõe que as duplas resolvam questões e criem questões, podendo, se o professor considerar relevante, fazer circular entre as duplas as questões resolvidas para serem
corrigidas e que resolvam as questões que foram criadas. Mas é possível criar inúmeros momentos para que essa aprendizagem possa ocorrer em pares.
Enquanto considerações finais destacamos que em tempos
pandêmicos os desafios são ainda maiores, e que as relações de ensino-aprendizagem precisam ser repensadas e replanejadas para atender a essa realidade, objetivando promover o interesse pelas aulas, bem como também a vivacidade e a criatividade didática do professor e do aluno. Podemos dizer que o ensino híbrido possibilita mais dinamismo e engajamento em sala de aula, através de metodologias diferenciadas promovendo uma educação integradora.