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O USO DA INTERNET E SUA INFLUÊNCIA NA APRENDIZAGEM COLABORATIVA DE ALUNOS E PROFESSORES NUMA ESCOLA PÚBLICA DE MACEIÓ

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DE MACEIÓ

Rose Maria Bastos Farias (UFAL) rmbfarias@hotmail.com

RESUMO: Trata-se de uma pesquisa qualitativa, que se realizou em uma escola

pública municipal de Ensino Fundamental, situada na cidade de Maceió, com o objetivo de analisar, numa perspectiva inovadora de aprendizagem colaborativa, o uso da internet; tendo como questão norteadora a seguinte pergunta: Que dizem os professores e os alunos sobre o uso da internet, no laboratório da escola? E como problema: Como o uso da Internet contribui para a aprendizagem colaborativa no espaço escolar?A coleta de dados realizou-se através de uma amostra composta de 22 professores e 18 alunos que responderam a questionários e entrevista, nos quais constavam informações sobre o uso da internet no espaço escolar. Dentre os resultados alcançados identificou-se que apesar dos professores conhecerem a importância das tecnologias, poucos utilizam este meio pedagogicamente; contrapondo-se ao desejo relatado pelos alunos em utilizar mais freqüentemente este recurso. Conclui-se que a maioria dos professores apresenta resistência a estes recursos tecnológicos e que, necessita de uma formação continuada atuante para motivá-los ao uso adequado desta ferramenta tecnológica, na sua prática de ensino. Palavras-chave: Tecnologias; Internet; Aprendizagem Colaborativa.

INTRODUÇÃO

Diante da sociedade do conhecimento e da tecnologia da informação e comunicação (TIC), torna-se importante repensar o papel da escola, especificamente com relação ao ensino e o aprendizado, no sentido de dar mais relevância ao uso das mídias na sala de aula, o que requer do professor um comprometimento e o desejo de inovar sua prática escolar.

De acordo com Rossini (2007, p. 66):

Aprendizagem colaborativa é uma das estratégias que propicia um ambiente educacional colaborativo usando recursos tecnológicos. Ela se destaca como uma das formas rompedoras com a aprendizagem tradicional. Essa abordagem é centrada no aluno e no processo de construção do conhecimento, ao passo que a tradicional é centrada no professor.

Mercado (2008) reforça este pensamento afirmando que esta metodologia permite enriquecer concepções e desenvolver hábitos de reflexão; uma vez que, num ambiente colaborativo, possibilita a troca e a partilha de conhecimentos e experiências, contribuindo, assim, para uma aprendizagem significativa.

Neste sentido, a aprendizagem além de ser um processo de construção do saber do aluno, o professor também tem sua autoria, quando ele cria ambientes que possibilitam a participação, a comunicação, a interação e o confronto de ideias dos

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alunos, e que por meio das novas tecnologias promove o desenvolvimento destas atividades, contribuindo para o envolvimento e a livre participação dos mesmos.

A concepção do aprender em processo colaborativo também implica em

[...] planejar; desenvolver ações; receber, selecionar e enviar informações; estabelecer conexões; refletir sobre o processo em desenvolvimento em conjunto com os pares, desenvolver a interaprendizagem, a competência de resolver problemas em grupo e a autonomia em relação à busca e ao fazer por si mesmo (SILVA, 2000 apud ALMEIDA, MORAN, 2005, p. 71).

As informações são organizadas e contextualizadas de acordo com as necessidades e interesses do grupo onde cada um é responsável pela própria aprendizagem e co-responsável pelo desenvolvimento do grupo, participando sobretudo, de um processo de construção colaborativo.

Conforme Moran, Masetto e Berhrens (2000, p.77) “a abordagem pedagógica que valoriza a aprendizagem colaborativa depende dos professores e gestores da educação que deverão se tornar sensíveis aos projetos criativos e desafiadores”, em busca de um ambiente inovador.

Isto quer dizer que, estas mudanças ocorrerão se tiverem primeiramente, educadores maduros intelectual e emocionalmente, entusiasmados, capazes de motivar os alunos; tornando-se, então, todos parceiros, na busca do conhecimento individual e coletivo, visando especialmente, a aprendizagem colaborativa e que, certamente caminharão para uma educação de qualidade.

Diante disto, sentiu-se a necessidade de realizar uma pesquisa que se fundamentasse em uma concepção de educação como processo construtivo e permanente pela integração das diferentes mídias, contribuindo desta forma, para que os professores façam uso dos recursos tecnológicos no cotidiano escolar, articulando-os à proposta pedagógica.

Partindo da hipótese de que a internet pode contribuir para a aprendizagem colaborativa, teve como objetivo geral analisar, numa perspectiva inovadora de aprendizagem colaborativa, o uso da Internet. E como objetivos específicos: (1) proporcionar o uso da Internet facilitando a aprendizagem colaborativa na sala de aula; (2) possibilitar através do correio eletrônico (e-mail), situações de troca de informações, entre alunos e professores; (3) proporcionar ao aluno, por meio da Internet a construção do seu saber, de forma significativa; bem como, a socialização destes conhecimentos;

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(4) favorecer a interação entre alunos e professor, num ambiente de aprendizagem colaborativa.

METODOLOGIA

Tratou-se de uma pesquisa qualitativa tendo como locus uma escola pública, ouvindo os dizeres dos professores e alunos, sobre o uso da Internet. De um universo de 46 professores, foram aplicados questionários a 22 o que correspondeu a 21%, do total. Destes, utilizando o critério dos que mais buscam o laboratório de informática, foram observados 05 e escolhidos 02 professores para serem entrevistados.

Com relação aos alunos, foram aplicados 180 questionários que representou quatro turmas do turno matutino, nas quais os dois professores entrevistados lecionam. Quanto a estes alunos da amostra, os mesmos cursavam o 6º e 8º ano e tinham a faixa etária entre 10 a 18 anos.

Dos 180, foram escolhidos, de forma aleatória, 18 questionários para serem analisados, correspondendo a 10%. As respostas retrataram sobre a importância e necessidade da tecnologia e do uso da Internet na escola; bem como das dificuldades em acessar os computadores no Laboratório de Informática.

Além do questionário aplicado a professores e seus alunos, foi utilizado a técnica da entrevista semi-estruturada com os professores que mais frequentam o Laboratório de Informática assim como, realizou análise documental do Projeto Político Pedagógico (PPP) da Escola investigada. As questões da entrevista versaram sobre o nível de conhecimento das tecnologias e, sobretudo, da forma de uso da Internet em suas aulas.

A coleta de dados iniciou-se em outubro de 2009 e foi concluída em novembro do mesmo ano. Os professores e alunos foram contactados para responderem os questionários, contendo questões objetivas e subjetivas, de fácil compreensão. O resultado da coleta foi analisado, tendo como foco o conhecimento das tecnologias e o uso adequado da Internet para a aprendizagem colaborativa na prática pedagógica.

RESULTADO E DISCUSSÃO

Esta pesquisa apontou como resultados obtidos nos questionários e entrevista, a necessidade de que os professores devem ser devidamente orientados, motivados e capacitados para que possam vivenciar o uso da Internet.

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As respostas aos questionamentos evidenciaram a importância do uso da Internet

e a forma como eles a utiliza na sua prática pedagógica; bem como suas dificuldades do não uso deste recurso. Condensamos a seguir alguns dizeres dos professores:

a) Em relação à utilização da internet nas aulas, proporcionando ambiente de aprendizagem, foram destacadas as seguintes respostas:

[...] dinamizar as aulas; mudando a rotina; Alunos e professores fazem pesquisas, ampliam o conhecimento da aula dada e, depois socializam seus trabalhos; Como material lúdico; Para promover a participação; Como apoio para os conteúdos; As aulas tornam-se diferentes do cotidiano, deixando-as mais interessantes; Desenvolve o interesse e promove a participação; São usadas para mudar a rotina das aulas e tentar despertar a atenção do aluno; Ao mesmo tempo em que os divertem, podemos aproveitar para provocá-los.

b) Sobre as dificuldades da não utilização do laboratório de informática com a internet, no período da pesquisa:

[...] as interrupções ocasionadas na internet, à falta de manutenção nos computadores, outros eventos na Escola; turma numerosa; número reduzido de computadores.

Analisando as falas dos professores, observa-se que eles demonstram conhecimento sobre a importância de se usar a Internet no cotidiano escolar, mas que, no entanto, colocam muitas dificuldades para o uso freqüente deste recurso tecnológico. A dificuldade no acesso à internet leva os professores, na maioria das vezes, ao uso mais simples do computador, conforme pesquisa realizada pela Fundação Victor Civita em 400 escolas de 13 capitais brasileiras, onde mostra que:

Os professores ainda dão preferência aos programas mais simples, quando utilizam o computador com seus alunos. Para a metade dos entrevistados, o software mais utilizado é o de edição de texto, seguido por programas de visualização de mapas e editores de apresentação. Segundo o estudo, falta preparo aos docentes para inserir as novas tecnologias de forma eficiente dentro de sala de aula. A atividade mais realizada pelo professor com seus alunos é editar, digitar e copiar conteúdos (AGÊNCIA BRASIL, 2009, p.1).

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Isto nos diz que o computador já é uma realidade na escola, e que o professor ainda não usa a internet como meio que possibilita uma rica oportunidade de troca de informações e idéias entre alunos, onde estes aprendem uns com os outros e com o professor.

Segundo Kenski, (2007), não basta, no entanto, o uso das novas tecnologias; mas o estímulo para a interação, a troca, a comunicação significativa entre todos os participantes; e não somente, esta consciência dos professores nem a vontade expressa dos alunos; mas, de toda a Instituição escolar. .

Quanto aos alunos; estes responderam a seguinte pergunta: qual a sua opinião

sobre o uso das tecnologias/internet na escola? Destacando-se a seguintes falas: [...] é muito importante a tecnologia na escola para a aprendizagem do aluno; É melhor que a sala de aula; Com a Internet, podemos estudar e se comunicar; Com a nova tecnologia as coisas se tornam mais fáceis; Não podemos usar os computadores porque estão quase sempre quebrados; Devia usar mais a Internet e não só ficar digitando e jogando; A gente aprende muitas coisas na Internet.

O fato dos alunos acharem a tecnologia importante, atraente, interessante, pode-se justificar, a afirmação do autor quando pode-se refere: Segundo pesquisa do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), “o acesso real da maior parte dos alunos à Internet é muito insatisfatório” (MORAN, 2007, p. 07).

As respostas dos alunos, assim como dos professores, retrataram sobre a importância e necessidade da tecnologia e do uso da internet na escola; bem como as dificuldades em acessar os computadores no Laboratório de Informática.

CONCLUSÃO

Apesar do Projeto Político Pedagógico da Escola não enfocar o uso da Internet na sala de aula; na escola existe um Laboratório de Informática contando apenas com 17 computadores, conectados a Internet, distribuídos em bancadas em forma de U, com 30 cadeiras, para atender uma demanda de aproximadamente 1000 alunos; o que não ocorre; pois, a escola não tem as condições necessárias, devido aos poucos

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computadores existentes e uma pequena procura de professores a esse laboratório, atendendo desta forma, a um número bem reduzido de alunos.

Constatou-se que os professores, apesar de demonstrar conhecimentos sobre a importância deste meio tecnológico, ainda não utilizam esta ferramenta como recurso didático; mas, trabalham mais a informática ou seja, usam apenas recursos mais simples do computador; pela falta de preparo para inserir as novas tecnologias de forma eficiente dentro da sala de aula. Observou-se então neste universo pesquisado que, ainda existem professores com resistência às tecnologias, o que leva ao não envolvimento com estes recursos em sua prática cotidiana.

Além das dificuldades surgidas na pesquisa, que levou a não utilização do laboratório de informática pelos professores, durante a coleta de dados; o que não foi possível a observação como era o objetivo, percebeu-se a falta de motivação entre professores e a equipe técnica-administrativa em querer acompanhar o trabalho realizado; como também, o Projeto Político Pedagógico da Escola não contemplar o uso da internet na sala de aula, como já foi colocado anteriormente.

Já com relação aos alunos, foi observado em suas respostas, que eles demonstram conhecimentos e muito interesse pelo uso da internet; apesar das dificuldades encontradas em acessar os computadores na escola, muitos já possuem certo domínio; uma vez que estes já têm contato com o mundo digital pelo celular, pelo videogame, nas lanhouses. É preciso então, criar a aproximação professor e aluno, para assim, evitar, o desinteresse e o distanciamento entre estes sujeitos.

Com este estudo, compreende-se que para as novas tecnologias serem de fato inseridas como ferramentas de aprendizagem na atuação do professor em sua prática educativa, necessário se faz acreditar que venham se tornar um referencial importante e que possibilitem a modernização do ensino.

Pois, sabendo-se que, a internet pode ser uma ferramenta importante no processo de ensino aprendizado; no entanto, cabe ao professor construir uma prática reflexiva que desenvolva ações e atendam suas necessidades e realidades; proporcionando conhecimentos de modo mais significativo, desenvolvendo habilidades intra e interpessoais, onde todos são aprendizes contribuindo um com o outro.

Para tal, torna-se imprescindível que se reestruture o ensino como também a formação do professor, para que haja mudanças significativas no processo ensino aprendizado e assim o professor venha mudar sua postura e ser criativo, atualizado e

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busque acompanhar a evolução tecnológica, repensando o seu papel, sua postura e principalmente sua formação.

Por outro lado, percebe-se desta forma, a necessidade de que os professores do estudo se conscientizem e busquem a formação continuada, no âmbito abordado, no sentido de que aprendam a usar esta ferramenta tecnológica como material didático; evitando assim, que o professor use apenas o computador como informática, mas aproveitar o que a internet pode oferecer de melhor, direcionando as suas aulas; pois o professor não pode ficar fora deste contexto, deste mundo virtual que seus alunos dominam e, explorar com seus alunos as várias possibilidades deste novo ambiente de aprendizagem.

Espera-se, no entanto, que esta pesquisa venha incentivar muitos professores, a proporcionar oportunidades de criar ambientes de aprendizagem colaborativa; vencer desta forma, a resistência ao utilizar as novas tecnologias e assim, contribuir para a melhoria da qualidade de ensino.

REFERÊNCIAS

AGÊNCIA BRASIL. Professores usam apenas recursos mais simples do

computador. Folha Online. 27 de dez. 2009. Informática. Disponível em:

http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u671725.shtml. Acesso em: 10/02/2010.

ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini de; MORAN, José Manuel. Integração das

Tecnologias na Educação. Brasília: Ministério da Educação, Seed, 2005.

KENSKI, Vani Moreira. Educação e Tecnologias: o novo ritmo da informação. Campinas: Papirus, 2007.

MERCADO, Luis Paulo Leopoldo (org). Práticas de formação de professores na

educação a distância. Maceió: EDUFAL, 2008.

MORAN, José Manuel; MASETTO, Marcos T; BEHRENS, Marilda Aparecida. Novas

tecnologias e mediação pedagógica. Campinas: Papirus, 2000.

MORAN, José Manuel. A educação que desejamos: novos desafios e como chegar lá. Campinas: Papirus, 2007.

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO da Escola - (PPP), 2009.

ROSINI, Alessandro Marco. As novas tecnologias da informação e a educação a

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