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2013. Todos os direitos desta edição reservados para Entrelinhas Editora.

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Academic year: 2021

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© 2013. Todos os direitos desta edição reservados para Entrelinhas Editora.

Reprodução proibida

Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610, de 19 de fevereiro de 1998.

Nenhuma parte desta edição pode ser reproduzida ou utilizada – em quaisquer meio ou forma, seja mecânico ou eletrônico, fotocópia ou gravação, etc, – nem apropriada ou estocada

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ENTRELINHAS EDITORA

Av. Senador Metello 3.773 • Jardim Cuiabá 78030-005 – Cuiabá, MT, Brasil Distribuição e Vendas: (65) 3624 5294

www.entrelinhaseditora.com.br • e-mail: editora@entrelinhaseditora.com.br Editora | Projeto gráfico Maria Teresa Carrión Carracedo

Chefe de arte | capa | ilustrações Helton Bastos

Revisão Henriette Marcey Zanini

Produção gráfica Ricardo Miguel Carrión Carracedo

Fotos Arquivo de família

Lobo, Letícia

Lola : três mulheres e uma vida / Letícia Lobo. -- Cuiabá, MT : Entrelinhas, 2013.

ISBN: 978-85-7992-055-4 1. Ficção brasileira. I. Título.

13-12218 CDD-869.93 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Índices para catálogo sistemático: 1. Ficção : Literatura brasileira 869.93

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Cuiabá, 2013

LETÍCIA LOBO

Lola

Três mulheres

e uma vida

Lola_Tres_Mulheres_Miolo.indd 5 04/11/13 18:23

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Sem um ponto final, restam as reticências... Ela pensava:

“... Quem, como eu, só acredida em vida, nunca morre. Eterniza. Acordo no raiar do sol. E durmo no sombrear da tarde. Vivo o dia. Morro a noite. Por mim não... A morte pode ‘negaciar’ daqui, dali, de lá... Nem dou trela. Quem não sonda a morte, difícil topar com ela. Eu não sondo. E se no acaso nossos olhares sem fundirem, ‘garrarei duro’ braço da morte. Pra lhe mostrar minha nova vida...”

Olhe: Lola não morre. Transcende!..

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Lola no engrólio da vida . . . . 11

Monsenhor Ciro . . . . 39

Firmino . . . . 51

Araci . . . . 79

Entre a cruz e os olhos de Zica . . . . 101

Viver sem medo da morte . . . . 123

Confissão derradeira . . . . 131

Posfácio . . . . 137

Glossário . . . . 141

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11

Lola no engrólio da vida

O enlace, que se realizara trinta dias após os dois se conhe-cerem, estava desatado trinta anos mais tarde.

— Tóra, Alinô... Vai você pelo atalho d’ Aguada, que chega mais violento. Fala pro compadre que imá Lola bateu de retirada pra Poconé e quer de papel passado a mudan-ça do nome. Solteira outra vez, o trabalho vai ser dobrado. Coitado do compadre! Melhor você já dizer tudo assim: na chincha... que é pra ele largar de vez desse olho virado pro lado dela... Não adianta de nada...

— Hummmm!... Nenê!... Quero morrer de catapora, mas seu amigo... Ôôôô... língua... Tá certo que a comadre tem seus defeitos. Mas, também deve ter suas razões... A gente que fica de fora...

— Ora, siô! Deixa de lorota e perta, Alinô! Pensa que não sei? Você também sempre teve uma quedinha pro lado da comadre.

— É... Nenê! Você gosta de me deixar quizilado... E já que anda nesses pensamentos, eu também tenho os meus, que, aliás, nunca fiz questão de te falar. Mas, quem refeste-la pro compadre todos os domingos na missa, lá na caperefeste-la da Cutia, não é a comadre Lola...

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A Cutia cresceu como cresce uma criança no broto do pantanal. Com cacimba e córregos, o privilégio da Cutia ainda era maior, porque a água nunca lhe faltara. Pedras de muitos tipos... Canga, cristal-vidro, cristal-leitoso, cas-calho-de-terra-firme e cascalho-d’água.

“Ouro?”... Com ele o apogeu de Cutia.

“Escravos?”... Desde os tempos da sesmaria de Vô Gre-gório. Terra amansada... Muito limão, laranja, rapadura, açúcar-de-barro, banana e fruta-pão. De Vô Gregório, a Cutia viu gente e mais gente... Viu do bom e do melhor. Uma casa grande de canga com reboco forte. Tudo fei-to pelo italiano... Que pedreirão! Aliás, não era bem um pedreiro. Era mais pra artesão, ou artista, que propriamen-te um pedreiro...

A capela era de canga, altar-mor de pedra polida vin-da vin-da Europa. Um órgão ornando com os andores, nichos e assentos. Santos e vasos bizantinos... Depois de vô Gre-gório, Cutia foi de tio “Jão-Jão”, com casa pra mãe Bejá de seu Claro, casa pra tia Antônia Paes, casa pros agregados... Taperas das antigas senzalas. E o muro de taipa, de roda do quintal da casa-grande e da capela, continuava de pé.

Com a morte de tio “Jão-Jão”, Cutia só foi definhan-do... O sobrado do Tanque-Belo, que era uma espécie de retiro da Cutia, viera abaixo pelo abandono e saques, um atrás do outro, em busca dos “enterros”.

Tio Ribão foi o último morador da Cutia, aliás o últi-mo “dono-uno” da sesmaria de vô Gregório.

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Sangue novo era o que não faltara na família, pelos casamentos, e, na Cutia, pelos passantes fronteiristas. Bem mais pro sul, havia Corumbá; a oeste, Bolívia e também Paraguai. E, do lado leste, donde o sol brota mais cedo, meu amigo... gentes e mais gentes de tudo o quanto é nai-pe, moço!... Um povo paulista... que diz... que foram os pri-meiros... Mas... O negócio, mesmo, foram as terras, meu amigo!... Eram as “terras sem dono”, que muitos busca-vam... Ou melhor, a ideia do enriquecimento fácil que sem-pre veslubrara essa gente sulina... A facilidade em passar a lábia neste nosso povo sempre foi o maior requinte dos “voisines” sulistas...

— De Cutia, só se tem recordações... Nem os netos, nem bisnetos, nem ninguém poderia resgatar aquela Cutia de antigamente... Que, aqui, está apenas como um fio da meada, cujo nó atara a vida toda de “Lola” – que Deus a tenha em bom lugar –, a ponto de transformá-la numa figura de suma importância na história de muita gente des-ta banda do mundo. Então... começo pelo princípio, colo-cando você a par de tim-tim por tim-tim deste relato...

Lola, filha de Rinolfo com Indiraí, foi criada no Ichú, junto de sua irmã mais velha, Filisbina, casada com tio Ribão, pela ocasião da separação de seus pais. Assim, o povo contava...

— Rinolfo está louco, gente! Ele anda só fazendo asneira... Deu agora pra perseguir as negrinhas...

— Ele já falou que vai pôr Zica de sapato de pelica, bandeijinha de prata na mão, copinho de cristal e dente de ouro pra lhe servir guaraná no jejum, às três da tarde; que

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