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R e g u l a m e n t a ç ã o d a L e i n. º 2 3 / P o s i ç ã o d a F e d e r a ç ã o A c a d é m i c a d o P o r t o

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Academic year: 2021

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R e g u l a m e n t a ç ã o d a L e i n . º 2 3 / 2 0 0 6

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P o s i ç ã o d a F e d e r a ç ã o A c a d é m i c a d o P o r t o

I n t r o d u ç ã o

Publicada a Lei n.º 23/2006, fruto do salutar diálogo entre os grupos parlamentares e o Governo que apresentaram Projectos de Lei e Propostas de Lei, respectivamente, na Assembleia da República, diálogo esse em que a Federação Académica do Porto (FAP) participou opinando de forma responsável e consciente, era desejo não só da FAP, mas também do restante movimento associativo nacional, que a regulamentação específica, que decorre da supracitada Lei, fosse também discutida imbuída de um espírito de abertura e partilha de ideias. Contudo, verifica-se que as propostas de portarias regulamentares, trazidas ao conhecimento do movimento associativo em Conselho Consultivo da Juventude, foram construídas sem que fossem chamadas a intervir as Associações de Estudantes (AAEE), facto que nos merece um voto de desagrado. Foram, neste caso, totalmente desconsideradas as opiniões das AAEE bem como a sua disponibilidade para abordar a matéria. Ao invés de um fórum de discussão pública, como sempre foi exigido e prometido, as AAEE foram confrontadas com um documento em versão quase final, o que contraria o que sempre foi esperado e que, por isso, provocará um sentimento de desconfiança por parte das Associações de Estudantes a futuras iniciativas da Secretaria de Estado da Juventude.

Em relação à própria existência de regulamentação sob a forma de portaria, ao contrário do que acontecera na lei anterior – Lei n.º 33/87 –, cuja alteração depende apenas da vontade do membro do Governo competente ao invés da vontade da maioria na Assembleia da República, como no passado, a FAP tem a lamentar a possibilidade de no futuro haver a possibilidade de haver menos discussão que no presente no que toca a matérias fundamentais para a existência do Associativismo Juvenil como são as fórmulas de financiamento ou os esquemas de reconhecimento de existência jurídica das AAEE.

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Regulamento dos Programas de Apoio Financeiro ao Associativismo Jovem Sobre esta matéria, em relação ao Programa de Apoio Infra-Estrutural, é opinião da FAP que as Associações de Estudantes devem poder candidatar-se à modalidade de Apoio Financeiro Bienal, ao contrário do que se encontra explanado na alínea b) do art. n.º 16.

No que toca ao art. n.º 17 (pontos 1 e 2), não são explícitos os critérios com que serão avaliados pelo Instituto Português da Juventude (IPJ) os “Documentos Obrigatórios” apresentados pelas AAEE, nem sequer qual a estrutura que os irá avaliar. A exigência de uma “Declaração [de] (…) contabilidade organizada” é uma exigência tonificante no sentido de implementar um Associativismo cada vez mais responsável, mas restam dúvidas sobre quem atesta (e de que forma o faz) esta forma de organização de contabilidade.

O “limite à atribuição do apoio financeiro” constante no art. n.º 18, ponto 2, é tido como claramente insuficiente face às ambições infra-estruturais das AAEE e ao custo deste tipo de investimentos na realidade actual.

Dos artigos 19º, 20º e 21º ressaltam à nossa observação um estender do período temporal entre a candidatura para o fundo em questão e a data da efectiva transferência do fundo. Ciente das dificuldades que esta nova realidade possa levantar às AAEE, a FAP reivindica que se volte aos prazos existentes na Lei n.º 33/87.

As Auditorias previstas no art. 22º são efectuadas segundo critérios não explicitados e por uma comissão que nos é desconhecida.

Ainda nesta proposta de Portaria, encontra-se o Programa de Apoio Estudantil (PAE), que nos levanta algumas dúvidas. Em relação ao art. 26º – “Método de atribuição do apoio pontual”, considera a FAP que as fórmulas propostas são lesivas para as AAEE já que comportam uma redução do valor base a receber em quaisquer das categorias a), b) e c).

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Os critérios de majoração, apresentam-se como indicadores vagos e até certo ponto enganosos, se não vejamos:

a) o critério “Capacidade de Auto-financiamento” pretende avaliar a capacidade de angariação de fundos por parte das AAEE; no entanto, existirão AAEE com diferentes capacidades de angariação de fundos dado que representam estudantes “mais apetecíveis” aos olhos de patrocinadores, mecenas, empresas e demais instituições, não devendo outras ser penalizadas apenas porque representam menos alunos ou são “menos apetecíveis” ou se inserem num meio empresarial pouco dinâmico. b) O “Equilíbrio entre jovens de ambos os sexos e promoção de finalidades convergentes com a valorização de igualdade de género” é um critério de difícil aplicação nas AAEE cujo universo de representação é estruturalmente desequilibrado em termos de género – quererá a Secretaria de Estado amputar a ambição de atingir a majoração máxima das AAEE de Engenharia ou de Serviço Social ou Enfermagem? Este critério de majoração coloca dificuldades objectivas a muitas Associações de Estudantes que não vão, em caso algum, conseguir atingir o valor mais alto deste critério já que o seu própria base estudantil é ela própria diferenciada e não igualitária em termos de géneros.

c) Consideramos que o critério “Rácio entre despesas com recursos humanos e funcionamento com custo total do projecto” será lesivo na avaliação das AAEE que possuem custos de estrutura pesados devido ao facto de prestarem serviços aos seus estudantes que muitas vezes deveriam ser da responsabilidade das suas instituições de ensino: cantinas, bares, salas de estudo, correndo o risco deste critério levar as AAEE a reverem as suas ofertas de serviços sob pena de serem prejudicados na apreciação deste critério.

d) O conceito de parceria não se encontra definido no critério “Capacidade de estabelecer parcerias”: será uma parceria com um bar ou restaurante o mesmo peso do que uma parceria entre um município ou uma instituição pública?

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Coloca-se ainda a questão de saber que máquina de inspecção terá o IPJ para verificar o “Cumprimento das actividades incluídas no plano de actividade apresentado ao IPJ em candidatura anterior”.

No art. 28º “Limites ao apoio financeiro”, a FAP entende que deve ser aumentado o número de candidaturas a apresentar pelas AAEE e pelas federações nas alíneas a), b) e c) do ponto 2.

Tal como já exposto acima, também da leitura dos artigos 29º, 31º e 32º ressaltam à nossa observação um estender do período temporal entre a candidatura para o fundo em questão e a data da efectiva transferência do fundo. Mantemos nesta matéria a nossa exigência de regressarmos às datas até agora em vigor.

No art. 29º, alínea b), ponto ii. deve ler-se antes onde actualmente se encontra “após” – é de todo compreensível que as AAEE necessitam das verbas consagradas na modalidade de apoio pontual antes da actividade, de modo a poder ser concretizada, e não “45 dias após o início da actividade”.

É com assombro que a FAP constata que da interpretação do art. 30º “Verbas a consagrar aos apoios financeiros do Programa” a verba destinada aos Programas de apoio desta portaria possa ser inferior às necessidades das AAEE – o texto deverá ser reformulado no sentido de ser impedida qualquer interpretação desta índole.

Acerca da “Concessão de apoios estatais” presente no art. 34º, a FAP questiona a SEJD se a suspensão do RNAJ deverá impedir uma AE de estabelecer uma parceria com o seu município e daí obter mais-valias para os seus estudantes.

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Regulamento do Registo Nacional do Associativismo Jovem

Na “Norma transitória” inserida no art. 3º, a FAP considera que, no ponto 2, deve constar “o IPJ procede à inscrição das associações de estudantes”, assegurando deste modo um compromisso mais sólido por parte do IPJ em relação à fase passageira em que decorrerá a implementação da nova legislação.

Nesta proposta de Portaria, a FAP recorda a letra da Lei n.º 6/2002, anterior Lei do Associativismo em que “a inscrição no registo [RNAJ]é suspensa, por decisão fundamentada do IPJ, sempre que a Associação, depois de devidamente notificada, não envie: a) A documentação relativa ao registo; b) A documentação relativa ao apoio financeiro; c) Outros elementos que lhe sejam solicitados (…)”, sendo que é responsabilidade moral do IPJ notificar as AAEE em falta, dado que uma AE que esteja em processo eleitoral durante o “período compreendido entre 20 de Outubro e 20 de Novembro” (art. 2º, ponto 4 da proposta de Portaria), pode olvidar a sua obrigação legislativa.

Regulamento do Programa Transformar

A FAP saúda o aparente esforço na legislação proposta no sentido de aumentar a formação dos quadros dirigentes do associativismo jovem português. No entanto, ao ser o IPJ a única entidade a “definir as áreas de formação”, como consta na alínea a) do ponto 1 do art. 4º, este esforço de qualificação poderá ser amputado dos contributos em termos de escolha de formação ao não ser levado em conta o contributo das AAEE para a definição das áreas de formação.

Mais uma vez, os “Critérios de ponderação” existentes no art. 5º poderão ser injustos para com determinadas AAEE ao levarem em consideração a “Igualdade de género” ou a “Capacidade de co-financiamento e de auto-financiamento” pelas razões supracitadas.

Referências

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