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Aprendizagem Motora. XI Congresso Ciências do Desporto e Educação Física dos países de língua portuguesa

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Academic year: 2021

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APRENDIZAGEMMOTORADAHABILIDADEDETOQUENO VOLEIBOL Victor Hugo Alves Okazaki, Fábio Heitor Alves Okazaki,

Gerson de Oliveira Amorim, Luis Teixeira

vhaokazaki@gmail.com UFPR; USP

Aprendizagem Motora

CONHECIMENTODERESULTADOS (CR) E APRENDIZAGEM MOTORA: EFEITOSDAFREQÜÊNCIARELATIVADEFORNECIMENTO

João Vitor Alves Pereira Fialho, Herbert Ugrinowitsch,

Rodolfo Benda, Guilherme Lage, Alessandro Bruzi, Leandro Palhares joaofialho@hotmail.com UFMG

003 004

DEMANDADEATENÇÃOSOBREOEQUILÍBRIODETRONCO DEREMADORESINICIANTESEEXPERIENTES

Francisco Salviano Sales Nobre, Ruy Jornada Krebs, Leandro Augusto Romansini, Samantha Sabbag

salvianonobre@yahoo.com.br UDESC

DESENVOLVIMENTODEINSTRUMENTOPARACOLETAEANÁLISEDE DADOSEMTAREFASDISCRETASCOMPREDOMÍNIODEVALIDADE ECOLÓGICAECONTROLEDEINTERVALOINTERTENTATIVAS Vitor Profeta, Cláudio Manoel Ferreira Leite,

Herbert Ugrinowitsch, Rodolfo Benda

vitorprofeta@hotmail.com UFMG A habilidade de toque é um dos fundamentos mais importantes no voleibol. Todavia,

poucos estudos procuraram analisar a aprendizagem desta habilidade na etapa da iniciação desportiva. A análise da aprendizagem do toque no voleibol pode proporcionar um melhor entendimento das variáveis que determinam a performance habilidosa. Este estudo objetivou analisar a aprendizagem da habilidade motora de toque no voleibol. Três crianças (8 ± 0,1 anos; 1,34 ± 0,1 m; 35,2 ± 3,2 kg), sem experiência com o voleibol, foram analisadas cinematicamente (2D, 100Hz, no plano coronal) desempenhando o toque no voleibol. Um modelo biomecânico (4 pontos definindo 3 segmentos) forneceu os deslocamentos e velocidades angulares da articulação do ombro e cotovelo. As imagens foram digitalizadas através de um software específico de análise de movimento (Dgeeme). Um filtro recursivo de segunda ordem do tipo butterworth (10Hz) foi utilizado para atenuar o ruído no sinal. Para reduzir a variablidade inter- e intra-individual, a freqüência de amostragem foi normalizada (100%) através de uma função spline. A raiz quadrada do erro médio foi calculada para representar um índice de variabilidade de movimento. As análises estatísticas foram realizadas através do software STATISTICA® com o nível de significância de p<0,05. As crianças foram analisadas no pré-teste e seis meses após um período de prática (2 vezes por semana - 1h) no pós-teste. O período de prática não demonstrou ser suficiente para que fosse estabelecida uma simetria no perfil do deslocamento angular entre o membro direito e esquerdo. A posição inicial dos membros não demonstrou ser o fator mais importante na performance do toque, mas sim os instantes próximos, e durante, o contato da mão com a bola. O tempo relativo em que a maior velocidade angular das articulações aconteceu demonstrou ser essencial na performance do toque no voleibol. As articulações distais apresentaram maior influência e alterações com a prática na aprendizagem sobre a performance do toque, comparado às articulações proximais. A formação de sinergias funcionais e a restrição numa das articulações (para reduzir a demanda no controle do sistema nervoso central) foram propostos para explicar o comportamento diferenciado na aprendizagem entre o membro esquerdo e direito.

Este estudo teve como objetivo verificar os efeitos da freqüência relativa de CR na aquisição de habilidades motoras seriadas. Utilizou-se nesse es-tudo 30 voluntários, com idade média de 23 ± 3,8 anos e sem experiência prévia com a tarefa, distribuídos aleatoriamente em três grupos (n= 10). A tarefa utilizada foi o transporte de bolas de tênis entre os recipientes de uma plataforma de madeira, com seqüenciamento e tempo-alvo predeter-minados. Os sujeitos praticaram 60 tentativas na fase de aquisição rece-bendo CR com 100%, 66% ou 33% de freqüência (G100, G66 e G33, respectivamente). Após dez minutos realizou-se o teste de retenção imedi-ato, com 10 tentativas da mesma tarefa da fase de aquisição, porém sem fornecimento de CR. Em seguida, realizou-se o teste de transferência ime-diato, com 10 tentativas de um novo seqüenciamento e tempo-alvo. No dia seguinte, realizaram-se os testes de retenção e transferência atrasados, mantendo as mesmas características do dia anterior. A ANOVA two way com medidas repetidas no segundo fator e o teste post hoc de Tukey não acusaram diferenças, na média e no desvio padrão do erro absoluto, entre os grupos em nenhuma fase do experimento. Entretanto, na análise da média do erro absoluto a ANOVA two way com medidas repetidas no segundo fator e o teste post hoc de Tukey indicaram diferenças na interação entre grupos e blocos de tentativas, apontando um desempenho inferior do G66 em relação ao G100 e G33, durante os testes. Em relação aos efeitos relativamente duradouros da aprendizagem, detectados nos testes de 24 horas, os resultados contrariam a premissa que o CR fornecido com freqüência de 100% é prejudicial à aprendizagem. Uma possível justificati-va é o fato de a tarefa ser simples, ou seja, dez tentatijustificati-vas são suficientes para a estabilização do desempenho. No entanto, outros estudos que utili-zaram a mesma tarefa apresentaram diferenças entre grupos. Assim, novos estudos devem ser conduzidos para investigar o papel da freqüência relati-va de CR em função de tarefas com características distintas.

Introdução: A atenção e o equilíbrio há muito têm sido tema de estudos na área de aprendizagem cognitiva e controle motor. Só mais recentemente, este tema vem sendo abordado em pesquisas envolvendo a performance atlética. O presente trabalho se propôs avaliar as diferenças entre a capacidade de atenção visual seletiva de remadores iniciantes e experientes, bem como a influência da atenção sobre o equilíbrio dos mesmos. Metodologia: Foram avaliados 22 atletas do sexo masculino com idade entre 15 e 35 anos, dos quais 51% se concentravam na faixa etária abaixo de 18 anos e 41% acima. O tempo de prática no esporte variou entre 4 e 96 meses, sendo que 50% tinham menos ou igual a 12 meses de prática e 50% acima. Para avaliar a atenção utilizou-se o teste de HARRIS e HARRIS (1984) adaptado pelo LANESPE para uma versão computadorizada. Para a avaliação do equilíbrio de tronco utilizou-se uma prancha de equilíbrio conectada a um software (SOARES, 2004). Na a avaliação da atenção visual seletiva, foi solicitado que os atletas estando confortavelmente sentados, procurassem identificar a maior quantidade de números possível em ordem crescente durante um período de 3 minutos. Para verificar a influência da atenção sobre a oscilação de tronco, seguiu-se o paradigma da tarefa dupla (VUILLERME & NOUGIER, 2004), portanto, exigiu-se que os mesmos estivessem sentados sobre a prancha de equilíbrio, com os dois pés apoiados sobre o solo, ao mesmo tempo em que seguiam o procedimento anteriormente citado para avaliar a atenção. Entre as duas tarefas, solicitou-se que priorizassem o equilíbrio. Resultados: A variável idade não influenciou em nenhum dos testes. As oscilações médio-lateral e ântero-posterior também não se mostraram significativas nem quando comparado com a idade e nem com o tempo de prática. Porém, houve diferenças significativas a favor do grupo com menor tempo de prática nos dois testes que envolveram a atenção, (p= 0,03) para o teste de atenção visual seletiva e, (p= 0,02) no teste de tarefa dupla. Conclusão: Esses achados não correspondem aos encontrados na literatura, a favor de um melhor nível de atenção para indivíduos com maior tempo de prática em outras modalidades esportivas. Tal fato pode ter ocorrido em função do tempo de prática estabelecido no estudo, ser suficiente para o indivíduo assimilar a tarefa. Sugere-se que este estudo seja realizado com remadores com menos de 6 meses de prática, bem como com indivíduos não praticantes de remo.

Os estudos de aprendizagem motora podem ser divididos em laboratoriais e de campo, apresentando diferentes níveis de validade ecológica da tarefa. O objetivo deste estudo foi desenvolver um instrumento para coleta de dados em tarefas discretas com predomínio da validade ecológica e necessidade de controle do intervalo intertentativas, que possibilite análises do padrão de execução e do score. Foram realizados 4 estudos piloto com um total de 9 voluntários (2-2-4-1) utilizando chutes das artes marciais. No 1o piloto, a tarefa foi um chute frontal. Foi usado 1 cronômetro manual, 1 filmadora para visão lateral do executante, 1 alvo circular (Ø 60cm) com 4 áreas pontuáveis de 7,5cm de largura, e sistema de vídeo para análise de execução. O registro de score foi simultâneo às execuções. A tarefa induziu o foco de atenção ao score comprometendo a qualidade de execução, e as dimensões do alvo facilitaram a obtenção de scores altos. No 2º piloto a tarefa foi alterada para um chute posterior. Foram usados os mesmos implementos do 1º piloto com redução do Ø do alvo (40cm) e das áreas pontuáveis (5cm). O registro de score simultâneo às execuções e o cronômetro manual mostraram-se imprecisos, e a filmagem lateral inadequada para avaliar o movimento. No 3o piloto foram mantidos tarefa e alvo. Utilizaram-se 2 filmadoras, uma para registro de performance e outra de score, colocadas respectivamente a 45º e 25º em relação ao plano sagital do sujeito. O intervalo intertentativas foi controlado por metrônomo. Foram definidos os critérios de performance, hierarquia de fornecimento de feedback, e apresentação da tarefa através de vídeo. A filmagem em angulação média (45º) foi ineficiente para análise do movimento, mas a angulação de 25º no registro do score foi precisa e evitou encobrimento da porção avaliada por outros segmentos corporais. Observou-se a necessidade de regulagem individual da altura do alvo. No 4º piloto foram utilizados alvo, tarefa e vídeo do piloto anterior; 3 câmeras filmadoras, possibilitando visão lateral e frontal do executante, e de 25º do alvo; metrônomo; sistema de vídeo para análises, e antropômetro para ajustar a altura do alvo ao comprimento do membro inferior do sujeito. Neste piloto foram atingidas a exigências básicas para coleta e análise de dados. Os resultados mostraram que adequações da tarefa aos sujeitos, estabelecimento de parâmetros da tarefa, e definição dos planos anatômicos de análise são fundamentais para coleta e análise de dados.

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EFEITODARESTRIÇÃODOERROAOLONGODOPROCESSODE AQUISIÇÃODEHABILIDADESMOTORAS: UMESTUDOEXPLORATÓRIO Ulysses Okada de Araújo, Flavio Henrique Bastos,

Andrea Michele Freudenheim

ulokada@usp.br USP

EFEITODONÚMERODEDEMONSTRAÇÕESNAAPRENDIZAGEM DEUMAHABILIDADEMOTORADISCRETA

João Vitor Alves Pereira Fialho, Alessandro Bruzi, Leandro Palhares, Fabiano de Souza Fonseca, Rodolfo Benda, Herbert Ugrinowitsch joaofialho@hotmail.com UFMG EFEITODEDUASCOMBINAÇÕESDEPRÁTICACONSTANTE

EVARIADANODESEMPENHO: MUDANÇASNOCOMPONENTEPERCEPTIVO EMOTORDATAREFA

Rejane Paroli

rejaneparoli@hotmail.com USP; Universidade Ibirapuera; UNAERP EFEITODAACTIVIDADEFÍSICANAMEMÓRIAVISUO-MOTORA EMDOENTESCOMESCLEROSEMÚLTIPLA: UMESTUDODECASO Carmen Silvia da Silva Martini

carmenmartini46@ufam.edu.br UFAM

A esclerose múltipla (EM) é uma patologia de degeneração neurológica, por inflamação e desmielinização do sistema nervoso central (SNC) e esclerose glial. PACHNER (2005) explica ser uma doença dinâmica com manifestação intensa dos sintomas por longos períodos, definindo-a como “… an idiopathic inflammatory disease of the central nervous system, characterized by an unpredictable course, but generally progression of disability over 1-3 decades” (p.1). Sua evolução é variável e imprevisível, com cursos distintos em quatro tipos da doença: surto-remissão ou remitente-recorrente, secundária, primária e progressiva-recorrente, afectando o adulto jovem (20 e 40 anos de idade), com maior incidência no sexo feminino (2 para 1) em indivíduos caucasóides. Em Portugal a prevalência é de 55/100000 habitantes, e no Brasil, as taxas apontam para 5/100000 habitantes (MOREIRA et al., 2000). Na nossa pesquisa, tivemos como objectivo estudar os efeitos induzidos por um programa de actividade física sistematizada (3 sessões/semana de 90´) num grupo de adultos (N=10), idade (M=40.2) de doentes de EM, sendo 7 mulheres e 3 homens, todos eles avaliados segundo a escala de Kurtzke (EDSS). No nosso estudo utilizámos 2 questionários para avaliar a autoestima (Rosenberg Self-Esteem Scale, 1965) e a satisfação com a imagem corporal (Body Image Satisfaction Questionaire de LUTTER et al., 1990) e foi realizado o teste de memória visuo-motora (TMVm), adaptado de THINUS-BLANC et al. (1996) (cf. SOBRINHO, 2004; AZEVEDO, 2005), antes e após a actividade física. Assim, os resultados obtidos mostram-nos uma melhoria pós prática (ainda que os resultados não sejam significativos estatisticamente: tempo de execução z=-.15, p=.87; erros cometidos z=-.05, p=.95) sucedendo modificações comportamentais no tocante à memória visuo-motora, assim evidenciando aumento em termos de aprendizagem e reestrututação do traço mnésico. Na comparação intragrupal, a amostra foi distribuída em quatro intervalos de percentis em função do tempo de desempenho da tarefa, verificando-se no segundo teste um número de doentes (80%) com valores superiores ao primeiro (60%). Assim, é possível dizer que “ … a prática da actividade física pode levar a novas aprendizagens, sejam motoras ou cognitivas, permitindo a melhoria da capacidade mnésica (memorização), favorecendo o aumento de conecções neuronais que podem amenizar as habilidades atenuadas pela doença” (MARTINI & BOTELHO, 2005, p.2).

Evidências na literatura apontam a restrição do erro como um fator capaz de influenciar a capacidade de adaptação de indivíduos a novas situações e tarefas motoras. No entanto, esses estudos foram realizados numa visão finita do processo de aquisição de habilidades motoras.Na visão contínua dos processos de mudança do comportamento motor, adotada neste estudo, o processo de aquisição de habilidades motoras compreende um processo cíclico de estabilidade-instabilidade-estabilidade.O objetivo deste estudo foi descrever o efeito da restrição do erro ao longo do processo de aquisição de uma habilidade motora de timing coincidente.Em função da visão adotada, foi realizada prática extensiva da tarefa (800 tentativas divididas em quatro sessões) que consistiu em executar cinco toques, sendo o último em coincidência com a chegada do estímulo visual. Cada sujeito foi submetido a uma faixa de erro: 10ms (CR10) e 20ms (CR20). Utilizou-se o aparelho de timing coincidente em tarefas complexas (Patente nº 0.403.1330-04) que consiste de uma mesa de sensores e canaleta com 90 leds.Ao longo das tentativas o padrão de toques nos sensores e a velocidade do estímulo visual (142,2 cm/s) foram mantidos constantes. Ao final de cada sessão (200 tentativas) foram realizadas 10 tentativas com modificação da velocidade: 5 com estímulo mais lento (124,5 cm/s), e 5 com estímulo mais rápido (165,7 cm/s).De forma geral, houve melhora do desempenho (erro absoluto) e diminuição da variabilidade (erro variável) ao longo das tentativas nas duas condições.Contudo, ao longo da primeira sessão, na condição CR10, houve queda do desempenho e aumento da variabilidade. A introdução da tarefa lenta causou alterações do desempenho somente ao término da primeira sessão: melhora do desempenho para a condição CR10 e piora para CR20.Já a introdução da tarefa rápida causou alteração do desempenho para ambas condições, em todas as sessões, com exceção da primeira.Considerando as limitações inerentes a um estudo exploratório, é possível concluir que houve efeito da restrição do erro no início do processo de aquisição. Apesar do desempenho inferior de CR10 ao final da primeira sessão, esse indivíduo apresentou melhora no desempenho ao realizar ambas as tarefas modificadas. Assim, no início do processo de aquisição o CR restrito prejudica o desempenho, mas favorece a adaptabilidade do comportamento. Entretanto, esse efeito não perdurou ao longo da prática.

Ao longo de anos, enfatizou-se a superioridade da prática variada sobre a prática constante, porém, estudos recentes têm mostrado que essas duas práticas se complementam, sendo a prática constante seguida da variada a que proporciona melhores resultados na aprendizagem. Entretanto, ainda existem dúvidas a respeito de como deve ser essa prática variada. Este trabalho teve por objetivo investigar o efeito da combinação da prática constante com a prática variada (por blocos e aleatória) no desempenho de uma habilidade de timing coincidente, quando são manipulados o componente perceptivo e motor da tarefa. Sessenta universitários, divididos em dois grupos, tinham que executar uma seqüência de cinco toques com os dedos da mão preferida, de modo que o quinto toque coincidisse com o acendimento do último diodo da canaleta de bassing. Na fase de aquisição, os dois grupos praticaram a tarefa sem mudanças até atingir o desempenho critério de três tentativas consecutivas com erro de até 30 ms. Em seguida, realizaram mais 36 tentativas de forma variada aleatória ou por blocos combinando três seqüências de toques e três velocidades diferentes. Na fase de adaptação, foram realizadas mais 27 tentativas com uma nova seqüência de toques combinada com uma nova velocidade de estímulo visual. Foram encontradas diferenças significativas entre os grupos para a medida de erro absoluto no primeiro e segundo bloco da fase de aquisição, com o grupo de prática constante por blocos (PCB) mostrando desempenho superior ao do grupo de prática constante aleatória (PCA). Na fase de adaptação, foram encontradas diferenças significativas entre os grupos para a medida de número de acertos de execução no segundo bloco da fase, com o PCB apresentando melhores resultados que o PCA. Os resultados mostraram que a prática constante seguida da prática por blocos proporcionou melhores condições para a adaptação a uma nova tarefa do que a prática constante seguida da prática aleatória.

A demonstração é considerada uma das principais fontes de informação do contexto de prática, por informar aos aprendizes sobre o padrão de movimento acerca de uma habilidade motora que será executada. Dentre os diversos aspectos que podem interferir o processo de aprendizagem através da demonstração, o número de demonstrações é um tema que tem sido investigado.Contudo poucos estudos foram realizados em uma situação mais próxima das situações reais de ensino-aprendizagem.Dessa forma, o objetivo deste estudo foi investigar o efeito do número de demonstrações na aprendizagem de uma habilidade motora discreta - arremesso de dardo com movimento póstero-anterior.Uma amostra de 40 sujeitos de ambos os sexos e com idade entre 18 e 40 anos, que alcançaram o desempenho critério e que executaram o padrão de movimento correto, foram extraídos de 74 sujeitos universitários, voluntários.Os 40 sujeitos foram distribuídos randomicamente em 2 grupos: 2 demonstrações (D2) e 10 demonstrações (D10). A tarefa consistiu no arremesso de 1 dardo de salão, com o movimento póstero-anterior do braço, a 1 alvo circular posicionado paralelamente ao solo.O experimento constou de 2 fases: aquisição, na qual os 20 sujeitos de cada grupo alcançaram a faixa critério de pontuação - 3 tentativas consecutivas entre 7 e 10 pontos - realizando o arremesso a 2,5 m do centro do alvo; teste de transferência, com 10 tentativas a 3 m do centro do alvo. Na análise da medida de desempenho, média e coeficiente de variação do escore obtido, em blocos de 5 tentativas, a ANOVA two-way com medidas repetidas no segundo fator não identificou diferenças intergrupos (p>0,05), no entanto, por meio do mesmo teste estatístico, foram identificadas diferenças intragrupos, para estas medidas.Durante a fase de aquisição houve aumento na precisão [F(1,38)= 152,835, p<0,01] e redução da variabilidade do escore [F(1,38)= 50,763, p<0,01] em ambos os grupos. Contudo, na comparação entre o último bloco da fase de aquisição e os 2 blocos do teste de transferência foi identificada redução na precisão [F(2,76)= 65,113, p<0,01] e aumento na variabilidade do escore [F(2,76)= 18,095, p<0,01]. Os resultados indicam que não houve efeito do número de demonstrações na aprendizagem da habilidade arremesso de dardo com movimento póstero-anterior, analisados por meio de medida de desempenho, e sugerem a utilização de medidas que avaliem a aquisição do padrão espaço-temporal do movimento.

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EFEITOSDAPRÁTICAVARIADA (BLOCOSEALEATÓRIA) NAAQUISIÇÃO ETRANSFERÊNCIADEUMAHABILIDADEMOTORA

Camila Menezes, Adriana Paula Coelho Cavalcante, Cláudio Manoel Ferreira Leite, Fabiano de Souza Fonseca, Fernanda Santos Oliveira, Marcio Colen Barcellos Junior, Michela Alves, Rodolfo Benda, Herbert Ugrinowitsch, Renata Camara Oliveira Santos

camilamaiamenezes@yahoo.com.br UFMG

EFEITOSDASDIFERENTESESTRUTURASDEPRÁTICA NAAQUISIÇÃODEHABILIDADESMOTORASEMUMATAREFA SERIADADEPOSICIONAMENTO

Renata Camara Oliveira Santos, Michela Alves,

Fernanda Santos Oliveira, Adriana Paula Coelho Cavalcante, Fabiano de Souza Fonseca, Marcio Colen Barcellos Junior, Cláudio Manoel Ferreira Leite, Camila Menezes, Herbert Ugrinowitsch, Rodolfo Benda

renataoliveiraufmg@yahoo.com.br UFMG

EFEITOSDOCONHECIMENTODERESULTADOSAUTOCONTROLADOS NAAQUISIÇÃODEHABILIDADESMOTORAS

Adriana Paula Coelho Cavalcante, Lívia Kariny Medeiros, Rodolfo Benda

adricavalcante38@hotmail.com UFMG EFEITOSDEDIFERENTESTIPOSDEESTABELECIMENTOSDEMETAS

NAAPRENDIZAGEMDEHABILIDADESMOTORAS Orlando Pereira de Souza Junior, Umberto Cesar Corrêa, Cinthya Walter, Ivan Wallan Tertuliano

landojunior@ig.com.br USP O objetivo deste estudo foi investigar o efeito da estruturação da prática na aquisição e transferência de uma habilidade motora. O delineamento experimental constou de dois grupos diferindo no tipo de organização da prática. Um grupo de prática sob baixa interferência contextual (Gpblocos) e um grupo prática sob alta interferência contextual (Gpaleatório). Para a tarefa foi utilizado um micro computador, no qual os sujeitos, utilizavam a região alfanumérica do teclado, para digitar uma seqüência pré-determina-da (2,8,6 e 4) em tempo alvo absoluto de 700, 900, 1100 milissegundos (ms), e , em um tempo relativo entre as teclas de 22.2% de 2 para 8, 44.4% de 8 para 6 e 33.3% de 6 para 4 alvos. Ao observar os resultados foi possí-vel verificar uma tendência por parte dos dois grupos do experimento (Gpblocos e Gpaleatório) em diminuir a média do erro global e, no teste de transferência, maior valor para o erro absoluto no Gpaleatório, mas o teste ANOVA two-way não indicou diferença estatisticamente significativa entre grupos. Já em relação ao tempo absoluto de movimento houve nos resultados uma tendência por parte dos dois grupos do experimento (Gpbloco e Gpaleatório) em melhorar a performance na primeiras tentati-vas e, no teste de transferência, maior valor para o tempo absoluto de movimento Gpbloco. Este resultado também nada se pode inferir sobre o efeito da interferência contextual pois à análise entre os grupos não apre-sentou diferença estatisticamente significativa.

O presente estudo teve como objetivo verificar diferentes estruturas de prática na aquisição de habilidades motoras em uma tarefa seriada de posicionamento. A tarefa utilizada constituiu em uma seqüência pré-determinada 4-2/ 5-3 /6-1 em um aparelho de posicionamento; composto por duas estruturas. Uma plataforma contendo seis recipientes enumerados de 1 a 6 e uma central de controle ligada a um computador, constituída por um conjunto de diodos emissores de luz, que fornecem estímulo visual para o início da tarefa e uma chave de resposta para o controle das medidas de tempo de reação, de movimento e tempo total. Vinte sujeitos foram divididos em 2 grupos de prática, (1 grupo de prática constante e 1 grupo de prática variada). Na fase de aquisição os dois grupos praticaram 30 tentativas e após um intervalo de 15 minutos foi realizado o teste de transferência com 10 tentativas. No teste de transferência os sujeitos realizaram a tarefa no tempo absoluto de 3.700 millisegundos e não receberam o conhecimento de resultado (CR). Na análise estatistica foram utilizados (média e desvio padão intra- sujeitos em blocos de 5 tentativas) posteriormente foi aplicado ANOVA ‘’two way’’, para identificar as possíveis diferenças inter-grupos com nível de significância de 5% (p< 0,05) na aquisiçao e nos testes. E o teste Post Hoc de Tukey para verificar se ocorreram diferenças nos blocos. Os resultados não deram suporte a hipótese da variabilidade de prática. Conforme SCHMIDT (1975), a hipótese da variabilidade de prática pode não ser esperado quando sujeitos já tem o esquema bem formado recomendando assim trabalhos com sujeitos em que o esquema não tenha sido desenolvido; Na mesma visão de SCHMIDT (1975) a idade dos sujeitos neste experimento pode ser uma indicação suficiente para o esquema bem desenvolvido, desta forma sugere que estudos com adultos em tarefas mais complexas sejam realizados pois tarefas simples, exigiram modificações mínimas no nível efetor.

O presente estudo investigou os efeitos de diferentes estabelecimentos de metas na aprendizagem de habilidades motoras. Participaram do estudo 100 indivíduos de ambos os sexos, com idades entre 18 e 37 anos (M=23), sem experiência na tarefa de subir na escada de Bachman. Os participantes foram distribuídos aleatoriamente em 5 grupos: a) estabelecimento de metas genéricas (“Faça seu melhor”); b) estabelecimento de metas específicas difíceis de longo prazo; c) estabelecimentos de metas específicas fáceis de longo prazo; d) estabelecimentos de metas específicas difíceis de curto e longo prazo; e) estabelecimentos de metas específicas fáceis de curto e longo prazo. O delineamento experimental constou de uma fase de aqui-sição na qual foram realizadas 200 tentativas (100 tentativas a cada dia alternadamente), um teste de transferência (50 tentativas) e após um intervalo de sete dias um teste de retenção (50 tentativas). Houve a preocupação em se controlar o auto-estabelecimento de me-tas através da instrução e da aplicação de um questionário específico le-vando a separar os indivíduos que auto-estabeleceram metas (n=28). A variável dependente foi a quantidade de degraus alcançados e os resulta-dos foram analisaresulta-dos em relação à somatória de degraus em blocos de 10 tentativas. Os resultados mostraram que os grupos obtiveram similar nível de desempenho em ambos os testes (transferência e retenção). Portanto, os tipos de estabelecimentos de metas utilizados possibilitam similar apren-dizagem.

Um aspecto muito focalizado nas pesquisas em aprendizagem motora diz respeito ao “feedback” o qual é relativo à informação acerca do resultado da ação no ambiente podendo ser obtido de fontes internas ou externas, sendo o segundo é denominado de conhecimento de resultados (CR) (MAGILL, 1994; SWINNEN, 1996). Embora o CR receba diferentes classificações de acordo com as formas de fornecimento, o foco neste estudo será o CR que JANELLE et al. (1997), apresentaram como uma nova forma de fornecimento de CR, o autocontrolado. CHIVIACOWSKY (2005) refere-se a este tipo de CR como uma situação na qual o aprendiz define o momento de receber CR do experimentador. Sendo assim o objetivo do presente estudo foi verificar os efeitos de CR autocontrolado na aquisição de habilidades motoras. A amostra foi composta por 20 universitários, os quais foram divididos em 2 grupos experimentais, Grupo Autocontrolado (GA) e o Grupo Yoked (GY). O instrumento utilizado foi o aparelho de controle de tempo de reação e movimento, composto de uma plataforma contendo seis recipientes enumerados de 1 a 6 e uma central de controle ligada a um microcomputador. O estudo foi composto de 3 fases: fase de aquisição (FA), com 20 tentativas na seqüência 4 X 2, 5 X 3 e 6 X 1, no tempo alvo 3000ms, e os testes de transferências 1 e 2 os quais eram compostos de 10 tentativas, com a mesma tarefa da FA, com um tempo alvo de 3500 ms. Na FA usou-se a ANOVA one-way para cada grupo, que registrou diferença significante no GA p <0,001. O teste de Tukey revelou que o 1º bloco de tentativas apresentou erro superior aos demais blocos p<0,01 no GA e p<0,05 no GY. Para os testes, foi realizada a ANOVA two-way (grupos e blocos) com medidas repetidas no segundo fator que encontrou diferença significante somente na interação entre grupos e blocos. Observou-se que o desempenho do GY, na T2 é inferior ao seu próprio desempenho na T1. Concluí-se que o CR autocontrolado é um importante fator a ser considerado na aquisição de habilidades motoras, pois em longo prazo é possível que essa variável apresente desempenho melhor. Os resultados também indicam que os efeitos causados pela utilização dessa variável podem levar a resultados diferentes daqueles encontrados em outros estudos, sendo recomendado outros experimentos.

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ESTRUTURADEPRÁTICAEPROCESSOADAPTATIVOEM

APRENDIZAGEMMOTORA: EFEITODAESPECIFICIDADEDATAREFA João Augusto de Camargo Barros, Umberto Cesar Corrêa

barrosjc@usp.br USP EFEITOSDOSFOCOSDEATENÇÃOEXTERNOEINTERNO-EXTERNO

NAAQUISIÇÃODOARREMESSODEDARDODESALÃO Fabiano de Souza Fonseca, Cristiane Moretzsohn Silva,

João Vitor Alves Pereira Fialho, Rodolfo Benda, Herbert Ugrinowitsch fabianoef@gmail.com UFMG

ESTRUTURADEPRÁTICANAAQUISIÇÃODEUMATAREFA DETIMINGCOINCIDENTECOMDESACELERAÇÃODOESTÍMULO João de Paula Pinheiro, Umberto Cesar Corrêa

joaop@usp.br USP

FOCOSDEATENÇÃOEXTERNOEEXTERNO-INTERNONAAQUISIÇÃO DOARREMESSODEDARDODESALÃO

Fabiano de Souza Fonseca, Cristiane Moretzsohn Silva,

João Vitor Alves Pereira Fialho, Rodolfo Benda, Herbert Ugrinowitsch fabianoef@gmail.com UFMG O foco externo de atenção (efeitos do movimento no ambiente) tem mostrado

melhores resultados na aquisição de habilidades motoras que o foco interno (aspectos de controle do movimento), porém ainda não está claro o efeito da interação entre esses focos. O objetivo do presente estudo foi comparar o efeito do foco de atenção externo e da combinação do foco interno-externo na aquisição do arremesso de dardo de salão. Participaram deste estudo vinte universitários inexperientes na tarefa, com idade média 22,3 ± 3,4 anos, divididos aleatoriamente em dois grupos: foco externo e foco externo-interno. A tarefa foi arremessar um dardo de salão, com movimento pendular do braço, a um alvo posicionado paralelamente ao solo e distante a 2,5 metros do local de arremesso. O experimento foi dividido em fase de aquisição (100 tentativas) e teste de retenção (20 tentativas). Antes da fase de aquisição, o grupo foco externo recebeu, consecutivamente, 10 demonstrações e instruções referentes ao foco externo e a cada 10 tentativas eles recebiam mais uma demonstração e instruções referentes a esse foco. Na metade desta fase, esse procedimento foi repetido. O grupo foco interno-externo recebeu inicialmente informações de foco interno e na segunda metade da aquisição, de foco externo. Para os dois grupos, as demonstrações foram através de vídeo, com um sujeito habilidoso executando a tarefa. Quando o foco de atenção foi externo, os sujeitos assistiam somente à imagem do deslocamento do dardo até o alvo, e quando o foco foi interno, assistiam à imagem do padrão do movimento. O teste de retenção foi realizado 10 minutos após a fase de aquisição, sem informação de foco de atenção. Na fase de aquisição e no último bloco da aquisição mais o teste de retenção, foram comparadas médias e desvios padrão através do teste ANOVA two-way com medidas repetidas no segundo fator. Na média de pontuação foi encontrada diferença significativa no fator blocos na aquisição [F(19,342)=2,229, p=0,002]. Na análise do desvio padrão foi encontrado diferença significativa na aquisição para o fator blocos [F(19,342)=1,716, p=0,032] e grupos [F(1,18)=0,250, p=0,035), não foram encontrados outros efeitos significativos. Os sujeitos mostraram que os dois grupos aprenderam a tarefa e que o foco interno-externo foi mais consistente nos arremessos comparado ao grupo foco externo na fase de aquisição, dando indícios que o foco interno pode ser uma importante estratégia em fases iniciais de aprendizagem.

Recentemente os efeitos de diferentes estruturas de prática na aquisição de habilidades motoras têm sido investigados sob um modelo de não-equilibrio. Contudo, os resultados dessas investigações têm sido divergentes ao apontar qual condição de prática promove melhor aprendizagem. Algumas explicações são propostas para explicar esses resultados divergentes: diferenças individuais, nível de habilidade, tipo de perturbação e especificidade da tarefa. O presente estudo ateve-se a esse último aspecto visto que ele - especificidade da tarefa - tem sido apontado como um fator decisivo na formulação de teorias, modelos e hipóteses em comportamento motor. Portanto, o objetivo desse estudo foi investigar se os efeitos da estrutura de prática na aquisição de habilidades motoras são específicos à tarefa. Foram conduzidos três experimentos nos quais as tarefas consistiam em tocar três sensores com tempos para os segmentos, forças de toque ou seqüências determinados, respectivamente, experimentos 1, 2 e 3. Os experimentos envolveram as fases de estabilização e adaptação. Para cada experimento 60 crianças (idade média = 11,23 +/- 1,06 anos) foram divididas aleatoriamente em quatro grupos de prática: constante, aleatória, constante-aleatória, e aleatória-constante. O desempenho foi medido pelo erro global (experimentos 1 e 2), e pelo número de toques errados em cada tentativa (experimento 3). Os resultados foram analisados em blocos de dez tentativas em termos de médias e desvios padrão. No experimento 1, os resultados mostraram desempenhos similares para todos os grupos na fase de adaptação. A análise dos erros parciais indicou que o grupo de prática constante-aleatória apresentou melhor desempenho, visto que apresentou menor perturbação frente à modificação da tarefa. No experimento 2, os resultados indicaram que o grupo de prática aleatória-constante foi mais consistente do que o grupo de prática aleatória na fase de adaptação. A análise dos erros parciais indicou que o grupo de prática constante-aleatória apresentou maior perturbação frente à modificação da tarefa. E no experimento 3, os resultados indicaram que o grupo de prática aleatória-constante foi mais consistente que os grupos constante e aleatória na fase de adaptação. Esses resultados permitem afirmar que os efeitos da estrutura de prática foram específicos à tarefa.

O objetivo deste trabalho foi investigar os efeitos de diferentes estruturas de prática na aquisição de uma tarefa de timing coincidente com desaceleração do estímulo visual. Participaram do estudo 56 crianças divididas em quatro grupos experimentais: prática constante, prática aleatória, prática constante-aleatória, e prática aleatória-constante. O instrumento utilizado foi um aparelho de timing coincidente em tarefas complexas. A tarefa foi tocar cinco alvos em uma ordem pré-estabelecida em integração a um estímulo visual. O estudo teve duas fases de aprendizagem: estabilização e adaptação. Foram utilizadas como medidas de desempenho os erros absoluto, variável e constante e, como medidas relacionadas ao padrão de execução, o timing relativo e o tempo total de movimento. Os resultados mostraram os grupos de prática aleatória e aleatória-constante tiveram desempenhos mais consistentes do que o grupo de prática constante. Observou-se, também, que na fase de adaptação esse último modificou o tempo de movimento enquanto que os outros modificaram o timing relativo. Pôde-se concluir que as práticas aleatória e aleatória-constante possibilitaram melhor adaptação do que a prática constante porque permitiram a formação de uma estrutura mais flexível.

Estudos têm verificado maiores benefícios à aprendizagem motora através do foco externo de atenção (efeitos do movimento no ambiente) comparado ao foco interno (aspectos de controle do movimento). Porém em algum momento da aprendizagem, o foco interno pode ser relevante, pois está relacionado ao padrão de movimento. O objetivo deste estudo foi comparar o foco de atenção externo e a combinação foco externo-interno na aquisição do arremesso de dardo de salão. Participaram deste estudo vinte universitários inexperientes na tarefa, com idade média 22,3 ± 3,4 anos, divididos aleatoriamente em dois grupos: foco externo e foco externo-interno. A tarefa foi arremessar um dardo de salão, em um movimento pendular do braço, a um alvo posicionado paralelamente ao solo e distante a 2,5 metros do local de arremesso. O experimento foi dividido em fase de aquisição (100 tentativas) e teste de retenção (20 tentativas). Antes da fase de aquisição, o grupo foco externo recebeu, consecutivamente, 10 demonstrações e instruções referentes ao foco externo e a cada 10 tentativas eles recebiam mais uma demonstração e instruções referentes a esse foco. Na metade desta fase, esse procedimento foi repetido, seguindo a cada 10 tentativas da segunda metade, recebendo mais uma demonstração e instruções referentes a esse foco. Para o grupo foco externo-interno, foi mantido o mesmo procedimento, porém, na metade da fase de aquisição os sujeitos receberam informações de foco interno. Para os dois grupos, as demonstrações foram através de vídeo, com um sujeito habilidoso executando a tarefa. Quando o foco de atenção foi externo, os sujeitos assistiam somente à imagem do deslocamento do dardo até o alvo, e quando o foco foi interno, assistiam à imagem do padrão do movimento. O teste de retenção ocorreu 10 minutos após a fase de aquisição, sem informação de foco de atenção. Na fase de aquisição, foram comparadas as médias e desvios padrão dos grupos, blocos e interação, através do teste ANOVA two-way (2 grupos x 20 blocos) com medidas repetidas no último fator, assim como no último bloco da fase de aquisição mais o teste de retenção (2 grupos x 5 blocos). Na média de pontuação foi encontrada diferença significativa no fator blocos na aquisição [F(19,342)=3,035, p=0,007], não sendo encontrados outros efeitos significativos. Os resultados mostraram que houve aprendizagem, porém não foi identificado efeito da variável independente manipulada na aquisição do arremesso de dardo de salão.

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MEMÓRIAEMEXPERTSDENADOSINCRONIZADO Cassia Campi, Dilmar Guedes Junior, Tácito Souza Junior, Fabrício Madureira, Tathiane Rodrigues Martins, Maíra Gollegã shark_jaws@hotmail.com UNIMES; FEFIS

O EFEITODATRANSFERÊNCIABILATERALEMTAREFAS DEDIFERENTESCOMPLEXIDADES

Dayane Pinho

menezeslage@hotmail.com Faculdades Unidas do Norte de Minas INFORMAÇÃOPRÉVIAEDIFERENTESTIPOSDEPRÁTICANAAQUISIÇÃO DEUMAHABILIDADEMOTORA

Fabiano de Souza Fonseca, Adriana Paula Coelho Cavalcante, Cláudio Manoel Ferreira Leite,Camila Menezes,Fernanda Santos Oliveira, Michela Alves, Renata Camara Oliveira Santos,

Marcio Colen Barcellos Junior, Rodolfo Benda, Herbert Ugrinowitsch fabianoef@gmail.com UFMG FREQÜÊNCIARELATIVADECONHECIMENTODERESULTADOS

NOPROCESSOADAPTATIVOEMAPRENDIZAGEMMOTORA Fernanda Santos Oliveira, Rodolfo Benda,

Guilherme Lage, Michela Alves

oliveirafsantos@yahoo.com.br UFMG

O presente estudo teve por objetivo investigar os efeitos de diferentes freqüências de conhecimento de resultados (CR) no processo adaptativo em aprendizagem motora. Participaram 30 voluntários, com idade entre 18 e 35 anos, inexperientes na tarefa em questão. O estudo foi composto por duas fases: estabilização e adaptação. Na fase de estabilização, os sujeitos praticaram 60 tentativas de acordo com diferentes freqüências de fornecimento de CR: 100%, 66% e 33%. Na fase de adaptação, os três grupos receberam perturbação na macroestrutura em 30 tentativas. Os resultados não mostraram diferenças entre os grupos, o que não permitiu confirmar os achados mais recentes discutidos na literatura. A tarefa seriada de posicionamento, com esta quantidade de prática, pode ter gerado uma aprendizagem reforçada, levando os grupos com diferentes freqüências de CR a terem um desempenho semelhante nos testes. Conclui-se que nesta tarefa com tal quantidade de prática, o efeito de diferentes freqüências de CR não interferiu na aprendizagem. Tornam-se necessários novos estudos utilizando tarefas laboratoriais mais complexas, para obtenção de conclusões mais precisas sobre esta variável.

Informação e prática são fundamentais no processo de aprendizagem motora e são testadas com o propósito de investigar como esses fatores afetam a aquisição de habilidades motoras. O objetivo deste estudo foi verificar os efeitos de 2 formas de informação prévia (demonstração e instrução verbal) e 2 tipos de prática (prática física e prática mental) na aquisição de uma habilidade motora. Participaram deste estudo 25 universitários com idade entre 18 e 25 anos, sem experiência na tarefa, divididos em 5 grupos experimentais: controle, demonstração e prática física, demonstração e prática mental, instrução verbal e prática física e instrução verbal e prática mental. Foi utilizado um aparelho de controle de tempo de reação e movimento, que consistia em uma plataforma de com 6 recipientes, acoplada a uma caixa com uma chave de resposta conectada a um microcomputador com um software específico que controlava o início e fim da tarefa. O experimento foi conduzido em 2 fases: aquisição (30 tentativas) e transferência (10 tentativas). A tarefa na fase de aquisição consistiu em transportar 3 bolas de tênis com mão dominante numa seqüência pré-estabelecida (4-1/5-2/6-3) com o tempo alvo de 3500ms. O sujeito posicionava-se de frente ao aparelho pressionando a chave temporizadora, e ao acendimento simultâneo dos leds, executava a tarefa (física ou mental, conforme o delineamento experimental), finalizando pressionando a chave para fechamento do tempo. Para a fase de transferência a seqüência adotada foi (6-2/5-1/4-3) com o tempo alvo de 4500ms. Houve uma diminuição do erro absoluto para as respostas dos grupos durante a fase de aquisição, onde a partir do 2º bloco observa-se um desempenho similar de todos os grupos. Os grupos melhoraram o tempo de resposta a partir do 2º bloco da fase de aquisição. A análise através do teste de Kruskal-Wallis na transferência não mostrou diferença significativa entre os grupos. Os resultados mostraram uma tendência de efeitos benéficos à aprendizagem através da informação prévia com (demonstração ou instrução verbal) e prática (física ou mental). É possível que as informações abstraídas através da demonstração e instrução verbal para essa tarefa terem sido similares, justificando o mesmo processo de aprendizagem dos grupos.

A memória é uma variável muito estudada no desempenho motor de atletas experts (POSTAL, 2004; SCHACK & MECHSNER, 2006). Nas modalidades que dependem da interação entre uma rotina de exercícios e a música para dois ou mais integrantes de uma equipe, a memória passa ser um elemento fundamental para um bom desempenho. Entretanto, pesquisadores como CHI (1978) e ALLARD et al. (1980) têm demonstrado que a capacidade de armazenar informação de um expert e um iniciante não são diferentes, para estruturas sem relação com o contexto da modalidade. Este estudo teve como objetivo analisar as respostas da memória de dois grupos distintos em níveis de habilidade em atletas de Nado Sincronizado (NS). Dezessete atletas da Equipe Santista de NS participaram voluntariamente do estudo. As atletas foram divididas em dois grupos: federadas (7), com média de 15,12 (0,64) anos, que participam dos campeonatos oficiais pela Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos e não federadas (10), com média de 13,4 (2,11) anos, que participam de competições extra-oficiais. Os testes consistiram em montar uma seqüência composta por oito figuras de tipia Symbol e uma seqüência específica composta por oito figuras do NS. Nos dois experimentos a quantidade de cartões era o dobro da seqüência sugerida. Para análise do tempo foi utilizado um cronômetro com medidas em centésimos de segundos e os erros registrados eram de 2 tipos: ordem da seqüência e figuras que não correspondiam as sugeridas. As atletas tinham trinta segundos para decorar a seqüência e logo após esse tempo, montá-la o mais rápido possível. Para a análise estatística dos dados foi utilizado o teste t student para amostras não pareadas. O nível de significância das alterações foi determinado como α ≤ 0,05.Os resultados mostraram que para a seqüência não específica do contexto do NS não foram encontradas diferenças estatísticas tanto no tempo da montagem como na quantidade de erros da seqüência. Já na memória específica das figuras relacionadas ao NS, a equipe federada conseguiu realizar a tarefa em um tempo menor que a equipe não federada e com menos erros. Os resultados deste trabalho sugerem que a memória relacionada ao contexto do esporte pode ser um diferencial no desempenho de atletas que pretendem atingir um alto nível em sua modalidade.

Resultados de pesquisas apontam para um efeito assimétrico da transferência bilateral, ou seja, existem diferenças em termos de melhor direção da transferência entre membros. Dentre os possíveis fatores de interferência nesse fenômeno, a complexidade da tarefa vem sendo apontada como uma variável de influência. Assim, o efeito da direção da transferência bilateral foi investigado em tarefas com diferentes níveis de complexidade efetora através de 2 experimentos. 20 sujeitos praticaram uma tarefa de menor complexidade (digitação de uma seqüência de teclas) no 1º experimento e outros 20 sujeitos praticaram uma tarefa de maior complexidade (posicionamento de bolas de tênis entre recipientes) no 2º experimento. Ambas as tarefas tiveram como meta a execução dos movimentos em velocidade máxima. Nos 2 experimentos os sujeitos foram designados para: 1) grupo de sujeitos que praticou com a mão preferida e foi testado com a mão não-preferida (GMP) e 2) grupo que praticou com a mão não-preferida e foi testado com a mão preferida (GMNP). Os experimentos constaram de pré-teste, aquisição e pós-teste. Para a análise inferencial, foram conduzidas Anovas two-way e testes Post Hoc de Tukey para as médias de tempo de movimento. A análise do desempenho entre o pré e o pós-teste não indicou diferença entre grupos tanto para a tarefa de menor complexidade (p=0,52) quanto para a tarefa de maior complexidade (p=0,53). Foi encontrada diferença significativa para o fator blocos nos 2 experimentos, tendo o bloco do teste apresentado maior desempenho comparado ao bloco do pós-teste (p<0,01). Resultados contrários em relação a melhor direção da transferência foram encontrados nas tarefas de diferentes complexidades quando analisados o último bloco da aquisição e o bloco do pós-teste. Na tarefa de menor complexidade, o último bloco da aquisição do grupo GMP apresentou menor tempo de resposta comparado ao bloco do pós-teste do mesmo grupo (p<0,01). Por outro lado, na tarefa de maior complexidade, o último bloco da aquisição do grupo GMNP apresentou menor tempo de resposta comparado ao bloco do pós-teste do mesmo grupo (p<0,01). Esses resultados sugerem que a melhor direção da transferência relaciona-se à complexidade da tarefa. Na tarefa mais simples, a melhor direção da transferência ocorreu do membro não-preferencial para o preferencial, enquanto que na tarefa de maior complexidade, a melhor direção encontrada foi a do membro preferencial para o preferencial.

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ORGANIZAÇÃOHIERÁRQUICADEUMPROGRAMADEAÇÃO: PERTURBAÇÃONAMACROESTRUTURAEMICROESTRUTURA

Fernanda Santos Oliveira,Adriana Paula Coelho Cavalcante, Camila Menezes, Cláudio Manoel Ferreira Leite, Marcio Colen Barcellos Junior,

Herbert Ugrinowitsch, Rodolfo Benda, Fabiano de Souza Fonseca, Guilherme Lage, Renata Camara Oliveira Santos, Michela Alves

oliveirafsantos@yahoo.com.br UFMG O EFEITODOESTABELECIMENTODEMETANAAQUISIÇÃO

DOARREMESSODEDARDODESALÃO

Nádia Marinho, João Vitor Alves Pereira Fialho, Leandro Dutra, Rodolfo Benda, Herbert Ugrinowitsch, Thábata Gomes

nfsdp@terra.com.br Estácio de Sá

OSEFEITOSDAFREQÜÊNCIADEDEMONSTRAÇÃONAREPRODUÇÃO DEUMAHABILIDADEMOTORA

Marcia Cruz, Guilherme Lage, Robledo Coelho, Herbert Ugrinowitsch, Rodolfo Benda

menezeslage@aol.com Faculdades Unidas do Norte de Minas

OSEFEITOSDASESTRUTURASDEPRÁTICANASDIMENSÕES RELATIVAEABSOLUTADEUMAHABILIDADEEMUMCONTEXTO DETRANSFERÊNCIA

Michela Alves, Guilherme Lage, Fernanda Santos Oliveira, Herbert Ugrinowitsch, Rodolfo Benda

michelaalves@yahoo.com.br UFMG O estabelecimento de metas tem sido visto como uma estratégia motivacional para

melhorar o desempenho, através da direção e manutenção da atenção para um determinado objetivo a ser alcançado. Os resultados de pesquisas na área de Aprendizagem Motora têm sido inconclusivos em relação aos benefícios do estabelecimento de metas. O objetivo deste trabalho foi verificar o efeito do estabelecimento de metas na aquisição de uma habilidade motora discreta. Participaram deste estudo 30 sujeitos com uma média de idade de 24,4 anos (±5,4 anos) divididos em 2 grupos: GC-grupo controle (sem meta);e GE- grupo experimental (com meta de 10%). A pesquisa foi divida em três fases: pré-teste, fase de aquisição, pós-teste. A tarefa consistiu no arremesso de dardo de salão, com o movimento de flexão do ombro no sentido póstero-anterior, a um alvo circular posicionado paralelalelamente ao solo. No pré-teste todos os sujeitos realizaram 10 tentativas da tarefa, sendo que o escore obtido nesta etapa foi utilizado para o cálculo da meta de 10% além do desempenho para o grupo GE. Em seguida, foi realizada a fase de aquisição na qual os grupos realizaram 90 tentativas.Durante todo o experimento foi fornecido conhecimento de resultado, porém o grupo GE também recebeu informação, em blocos de 10 tentativas, sobre o alcance ou não da meta.Após 10 min do término da fase de aquisição, foi realizado o pós-teste que consistiu em executar mais 10 tentativas da tarefa, porém sem estabelecimento de metas para ambos os grupos. Como variável dependente foi utilizada a média do escore obtido durante o experimento.Para a comparação do desempenho do pré-teste com o pós-teste, foi realizada uma ANOVA two-way com medidas repetidas no segundo fator que não detectou diferença significativa no fator grupos e na interação entre grupos e blocos (p>0,05). Porém o teste detectou diferença significativa no fator blocos [F(3, 84)=3,19, P= 0,027]. Para identificar as possíveis diferenças encontradas, foi realizado o teste post-hoc de Tukey, o qual identificou diferença significativa entre o primeiro bloco do pré-teste para o último bloco do pós-teste, evidenciando uma melhora no desempenho durante o experimento. Para a análise da fase de aquisição a ANOVA two-way não detectou diferença significativa no fator grupos, blocos e na interação entre grupos e blocos (p>0,05). Os resultados encontrados apontam que a meta utilizada não influenciou na aprendizagem da habilidade motora realizada.

O presente estudo teve por objetivo investigar o controle motor por um programa de ação organizado hierarquicamente em dois níveis: macro e microestrutura. Participaram deste estudo 20 universitários, com idade entre 18 e 35 anos, inexperientes na tarefa em questão. O estudo foi composto por duas fases: estabilização e adaptação. Na fase de estabilização, os sujeitos praticaram 60 tentativas, digitando, com o dedo indicador, as teclas na seqüência 2,8,6 e 4 da região alfanumérica do teclado, em um tempo alvo de 900ms. e com tempo relativo entre as teclas de 22.2%, 44.4% e 33.3%. Na fase de adaptação, o G1 (perturbação na macroestrutura) variou o tempo relativo e o G2 (perturbação na microestrutura) variou o tempo total. A ANOVA “one way” detectou diferença para o G1 na medida de tempo relativo, no tempo absoluto e no erro global. Para o G2, ANOVA “one way” detectou diferença somente na medida de erro absoluto. Os resultados obtidos neste estudo vêm reforçar evidências de um programa de ação hierarquicamente organizado em níveis macro e microscópico.

Ao observar um movimento, o aprendiz extrai importantes informações que o auxiliam na organização e na execução de suas ações motoras. Resultados de estudos apontam para uma maior efetividade na reprodução da habilidade quando um maior número de demonstrações é fornecido. Entretanto, a maioria dos estudos associa à demonstração, a quantidade de prática e o conhecimento de resultados (CR), não permitindo investigar isoladamente o que foi extraído da informação modelada. Uma outra questão é que as medidas utilizadas nos experimentos refletem o resultado do movimento e não a reprodução de seu padrão. Assim, o presente estudo investigou o efeito do número de demonstrações na reprodução motora das dimensões relativa e absoluta de uma habilidade sem a interferência de outras variáveis. 20 participantes foram divididos em 2 grupos: 9 demonstrações (G9) e 3 demonstrações (G3). Os sujeitos receberam demonstrações idênticas da tarefa em um vídeo na tela do computador, consistindo na digitação de 4 teclas na região alfanumérica do teclado com tempos relativos de 22% do tempo total (tecla 2 para 8), 44% (8 para 6) e 33% (6 para 4) em um tempo total de 900 ms. 3 min após as demonstrações, os sujeitos realizaram 12 tentativas de reprodução da tarefa na região alfanumérica de um teclado, teste T1, que foram armazenadas em 1 software para análise posterior. 24 horas após o T1, foram realizadas mais 12 tentativas, teste T2. Não foi fornecido CR aos sujeitos. Para a análise inferencial, foram conduzidas Anovas two-way e testes Post Hoc de Tukey para as médias de tempo relativo e absoluto. A análise da reprodução do tempo relativo no T1 indicou que o G9 obteve melhor desempenho que o G3 (p<0,03). Não houve diferença significativa entre grupos de prática no T2 (p=0,92). Na análise do tempo absoluto não foi encontrada diferença significativa entre grupos para T1 (p=0,10) e T2 (p=0,80). O número de demonstrações não interferiu na característica mais simples da habilidade, tempo absoluto. Entretanto, para a reprodução da dimensão relativa, a mais complexa da habilidade, um maior número de demonstrações foi mais efetivo na reprodução motora. Não houve diferença entre grupos para o T2, sugerindo que a demonstração per si, não foi capaz de gerar mudanças permanentes no comportamento, ou seja, aprendizagem. Conclui-se que

Os efeitos das estruturas de prática nas dimensões relativa e absoluta da habilidade vêm sendo investigados, permitindo assim, inferências sobre a aprendizagem do padrão do movimento, dimensão relativa, e da capacidade de parametrização, dimensão absoluta. Um dos achados mais consistente nesses estudos é a efetividade da prática aleatória na aprendizagem da parametrização. Por outro lado, resultados inconsistentes vêm sendo encontrados em relação à aprendizagem do padrão do movimento. LAI et al. (1998, 2000) sugerem que a prática constante gera maior estabilidade na aquisição comparada à prática variada, levando a maior aprendizagem da estrutura do movimento independentemente do contexto dos testes. Entretanto, GIUFFRIDA et al.(2002) e LAGE(2005) observaram que em situação de transferência de aprendizagem, a prática constante não se mostra efetiva na aprendizagem da dimensão relativa. Assim, é objetivo desse experimento investigar o papel das estruturas de prática na aprendizagem das dimensões relativa e absoluta de uma habilidade em um contexto de transferência. 30 sujeitos foram distribuídos em 3 grupos: constante (C), aleatório (A) e em blocos (B). Na 1a. fase do experimento, aquisição, a tarefa consistiu em praticar 120 tentativas de uma seqüência de movimentos na região alfanumérica de um teclado em tempos alvo absoluto de 700, 900 e 1.100 ms. (grupos A e B) e 900 ms. (grupo C), e, em um tempo relativo entre as teclas (22.2% de 2 para 8, 44.4% de 8 para 6 e 33.3% de 6 para 4). 15 min após o fim da aquisição, os participantes realizaram o teste de transferência imediata (TI). 24 horas após o fim do TI, foi realizado o teste de transferência atrasada (TA). Os testes constaram de 12 tentativas de prática da mesma tarefa em termos de seqüência de movimento e tempo relativo, entretanto, em um novo tempo absoluto (1.300 ms.). Para a análise inferencial, foram conduzidas Anovas two-way para as médias de tempo relativo e absoluto entre o último bloco da aquisição e os testes. Na análise do erro relativo, o grupo C apresentou desempenho inferior comparado ao grupo B no TI (p<.05) e ao grupo A no TA (p<.01). Para o erro relativo, o grupo C apresentou desempenho inferior comparado ao grupo B no TI (p<.01) e ao grupo A no TI (p<.05) e no TA (p<.01). Os resultados sugerem que a estrutura de

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RELAÇÃOENTREACOMPREENSÃODOSPROFESSORESSOBREDICAS DEAPRENDIZAGEMEOSEUUSONOENSINODEHABILIDADES ESPORTIVO-MOTORASECOGNITIVO-MOTORAS

Iverson Ladewig, Andréa Yamaguchi, Josiane Medina, Priscila Caçola, Sidney Gilberto Gonçalves

iverson@ufpr.br UFPR PRÁTICAPELOTODOEPORADIÇÃONAAPRENDIZAGEM

DACORTADADO VOLEIBOL

Leandro Dutra, Leopoldo Paolucci, Cláudio Manoel Ferreira Leite, João Vitor Alves Pereira Fialho, Aquiles Xavier, Rodolfo Benda, Herbert Ugrinowitsch

leandro-dutra@nextwave.com.br UNIVERSO PERFILPSICOMOTORDECRIANÇASINSERIDASEMUMPROGRAMA DEAPRENDIZAGEMESPORTIVA

Diogo Burgos

diogo.burgos@gmail.com UNESA; UCB

PRÁTICAPELAPARTEEPELOTODONAAPRENDIZAGEM DACORTADANO VOLEIBOL

Leandro Dutra, Aquiles Xavier, Leopoldo Paolucci, Paulo Gabrich, Rodolfo Benda, Herbert Ugrinowitsch

leandro-dutra@nextwave.com.br UNIVERSO Introdução: Desenvolvimento motor refere-se às mudanças em padrões de

movimento que acontecem ao longo da vida. O desenvolvimento global infantil abrange os aspectos físicos e psíquicos do indivíduo e depende das práticas proporcionadas ao executante, ou seja, o alcance do domínio de habilidades motoras mais complexas exige uma vasta gama de experiências motoras propiciadas desde o nascimento do indivíduo. Objetivo: Partindo deste princípio, este estudo procurou descrever o perfil do nível psicomotor de crianças inseridas em um programa de aprendizagem esportiva, o basquetebol. Metodologia: Foi utilizada a Bateria Psicomotora de FONSECA (1995) para a análise do nível psicomotor, avaliando sete estruturas psicomotoras: tonicidade, equilíbrio, lateralidade, noção corporal, estruturação espaço-temporal, praxia global e fina. A amostra foi composta por 28 crianças entre 8 e 10 anos de idade, ambos os gêneros, praticantes regulares da modalidade basquetebol , avaliados quando iniciaram a prática do basquetebol e nove meses depois, enquanto alunos. Resultados: Os resultados apontaram que ao ingressarem na prática regular do basquetebol, as crianças analisadas apresentaram uma média geral no nível psicomotor de 2,3 pontos e d.p.=0,56 (segundo o instrumento utilizado, caracterizado como perfil psicomotor “normal”); 9 meses depois, em uma segunda avaliação, esses mesmos indivíduos apresentaram média de 3,2 pontos e d.p.=0,37 (agora caracterizados como perfil “bom”). Após a realização do teste t-student (p<0,05), para análise estatística, observou-se uma diferença significativa (0,02) entre as duas médias. Conclusão: Os resultados apontaram aumentos nas médias de todas as estruturas psicomotoras avaliadas, resultando um ganho significativo na média geral na comparação antes e depois. Pode-se sugerir que a prática regular da modalidade em questão influenciou de modo positivo o desenvolvimento psicomotor dessas crianças, concluindo que a rotina de atividades hábil-motrizes, desde que metodologicamente bem estruturadas, é uma aliada potencial ao amadurecimento psicomotor infantil.

Na Aprendizagem Motora, o referencial teórico de NAYLOR e BRIGGS (1963) tem sido utilizado para investigar a prática pela parte e pelo todo através da hipótese de organização e de complexidade. Alguns poucos estudos têm investigado essa questão, como, por exemplo: PÚBLIO e TANI (1993), utilizando uma tarefa seriada, corroboraram a hipótese no sentido de que a aquisição de habilidades de alta complexidade e baixa organização é favorecida pela aprendizagem por partes. O objetivo do presente estudo foi investigar a aprendizagem da cortada no voleibol através de dois tipos de prática: por partes e pelo todo. O experimento foi realizado com 24 crianças de ambos os sexos na faixa etária de 12,6 anos (± 0,8), distribuídas aleatoriamente em dois grupos experimentais: por partes (GP) e pelo todo (GT). A tarefa consistiu na cortada do voleibol, sendo praticada durante 5 sessões de 60 tentativas (3 blocos de 20 tentativas com intervalo de 1 minuto), totalizando 300 tentativas. O GP praticou os quatro componentes da habilidade separadamente, e na última sessão, praticou o movimento completo, enquanto que o GT praticou o movimento completo desde o início da aquisição. O delineamento utilizado foi pré-teste (5 tentativas), fase de aquisição (300 tentativas) e pós-teste (5 tentativas). A variável dependente foi o escore do padrão de movimento da cortada, analisado através de uma lista de checagem e os dados foram analisados através da comparação dos resultados obtidos no pré e pós-teste. O teste de Wilcoxon detectou diferença significante intra-grupo GP (Z=-4,093, p<0,01) e GT (Z=-4,473, p<0,01), e o teste U de Mann-Whitney não encontrou diferenças estatisticamente significantes entre GP e GT (p<0,01). Os resultados mostraram que as duas condições testadas não apresentaram efeitos diferentes na aprendizagem da cortada do voleibol. Estes resultados não corroboram as proposições de NAYLOR e BRIGGS (1963), no sentido de que a aquisição de habilidades de alta organização e baixa complexidade é favorecida pela aprendizagem pelo todo. Desta maneira, parece ser necessário rever o referencial teórico utilizado nos estudos de Aprendizagem Motora para explicar as diferentes formas de ensinar uma habilidade motora.

Os diferentes tipos de prática é um tema extremamente relevante na área de Aprendizagem Motora, pois permite obter subsídios teóricos sobre as diferentes formas de ensinar uma habilidade motora, como, por exemplo: pelo todo e por adição. A literatura tem produzido poucos estudos sobre esta temática, principalmente para situações mais próximas de ensino aprendizagem. Um exemplo é o estudo de PÚBLIO e TANI (1993), no qual os resultados mostraram que para uma tarefa seriada, a prática por adição alcançou escore superior à prática pelo todo. Assim, o objetivo do presente estudo foi investigar a aprendizagem da cortada do voleibol através dos tipos de prática: por adição e pelo todo. O experimento foi realizado com 24 crianças de ambos os sexos na faixa etária (12,5 ± 0,9) distribuídas aleatoriamente em dois grupos experimentais: por adição (GA) e pelo todo (GT). A tarefa consistiu na cortada do voleibol, sendo praticada durante 5 sessões de 60 tentativas (3 blocos de 20 tentativas com intervalo de 1 minuto), totalizando 300 tentativas. O GA praticou o primeiro componente separadamente e, depois, foram somando os outros componentes um a um até realizar o movimento completo, enquanto o GT praticou o movimento completo desde o início da aquisição. O delineamento utilizado foi pré-teste (5 tentativas), fase de aquisição (300 tentativas) e pós-teste (5 tentativas). A variável dependente foi o escore do padrão de movimento da cortada, analisado através de uma lista de checagem e os dados foram analisados através da comparação dos resultados obtidos no pré e pós-teste. O teste de Wilcoxon detectou diferença significante intra-grupo do pré-teste para o pós-teste GA (Z=-4,620, p<0,01) e GT (Z=-4,473, p<0,01). O teste U de Mann-Whitney não encontrou diferenças estatisticamente significantes entre GA e GT (p<0,01), indicando que os tipos de prática não apresentaram diferentes efeitos na aprendizagem da cortada do voleibol. Estes resultados não corroboram as proposições de NAYLOR e BRIGGS (1963), no sentido de que a aquisição de habilidades de alta organização e baixa complexidade é favorecida pela aprendizagem pelo todo. Sendo assim, parece fazer necessário rever o referencial teórico sobre complexidade, de forma que possa discutir com maior abrangência os resultados encontrados nos estudos de Aprendizagem Motora.

Introdução: Dicas de aprendizagem são estratégias cognitivas que facilitam a assimilação de conteúdos com o objetivo de selecionar as informações relevantes e facilitar a retenção. Objetivo:O objetivo deste estudo foi verificar a utilização de dicas de aprendizagem por professores de diferentes áreas do conhecimento e verificar se houve relação entre sua utilização e os exemplos citados pelos professores. A média de idade dos participantes foi 33,5 ± 9,9 anos. Método: A amostra foi composta de 120 professores divididos em dois grupos, 60 profissionais das áreas de voleibol, basquetebol, futebol, dança, natação e musculação, os quais formaram o grupo de habilidades esportivo-motoras (HM) e 60 profissionais das áreas de ensino fundamental de 1ª a 4ª séries, inglês para crianças e adultos, auto-escola, educação infantil, cursinho e pintura, os quais compuseram o grupo de habilidades cognitivo-motoras (HC). Os dados foram analisados descritivamente e para verificar se houve relação entre as respostas dos professores sobre a utilização de dicas e os exemplos citados por estes, adotou-se o teste não paramétrico de Spear man Rho, p<0,05. Resultados:Conforme as respostas dos professores as maiores dificuldades dos alunos são, primeiramente a falta de atenção e o conhecimento prévio. A maioria dos professores (71,6% no grupo HM e 75% no grupo HC) relatou utilizar dicas de aprendizagem conforme a necessidade do aluno. Entretanto, verificou-se que mais da metade de todos os professores (60%) não conseguiu descrevê-las dentro da conceituação que condiz às respostas anteriores das dificuldades dos alunos e a finalidade a qual esta se dedica, de direcionar a atenção do aluno, eliminando as informações irrelevantes. Desta forma não foi detectada relação significativa (p=0,09) entre as respostas de professores que relataram utilizar dicas com os exemplos citados por eles. Embora a maioria tenha relatado utilizá-las, não conseguiram descrevê-las corretamente. Conclusão: Pode-se concluir que nem todos os profissionais avaliados têm compreensão dos objetivos das dicas de aprendizagem e sua eficiência, não sendo capaz de explicá-las quando lhes solicitado.

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VARIABILIDADEDOTEMPODEMOVIMENTONABRAÇADA DONADOCOSTASEMINDIVÍDUOSDEDIFERENTESESTÁGIOS DEAPRENDIZAGEMMOTORA

Maria Angelica Binotto, Sidney Ferreira Farias, Katia Cristine Schmidt, Grasiely Borges, Sara Corazza

manbinotto@yahoo.com.br UFSC No campo das investigações, a variabilidade tem sido um tópico que abrange muitas linhas de pesquisa no estudo do controle e aquisição das habilidades motoras. Abordagens recentes têm enfatizado o papel construtivo da variabilidade na organização de ações motoras, ficando mais evidente a necessidade de identificar aspectos variantes em diferentes contextos esportivos. O objetivo deste estudo foi verificar se o tempo de movimento é um aspecto variante na fase aérea da braçada do nado costas de sujeitos em diferentes estágios da aprendizagem. A amostra selecionada de forma intencional constituindo-se de oito sujeitos, quatro do grupo intermediário e quatro do grupo avançado de aprendizagem. A tarefa constituiu-se em nadar o estilo costas numa distância de 75 metros individualmente, com velocidade natural, sendo que para a filmagem foram desconsiderados os primeiros 5 metros na saída e os últimos 5 metros na chegada de cada percurso de 25 metros. A medida utilizada correspondeu ao tempo total de movimento durante a fase aérea da braçada do nado costas. A análise cinemática foi realizada a partir de uma filmagem bidimensional, utilizando uma câmera do sistema Peak Motus para a captação das imagens do movimento, utilizando-se uma a freqüência de 60 Hz. A análise dos dados foi realizada por meio da estatística descritiva, análise percentual e testes não paramétricos (U Mann-Whitney para a comparação entre os grupos e teste de Wilcoxon para a comparação entre os braços). Considerou-se para os testes um nível de significância de 0,05. Para tabulação dos dados utilizou-se o programa Microsoft Excel e para análiutilizou-se estatística o programa Statistica 6.0. Fazendo-se a comparação entre os grupos no braço direito, observou-se que existe diferença entre os grupos (p = 0,004); o mesmo valendo para o braço esquerdo (p = 0,003), ou seja, o grupo avançado apresentou tempo de movimento maior na fase aérea (tanto esquerdo como direito). Comparando-se os tempos entre os braços para o mesmo grupo observou-se que não há diferença entre os mesmos. Ou observou-seja, não existe diferença (p = 0,144) entre os tempos do braço esquerdo e direito para o grupo intermediário o mesmo valendo para o grupo avançado (p =1,00).Conclui-se a partir dos resultados obtidos, que a inconsistência no tempo de movimento ocorreu em ambos os grupos, porém, houve maior variabilidade no grupo avançado em relação ao grupo intermediário na habilidade fechada nado costas.

Referências

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