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EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA DE FALÊNCIAS E RECUPERAÇOES JUDICIAIS DA COMARCA DE SÃO PAULO/SP-FORO CENTRAL CÍVEL.

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EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA DE FALÊNCIAS E RECUPERAÇOES JUDICIAIS DA COMARCA DE SÃO PAULO/SP-FORO CENTRAL CÍVEL.

Autos do Processo nº: 0016548-77.2012.8.26.0100

BANCO DO BRASIL S/A, sociedade de economia mista já devidamente qualificada nos autos do processo em epígrafe, em que contende com HYTRONIC AUTOMAÇÃO LTDA, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seus procuradores que a presente subscrevem, com fulcro no Art. 1.022, inciso I e II do CPC, aviar o presente

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

em face da r. decisão publicada em 17/04/2018, que determinou dentre outros procedimentos, a publicação do Quadro Geral de Credores de fls. 1842/1849 e 2139.

DA TEMPESTIVIDADE

Dúvidas não há quanto à tempestividade dos presentes Embargos de Declaração, na medida em que a Embargante foi intimada acerca da r. decisão embargada no dia 17/04/2018 (terça-feira).

Desta forma, atendendo ao disposto no Art. 1023 c/c, Art. 219 e Art. 224 do Código de Processo Civil, constata-se que o prazo de 5 (cinco) dias para aviar os presente Embargos de Declaração iniciou-se no dia 18/04/2018 (quarta-feira), tendo por termo final o dia 24/04/2018 (terça-(quarta-feira), motivo pelo qual tempestivo o presente Embargos de Declaração.

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DOS FATOS

Conforme é de conhecimento do juízo, tratam os autos de pedido de falência ajuizado pela empresa SCHNEIDER ELECTRIC BRASIL LTDA em face da empresa da empresa HYTRONIC AUTOMAÇÃO LTDA.

Durante a tramitação do feito, o Administrador Judicial anexou aos autos documentos de fls. 1836 a 2137, relativos à conclusão da perícia quanto às habilitações de crédito aviadas, todavia, não fora oportunizado o contraditório da referida documentação, a qual inclusive não consta análise do pedido de Divergência de Crédito apresentado pelo Banco do Brasil S/A em 01/07/2013. (Doc. anexo).

Não bastasse isso, este juízo proferiu decisão em 22/03/2018 (Pág. 2140) determinando dentre outros procedimentos, a publicação do Quadro Geral de Credores de fls. 1842/1849 e 2139. Vejamos:

Vistos.

1 – Fls. 1836/1837:Expeça-se mandado de levantamento de R$ 3500,00 em favor do administrador judicial, a título de remuneração.

2 – Publique-se o quadro geral de credores (fls. 1842/1849 e 2139).

3 – Caso não haja impugnação ao QGC, deverá o administrador judicial apresentar cálculo para rateio do valor depositado em juízo.

4 – Informem desde logo os credores trabalhistas suas contas bancárias, para futura transferência da quantia que lhes couber no rateio.

Todavia, ainda que não publicada referida decisão, precocemente, diligenciou a secretaria em promover a publicação do Quadro Geral de Credores, conforme se infere nos documentos de fls. 2142 a 2145, tendo disponibilizado o mesmo no Diário da Justiça de 03/04/2018, conforme se infere nos documentos supra.

Frisa-se que a decisão retro mencionada somente restou publicada em 18/04/2018, conforme se infere no documento de fl. 2156.

Nesse sentido, entende-se que a r. decisão, data vênia, encontra-se eivada dos vícios da obscuridade e omissão, os quais deverão ser afastados de modo a garantir a integridade da mesma.

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DA OMISSÃO E OBSCURIDADE

1- Prefacialmente verificar-se que a omissão da r. decisão embargada também decorre do vício descrito no Art. 1.022, inciso II do CPC, na medida em que, ao deixar de possibilitar o contraditório da petição, cálculos e conclusão da perícia apresentados em fls. 1836 a 2137, acabou, data vênia, esse juízo, por ofender diretamente o que preceitua o Art. 10 do CPC. Vejamos:

Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.

Nesse sentido, evidente a nulidade da r. decisão, sendo nesse sentido o entendimento do Superior Tribunal de Justiça. Vejamos:

PROCESSUAL CIVIL. PREVIDENCIÁRIO. JULGAMENTO SECUNDUM EVENTUM PROBATIONIS. APLICAÇÃO DO ART. 10 DO CPC/2015. PROIBIÇÃO DE DECISÃO SURPRESA. VIOLAÇÃO. NULIDADE. (...)

2. O art. 10 do CPC/2015 estabelece que o juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.

3. Trata-se de proibição da chamada decisão surpresa, também conhecida como decisão de terceira via, contra julgado que rompe com o modelo de processo cooperativo instituído pelo Código de 2015 para trazer questão aventada pelo juízo e não ventilada nem pelo autor nem pelo réu.

4. A partir do CPC/2015 mostra-se vedada decisão que inova o litígio e adota fundamento de fato ou de direito sem anterior oportunização de contraditório prévio, mesmo nas matérias de ordem pública que dispensam provocação das partes. Somente argumentos e fundamentos submetidos à manifestação precedente das partes podem ser aplicados pelo julgador, devendo este intimar os interessados para que se pronunciem previamente sobre questão não debatida que pode eventualmente ser objeto de deliberação judicial.

5. O novo sistema processual impôs aos julgadores e partes um procedimento permanentemente interacional, dialético e dialógico, em que a colaboração dos sujeitos processuais na formação da decisão jurisdicional é a pedra de toque do novo CPC. 6. A proibição de decisão surpresa, com obediência ao princípio do contraditório, assegura às partes o direito de serem ouvidas de maneira antecipada sobre todas as questões relevantes do processo, ainda que passíveis de conhecimento de ofício pelo magistrado. O contraditório se manifesta pela bilateralidade do binômio ciência/influência. Um sem o outro esvazia o princípio. A inovação do art. 10 do CPC/2015 está em tornar objetivamente obrigatória a intimação das partes para que se manifestem previamente à decisão judicial. E a consequência da inobservância do dispositivo é a nulidade da decisão surpresa, ou decisão de terceira via, na medida em que fere a característica

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fundamental do novo modelo de processualística pautado na colaboração entre as partes e no diálogo com o julgador. (...)(REsp 1676027/PR, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 26/09/2017, REPDJe 19/12/2017, DJe 11/10/2017). (Destacamos)

2. Ressalta-se que a r. decisão embargada, ainda padece de vício da obscuridade, na medida em que embora tenha determinada a publicação do Quadro Geral de Credores (fl. 2156), este fora disponibilizado no DJE em 03/04/2018 (fls. 2142 a 2145), 15 (quinze) dias antes da publicação da decisão embargada, evidenciando sua obscuridade, a qual inclusive gerou prejuízos a Embargante, tendo em vista que prejudicado o prazo de interposição de Impugnação.

Diante do exposto requer seja sanada a omissão e obscuridade apontadas, garantindo a integridade da decisão.

DOS PEDIDOS

Frente a tudo quanto fora aqui exposto, pugna a Embargante pelo conhecimento dos presentes Embargos, eis que preenchidos seus requisitos.

Ex positis, considerando que os embargos declaratórios são admitidos para a correção de premissa equivocada1 de que haja partido a decisão embargada, atribuindo-se lhes efeito modificativo quando tal premissa seja influente no resultado do julgamento, requer que V. Exa., se digne a acolher o presente Embargos de Declaração, cancelando a r. decisão embargada, intimando a Embargante para se manifestar quanto aos documentos colacionados as fls. 1836 a 2137, em atenção ao principio do contraditório, e sucessivamente, requer seja

1 PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO

ESPECIAL. RECURSO MANEJADO SOB A ÉGIDE DO CPC/73.OMISSÃO. OCORRÊNCIA. EFEITOS INFRINGENTES.

POSSIBILIDADE. CONFLITO DE COISA JULGADA - DUPLICIDADE. PREVALÊNCIA DA PRIMEIRA.ACLARATÓRIOS

RECEBIDOS. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO ACOLHIDOS.

1. Inaplicáveis as disposições do NCPC a este julgamento ante os termos do Enunciado Administrativo nº 2 aprovado pelo Plenário do STJ na sessão de 9/3/2016: Aos recursos interpostos com fundamento no CPC/1973 (relativos a decisões publicadas até 17 de março de 2016) devem ser exigidos os requisitos de admissibilidade na forma nele prevista, com as interpretações dadas até então pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça.

2. É possível a concessão de efeitos infringentes aos aclaratórios no caso em que seu suprimento acarrete, inevitavelmente, a modificação do julgado recorrido.

(...)4. Embargos de declaração acolhidos com efeitos infringentes.(EDcl no AgRg no AREsp 531.918/DF, Rel. Ministro MOURA RIBEIRO, TERCEIRA TURMA, julgado em 01/12/2016, DJe 12/12/2016)

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determinada a republicação do Quadro Geral de Credores, haja vista sua publicação precoce, realizada antes da publicação da decisão que determinou sua publicação.

Sucessivamente, no mérito pede a Embargante seja sanada a omissão e obscuridade apontadas, recondicionando-se a decisão.

Pede deferimento.

De Belo Horizonte para São Paulo , 24 de abril de 2018.

MARCOS CALDAS MARTINS CHAGAS OAB/SP 303.021

ANGELA SOUZA HANATE ANA ELISE MILANI PERINI OAB/SP 251.773 OAB/SP 390.092

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Referências

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