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O pedagogo e sua participação no espaço escolar.

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A FORMAÇÃO INICAL DO PEDAGOGO PARA ATUAR EM AMBIENTES NÃO ESCOLARES: UMA ANÁLISE DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO

PARÁ-UEPA COM FOCO NA PEDAGOGIA HOSPITALAR.

Elida Elena Moreira, Universidade do Estado do Pará. Inácia Beatriz Pereira dos Santos, Universidade do Estado do Pará. Kiaria Mendes Rodrigues, Universidade do Estado do Pará. Eixo 01-Formação inicial de professores da educação básica. elida.moreira@hotmail.com

Introdução

A formação docente é tema de calorosas discussões no cenário educacional brasileiro e no mundo, preocupação pertinente pois desde que se elegeu a instituição escolar como responsável pela formação das gerações presentes e futuras, natural que se intensifique a necessidade de avaliar como este trabalho está sendo realizado. Nesse sentido, se preocupar com a formação dos profissionais que atuam neste cenário ganha atenção redobrada.

A formação do professor precisa ser constantemente avaliada e analisada, como garantia do sucesso da ação educativa, da manutenção da cultura, do avanço na construção de conhecimentos, das ciências e da tecnologia, da cidadania.

Com uma sociedade em constantes mudanças, ainda mais se espera do professor. Este deverá estar preparado para se adaptar as situações de incertezas, de inovações e descobertas. Hoje, essas situações já se apresentam sendo o pedagogo chamado a atuar em diferentes ambientes educacionais que escapam do ambiente escolar, em espaços diversos como o social, empresarial, hospitalar, ONG’s, etc. Por isso realizamos esta pesquisa com o objetivo de analisar se o curso de pedagogia da Universidade do Estado do Pará-UEPA, tem oferecido uma formação inicial que garanta uma significativa aprendizagem e consiga preparar esse profissional para atuar com competência em ambientes não escolares, mais especificamente, no ambiente hospitalar.

Optamos por uma pesquisa bibliográfica para a realização deste trabalho, de caráter qualitativa, foi realizada uma análise documental do Projeto Político Pedagógico do curso de Licenciatura em Pedagogia da UEPA, reestruturado em 2006, a partir das Diretrizes Curriculares Nacionais estabelecidas para o referido curso. A problemática que

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direcionou esta pesquisa foi a preocupação com a qualidade da formação inicial do pedagogo da UEPA para atuar no ambiente não escolar, mais especificamente o hospitalar.

Analisamos a composição do Projeto Político Pedagógico-PPP, a metodologia de ensino proposta, a grade curricular, ementas, bibliografias. Um estudo detalhado, buscando compreender se esta formação inicial comtempla os requisitos básicos necessários aos profissionais que irão atuar fora do contexto escolar, dedicando-se as ações educativas no contexto hospitalar. Tal análise apresenta relevância, a partir do momento em que se dispõe a apresentar críticas construtivas a coordenação do curso de Pedagogia da UEPA, revendo os pontos frágeis do PPP, com o propósito de melhorar a qualidade do ensino oferecida por esta IES.

O pedagogo e sua participação no espaço escolar.

O pedagogo no espaço escolar, atua na gestão das instituições, contribuindo para elaboração, implementação, coordenação, acompanhamento e avaliação do projeto pedagógico. São funções que exigem uma formação específica para orientar, educar e estimular a aprendizagem. As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia, enfatiza a exigência em relação à formação do Pedagogo:

I - atuar com ética e compromisso com vistas à construção de uma sociedade justa, equânime, igualitária; II - compreender, cuidar e educar crianças de zero a cinco anos, de forma a contribuir, para o seu desenvolvimento nas dimensões, entre outras, física, psicológica, intelectual, social; III - fortalecer o desenvolvimento e as aprendizagens de crianças do Ensino Fundamental, assim como daqueles que não tiveram oportunidade de escolarização na idade própria; IV - trabalhar, em espaços escolares e não-escolares, na promoção da aprendizagem de sujeitos em diferentes fases do desenvolvimento humano, em diversos níveis e modalidades do processo educativo. (BRASIL, DCN, 2006, p.2).

O pedagogo é um profissional comprometido com a formação do sujeito, faz da sua prática pedagógica uma ação concreta, afim de refazer e (re)significar, junto com educadores e educandos, processos de ensino aprendizagem. É preciso reconhecer que o pedagogo, na escola, é convidado a planejar sua ação considerando as propostas e objetivos traçados, sempre direcionando seu trabalho de forma a garantir um processo educacional com qualidade e visando a formação de cidadãos críticos e autônomos, capazes de se posicionarem diante do mundo com competência e autonomia, respondendo aos desafios contemporâneos.

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O que define algo, um conceito, uma ação, uma prática como pedagógico é, portanto, a direção de sentido, o rumo que se dá às práticas educativas. É, pois, o caráter pedagógico que faz distinguir os processos educativos que se manifestam em situações sociais concretas, uma vez que é a análise pedagógica que explica a orientação do sentido (direção) da atividade educativa. Por isso se diz que a toda educação corresponde uma pedagogia (LIBÂNEO 2001, p.135).

O pedagogo em ambientes não escolares-possibilidades de atuação.

O pedagogo é o profissional que pode atuar em diversas áreas, sempre vinculado a prática educativa. Segundo LIBÂNEO (2001):

O pedagogo é o profissional que atua em várias instâncias da prática educativa, direta ou indiretamente ligadas à organização e aos processos de transmissão e assimilação de saberes e modos de ação, tendo em vista objetivos de formação humana previamente definidos em sua contextualização histórica. (LIBÂNEO, 2001, p. 11).

A educação não formal destaca a interação entre os indivíduos para a construção de saberes coletivos, a mesma não apresenta a formalidade do ensino regular, mas o profissional formado em pedagogia, deve atuar como um agente educativo nos diferentes espaços em que o mesmo irá trabalhar: ONGs, Museus, hospitais, empresas, presídios, circos, etc.

A sociedade está em constantes mudanças, portando apresenta novas necessidades, traz consigo expectativas diferenciadas. O pedagogo, como já abordado, se sente desafiado a compreender todo essa dinâmica e se preparar para esses enfrentamentos. Assim, torna-se relevante ressaltar que o mesmo necessita construir conhecimentos de forma eficaz. Com relação a isso LIBÂNEO (2001), afirma:

O mundo assiste hoje a intensas transformações, como a internacionalização da economia, as inovações tecnológicas em vários campos como a informática, a microeletrônica, a bioenergética. Essas transformações tecnológicas e científicas levam à introdução, no processo produtivo, de novos sistemas de organização do trabalho, mudanças no perfil profissional e novas exigências de qualificação dos trabalhadores, que acabam afetando os sistemas de ensino. (LIBÂNEO, 2001, p.20).

Na explicação do autor, essas mudanças recentes, em um mundo que se torna cada vez mais globalizado e competitivo, apresentam novos desafios para a pedagogia. Nessa visão, todo o trabalho necessita de planejamento e organização, exigindo pessoas com novas habilidades, comportamento profissional diferenciado e uma formação

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consistente. Ainda na visão de LIBANÊO (2006):

Todos os educadores seriamente interessados nas ciências da educação, entre elas a Pedagogia, precisam concentrar esforços em propostas de intervenção pedagógica nas várias esferas do educativo para enfrentamento dos desafios colocados pelas novas realidades do mundo contemporâneo. (LIBÂNEO, 2006, p.132).

Por isso a formação inicial do pedagogo precisa ser muito bem trabalhada, de modo que ofereça as competências necessárias para atuarem com segurança tanto no espaço escolar, como nos novos espaços que surgem a cada momento de acordo com as necessidades que a nossa sociedade em constantes avanços demandam.

Conhecendo o universo da Pedagogia hospitalar – um pouco de história.

Está crescendo cada vez mais o campo de atuação do pedagogo, isto exige desse profissional uma maior preparação para atuar não só na supervisão, gestão e coordenação pedagógicas de escolas, mas também nos vários campos educativos que permeiam a sociedade pois esse profissional pode atuar em diferentes âmbitos sociais, uma vez que a educação está presente em todos os contextos.

Como ressalta (LIBÂNEO, 2001, p.116):

A educação está presente em contextos e espaços sociais para além da escola, em que a presença do pedagogo e seus conhecimentos teóricos e práticos tornam-se imprescindíveis. Compreende-se, portanto, que “(...) em todo lugar onde houver uma prática educativa com caráter de intencionalidade, há aí uma pedagogia” (LIBÂNEO, 2001, p.116).

Como dito a educação se faz necessária em todos os contextos sociais, de maneira formal ou não. Devido à grande importância da educação em nossas vidas faz-se necessário a introdução de uma ação pedagógica em diferentes ambientes, especialmente em hospitais, ação essa que tem sido chamada de Pedagogia Hospitalar.

A Pedagogia Hospitalar é um novo caminho que está sendo construído pelos profissionais da educação. Ela surgiu para suprir as necessidades de crianças que passavam muito tempo hospitalizadas e acabavam tendo prejuízos/atrasos na aprendizagem escolar ou até mesmo perdendo o ano letivo dependendo do período que elas viessem a ficar hospitalizadas, buscando oferecer a esses pacientes hospitalizados momentos lúdicos, prazerosos e enriquecedores, visando sempre o envolvimento e o desenvolvimento dos mesmos.

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Pode-se entender por Pedagogia Hospitalar aquele ramo da Pedagogia, cujo objeto de estudo, investigação e dedicação é a situação do estudante hospitalizado, a fim de que continue progredindo na aprendizagem cultural, formativa e, muito especialmente, quanto ao modo de enfrentar a sua enfermidade, com vistas ao autocuidado e a prevenção de outras possíveis alterações na sua saúde. (GONZÁLES-SIMANCAS E POLAINO-LORENTE,1990, p.126)

Segundo Vasconcelos (2006), as intervenções de pedagogos em hospitais iniciaram-se no ano de 1935, nos arredores de Paris, quando Henri Sellier inaugurou uma escola para crianças inadaptadas. Seu trabalho foi expandido por seguidores – na Alemanha, França, em outros países da Europa e nos Estados Unidos – que visavam o atendimento às crianças infectadas pela tuberculose, moléstia muito comum nessa época e que, por ser muito contagiosa, acabava por afastá-las da escola.

Porém o marco que fez a escola realmente entrar nos hospitais foi a Segunda Guerra Mundial. Como houve um grande número de crianças e adolescentes que ficaram impossibilitados de frequentar à escola, uniram-se educadores e médicos para contribuírem na recuperação desses jovens.

No Brasil, a pedagogia hospitalar teve início desde 1950, no Hospital Jesus no Rio de Janeiro com a implantação da primeira classe hospitalar. Segundo Fonseca (1999, p.28), essa modalidade de ensino foi reconhecida em 1994, pelo Ministério da Educação e Desporto- MEC, através da Política da Educação Especial. As pesquisas nessa área ainda são muito recentes e a criação de classes hospitalares no Brasil acontecem em passos lentos, temos um longo caminho a percorrer.

O papel do pedagogo no contexto hospitalar é estimular a aprendizagem para tornar o ambiente menos hostil. De acordo com Fontes e Vasconcelos (2007), o hospitalizado continua se desenvolvendo no período em que se encontra na enfermaria, cabendo ao educador contribuir no processo de construção do seu conhecimento.

Segundo (Esteves, 2005):

O trabalho do professor no hospital é muito importante, pois atende as necessidades psicológicas e sociais e pedagógicas das crianças e jovens. Ele precisa ter sensibilidade, compreensão, força de vontade, criatividade persistência e muita paciência se quiserem atingir seus objetivos. (ESTEVES, 2005, p.7).

O perfil do pedagogo para atuar no ambiente hospitalar.

A atuação do pedagogo no ambiente hospitalar é um desafio que se estabelece diariamente. Para isto, se faz necessário uma formação acadêmica de qualidade, onde esse graduando possa adquirir os saberes necessários a esta prática, pois o pedagogo

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encontrará ainda, grandes dificuldades quanto a esse espaço, devido ao seu constante processo de transformação.

Como afirmam (MATOS; MUGGIATI, 2001):

[...] a questão da formação desse profissional constitui-se num desafio aos cursos de Pedagogia, uma vez que as mudanças sociais aceleradas estão a exigir uma premente e avançada abertura de seus parâmetros, com vistas a oferecer os necessários fundamentos teóricos-práticos, para o alcance de atendimentos diferenciados emergentes no cenário educacional. (MATOS; MUGGIATI, 2001, p. 15).

É essencial que o pedagogo hospitalar possua equilíbrio emocional para lidar com diferentes situações, pois os pacientes passam por muitas alterações em seu quadro clínico podendo receber alta ou vir a óbito inesperadamente, e esse profissional deve estar preparado para agir de forma competente.

Segundo Matos (2009, p. 49): “No hospital se trabalha diariamente na luta entre a vida e a morte, o corpo, pode estar doente, no entanto, a mente é sã, portanto não se detêm o sonhar, o fantasiar e se planejar a vida que ficou do lado de fora”. Ou seja, o pedagogo auxilia a criança a enfrentar o momento presente, ajuda na elevação da autoestima e na compreensão da doença e na adaptação do novo ambiente. Pois a criança necessita de cuidados não apenas com a doença, mas também de apoio emocional, são mudanças brusca que as afastam do convívio social com seus colegas de sala e familiares. A presença do pedagogo cria uma perspectiva de melhora, possibilitando a redução do período de internação e ainda ajuda na superação das dificuldades encontradas pela criança enquanto está doente.

Porém, para que o trabalho do pedagogo hospitalar obtenha melhores resultados e para que a individualidade de cada criança seja respeitada, é necessário que esse profissional tenha uma boa preparação, tanto nos seus conhecimentos teórico-prático-pedagógicos quanto nos relacionados às doenças mais comuns do hospital. Isso também proporciona mais segurança para o educador, o enfermo e sua família.

Breve histórico da Universidade do Estado do Pará.

A universidade do Estado do Pará- UEPA foi criada em 1993, pela Lei Estadual nº 5.747 de 18 de maio de 1993, surgiu a partir da fusão das Faculdades de Educação Física, Medicina e Educação, tem sua sede na capital do Estado, Belém. Enquanto Universidade Pública possui o maior Programa de interiorização do Estado, conforme seu Estatuto é uma instituição organizada como autarquia de regime especial e estrutura multi-campi, sendo cinco na capital e 15 no interior do Estado. O primeiro deles foi implantado no município de Conceição do Araguaia, com o curso de Pedagogia. (Guia

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Acadêmico-201)

A UEPA é composta por três Centros Acadêmicos: Centro de Ciências Naturais e Tecnológicas-CCNT; Centro de Ciências Biológicas e da Saúde-CCBS e o Centro de Ciências Sociais e Educação-CCSE.

Atualmente possui cerca de 16 mil alunos, matriculados nos 25 cursos de graduação, nos cursos de educação a distância e na pós-graduação lato e stricto senso. Desenvolve ações de ensino, pesquisa e extensão nas áreas da Saúde, Educação e Tecnologia.

Mediante os grandes desafios que o Estado do Pará enfrenta, a UEPA se mostra comprometida com o desenvolvimento social, político e econômico e cultural do Estado, no momento em que contribui com a formação de milhares de jovens, nas diferentes áreas do saber, qualificando-os para o mercado de trabalho e para o exercício da cidadania, fortalecendo o crescimento e o desenvolvimento de toda a região amazônica, na qual o estado se insere.

Desta forma a instituição vem cumprindo com sua missão: “Produzir, difundir conhecimento e formar profissionais éticos, com responsabilidade social para o desenvolvimento sustentável da Amazônia”. (Guia Acadêmico-2011).

Apresentação do Atual Projeto Político Pedagógico (PPP) do curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade do Estado do Pará-UEPA.

De acordo com estudo documental realizado no PPP do Curso de Licenciatura em Pedagogia, UEPA (2006), sua elaboração ocorreu em 2006, considerando as orientações estabelecidas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia, aprovadas em 14 de maio de 2006.

Segundo o documento, sua construção se deu de forma coletiva e envolveu a comunidade acadêmica como um todo, professores e alunos do CCSE, no intuito de responder as exigências legais e atender aos anseios da comunidade acadêmica.

O curso tem como objetivos, formar o pedagogo com competências para o exercício de suas funções docentes na educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental e formar o pedagogo para atuar como gestor educacional em ambientes escolares e não escolares.

Dentre as competências estabelecidas pelo documento destacamos:

 Capacidade de estabelecer diálogo entre a área educacional e as demais áreas do conhecimento;

 Capacidade de identificar problemas socio-culturais e educacionais propondo respostas criativas a questões da qualidade do ensino e medidas que visem a exclusão social.

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O PPP do curso de Licenciatura em Pedagogia estabelece um perfil profissional, dentre eles destacamos:

 Visão ampliada do processo político pedagógico, compreendendo-o nas dimensões histórica, filosófica, tecnológica, política, cultural e estética;

 Comprometimento com as questões da nossa época e da nossa região, articulando-as com o mundo, capaz de intervir como propositor na sociedade em que vive;

 Ético, produtor de conhecimentos para a formação de cidadãos críticos, criativos e atuantes na sua comunidade, assim como em seu país;

 Possuidor de embasamento teórico-prático que possibilite superar a fragmentação do conhecimento, para atuar na perspectiva interdisciplinar e do trabalho coletivo, visando construir saberes e conhecimentos na totalidade;

Ainda segundo o documento, o campo de atuação deste profissional será o Magistério na Educação Infantil, Magistério nos anos iniciais do Ensino Fundamental e Gestão Escolar entendida como organização do trabalho pedagógico a ser desenvolvido no campo do Planejamento, coordenação, acompanhamento e avaliação do processo educativo em espaços escolares e não escolares.

A estrutura curricular do curso apontada pelo documento esta constituída por núcleos de formação, sendo eles:

Núcleo de estudos básicos, tem como proposta articular dentre outros observação, analise, planejamento, implementação e avaliação de processos educativos e de experiências educacionais, em ambientes escolares e não-escolares; estudo da Didática, de teorias e metodologias pedagógicas, de processos de organização do trabalho docente e estudo das relações entre educação e trabalho, diversidade cultural, cidadania, sustentabilidade, entre outras problemáticas centrais da sociedade contemporânea. Compõe este núcleo as seguintes disciplinas: História da Educação; Filosofia da Educação; Sociologia da Educação; Psicologia Geral; Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem; Educação infantil no Contexto Brasileiro; Fundamentos Teóricos e Metodológicos em Educação Especial; Fundamentos Da Educação de Jovens e Adultos; Didática; Fundamentos de Gestão Educacional; Metodologia Científica.

Núcleo de aprofundamento e diversificação de estudos, tem como proposta entre outras, oportunizar investigações sobre processos educativos e gestoriais, em diferentes situações institucionais: escolares, comunitárias, assistenciais, empresariais entre outras. Compõe este núcleo as seguintes disciplinas: Estudo dos Números E Operações Matemáticas; Introdução a Geometria e Estudos de Funções; Linguagens Especiais e Comunicação Humana; Língua Brasileira de Sinais LIBRAS; Planejamento e

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Avaliação; Teoria do Currículo e Diversidade Cultural; Leitura e Produção de Texto; Atividades Físicas Recreação e Jogos; Processos Linguísticos; Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Linguagem; Formas de Comunicação e Expressão Artística; Geografia do Brasil e seu Ensino; Geografia da Amazônia e seu Ensino; História do Brasil e Metodologia do Ensino de História; História da Amazônia e Metodologia do Ensino de História; Química e Metodologia do Ensino de Ciências; Física e Metodologia do Ensino de Ciências; Biologia e Metodologia do Ensino de Ciências; Pesquisa Educacional; Tecnologia Educacional; Educação em Instituições Não Escolares e Ambientes Populares; Políticas Públicas e Educação; ELETIVAS.

Núcleo de estudos integradores, destaca a participação em seminários e estudos curriculares, em projetos de iniciação cientifica, monitoria e extensão, diretamente orientados pelo corpo docente da instituição de educação superior. As disciplinas que fazem parte deste núcleo são: Estágio Supervisionado em Ensino Fundamental; Estágio Supervisionado em Educação Infantil; Estágio Supervisionado em Gestão Educacional; Estágio Supervisionado em Instituições Não Escolares e Ambientes Populares; Trabalho de Conclusão de Curso – TTC I; Trabalho de Conclusão de Curso – TTC II; Atividades complementares.

O curso compreende 3.960 horas, mais 100 horas de atividades complementares, que correspondem a 4060 horas e está organizado em regime semestral.

O PPP do curso de Licenciatura em Pedagogia da UEPA com foco na atuação do Pedagogo em ambientes não escolares: desafios de atuar no ambiente hospitalar.

Ao analisarmos o PPP do curso de Pedagogia da UEPA, percebe-se que o mesmo está comprometido com a formação de um profissional capaz de se perceber sujeito de sua práxis, que tenha clareza de suas concepções de mundo e de sociedade, da sua ação educativa e principalmente da sua visão de homem. Um profissional capaz de dar respostas ao seu tempo histórico, ciente do seu papel enquanto articulador da cultura, capaz de criar e recriar o conhecimento, da sua relação com aluno de forma democrática e humana. Reflexivo, político, consciente de seu papel na construção de uma sociedade mais justa e honesta.

Tais aspectos de formação estão explícitos nas competências e no perfil do profissional que o documento apresenta.

A estruturação do projeto a partir de núcleos de formação permite uma flexibilização e maior articulação entre os componentes curriculares. Porém, quando estes núcleos (Estudos Básicos; aprofundamento e diversificação de estudos e

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integrador), listam disciplinas e as agrupam gera uma preocupação no sentido de pensar, de que forma os docentes iram compreender, articular e desenvolver toda esta proposta.

O foco desta análise, centra-se na formação deste profissional que além de todos os conhecimentos propostos acima, tenha especificamente garantido saberes acerca da atuação do pedagogo em ambientes não escolares, mais especificamente no campo da pedagogia hospitalar.

Percebemos que a garantia desta formação é assegurada no documento em diferentes momentos, primeiramente em um dos objetivo do curso que propõe formar o pedagogo para atuar como gestor educacional em ambientes escolares e não escolares, reafirmado no campo de atuação do profissional e permeia os três núcleos de formação.

Porém, quando analisamos o núcleo de estudos básicos, as disciplinas que o integram com suas respectivas ementas e bibliografias, percebemos que das onze presentes apenas a Didática possui o tópico: Planejamento Educacional nas Organizações, respaldado por GANDIN(1994), e aborda de forma superficial a questão. No núcleo de aprofundamento e diversificação de estudos, composto por vinte e duas disciplinas e mais as eletivas, uma contempla a formação em questão, a disciplina Educação em Instituições não Escolares e Ambientes Populares, com 80 horas. Sua ementa propõe estudos teóricos e práticos sobre as instituições não escolares abordando especificamente o ambiente hospitalar. A bibliografia peca em focar mais nos temas referentes aos ambientes populares, deixando a pedagogia hospitalar a desejar. O mesmo acontece no núcleo integrador, das seis disciplinas apenas uma contempla a formação para atuação em ambientes não escolares, Estagio Supervisionado em Instituições não Escolares e Ambientes Populares também com 80 horas. A ementa se apresenta de forma incoerente e vaga com a proposta, quando sugere a elaboração do projeto pedagógico para a escola e elaboração execução do projeto de pesquisa acerca das variáveis presentes, na atuação do pedagogo. A bibliográfica seria o ponto de maior crítica no momento, totalmente centrada nas questões da escola, na gestão democrática da educação.

Assim, no que se refere a formação inicial do pedagogo do curso de Licenciatura em Pedagogia da UEPA, para atuar em ambientes não escolares e de forma mais especifica na pedagogia hospitalar, temos uma grande preocupação. Os conhecimentos sobre o tema, são tratados de forma específica apenas em duas disciplinas que juntas somam 160 horas, de um total de 4060 horas que compreende todo o curso de Pedagogia. As ementas não se apresentam de forma coesa, a bibliografia não contempla os temas debatidos, está desatualizada e incompleta, isso compromete a fundamentação teórica que é a base para toda a formação acadêmica.

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profissionais precisa ser urgentemente revista. Será de primordial importância realizar uma profunda discussão com toda a comunidade acadêmica sobre o atual PPP do curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade do Estado do Pará e promovermos uma reformulação adequada as expectativas e aos interesses de nossos acadêmicos, para que possamos garantir uma formação de qualidade, capacitando nossos profissionais para enfrentar os desafios do cotidiano educacional, estando ele em qualquer ambiente educacional.

Conclusões

Sabemos que o campo de atuação do pedagogo vem ganhando cada vez mais espaços. Este profissional tem recebido desafios diários, desde que se compreendeu que a educação não acontece apenas dentro dos limites das escolas.

O pedagogo tem ampliando cada vez mais sua área de atuação e hoje, se faz presente nos ambientes sociais, associações, Ong´s, na área jurídica, nos meios de comunicação, nas empresas, hospitais, comunidades rurais, enfim aonde acontece uma ação educativa, sua presença se justifica.

Em razão disto realizamos esta pesquisa com objetivo de analisar se a formação inicial dos pedagogos da Universidade do Estado do Pará –UEPA, prepara para atuar em ambiente não escolar e de forma específica no hospital, tendo como problemática a preocupação com a qualidade da formação inicial do pedagogo que pretende desenvolver ações voltadas para o hospital.

Foi possível concluir após a análise documental do Projeto Político Pedagógico do curso de Licenciatura em Pedagogia, que apesar de termos avançado muito na formação inicial de nossos pedagogos, faz-se urgente uma reavaliação do mesmo, pois, no que se refere a formação do pedagogo para atuar especificamente na pedagogia hospitalar a mesma deixa a desejar e se mostra fragilizada. O PPP oferece apenas duas disciplinas que aprofundam a temática e com carga insuficiente para uma fundamentação teórica básica, o mesmo acontece com o Estágio Supervisionado da área em questão. O ambiente hospitalar exige conhecimentos específicos, que precisam ser aprofundados como forma de garantia de prevenção a saúde do pedagogo, pontos esses que não são abordados em nenhum momento pelo PPP. Percebe-se uma lacuna na formação inicial dos pedagogos que manifestam interesse em atuar no ambiente hospitalar, portanto a sugestão que se apresenta é, que seja realizada uma reestruturação do PPP e que sejam intensificados os conhecimentos acerca da Pedagogia Hospitalar, reelaborando os núcleos de formação, revendo ementas e bibliografias e o que mais se julgar necessário.

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Referências Bibliográficas

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