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SILVA, Viviane Lima;MARQUES, Julio Renato. Viviane Lima da Silva Julio Marques Gilberto Barbosa Diniz Tais Pegoraro Scaglioni Ufpel

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Academic year: 2021

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TENDÊNCIA TEMPORAL DA PRECIPITAÇÃO PLUVIAL DO BIMESTRE JANEIRO-FEVEREIRO NO RIO GRANDE DO SUL

Autor(es): SILVA, Viviane Lima;MARQUES, Julio Renato. Apresentador: Viviane Lima da Silva

Orientador: Julio Marques

Revisor 1: Gilberto Barbosa Diniz Revisor 2: Tais Pegoraro Scaglioni Instituição: Ufpel

TENDÊNCIA TEMPORAL DA PRECIPITAÇÃO PLUVIAL DO BIMESTRE JANEIRO-FEVEREIRO NO RIO GRANDE DO SUL

SILVA, VivianeLima1; MARQUES, Julio Renato2.

1,2

Deptº de Meteorologia – FMet/UFPel

Campus Universitário – Caixa Postal 354 – CEP 96010-900. vivilials@yahoo.com.br

1. INTRODUÇÃO

As oscilações anuais da temperatura verificadas neste último século são predominantemente positivas, principalmente a partir de 1940, década marcada pela grande Revolução Industrial. O relatório do IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change, 2007), divulgado pela OMM (Organização Meteorológica Mundial) ressalta que a mudança nas quantidades de gases de efeito estufa e aerossóis da atmosfera, na radiação solar e nas propriedades da superfície terrestre alteram o equilíbrio energético do sistema climático, afetando em especial a temperatura e a precipitação.

O aumento da concentração de dióxido de carbono na atmosfera é apontado como a principal fonte, sendo esta atribuída principalmente a uso de combustíveis fósseis e uma parcela menor pela mudança no uso da terra. Estas são algumas das principais conclusões do IPCC, que afirma em seu último relatório (quarto) que o aquecimento global é inevitável. As grandes oscilações climáticas mais recentes já são perceptíveis, as quais apontam para aumento das precipitações no sul do Brasil. A variabilidade temporal da precipitação durante o verão no Rio Grande do Sul (RS) é apontada como a principal causa nas variações dos rendimentos das principais culturas do Estado. Marques et al. (2006) e Gruppelli et al. (2006) identificaram que a precipitação total do bimestre janeiro-fevereiro apresenta grande relação com a produtividade da soja, arroz e qualidade da uva no RS. Este período é caracterizado por apresentar grande demanda evaporativa da atmosfera, e conseqüentemente, grandes riscos de deficiências hídricas.

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Frente às indicações globais de mudanças regionais, em especial no RS, torna-se importante verificar o que já vem ocorrendo nas últimas décadas na variável precipitação. Este trabalho verifica especialmente as tendências da precipitação acumulada no bimestre janeiro-fevereiro no RS nos últimos 50 anos, e avalia estatisticamente o grau de significância destas mudanças.

2. MATERIAL E MÉTODOS

Foram usados dados de precipitação mensal de janeiro e fevereiro do período de 1957 a 2006 de 28 estações meteorológicas do RS, obtidas no 8o DISME/INMET (Distrito de Meteorologia do Instituto Nacional de Meteorologia) e FEPAGRO (Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária). A variabilidade temporal da precipitação no RS Sul foi analisada através do coeficiente de regressão linear (equação 1), cuja variável independente é o tempo (número de anos).

X b a

Y = + (1)

Onde, Y é a precipitação acumulada do bimestre janeiro-fevereiro, a é a constante de intercepto da reta, b é o coeficiente de regressão linear e X a variável temporal (anos entre 1957 a 2006). Foi usado o teste t para medir o grau de significância na relação entre Y e X, definido por (Storch & Zwiers, 2000):

2 r 1 2 n r − − = t (2)

Sendo, t o valor calculado do teste para cada estação meteorológica, r o coeficiente de correlação entre Y e X.

(

)

Y Vax X Var Y , X Cov r = (3) Onde: 1 n ) Y (Y ) X (X Cov i n 1 i i (X,Y) − − − =

= ; 1 n ) X (X Var 2 n 1 i i (X) − − =

= ; 1 n ) Y (Y Var 2 n 1 i i (Y) − − =

=

Nas figuras são apresentadas apenas as variações significativas à 1%, 5%, 10% e 20% de probabilidade.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A Figura 1 mostra os valores dos parâmetros da reta (equação 1), derivado da variabilidade da precipitação do bimestre janeiro-fevereiro nos últimos 50 anos, para a localidade de Bagé. Nota-se que o coeficiente de regressão linear é positivo (1,966 mm), o qual apresentou maior tendência temporal entre os demais dados de precipitação. O gráfico mostra que a variabilidade neste bimestre é grande, destacando o ano de 1983 que teve o pico de 574,4 mm e outros com valores baixos, como 1985 e 1991.

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y = 1,966x + 196 R2 = 0,0531 0 100 200 300 400 500 600 700 1 9 5 7 1 9 6 0 1 9 6 3 1 9 6 6 1 9 6 9 1 9 7 2 1 9 7 5 1 9 7 8 1 9 8 1 1 9 8 4 1 9 8 7 1 9 9 0 1 9 9 3 1 9 9 6 1 9 9 9 2 0 0 2 2 0 0 5 Anos P re c ip it a ç ã o A c u m u la d a ( m m )

Figura 1. Gráfico da tendência temporal da precipitação acumulada do bimestre Janeiro-Fevereiro para a localidade de Bagé (RS), período 1957 a 2006.

A Figura 2 mostra espacialmente a tendência temporal da precipitação acumulada do bimestre Janeiro-Fevereiro de todas as estações meteorológicas. Verifica-se pelo coeficiente de regressão que a tendência é predominantemente positiva, ou seja, existem indicativos de aumento nas precipitações nestes últimos 50 anos. Destaca-se a localidade de Bagé, com uma variação total média neste período de aproximadamente 98 mm. Apenas o extremo oeste do Rio Grande do Sul apresentou valores negativos no coeficiente de regressão, no entanto, estes valores são pequenos.

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Figura 2. Distribuição dos coeficientes de regressão lineares da precipitação obtidos de 28 estações meteorológicas no Rio Grande do Sul, no bimestre Janeiro-Fevereiro de 1957 a 2006.

Na Tabela 1 são apresentados os níveis de significância e os valores do teste t mínimo necessários para cada estação meteorológica. Na Figura 3 mostra espacialmente o resultado dos testes t calculados a partir da equação 2. Verifica-se que entre os valores positivos de aumento de precipitação no Rio Grande do Sul, o teste t não apontou nenhum valor significativo a 1% de probabilidade. Apenas o aumento da precipitação na localidade de Bagé apresentou significância de 5%. Percebe-se que no sul do Estado surge uma grande área, no entanto, esta é somente significativa a 20% de probabilidade.

Tabela 1. Níveis de significância e valores mínimos do teste t necessários para a precipitação do bimestre Janeiro-Fevereiro de 1957 a 2006.

Nível de significância Valor mínimo do modulo do teste t

1% probabilidade 2,40

5% probabilidade 1,67

10% probabilidade 1,30

20% probabilidade 0,85

Figura 3. Distribuição dos testes t para a precipitação de 28 estações meteorológicas no Rio Grande do Sul, no bimestre Janeiro-Fevereiro de 1957 a 2006.

4. CONCLUSÕES

A tendência das precipitações no Rio Grande do Sul no bimestre janeiro-fevereiro apresentou predomínio de aumento nos últimos 50 anos, no entanto, entre

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as 28 estações meteorológicas estudadas nenhuma apresentou nível significativo a 1% de probabilidade.

Entre as localidades que apresentaram mudanças, destaca-se a região de Bagé, sendo a única que apresentou aumento da precipitação no bimestre janeiro-fevereiro significativo a 5% de probabilidade. O sul do Estado apresentou uma região homogênea de tendência de aumento da precipitação, mas somente ao nível de 20% de probabilidade.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Gruppelli, J. L.; Marques, J. R.; Diniz, G. B. Relação da precipitação e da temperatura da superfície do mar em anos de alta e baixa qualidade da uva na região nordeste do Rio Grande do Sul. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE METEOROLOGIA, 14, 2006, Florianópolis. C-1947. 1 CD-ROM.

IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change). Mudanças do clima: A base das Ciências Físicas. http://www.ipcc.ch, acesso em 04/05/2007.

Marques, J. R.; Diniz, G. B.; Prestes, S. D. Anomalia na TSM associadas as fortes

anomalias na produtividade da soja no Rio Grande do Sul. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE METEOROLOGIA, 14, 2006, Florianópolis. C-2047. 1 CD-ROM. STORCH, H. V.; ZWIERS, F. W. Statistical analysis in climate research. New York – NY: Cambridge University Press, 2000. 484p.

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