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CONTRIBUIÇÃO DO MÉTODO ULTRASSONOGRÁFICO NO DIAGNÓSTICO DE PIONEFROSE EM UM CANINO Viviam Rocco Babicsak 1 RESUMO

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Academic year: 2021

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CONTRIBUIÇÃO DO MÉTODO ULTRASSONOGRÁFICO NO DIAGNÓSTICO DE PIONEFROSE EM UM CANINO

Viviam Rocco Babicsak1 Débora Rodrigues dos Santos1

Karen Maciel Zardo1 Alexandra Frey Belotta1 Hugo Salvador Oliveira1 Maria Jaqueline Mamprim2 Luiz Carlos Vulcano2 Vivian Lima De Souza3 Leonardo Delatorre Kairalla3 Claúdia Valéria Seullner Brandão4 RESUMO

O acúmulo de material purulento no interior da pelve renal dilatada constitui a pionefrose. O reconhecimento e tratamento precoce dessa doença são elementos fundamentais na evolução favorável do paciente. A ultrassonografia é considerada um método primordial no auxílio à determinação do diagnóstico. Neste relato descrevemos os achados ultrassonográficos encontrados em um canino com pionefrose.

Palavras-chave: ultrassonografia, pionefrose, canino.

CONTRIBUTION OF THE ULTRASONOGRAPHIC METHOD IN THE DIAGNOSTIC OF PYONEPHROSIS IN A CANINE

ABSTRACT

The accumulation of purulent material within the dilated renal pelvis characterizes pyonephrosis. The early recognition and treatment of this disease are essential elements in the favorable evolution of the patient. Ultrasound is considered a primordial method in the aid to the diagnostic determination. In this report we describe the sonographic findings found in a canine with pyonephrosis.

Keywords: ultrasonography, pyonephrosis, canine.

CONTRIBUCIÓN DEL MÉTODO ECOGRÁFICO EN EL DIAGNÓSTICO DE PIONEFROSIS EN CANINO

RESUMEN

La acumulación de material purulento dentro de la pelvis renal dilatada caracteriza la pionefrosis. El reconocimiento y tratamiento precoz de esta enfermedad son elementos esenciales en la evolución favorable del paciente. La ecografía es considerada un método

1 Pós-graduando do setor de Diagnóstico por Imagem do Departamento de Reprodução Animal e Radiologia Veterinária – FMVZ – UNESP/Botucatu, SP, Brasil

2 Docente do setor de Diagnóstico por Imagem do Departamento de Reprodução Animal e Radiologia Veterinária – FMVZ – UNESP/Botucatu, SP, Brasil

3 Pós-graduando do setor de Cirurgia de Pequenos Animais do Departamento de Cirurgia e Anestesiologia Veterinária – FMVZ – UNESP/Botucatu, SP, Brasil

4 Docente do setor de Cirurgia de Pequenos Animais do Departamento de Cirurgia e Anestesiologia Veterinária – FMVZ – UNESP/Botucatu, SP, Brasil

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primario en el auxilio de la determinación del diagnóstico. En este informe se describen los hallazgos ecográficos en un canino con pionefrosis.

Palabras clave: ecografía, pionefrosis, canino. INTRODUÇÃO

A pionefrose se caracteriza por um acúmulo de células inflamatórias e epitélio renal no interior do sistema coletor renal dilatado (1). Esta doença pode ser originada a partir de uma hidronefrose em associação a uma infecção ascendente secundária, de uma pielonefrite em conjunto com uma obstrução urinária (2) ou ainda por disseminação bacteriana via hematógena (3).

Indivíduos de raças pequenas são geralmente os mais acometidos por pionefrose, entretanto, a verificação dessa característica não pode ser levada em conta na determinação desta afecção uma vez que a hidronefrose, doença classificada como o principal diagnóstico diferencial, também afeta, com uma maior freqüência, animais de raças pequenas (2).

Com relação à idade dos animais acometidos por pionefrose, esta é considerada menor em comparação daqueles afetados por hidronefrose. A idade média dos indivíduos com pionefrose é de 7,6 anos, enquanto que, nos casos de hidronefrose, a idade média é de 9,1 anos (2).

O exame clínico de indivíduos humanos acometidos por essa afecção geralmente revela a presença de massa abdominal e hipertermia (4), no entanto, algumas vezes, os pacientes podem ser considerados assintomáticos (3). Anormalidades como piúria e hematúria também podem ser encontradas em humanos com pionefrose. Com relação aos exames laboratoriais, podem ser detectados aumento na concentração de enzimas renais (uréia e creatinina) e leucocitose por neutrofilia (4).

O diagnóstico geralmente é realizado a partir dos achados clínicos e ultrassonográficos (1). O diagnóstico dessa afecção e o diferencial para hidronefrose devem ser realizados precocemente para que assim haja a possibilidade de se evitar sérias complicações como destruição renal, choque séptico(5), abscessos renais e perinéfricos (6).

O objetivo desse relato de caso é descrever a contribuição da ultrassonografia na determinação do diagnóstico da pionefrose em um canino.

RELATO DE CASO

O animal do presente relato de caso refere-se a um canino sem raça definida, porte médio, com três anos de idade, apresentando acentuado abaulamento abdominal e sensibilidade dolorosa à palpação. No exame ultrassonográfico abdominal do paciente observou-se líquido livre e uma estrutura com paredes definidas (0,31 centímetros de espessura) e irregulares, devido à existência de prolongamentos teciduais com discreta formação de sombra acústica posterior (mineralização), para o interior da mesma (Figura 1). A estrutura que ocupava quase a totalidade do abdômen, apresentou um conteúdo altamente ecogênico (Figura 2), sem sinais de vascularização ao recurso Doppler colorido, sugerindo se tratar de uma coleção líquida com acentuada celularidade. Em região abdominal média, lateralmente a direita, não foi visibilizada nenhuma estrutura com arquitetura renal habitual. Esse fato associado à presença de uma estrutura com prolongamentos de parede para o interior da mesma (compatível com a imagem ultrassonográfica de divertículos renais) e a existência de conteúdo líquido em sua porção interna, indicaram que a estrutura abdominal se tratava do rim direito com acentuada dilatação de pelve e compressão do parênquima renal. Devido à presença de conteúdo altamente ecogênico em seu interior foi sugerida a existência de pionefrose. Posteriormente, o animal foi encaminhado para o setor de cirurgia de pequenos

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animais, onde foi realizado o procedimento cirúrgico o qual confirmou a presença da renomegalia direita. Foi realizada a drenagem cirúrgica de aproximadamente 3 litros de conteúdo, que apresentava aspecto purulento e intensa degeneração celular à avaliação laboratorial, com o auxílio de um aspirador por se tratar de um fluido viscoso, a fim de facilitar a realização da nefrectomia, posteriormente. O animal foi acompanhado por dois meses após a excisão cirúrgica renal, sem nenhuma alteração clínica, laboratorial e ultrassonográfica identificada.

Figura 1. Imagem ultrassonográfica ilustrando o fino tecido circundando a estrutura (setas) (A) e uma projeção tecidual com discreta formação de sombra acústica posterior, originando-se para o interior da pelve a partir da parede (originando-seta) (B).

Figura 2. Imagem ultrassonográfica longitudinal ilustrando o conteúdo ecogênico da pelve renal direita, que mensurou pelo menos 13,83 cm de comprimento e 14,33 cm de largura. DISCUSSÃO

A pionefrose, uma doença que acomete raramente animais (2), é representada por um acúmulo de conteúdo purulento na pelve renal. O diagnóstico dessa doença é baseado nos achados clínicos e na ultrassonografia (1), e deve ser realizado da forma mais precoce possível, uma vez que a rápida intervenção e instituição do tratamento são de extrema importância a fim de se evitar complicações (5).

O método imaginológico mais utilizado no auxílio à determinação do diagnóstico de pionefrose é o exame ultrassonográfico (1), uma vez que possibilita a avaliação do grau de dilatação da pelve renal e da compressão do parênquima renal. A forma severa dessa afecção

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é a mais difícil de ser diagnosticada, uma vez que nesses casos não é possível a observação do córtex renal devido à acentuada compressão. Nesse grau de dilatação, é possível somente a visibilização de uma fina porção do tecido na periferia do órgão, além de algumas imagens lineares hiperecogênicas originadas do tecido renal se projetando para o interior da estrutura (divertículos), assim como observado no animal deste relato de caso (7).

O exame ultrassonográfico também possibilita a avaliação da ecogenicidade do conteúdo presente na pelve renal. De acordo com a tabela elaborada por Coleman et al.(8) e modificada por Choi et al. (2) (tabela 1), o conteúdo pélvico do animal deste relato foi classificado como tipo 4, no qual há um preenchimento completo da pelve renal por um conteúdo ecogênico. Embora a presença de discretos ecos na pelve renal poder ser visibilizada tanto em casos de pionefrose quanto em hidronefrose (9), um conteúdo do tipo 3, 4 ou 5 na pelve renal, sugere a existência de pionefrose, como ocorrido nesse caso (8).

Tabela 1. Classificação elaborada por Coleman et al. (8) e modificada por Choi et al. (2) baseada no aspecto ultrassonográfico do conteúdo pélvico renal.

Classificação Aspecto ultrassonográfico da pelve renal

1 Conteúdo anecogênico

2 Conteúdo anecogênico associado à presença de alguns pontos ecogênicos

flutuantes

3 Conteúdo anecogênico com diversos debris ecogênicos na pelve renal (que

deslocam-se com o reposicionamento do animal)

4 Conteúdo ecogênico (preenchimento completo)

5 Conteúdo intensamente ecogênico com formação de sombra acústica posterior

(em decorrência da presença de conteúdo gasoso no interior da pelve renal)

O conteúdo ecogênico do animal aqui relatado apresentou indicações de alta viscosidade uma vez que não foi observada movimentação dos debris ecogênicos (10), o que dificultou a determinação da natureza do mesmo. Um recurso complementar que auxiliou nessa caracterização foi a avaliação em modo Doppler colorido, o qual demonstrou não haver sinais de vascularização, diferenciando a coleção líquida de uma possível massa, como o carcinoma de células transicionais, que pode ser erroneamente sugerido em casos de presença de conteúdo do tipo 4 na pelve renal (8).

A ultrassonografia também pode ser utilizada para a avaliação de outras alterações que frequentemente são encontradas em conjunto à pionefrose como a presença de inflamação e fluido peritoneal e retroperitoneal, que podem ser originados a partir da exsudação do rim acometido (2). No estudo realizado por Choi et al. (2), a inflamação e fluido perinéfricos foram observados em 11 de 18 cães (61,11%). No entanto, em humanos esses achados são raramente encontrados, podendo estar relacionado a um menor período de evolução da pionefrose até a determinação do diagnóstico em comparação aos caninos. Na ultrassonografia do animal deste caso foi observada uma discreta coleção de líquido livre abdominal, no entanto, durante o procedimento cirúrgico não foi observada inflamação peritoneal e retroperitoneal. Dessa forma, acredita-se que o fluido foi originado por compressão de vias linfáticas devido à extensa dimensão renal. Apesar do tempo longo de evolução do crescimento abdominal, suspeita-se que a infecção tenha ocorrido tardiamente uma vez que não foram observadas alterações inflamatórias perinéfricas ou retroperitoneais.

A ultrassonografia também permite a realização da punção e drenagem pélvica renal de modo percutâneo, sendo útil tanto para o diagnóstico quanto para o tratamento desta afecção, sem a necessidade de anestesia dos animais, que pode se constituir em risco para os pacientes, que geralmente não se encontram em um bom estado geral. No procedimento de punção ou drenagem, pela orientação da ultrassonografia, uma agulha hipodérmica ou um cateter é inserido na pelve renal, ultrapassando a porção mais espessa do parênquima a fim de se evitar

(5)

extravasamento do conteúdo (11). A punção pélvica percutânea sob orientação da ultrassonografia não foi realizada no paciente aqui relatado devido a existência de apenas um fino tecido renal circundando o conteúdo, o que poderia resultar em extravasamento do fluido. Devido à acentuada extensão das dimensões renais e a inexistência de tecido renal viável, a nefrectomia foi realizada.

CONCLUSÕES

Por possibilitar a visibilização da pelve renal e de outras possíveis alterações concomitantes, a ultrassonografia é considerada uma importante modalidade na identificação e avaliação da pionefrose, e portanto, deve ser sempre realizada na suspeita dessa doença, cujo diagnóstico precoce constitui um fundamental elemento na prevenção de possíveis complicações.

REFERÊNCIAS

1. Subramanyam BA, Raghavendra BN, Bosniak MA, Lefleur AS, Rosen RJ, Horii SC. Sonography of pyonephrosis: a prospective study. Am J Roentgenol. 1983;140:991-3. 2. Choi J, Jang J, Choi H, Kim H, Yoon J. Ultrasonographic features of pyonephrosis in dogs.

Vet Radiol Ultrasound. 2010;51:548-53.

3. Lezin STM, Hofmann R, Stoller ML. Pyonephrosis: diagnosis and treatment. Br J Urol. 1992;70:360-3.

4. Vehmas T, Päivänsalo M, Taavitsainen M, Suramo I. Ultrasound in renal pyogenic infection. Acta Radiol. 1988;29:675-8.

5. Chan JHM, Tsui EYK, Luka SH, Fung SL, Cheung YK, Chan MSM, et al. MR diffusion-weighted imaging of kidney: differentiation between hydronephrosis and pyonephrosis. Clin Imaging. 2001;25:110-3.

6. Roberts JA. Pyelonephritis, cortical abscess, and perinephric abscess. Urol Clin North Am. 1986;13:637-45.

7. Nyland TG, Mattoon JS, Herrgesell EJ, Wisner ER. Trato urinário. In: Nyland TG, Mattoon JS. Ultra-som diagnóstico em pequenos animais. 4°ed. São Paulo: Roca; 2004. p.166-75.

8. Coleman BG, Arger PH, Mulhern CB, Pollack HM, Banner MP. Pyonephrosis: sonography in the diagnosis and management. Am J Roentgenol. 1981;137:939-43.

9. Jeffrey RB, Laing FC, Wing VW, Hoddick W. Sensitivity of sonography in pyonephrosis: a reevaluation. Am J Roentgenol. 1985;144:71-3.

10. Hirsch JH, Rogers JV, Mack LA. Real-time sonography of pleural opacities. Am J Roentgenol. 1981;136:297-301.

11. Szatmári V, Ösi Z, Manczur F. Ultrasound-guided percutaneous drainage for treatment of pyonephrosis in two dogs. J Am Vet Med Assoc. 2001;218:1796-9.

Recebido em: 16/01/12 Aceito em: 04/09/12

Referências

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