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DIAGNOSTICO DA RAIVA EM QUIRÓPTEROS DE SÃO JOSÉ DO EGITO, SERTÃO DE PERNAMBUCO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

DIAGNOSTICO DA RAIVA EM QUIRÓPTEROS DE SÃO JOSÉ DO

EGITO, SERTÃO DE PERNAMBUCO

VITÓRIA DE SANTO ANTÃO 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

DIAGNOSTICO DA RAIVA EM QUIRÓPTEROS DE SÃO JOSÉ DO

EGITO, SERTÃO DE PERNAMBUCO

Autora: Roseli Rodolfo da Silva

Orientador: Luiz Augustinho Menezes da Silva

VITÓRIA DE SANTO ANTÃO 2013

TCC apresentado ao Curso de Graduação em Licenciatura em Ciências Biológicas como requisito para incremento da Disciplina Eletiva.

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Catalogação na fonte

Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV

S586d Silva, Roseli Rodolfo da

Diagnostico da raiva em quirópteros de São José do Egito, sertão de Pernambuco/ Roseli Rodolfo da Silva. Vitória de Santo Antão: O autor, 2013. 40 folhas.

Orientador: Luiz Augustinho Menezes da Silva.

TCC (Graduação) – Universidade Federal de Pernambuco. CAV, Ciências Biológicas, 2013.

Inclui anexo.

1. Morcegos. 2. Vírus rábico. 3. Vigilância epidemiológica. 4. Rhabdoviridae. I. Silva, Luiz Augustinho Menezes da. Título.

579.2566 CDD (23.ed.) BIBCAV/UFPE-11/2013

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FOLHA DE APROVAÇÃO

ROSELI RODOLFO DA SILVA

DIAGNOSTICO DA RAIVA EM QUIRÓPTEROS DE SÃO JOSÉ DO

EGITO, SERTÃO DE PERNAMBUCO

Aprovada em _____/_____/_____

Banca Examinadora:

Orientador: ______________________________________ Prof. Luiz Augustinho Menezes da Silva

Núcleo de Biologia UFPE/CAV

Examinador: ______________________________________ Profª. Angélica Maria Kazue Uejima

Núcleo de Biologia UFPE/CAV

Examinador: ______________________________________ Prof.ª Zailde Carvalho dos Santos

Núcleo de Enfermagem UFPE/CAV

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Para minha mãe Helena e titia Maria,

pelo amor, dedicação, compreensão e

ajuda sem fim em todos os momentos

da minha vida em especial este. Amo

vocês!

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente à Deus por está sempre comigo e propiciar a conclusão de mais uma etapa da minha vida.

A Prefeitura de São José do Egito, em nome do Diretor da Vigilância Sanitária Municipal, Ednaldo de Souza Gomes pelo apoio recebido em todas as etapas do desenvolvimento do trabalho.

Ao Laboratório Nacional Agropecuário em Pernambuco (LANAGRO- PE), pela realização das análises para identificação do vírus rábico nas amostras coletadas.

Aos meus amigos: Messias e Teone por participarem assiduamente das coletas de campo e triagem do material, sempre me propiciando momentos de descontração em meio á jornadas longas de trabalho.

Ao meu mestre, professor Dr. Luiz Augustinho Menezes da Silva pela confiança depositada em mim, pelos conselhos, sugestões, “puxões de orelha quando necessários”, pela dedicação com que me orientou. Gostaria de dizer obrigada por tudo.

Por fim a todos aqueles que de forma direta ou indireta contribuíram para a realização deste trabalho.

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SUMÁRIO 1 Introdução Geral...08 2 Objetivo...11 2.1 Objetivo Geral...11 2.2 Objetivos específicos...11 3 Referências ...12

4 Artigo: Monitoramento da raiva em morcegos em São José do Egito Sertão de Pernambuco...16 5 Resumo...17 5.1 Abstract...18 6 Introdução...19 7 Metodologia...19 8 Resultados e Discussão...21 9 Referências ...30 10 Considerações finais...36 11 Anexo...37

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1 INTRODUÇÃO GERAL

A Ordem Chiroptera compreende o segundo maior grupo de mamíferos, que vive no Brasil (REIS et al., 2007). Distribuídas atualmente em duas subordens: Yinpterochiroptera e Yhinolophidade. De acordo com Paglia et al., (2012), os morcegos no Brasil compreendem 65 gêneros e 174 espécies, largamente distribuídas pelos variados biomas, existindo registro de 70 espécies para o Estado de Pernambuco (GUERRA, 2007; SILVA E MARINHO FILHO, 2009/2010; LIRA et al., 2009). Muitas dessas espécies são facilmente encontradas no ambiente urbano, onde buscam abrigos e alimento, quando encontrados na área urbana, são tratados como fauna sinantrópica, em virtude dos problemas que podem causar a partir da interação com os humanos. Como qualquer mamífero estes animais, caso estejam doentes, podem vir a transmitir a raiva ao homem ou aos animais domésticos, independente de seu hábito alimentar.

A raiva pertence à família Rhabdoviridae, do grupo de vírus com RNA de sentido negativo, da grande ordem Mononegavirales. O vírus que infecta mamíferos com a raiva é do gênero: Lyssavirus (ICTV, 2006). O gênero Lyssavirus, cujo nome deriva do Grego lyssa: “agir com violência, fúria, loucura canina”, contém o vírus clássico da raiva: Rabies vírus (RABV) e os vírus relacionados à raiva (ICTV, 2006; ROSE e WHITT, 2001; MURPHY et al.,1999). Esta doença é sem dúvida a mais antiga reconhecidamente infecciosa, embora graves doenças tenham aparecido à preocupação com a raiva ainda persiste, por causa de sua progressão quase sempre fatal (DE MATTOS et al., 2001). É uma zoonose viral, que se caracteriza como uma encefalite aguda e letal, todos os mamíferos são suscetíveis ao vírus, portanto, podem transmiti-la.

O ciclo epidemiológico da raiva pode ser dividido em: ciclo urbano, relacionado aos cães e gatos; – ciclo rural, representado pelos animais de produção e o morcego hematófago; – ciclo silvestre terrestre, que engloba os saguis, cachorros do mato, raposas, guaxinim, entre outros animais selvagens – ciclo aéreo, que envolve os morcegos (BRASIL, 2009).

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Variante1: vírus clássico da raiva, que infecta mamíferos terrestres, morcegos hematófagos e morcegos não hematófagos das Américas.

Variante 2: cão, também isolada de humanos e animais silvestres terrestres;

Variante 3: morcego hematófago Desmodus rotundus (E. Geofroy, 1810), a mesma encontrada em bovinos (HEINEMANN et al., 2002).

Variante 4: Tadarida brasiliensis, também isolada de outras espécies não hematófagas e animais de companhia;

Variante 5: também relacionada a isolamentos de morcegos hematófagos em outros países, isolada de morcegos não hematófagos e em animais de companhia;

Variante 6: isolada de morcego Lasiurus cinereus, insetívoro observada em amostras de morcego não hematófago, cão e humano.

Tem-se notado uma grande variabilidade de isolados do vírus da raiva nos morcegos insetívoros de diversas espécies, exigindo a complementação dos estudos antigênicos através de análises genéticas, a fim de demonstrar a variedade dos vírus da raiva no Brasil (KOTAIT et al., 2009).

Devido à gravidade da doença em 1973, no Brasil foi dado inicio ao Programa Nacional de Profilaxia da Raiva (PNPR), com o objetivo de propor atividades sistemáticas de combate à raiva humana, mediante o controle da antropozoonose nos animais domésticos e o tratamento específico das pessoas agredidas. Em uma análise realizada entre 2000 a 2009, pôde-se observar a redução dos casos humanos e caninos de raiva e uma mudança no perfil de ocorrência e transmissão, nos últimos cinco anos, com 78,0% dos casos humanos transmitidos por morcegos, além do aumento na detecção de casos em espécies silvestres (WANDA et al.,2011).

Nos últimos anos, em vários estados do país, foram diagnosticados casos de raiva em humanos, caninos, felinos, bovinos e equinos transmitidos por quirópteros (KOTAIT et al., 2003), com isso os morcegos assumiram o primeiro lugar na transmissão de raiva humana (KOTAIT et al; 2007). Destacando que a partir de 2004, o morcego hematófago D. rotundus, tornou-se o principal responsável pela transmissão de raiva humana no Brasil (BRASIL, 2010). Diante da alteração do perfil epidemiológico da raiva, foi necessária á reformulação das diretrizes para o

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monitoramento desta zoonose (KOTAIT, 2005). Dentre as normativas inseridas no documento, podemos destacar: 1. Capacitar agentes; 2. Estimular a formação de uma rede de laboratórios regionais para identificação de morcegos; 3. Levantamento da quiropterofauna urbana; 4. Propor sistema de informação integrada; 5. Promoção em saúde; 6. Medidas profiláticas.

A presença dos morcegos nas cidades pode causar uma série de interações negativas entre esses animais e a população humana (LIMA et al.,2008), sobretudo a provável transmissão de doenças em especial a raiva (UIEDA, 1998; DEUS et al., 2003; CUNHA et al., 2006; PACHECO et al., 2010), representando um risco à saúde pública, uma vez que apresentam hábitos sinantrópicos. Nos centros urbanos ocorrem principalmente os insetívoros que encontraram abrigo e alimento em abundância, bem como frugívoros/nectarívoros que buscam na arborização os recursos alimentares disponíveis (BREDT et al., 1998,).

O registro de espécies de morcegos positivas para raiva é independente de hábito alimentar (ex: LANGONI et al., 2007; ALBAS et al., 2009; SODRÉ et al., 2010), podendo ocasionar surtos de raiva em humanos e animais domésticos, caso haja contato direto com morcegos infectados.

A raiva apresenta diversos sinais clínicos, dependendo do grupo de mamífero que seja acometido podem variar os sintomas. Nos morcegos geralmente são diagnosticados anorexia, alteração do reflexo, tremor, paralisia, ansiedade (AGUILAR-SÉTIEN et al., 1998), irritabilidade à luz e a sons, prostração, conjuntivite purulenta, incontinência urinária, desidratação, perda de peso (ALMEIDA et al., 2004) e isolamento do restante da colônia (AGUILAR-SÉTIEN, 2005). Nestes animais pode ocorrer uma fase de excitabilidade seguida de paralisia, principalmente das asas, o que faz com que deixem de voar, mas não os impedem de caminhar pelo chão ou pelas paredes e também não perdem a capacidade de morder (KOTAIT et al., 2009). A incapacidade de voo é o primeiro sintoma motriz observado nos morcegos raivosos (BREDT et al.,1998). O surgimento dos sinais clínicos se dá 24 a 72 horas antes da morte (AGUILAR-SÉTIEN et al.,2002). Mas alguns morcegos também morrem sem apresentar qualquer sinal clínico aparente (ALMEIDA et al., 2005). Todos os sintomas descritos anteriormente levam ao desenvolvimento de comportamentos atípicos, entenda-se por morcego suspeito de estar infectado pelo vírus da raiva todo indivíduo encontrado durante o dia, vivo ou

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morto, em residências ou em outras edificações (nas dependências internas ou externas) ou em vias públicas, com ou sem sintomatologia neurológica, em horários e locais não habituais. Nessas situações há grandes chances de estarem raivosos (KOTAIT, 2006).

O diagnóstico laboratorial da raiva é de extrema importância para o tratamento profilático humano pós-exposição, mediante a aplicação de imunobiológicos específicos, e para a execução de medidas que visam ao controle da doença em animais domésticos, evitando a ocorrência de epizootias com a identificação das áreas com circulação viral. Igualmente importante é a avaliação sorológica dos anticorpos antirrábicos através do soro neutralização, que permite o acompanhamento da proteção conferida pela vacina em indivíduos expostos ao vírus da raiva, acidentalmente ou por razões de manuseio durante trabalho, evitando-se riscos da ocorrência de novos casos da doença (BRASIL, 2008). Para que a profilaxia e o monitoramento da raiva em morcegos tenha sucesso é de extrema importância o envio de amostras para análise viral.

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Verificar a presença do vírus rábico em quirópteros nas áreas urbanas e rurais de São José do Egito.

2.2 Objetivos Específicos

- Diagnosticar o vírus rábico nas populações de morcegos;

- Localizar no município áreas com focos de raiva em quirópteros;

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3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Monitoramento da raiva em morcegos em São José do Egito,

Sertão de Pernambuco.

Roseli Rodolfo da Silva

Artigo escrito de acordo com as normas da Revista Brasileira de Epidemiologia,

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Monitoramento da raiva em morcegos em São José do Egito,

Sertão de Pernambuco

Screening of rabies virus in bats at São José do Egito, wilderness

of Pernambuco

Roseli Rodolfo da Silva, Emmanuel Messias Vilar Gonçalves da Silva, Teone Pereira da Silva Filho, Ednaldo de Sousa Gomes, Luiz Augustinho Menezes da Silva

Universidade Federal de Pernambuco, Centro Acadêmico de Vitória de Santo Antão.

Trabalho realizado na Universidade Federal de Pernambuco Centro Acadêmico de Vitória de Santo Antão/ PE, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde do Município de São José do Egito.

Conflito de interesse: nada a declarar. Financiamento: Sem financiamento.

Correspondência: Roseli Rodolfo da Silva, E-mail: rose_saia@hotmail.com

Agradecimento: A secretaria de Saúde de São José do Egito pelo apoio logístico e ao

LANAGRO/PE pela análise do vírus rábico.

RESUMO

Atualmente a raiva em morcegos no ambiente urbano vem se destacando, com o registro de casos positivos em diferentes espécies, esses relatos levaram a construção de normativas para o monitoramento da raiva no grupo. Nesse trabalho levantaram-se os casos de raiva em morcegos no município de São José do Egito, Sertão de Pernambuco. Entre janeiro de 2008 a julho de 2012, 13 espécies pertencentes a quatro famílias foram identificadas, entre os 237 exemplares de morcegos submetidos ao exame de raiva. Destes, 11 casos foram positivos para a raiva, pertencentes a três espécies todas no ambiente urbano: Molossus molossus

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(n=06), Myotis lavali, (n=01) e Glossophaga soricina (n=01) e três não identificados. Dez amostras foram provenientes de doação e apenas uma resultante de coleta, todas elas foram a partir do encontro de animais em condições atípicas. Indicando que morcegos encontrados com comportamentos diferente do habitual devem ser considerados como fortemente suspeitos de estarem doentes. A população foi orientada a cerca das medidas tomadas para prevenção da raiva, juntamente com ações no intuito de inibir matanças indiscriminadas contra as espécies de morcegos, levando-se em consideração a importância dos mesmos no equilíbrio ecológico.

Palavras-chave: Educação e saúde, Rhabdoviridae, vigilância epidemiológica, vírus

rábico, zoonose

ABSTRACT

Nowadays rabies virus in bats in urban environment has been taking place, with registers of positive cases in different species, these happenings lead to a construction of normatives for the monitoring of rabies in the group. In this paper were evaluated the cases of rabies in bats at São José do Egito city, wilderness of Pernambuco. From October 2010 to July 2012, 18 species belonging to 05 families were identified, among 237 specimen of bats submitted to rabies exam. Among these, eleven cases were positive to rabies virus, belonging to three species, all at the urban environment: Molossus molossus (n=06), Myotis lavali, (n=01) e

Glossophaga soricina (n=01) and three unidentified. Ten samples came from

donations and only one from collection, all of them were obtained from animals under not typical conditions. Indicating that bats collected that were behaving differently from their usual should be considered, probably, infected. The population were advised about the steps taken to rabies prevention, with actions that aim to inhibit the uncontrolled killing of bats, taking in account the importance of bats in ecological balance.

Key words: Education and health, Rhabdoviridae, epidemiological surveillance, rabies virus, zoonosis.

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INTRODUÇÃO

A raiva envolve diferentes ciclos: o urbano, quando está relacionado a cães e gatos; o rural representado pelos animais de produção e o morcego hematófago; o silvestre terrestre, que engloba os saguis, cachorros do mato, raposas, guaxinim, entre outros animais selvagens, por fim o ciclo aéreo, que envolve os morcegos (BRASIL, 2009).

No ciclo aéreo tem-se notado uma grande variabilidade de isolados do vírus da raiva nos morcegos insetívoros de diversas espécies, exigindo a complementação dos estudos antigênicos através de análises genéticas, a fim de demonstrar a variedade dos vírus da raiva no Brasil (KOTAIT et al. 2009) para melhor compreender a dinâmica da raiva nesse grupo.

Segundo Lima (2008) a presença dos morcegos nas cidades pode acarretar algumas interações negativas entre esses animais e a população humana, principalmente causada pelo mau monitoramento das populações de morcegos estabelecidas nas zonas urbanas, levando muitas vezes ao extermínio desses animais. A maior preocupação é a transmissão de zoonoses, sobretudo a raiva (HILL e SMITH 1984; CUNHA et al. 2006; PACHECO et al. 2010) caso os morcegos estejam infectados e haja contato entre humanos e/ou animais domésticos.

O diagnóstico laboratorial da raiva é de extrema importância para o tratamento profilático humano pós-exposição, mediante a aplicação de imunobiológicos específicos, e para a execução de medidas que visam ao controle da doença em animais domésticos. Para que a profilaxia e o monitoramento da raiva em morcegos tenha sucesso é de extrema importância o envio de amostras para análise viral, evitando assim a ocorrência de epizootias com a identificação das áreas com circulação viral.

METODOLOGIA

São José do Egito está localizado no Sertão Pernambucano na Microrregião do Pajeú, possui uma área de 792,00 km² e dista da capital pernambucana cerca de 400 quilômetros, entre as coodenadas de latitude 07º28'44" sul e longitude 37º16'28" oeste, estando a 585 metros acima do nível do mar (Figura 01).

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Figura 01: Localização do estado de Pernambuco e do município de São José do Egito

O município administrativamente é composto pelos distritos sede, Bonfim, Riacho do Meio e pelos povoados de Batatas, Curralinho, Mundo Novo, São Sebastião de Aguiar, Vila do Espírito Santo e Juazerinho, estes são subdivididos em diversos sítios enquanto que a zona urbana encontra-se sete bairros. O município possui uma população de aproximadamente 31.838 habitantes (IBGE, 2010). Quanto ao clima pode ser classificado como semiárido quente, e a temperatura média anual são de 20°C e 36°C. No município a vigilância sanitária é o órgão responsável pelo monitoramento da raiva em áreas urbanas e rurais.

O trabalho foi iniciado em outubro de 2010 finalizando em julho de 2012, com capturas mensais, durante 04 dias consecutivos de acordo com Bredt et al. (1998). Utilizando-se para captura manual puçá e/ou pinças, para as coletas livres foram utilizadas redes de neblina de 07 a 14 metros de comprimento, posicionadas nos corredores de voo entre as 17 e 24h ou instaladas nas saídas dos abrigos. Durante

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os trabalhos de campo a população local foi informada da importância do projeto e solicitada a comunicar sobre a ocorrência de morcegos encontrados mortos ou em situação atípica. Os morcegos foram identificados segundo Vizotto e Taddei (1973); Gregorin e Taddei (2002).

Para análise foram encaminhados 10% da coleta para o Laboratório Nacional Agropecuário em Pernambuco (LANAGRO- PE) para confirmação da presença do vírus rábico. Todo material analisado foi submetido a técnica de imunofluorescência direta (IFD) (MESLIN et al. 1999) e prova biológica (PB) (KOPROWSKI, 1996) ambas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (WORLD HEALTH ORGANIZATION,1992).Foram realizadas vistorias nos locais de coleta de morcegos mortos e/ou em condições atípicas, estes identificados por apresentarem alterações comportamentais, como por exemplo: achados em horários e locais não habituais, Uieda et al. (1995) afirmam que está característica pode ser considerada como um sintoma de estado doentio do animal suspeito de raiva. A partir do encontro dos casos relatados anteriormente e da confirmação de casos positivos a população foi orientada a seguir métodos profiláticos. Além disso, foram desenvolvidas exposições e campanhas educativas em escolas e associações de moradores para orientar sobre os cuidados com morcegos.

A fim de se levantar as informações anteriores sobre o monitoramento da raiva em morcegos no município, foram analisados os documentos e fichas de encaminhamento de amostras depositadas na Secretaria de Vigilância Sanitária, bem como os registros de recebimento do LANAGRO/PE.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Envio de amostras para análise viral

De acordo com o banco de dados da Vigilância Sanitária e do LANAGRO/PE, as ações da vigilância epidemiológica da raiva em morcegos no município passaram a ser desenvolvidas no ano de 2008, quando ocorreu o primeiro encaminhamento de uma amostra de morcego para análise. Até então eram encaminhadas amostras de outros grupos de mamíferos (cães, gatos, bovinos, raposas entre outros). Entre janeiro de 2008 e julho de 2012 foram enviadas 237 amostras de morcegos para

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análise do vírus rábico. Dois fatores podem ter contribuído para o direcionamento dos trabalhos aos morcegos. No ano de 2007 na área urbana do Recife, foram registrados diversos casos de agressões a humanos por morcegos hematófagos (PERNAMBUCO, 2009) em 2008, no município de Floresta, ocorreu um caso de raiva humana transmitida por morcego amplamente divulgado pela mídia (BRASIL, 2009). Fatos que repercutiram na Secretaria Estadual de Saúde bem como nas Municipais para que houvesse uma maior cobrança para o monitoramento da raiva em morcegos, principalmente no ambiente urbano.

Para atenuar esse efeito e diminuir o número de município silencioso raiva em morcegos foi pactuado no ano de 2011 pelo Ministério da Saúde, que todos os municípios devem enviar amostras de morcegos hematófagos e não hematófagos quando forem encontrados em horário, local e atitude não habitual (BRASIL, 2011),condições estas de estarem suspeitos para a raiva. Posteriormente para padronizar essa normativa no ano de 2012 procedimentos técnicos para a prevenção, vigilância e controle da raiva transmitida por morcego foram firmados nas esferas Federais Estaduais e Municipais de Saúde, com ações voltadas ao monitoramento de raiva em morcegos urbanos (BRASIL, 2012).

Do total 13 espécies e quatro famílias (Tabela 01), provenientes de capturas na zona rural e urbana e/ou encaminhadas para a Vigilância Sanitária pela população local. No intervalo entre 2010 a 2012 houve um maior envio de números de morcegos pela população para serem submetidos ao diagnóstico da raiva. Isto ocorreu devido ao programa de monitoramento implantado no Município, o que possibilitou o aumento do conhecimento sobre o papel dos morcegos no ciclo de transmissão da raiva. Esse fato evidencia que medidas eficientes de intervenção como campanhas educativas junto a comunidade e o monitoramento quanto à fonte de infecção animal são de extrema importância para o controle da raiva urbana (COSTA et al. 2000; ALBUQUERQUE et al. 2012).

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Tabela 01: Relação do total dos morcegos encaminhados para análise rábica pelo município de SJE entre janeiro de 2008 e julho de 2012 na zona rural e urbana.

Família

Espécie

Total Positivos# Hábito alimentar

ZR ZU

Emballonuridae Peropteryx macrotris 0 1 1 0 Insetívoro Phyllostomidae

Phyllostominae Lonchorhina aurita 13 0 13 0 Insetívoro Stenodermatinae Artibeus planirostris 1 1 2 0 Frugívoro

Platyrrhinus lineatus 0 2 2 0 Frugívoro

Carolliinae Carollia perspicillata 8 0 8 0 Frugívoro Glossophaginae Glossophaga soricina 1 5 6 1 Nectarívoro Phyllostominae Trachops cirrhosus 1 0 1 0 Carnívoro Desmodontinae Diphylla ecaudata 10 0 10 0 Hematófago

Desmodus rotundus 5 0 5 0 Hematófago

Vespertilionidae Myotis lavali 2 5 7 2 Insetívoro

Molossidae Molossus molossus 0 76 76 6 Insetívoro

Eumops auripendulus 1 1 2 0 Insetivoro

Eumops glaucinus 0 2 2 0 Insetivoro

Não definida 0 2* 2* 0 Insetivoro

Não hematofago Não definida 36** 34** 70** 2 diversos

s/ informação Não definida 26 4 28 inderterminado

Total 13 espécies 104 133 237 11

*Amostra em elevado estágio de decomposição que inviabilizou a identificação; **Amostras não identificada # ; as amostras exclusivas da zona urbana.

Algumas amostras não foram identificadas (n=98), pois foram encaminhadas antes do início do projeto e eliminadas sem a devida identificação, após a análise rábica (Tabela 01). Nas fichas de encaminhamento das mesmas havia apenas uma separação em hematófagos ou não e as vezes era indicado simplesmente morcego. Esse fato dificulta a análise de dados oficiais não deixando nítido o verdadeiro papel das diferentes espécies de quirópteros no ciclo epidemiológico da raiva (DEUS et al. 2003), impede um monitoramento adequado uma vez que cada espécie apresenta

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características biológicas peculiares, que são importantes na avaliação preliminar da situação encontrada (UIEDA et al. 1996).

Entre as espécies encaminhadas foram verificados diferentes hábitos alimentares, destacando-se insetívoros com o maior número de amostras enviadas (Tabela 01). Molossus molossus (Pallas 1766) destacou-se por obter o maior número de envios, sendo esta espécie amplamente encontrada utilizando abrigos na zona urbana do município (SILVA et al. 2012). De acordo com Aguirre et al. (2003), M. molossus é uma das espécies mais comumente encontrada nesse tipo de ambiente, a sua grande representatividade nas cidades segundo Bredt et al. (1998), pode está associada à oferta de recursos alimentares disponíveis, além de estarem bem adaptadas a abrigos antrópicos, principalmente forros de residências (Aguirre et al 2003).

O maior número de amostras veio da zona urbana (n=133) assim como a maior riqueza (n=12), isso se deve pelo método de captura, na zona urbana as coletas concentraram-se principalmente em abrigos e na zona rural, os maiores números de coletas ocorreram em áreas abertas nas rotas de acesso de morcego hematófagos, evidenciando as suas fontes alimentares.

Positividade

Onze amostras resultaram positivas para a raiva (Tabela 01) nos dois testes (PB e IFD), todos os resultados positivos obtidos foram de indivíduos capturados com comportamento atípico. Estes se dividem em três famílias Molossidade, Verpertilionidae e Phyllostomidade. Seis M. molossus, um Myotis lavali (Moratelli, Peracchi, Dias e Oliveira, 2011) e um Glossophaga soricina (Pallas, 1766) os dois primeiros são insetívoros e o ultimo nectarívoro. Três amostras foram identificadas apenas como não hematófagos, uma vez que foram eliminadas antes de uma identificação mais precisa.

Todas as amostras positivas foram provenientes da zona urbana, vale salientar que em todos esses registros os morcegos foram encontrados em condição suspeita tais como: atividade diurna (voo), caídos no chão, pousados em locais não convencionais para a espécie com dificuldades motoras estes achados

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estão de acordo com os descritos por Uieda (2006). Como indicativos das possíveis positividades dos espécimes.

Outro aspecto relevante é que a maior parte das amostras positivas foi encaminhada e/ou recolhida a partir de denúncias da população, e apenas uma delas foi oriunda de uma sessão de captura em um abrigo. Esse fato justifica a participação da comunidade no monitoramento de morcegos e é evidenciado em outros trabalhos (DEUS et al. 2003; UIEDA et al. 2005; ALBUQUERQUE et al. 2012) os casos positivo foram oriundos de doações e ou denúncias realizadas pela população aos órgãos de controle.

Apesar da ausência de casos de raiva em morcegos na zona rural, a presença da doença pôde ser confirmada pelo registro de bovinos com raiva. Provavelmente o vírus foi transmitido por Desmodus rotundus (E. Geoffroy, 1810) devido ao registro de espoliações nas localidades onde os casos foram encontrados. Entretanto, estudos mais detalhados devem ser realizados para verificar a cadeia epidemiológica da doença, pois nessas localidades também ocorreram registros de raiva em raposas (Cerdocyon thous, Linnaeus, 1766) e que podem transmitir aos herbívoros (GOMES, 2004 ).

A maior incidência de positividade para raiva foi em M. molossus (n=6), esta espécie já foi relatada com doença em diferentes estados (SODRÉ et al. 2010), sendo reconhecida na literatura como a terceira espécie de molossídeo mais bem representada como portadora do vírus rábico, citada para raiva em trabalhos no Brasil em São Paulo (n = 6), no Paraná (n = 1) no Rio Grande do Sul (n = 1) e em Pernambuco (SILVA et al. 2011; ALBUQUERQUE et al. 2012) no último estado representa o maior número de casos.

Não há relato de raiva para G. soricina no Nordeste do Brasil, havendo citações apenas para o sudeste em São Paulo e no Espírito Santo (Sodré et al. 2010). Quanto a M. lavali até o momento não haviam relatos de raiva, este é então o primeiro registro de raiva para o Brasil. Essa espécie foi recentemente descrita por Morateli et al. (2011), os autores acreditam que os espécimes descritos como Myotis

nigricans ( Schinz, 1821) no Nordeste, sejam na verdade M. lavali. Apesar da antiga

confusão entre as espécies não havia registro de raiva para M. nigricans para o Pernambuco.

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Molossus molossus e G. soricina são comuns ao ambiente urbano e utilizam

abrigos antrópicos (ainda habitados) (LIMA, 2008), aumentando assim os riscos de contato entre o animal infectado e humanos, bem como com animais domésticos (cães e gatos) (DIAS et al. 2008; MORAES et al. 2011) representando um risco a saúde pública quando encontrado positivo para raiva nesse ambiente. Molossus

molossus foi frequentemente coletada no ambiente urbano de São José do Egito em

diversos abrigos antrópicos ainda habitados (SILVA et al. 2012). Esse aspecto necessita de uma maior integração dos profissionais de saúde para promover campanhas de prevenção da raiva em morcegos e a investigação da dinâmica populacional dessa espécie na região, como sugerido por RIBEIRO et al. (2010); SILVA et al. (2010); PACHECO et al. (2010).

Frequência e distribuição dos registros de positivos

O primeiro caso positivo para raiva em morcegos em São José do Egito foi em junho de 2009, no mesmo ano aconteceram dois novos registros. Os demais ocorreram em 2010 e 2011 ambos com quatro registros. A distribuição dos casos ocorreu tanto na estação seca (n=07) quanto na chuvosa (n = 04). O espaço de tempo entre um registro e outro variou de uma semana a seis meses.

os casos ocorreram em cinco bairros adjacentes, todos localizados no perímetro urbano, não apresentando assim uma padronização. O bairro com maior número de positivo foi o Ipiranga (n=04), seguido pelo Novo Horizonte (n=03 ) (Tabela 02).

Autores como Uieda et al. (1995); Uieda et al. (1996); Passos et al. (1998) e Passos (1999) descreveram casos isolados de raiva em morcegos não hematófagos, e não apontaram um período do ano ou local específico de ocorrência. Contrastando com os achados desses autores Burns e Farinacci (1955), relataram um surto de raiva em colônia de morcegos Tadarida brasiensis (Geoffroy 1824), quando cinco morcegos morreram da doença em um mês. Segundo os autores esse surto foi proveniente da aplicação de DDT no local da colônia desencadeando um nível alto de estresse entre os animais, baixando a imunidade e favorecendo assim a disseminação do vírus. Isso evidência a necessidade da implantação adequada de métodos de manejo, segundo Silva et al (2011) no município ainda é utilizado pela população métodos inadequados de desalojamento

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das colônias condição essa que está sendo corrigida pelo programa de monitoramento.

Tabela 02: Localidades da zona urbana com envio de amostras e positividade para morcegos entre 2008 à 2012.

BAIRROS MORCEGOS /ESPÉCIES

M.m G.s M.l A.p E.g P.l E.a F.M N/H S/I P.m

T/B TP T/B Total Novo Horizonte 24**1* 0 1* 0 0 0 0 2** 20**1* 1** 0 3 50 Ipiranga 10**2* 0 0 0 1** 0 0 0 6**2* 2** 0 4 23 Centro 14**1* 1* 0 1** 0 0 0 0 0 1** 0 2 18 Planalto 8** 0 1** 0 1** 0 0 0 4** 0 0 0 14 São José 7** 0 0 0 0 2** 0 0 1** 0 0 0 10 Jardim B.Vista 3** 0 1** 0 0 0 1** 0 0 0 0 0 5 Pajéu 3**1* 4** 0 0 0 0 0 0 0 0 1** 1 9 São João 1* 0 2** 0 0 0 0 0 0 0 0 1 3 Boa Vista 1** 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 TOTAL 76 5 5 1 2 2 1 2 34 05 01 11 133

POSITIVO*; NEGATIVO**; M.m= Molossus molossus; G.s = Glossophaga soricina; M.l = Myotis lavali; A.p = Artibeus planirostris; E.g = Eumops glaucinus; P.l=Platyrrhinus lineatus; E.a = Eumops auripendulus; P.m= Peropteryx macrotris F.M= Família Molossidae; N/H = Não hematófago; S/I=Sem informação; TP=Total de positivos.

Relatos de casos

Os casos positivos para raiva em morcegos encontram-se comentados abaixo; os espécimes não identificados tiveram as amostras eliminadas após análise.

Caso 01- (Espécie não identificada) No dia 16/06/2009 às 12h10min um morcego

voando colidiu em um motoqueiro estacionado, em uma Praça do Bairro do Ipiranga (S07°28’ 512’’,W 037°16’ 279’’). Ao chocar-se caiu no chão e foi morto e coletado

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pelo mesmo. A amostra foi encaminhada a Vigilância Sanitária que após enviar para análise, verificou a positividade nos testes. Pelas informações da ficha de registro, tratava-se de um morcego não hematófago. O coletor não teve contato direto com o animal e recebeu instruções acerca da raiva em morcegos.

Caso 02- (Espécie não identificada) Em 30/08/2009 as 15 horas, um morador da

vila Érica, no bairro do Ipiranga (07° 28’ 512’’,W 037°16’ 279) encontrou um morcego vivo, tentando voar junto de um portão da residência. O morador coletou o espécime, matou e enviou para Vig. Sanitária, o mesmo foi identificado apenas como não hematófago na ficha de envio. Após análise foi positiva em ambos os testes. Não há relato de contato direto entre o morador e o morcego positivo. O morador foi instruído pela vigilância sanitária local.

Caso 03-(Espécie não identificada) No dia 07/11/2009 as 06h40min. foi encontrado,

pelo morador um morcego em uma residência no Bairro Novo Horizonte ( S 07° 28’ 416’’, W 037° 16 515’’), na parede da área do jardim tentando caminhar. O animal foi capturado pelo proprietário e encaminhado para o a Vigilância Sanitária, sendo positivo na PB e IFD. A amostra não teve contato direto com o coletor ou com animais domésticos na residência. Após o resultado foi repassada informações para os moradores da residência sobre cuidados que se deve ter sobre a raiva pela Vigilância sanitária. A amostra na ficha constava apenas como não hematófago.

Caso 04 – No dia 20/01/2010 a tarde, uma fêmea de M. molossus caiu de uma

árvore na praça do Bairro do Ipiranga (S 07°28’ 512’’, W 037°16’ 279’’), onde haviam várias pessoas. Após a queda saiu andando, sendo recolhido por um agente ambiental após envio para análise foi confirmado o laudo positivo para ambos os testes. O animal não manteve contato com pessoas ou outros animais.

Caso 05- No dia 31/07/2010 pela manhã foi encontrado um M. molossus que

tentava caminhar e não conseguia, sem sinais de agressividade no bairro Centro na academia das cidades, (S 07° 28’ 265’’ W 037° 16’ 681’’). O fato foi comunicado a secretaria de saúde que coletou o material, e o submeteu para análise confirmando a doença. Também não houve contato direto da população.

Caso 06-No dia 02/08/2010 as 14h00min. um morcego M. lavali foi encontrado na

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de agressividade, na Praça Antônio Jorge no bairro Ipiranga ( S 07°28’ 416’’,W 037° 16’ 515’’). O animal foi resgatado por um agente comunitário de saúde, encaminhado a secretaria de saúde e enviado para exames. Resultando em positivo para os testes. Não houve contato direto de pessoas ou animais domésticos.

Caso 07- No dia 11/02/2011 as 1400min. na Praça do Ipiranga (S 07°28’ 512’’,W

037° 16’ 279’’), em uma residência, foi localizado um M. molossus, macho adulto, vivo e pousado em um pano estendido no varal no quintal da residência. Sem sinais de agressividade, foi recolhido por um Agente de Endemias que residia próximo ao local. O animal foi encaminhado para a secretaria de saúde, resultando em positivo para raiva, depois de submetidos aos testes padrão. Não foi relatado contato por meio de pessoas ou animais com o animal infectado. Em seguida houve uma visita técnica para elucidar possíveis duvidas e repassar instruções aos moradores da residência.

Caso 08-No dia 18/02/2011, no horário da manhã, bairro do Ipiranga (S 07° 28’

416’’,W 037°16’ 515’’), um morcego M. molossus vinha voando e se abrigou em uma residência, tentando caminhar e não conseguia mais voar, pois estava com falta de coordenação, um senhor tentou aproxima-se e tocou o morcego com um pedaço de madeira, este reagiu agressivamente mordendo a madeira. Não houve contato ou agressão a pessoas ou animais presentes na residência. O morcego foi recolhido pelo proprietário do imóvel, que encaminhou a secretária de saúde local. Após os testes o laudo de positividade foi divulgado. Logo após o resultado foi dada instruções pertinentes ao proprietário.

Caso 09-No dia 23/03/ 2011 no horário da tarde, Bairro de São João (S 07° 28’

477’’,W 037° 16’ 290’’), foi encontrado um morcego M. molossus caído do forro da laje de uma residência, este estava vivo porem não conseguia se locomover , o proprietário da casa observou o fato e recolheu o animal, que não demonstrou agressividade. A amostra foi submetida aos testes específicos em seguida obteve como resultado a positividade do espécime. Na residência há cães e gatos porem estes não tiveram contato direto com o morcego. Posteriormente foi feita uma visita para tirar possíveis duvidas sobre a raiva em morcegos.

Caso 10- No dia 04/06/2011 bairro Alto da Boa Vista (S 07° 28’ 592’’, W 037° 16’

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para baixo no caibro em um abrigo. A amostra foi recolhida e submetida aos testes padrão dando positivo em ambos. Foram comunicado aos proprietários as instruções necessárias sobre os cuidados que devem ter acerca da doença.

Caso 11- No dia 30/12/2011 as 07h30min foi encontrado um morcego M. molossus

vivo em um Supermercado, localizado bairro Pajeú (S 07° 28’ 356’’,W 037° 16’ 478’’). Este agrediu uma funcionária no pé, caracterizando o contato direto com a vítima que no momento afastava caixas perto da parede onde ele se encontrava. A vitima foi conduzida ao hospital local, onde realizaram-se todos os procedimentos necessários (soro e vacina). A amostra foi sacrificada e submetida aos testes recomendados, resultando positivo. Posteriormente foi realizada uma visita no local para tentar capturar possíveis amostras suspeitas e repassar instruções acerca dos cuidados que se deve ter com os morcegos.

Educação e Saúde

O monitoramento da raiva nos morcegos ganha destaque quando se consegue conscientizar a população sobre a importância desses animais e os cuidados que se deve ter para evitar transtornos, tendo em vista que campanhas de educação e saúde são estratégias eficientes para diminuir as chances de contato entre morcegos doentes e humanos e/ou animais domésticos (cães e gatos) principalmente quando os morcegos desenvolvem a sintomatologia da raiva (Pawan 1936; Favoretto et al. 2002; Páez et al. 2003). Para isso, durante o trabalho foram realizadas diversas ações educativas em escolas públicas e particulares, campanhas porta-a-porta e aplicação de questionários pelos agentes de saúde local.

Foram ministradas de setembro de 2010 até julho de 2012 nove palestras em sete unidades de ensino para alunos do ensino fundamental ll e médio da rede publica municipal e estadual, totalizando 956 alunos participantes, além de palestras de capacitação para agentes de endemias e agentes comunitários de saúde, Também foram ministrados quatro treinamentos/capacitação para agentes de endemias e agentes comunitários de saúde envolvendo 124 profissionais. Outro ponto de culminância foram às exposições, estas ocorreram entre agosto e setembro de 2011, em um total de seis exposições com intuito de aproximar a população do conhecimento sobre morcegos.

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No desenvolvimento do projeto foi proposto à elaboração de folders para distribuição junto a população, com a finalidade de alertar a comunidade sobre a importância da preservação das espécies de morcegos para o ecossistema e quais os devidos cuidados que devemos ter com a raiva.

Para atenuar os efeitos negativos da presença dos morcegos em centros urbanos, devemos desmistificar estes animais diante da comunidade local com campanhas educativas e monitoramento. Quando nos referimos à raiva de animais silvestres ou de morcegos não hematófagos, não temos até o presente momento, nenhuma metodologia que erradique por completo o vírus nesse grupo, como a vacinação em cães e gatos que alcançou um grande resultado ao praticamente erradicar a variante canina do vírus, devido ao uso de vacinas cada vez mais seguras e eficientes (BELLOTO, 2000). O que é adotado para controlar a doenças nesses mamíferos é o monitoramento das populações de morcegos não hematófagos em áreas urbanas (PEDRO e TADDEI, 2002) e lembrando que estes animais não podem ser mortos de forma indiscriminada, pois estão protegidos pela Lei de Proteção à Fauna (Lei Nº 5.197, de 3 de janeiro de 1967), além disso a retirada deles do ambiente fará com que deixem de executar as suas funções ecológicas essenciais para a manutenção dos ecossistemas inclusive envolvidos na dinâmica das interações interespecíficas no ambiente urbano.

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Uieda W, Harmani NMS, Brandão R. Raiva em morcegos insetívoros (Molossidae) do Sudeste do Brasil. Revista Saúde Pública, São Paulo, v.29, p.393-397, 1995.

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Vizotto LD, Taddei VA. Chave para determinação de quirópteros brasileiros. Revista da faculdade de Filosofia Ciências e Letras São José do Rio Preto – Boletim de

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A distribuição dos insetívoros no perímetro urbano sugere uma predileção dessas espécies pelo ambiente antropizado. Essa ocorrência deve-se a estruturas das construções residenciais, praças e prédios públicos e da disponibilidade de alimento nas cidades.

No que diz respeito aos casos de raiva em morcegos não hematófagos identificados no Município, enfatiza a importância do envio de amostras e a eficiência de campanhas educativas junto a população local para diagnosticar a incidência da doença e executar as intervenções profiláticas necessárias.

Vale salientar que até o presente momento não existe nenhum método para erradicar a raiva nos morcegos, quanto ao controle da raiva nas espécies se faz necessária um programa efetivo de monitoramento em áreas urbanas que seja embasado em informações bioecologicas desses animais, além de parcerias com campanhas de vacinação em animais domésticos e de criação.

O monitoramento pelos órgãos especializados é a medida mais eficiente aplicada para o grupo dos quirópteros evitando assim o extermínio, visto que estes animais desempenham funções ecológicas ao meio ambiente, como: polinização, dispersão de sementes e controle de pragas de insetos.

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A Revista Brasileira de Epidemiologia tem por finalidade publicar Artigos Originais e inéditos, inclusive de revisão crítica sobre um tema específico, que contribuam para o conhecimento e desenvolvimento da Epidemiologia e ciências afins (máximo de 25 p.,incluindo tabelas e gráficos). Publica também artigos para as seções: Debate destinada a discutir diferentes visões sobre um mesmo tema que poderá ser apresentado sob a forma de consenso/dissenso, artigo original seguido do comentário de outros autores, reprodução de mesas redondas e outras formas assemelhadas; Notas e Informações - notas prévias de trabalhos de investigação, bem como relatos breves de aspectos novos da epidemiologia além de notícias relativas a eventos da área, lançamentos de livros e outros (máximo de 5 p.); Cartas ao Editor - comentários de leitores sobre trabalhos publicados na Revista Brasileira de Epidemiologia (máximo de 3 p.).

Os manuscritos apresentados devem destinar-se exclusivamente à Revista Brasileira de Epidemiologia, não sendo permitida sua apresentação simultânea a outro periódico. Para tanto, o(s) autor(es) deverá(ão) assinar declaração de acordo com modelo fornecido pela Revista. Os conceitos emitidos, em qualquer das secções da Revista, são de inteira responsabilidade do(s) autor(es).

Cada manuscrito é apreciado por no mínimo dois relatores, indicados por um dos Editores Associados, a quem caberá elaborar um relatório final conclusivo a ser submetido ao Editor Científico. Os manuscritos não aceitos ficam à disposição do(s) autor(es) por um ano.

Os manuscritos publicados são de responsabilidade da Revista, sendo vedadas tanto a reprodução, mesmo que parcial, em outros periódicos, como a tradução para outro idioma sem a autorização do Conselho de Editores. Assim, todos os trabalhos, quando submetidos a publicação, deverão ser acompanhados de documento de transferência de direitos autorais, contendo assinatura do(s) autor(es), conforme modelo fornecido pela Revista.

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Os artigos são aceitos em português, espanhol ou inglês. Os artigos em português e espanhol podem ser acompanhados, além dos resumos (no idioma original do artigo e em inglês), e respectivo número do processo. Ilustrações

As tabelas e figuras (gráficos e desenhos) deverão ser enviadas em páginas separadas; devem ser suficientemente claras para permitir sua reprodução de forma reduzida, quando necessário.

Palavras-chave

Os autores deverão apresentar no mínimo 3 e no máximo 10 palavras-chave que considerem como descritores do conteúdo de seus trabalhos, no idioma em que o artigo foi apresentado e em inglês para os artigos submetidos em português e espanhol, estando os mesmos sujeitos a alterações de acordo com o “Medical Subject Headings” da NML.

Abreviaturas

Deve ser utilizada a forma padronizada; quando citadas pela primeira vez, devem ser por extenso. Não devem ser utilizadas abreviaturas no título e no resumo.

Referências

Numeração consecutiva de acordo com a primeira menção no texto, utilizando algarismos arábicos em sobrescrito. A listagem final deve seguir a ordem numérica do texto, ignorando a ordem alfabética de autores. Não devem ser abreviados títulos de livros, editoras ou outros. Os títulos de periódicos seguirão as abreviaturas do Index Medicus/Medline. Devem constar os nomes dos 6 primeiros autores; quando ultrapassar este número utilize a expressão et al. Comunicações pessoais, trabalhos inéditos ou em andamento poderão ser citados quando absolutamente neces-sários, mas não devem ser incluídos na lista de referências, somente citadas no texto ou em nota de rodapé. Quando um artigo estiver em via de publicação, deverá ser indicado: título do periódico, ano e outros dados disponíveis, seguidos da expressão, entre parênteses “no prelo”. As publicações não convencionais, de difícil acesso, podem ser citadas desde que o(s) autor(es) do manuscrito indique(m) ao leitor onde localizá-las.

A exatidão das referências é de responsabilidade do(s) autor(es).

EXEMPLOS DE REFERÊCIAS Artigo de periódico

Szklo M. Estrogen replacement therapy and cognitive functioning in the Atherosclerosis Risk in Communities (ARIC) Study. Am J Epidemiol 1996; 144: 1048-57.

Livros e outras monografias

Lilienfeld DE, Stolley PD. Foundations of epidemiology. New York: Oxford University Press; 1994.

Capítulo de livro

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e sociedade. São Paulo: Artes Médicas; 1992. p. 369-98. Tese e Dissertação

Bertolozzi MR. Pacientes com tuberculose pulmonar no Município de Taboão da Serra: perfil e representações sobre a assistência prestada nas unidades básicas de saúde [dissertação de mestrado]. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública da USP; 1991.

Trabalho de congresso ou similar (publicado)

Mendes Gonçalves RB. Contribuição à discussão sobre as relações entre teoria, objeto e método em epidemiologia. In: Anais do 1º Congresso Brasileiro de Epidemiologia; 1990 set 2-6; Campinas (Br). Rio de Janeiro: ABRASCO; 1990. p. 347-61.

Relatório da OMS

World Health Organization. Expert Committee on Drug Dependence. 29th Report. Geneva; 1995. (WHO - Technical Report Series, 856).

Documentos eletrônicos

Hemodynamics III: the ups and downs of hemodynamics. [computer program]. Version 2.2. Orlando (FL): Computorized Systems; 1993.

OBSERVAÇÃO

A Revista Brasileira de Epidemiologia adota as normas do Comitê Internacional de Editores de Revistas Médicas (estilo Vancouver), publicadas no New England Journal of Medicine 1997; 336: 309 e na Revista Panamericana de Salud Publica 1998; 3: 188-96, cuja cópia poderá ser solicitada à Secretaria da Revista.

Envio de manuscritos

Os manuscritos são submetidos online, através da plataforma Scielo: http://submission.scielo.br/index.php/rbepid/editor/submission/11821 As declarações devem ser endereçadas ao Editor Científico, no seguinte endereço:

Av. Dr. Arnaldo, 715 subsolo - sala S28 01246-904 São Paulo, SP - Brasil fone/fax (011) 3085 5411

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