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ACLIMATIZAÇÃO de Dyckia burchellii

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Academic year: 2021

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Anais do VIII Seminário de Iniciação Científica e V Jornada de Pesquisa e Pós-Graduação UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS

10 a 12 de novembro de 2010

ACLIMATIZAÇÃO de Dyckia burchellii

Sarah Cristine Martins Neri 1; Rogério Nunes Gonçalves 2; Saulo Araújo de

Oliveira 3

1 Gaduanda do curso de Engenharia Florestal, da Universidade Estadual de Goiás, Unidade Universitária de Ipameri (UEG UnU de Ipameri), CEP 75780-000, Brasil.

E-mail: sarah.crist@hotmail.com

2 Graduando do Curso de Agronomia, da UEG UnU de Ipameri

3 Orientador, docente dos Cursos de Agronomia e Engenharia Florestal da UEG - UnU Ipameri. E-mail: agroluas@hotmail.com

PALAVRAS-CHAVE: Dyckia burchellii; Cerrado; cultivo protegido; planta ornamental.

1 INTRODUÇÃO

Da família Bromeliaceae são encontradas no Cerrado, aproximadamente, 17 gêneros. O gênero Dyckia é um dos mais abundantes (Miranda, 2001). Porém, diversas espécies de bromélias nativas do Cerrado com potencial ornamental, ainda, não foram exploradas (Carneiro, 2002). Estudos que visem a preservação, o aproveitamento como planta ornamental e a consequente exploração sustentável destas espécies são necessários (Santos et al., 2005) para a conservação destes materiais genéticos e de seus ecossistemas.

Das fitofisionomias encontradas no Cerrado os Campos e Cerrados Rupestres, em altitudes superiores a 900 metros, são considerados os mais importantes quanto à ocorrência, distribuição e diversidade de espécies desta família (Giulietti et al., 1987; Leme & Marigo, 1993). Além disso, o índice de endemismo é também elevado (Leme & Marigo, 1993).

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O elevado grau de endemismo encontrado no Cerrado, principalmente entre as bromélias, justifica-se pela necessidade das sementes dependerem de condições adequadas específicas de microclima e substratos para sobrevivência e establecimento da futura planta (Winkler et al., 2005).

O ambiente de propagação também influi no crescimento inicial das bromélias. A radiação solar incidente nas plantas é fator determinante para sua coloração, tamanho e formato (Carvalho & Rocha, 1999). Sendo assim, os diferentes gêneros desses vegetais requerem diferentes intensidades de luz para seu pleno desenvolvimento. No caso das Aechmeas, a necessidade de iluminação é da ordem de 500 lux a 1.000 lux (Rocha, 2002), o que corresponde de 5% a 10% do que é observado externamente em regiões tropicais.

Mesmo sob estufas cobertas com plásticos transparentes, a luminosidade normalmente fica acima da necessidade das bromélias. Uma das soluções é a utilização de malhas de sombreamento. Guiselini (2002) observou que coberturas constituídas de plástico leitoso, plástico leitoso + malha termo-refletora e plástico leitoso + malha preta reduziram a transmitância da radiação solar para 23%, 11% e 7%, respectivamente.

Os princípios e práticas de análise de crescimento têm como objetivo descrever e interpretar o comportamento das espécies produzidas em ambiente natural, controlado ou modificado (Fayad et al., 2001). O crescimento é avaliado por meio de variações nas dimensões de algum aspecto da planta, geralmente morfológico. A análise de crescimento está baseada no fato de que 90%, em média, da matéria seca acumulada pelas plantas ao longo do seu crescimento, resulta da atividade fotossintética, sendo que esta passa a ser o componente fisiológico de maior importância neste tipo de estudo (Benincasa, 1988).

As estimativas dos índices de crescimento podem fornecer subsídios para o entendimento das adaptações expressadas pelas plantas sob diferentes condições de meio, tais como: luz, temperatura, umidade e fertilidade do solo. Assim, a análise de crescimento auxilia na interpretação das diferenças entre genótipos e de suas adaptações ao meio em que são cultivados e ao manejo adotado para seu cultivo (Gomide & Gomide,1999).

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A espécie D. burchellii, devido suas características morfológicas, pode ser utilizada na ornamentação de ambientes, tanto para uso interno como externo. Encontrando-se ameaçada, com o avanço da destruição de sua área de ocorrência natural, faz-se necessário sua domesticação que envolve hábitos de crescimento e seu comportamento em diferentes luminosidades. Desta forma o objetivo deste estudo foi identificar o melhor ambiente para o crescimento inicial de plântulas da espécie estudada.

2 MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido na fazenda experimental da UEG-UnU Ipameri. Inicialmente foram colocadas para germinar em laboratório, sementes de D. Burchellii, em bandejas de polipropileno, com papel germiteste e umedecidas com água deionizada. Após 30 dias da germinação, as plântulas foram selecionadas para uniformização do tamanho e dispostas em quatro bandejas de isopor de 128 células, com substrato comercial para produção de mudas.

Destas, três bandejas foram colocadas, cada uma, em ambiente protegido com sombrite nas percentagens de 50%, 65% e 80%. A quarta bandeja foi colocada em ambiente a céu aberto.

Cada uma destas bandejas corresponderam respectivamente a um tratamento, sendo: T1. ambiente a céu aberto; T2. 50% de sombreamento; T3. 65% de sombreamento; T4. 80% de sombreamento. O estudo foi conduzido com irrigação por microaspersores nebulizadores.

Na data do transplantio e após 116 dias após o transplantio, foi realizada a mensuração das variáveis: número de folhas, comprimento da parte aérea e da raiz (somente aos 116 dias), da massa fresca e seca para cada tratamento em 33 repetições, sendo uma planta por repetição.

O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualisado e os dados obtidos foram analisados a partir das médias e percentagens geradas para cada variável analisada.

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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para a variável média do número de folhas verificou-se que as plantas expostas a céu aberto apresentaram menores médias (3,24). As plantas que ficaram sob sombrite de 50% de sombreamento tiveram maiores médias (3,87). Os tratamentos de 65% (3,72) e 80% (3,43) de sombreamento apresentaram valores intermediários para esta variável, justificado por estas plantas serem C4, adaptadas e nativas de ambiente ensolarado.

Observou-se que para a variável comprimento da parte aérea o tratamento que apresentou maior desenvolvimento foi pleno sol e 50%. Da mesma forma, verificou-se que o comprimento de raiz foi menor quando as plantas estavam sob 80% de sombreamento. Pereira et al. (2005) também observaram que, aos 30 dias após o transplantio, as plantas aclimatizadas em estufin sob telado com 50% de sombreamento apresentaram as maiores médias de comprimento, diâmetro e número de folhas, com 4,6 cm, 0,64 cm e 5,5 folhas, respectivamente.

A quantidade de massa seca foi decrescente quanto maior foi o sombreamento (Figura 1). As plantas em ordem crescente de turgidez foram as conduzidas com maior percentagem de sombreamento. Da mesma forma, foi crescente quanto maior o sombreamento para o crescimento inicial desta bromélia. Portanto, o melhor ambiente para aclimatização de D. burchellii foi obtido com 50% de sombreamento que também proporcionou maior número de folhas e valores médios para todas outras variáveis analisadas.

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M.Fresca. massa fresca; M.Seca. massa seca; Teor H2O. teor de água; Sol. ambiente a céu aberto (T1); 50. 50% de sombreamento (T2); 65. 65% de sombreamento (T3); 80. 80% de sombreamento (T4); platio. época de plantio.

Figura 1. Valores para massa fresca, massa seca e teor de água das plantas de

Dyckia burchellii, na data do plantio e após 116 dias de aclimatização em

diferentes níveis de sombreamento. Ipameri-GO, 2010.

Corroborando com os resultados encontrados na aclimatizaçao de

D. burchellii Duarte (2007), avaliando o desenvolvimento de plântulas de Dyckia goehringii, observou que plântulas submetidas ao sombreamento de

50% com malha termorefletora, também, demonstraram melhor crescimento em diâmetro, altura, comprimento da maior folha e número de folhas.

4. CONCLUSÕES

O melhor ambiente para aclimatização de Dyckia burchellii é obtido com 50% de sombreamento, proporcionando maior número de folhas nas plântulas e valores médios para todas outras variáveis analisadas.

Os resultados obtidos permitiram ampliar o conhecimento sobre a bromélia D. burchellii, gerando informações quanto sua aclimatização em diferentes níveis de sombreamento, uma vez que estudos sobre esta espécie são incipientes.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MIRANDA, Z. J. G. A informação sobre a flora Bromeliaceae do Cerrado: na literatura e nos herbários. 2001. 264 f. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) Faculdade de Estudos Sociais Aplicados, Universidade de Brasília, Brasília, DF, 2001.

DUARTE, E. F. Caracterização, qualidade fisiológica de sementes e crescimento

inicial de Dyckia goehringii Gross & Rauh, bromélia nativa do Cerrado. 2007. 200

f. Tese. (Doutorado em Agronomia. Área de concentração: Produção Vegetal) - Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2007.

BENINCASA, M. M. P. Análise de crescimento de plantas: noções básicas. Jaboticabal: Funep, 1988. 42 p.

FAYAD, J. A.; FONTES, P. C. R.; CARDOSO, A. A.; FINGER, F. L.; FERREIRA, F. A. Crescimento e produção do tomateiro cultivado sob condições de campo e de

ambiente protegido. Horticultura Brasileira, v. 19, n. 3, p. 365-370, 2001.

GIULIETTI, A. M.; MENEZES, N. L.; PIRANI, J. R.; MEGURO, M. L.; WANDERLEY, M. G. L. Flora da Serra do Cipó: caracterização e lista de espécies. Boletim de Botânica

da Universidade de São Paulo. v. 9, 1987, p.1-152.

GUISELINI, C. Microclima e produção de gérbera em ambientes protegidos com

diferentes tipos de cobertura. Piracicaba: ESALQ/USP, 2002. 53 f. Dissertação

(Mestrado em Física do Ambiente Agrícola). - Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo.Piracicaba, 2002.

LEME, E. M. C; MARIGO, L. C. Bromélias na natureza (Bromeliads in nature). Rio de Janeiro: Marigo Comunicação Visual. 1993. 183p.

ROCHA, P. K. Desenvolvimento de bromélias em ambientes protegidos com

diferentes alturas e níveis de sombreamento. Piracicaba, 2002. 84 f. Dissertação

(Mestrado). - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo.

WINKLER, M.; HÜLBER, K.; HIETZ, P. Effect of Canopy Position on Germination and Seedling Survival of Epiphytic Bromeliads in a Mexican Humid Montane Forest,

Referências

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