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APLICAÇÃO DE ALOE VERA L. COMO FILME COMESTÍVEL NO PRÉ-COLHEITA DE UVA RUBI

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Academic year: 2021

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APLICAÇÃO DE ALOE VERA L. COMO FILME COMESTÍVEL NO PRÉ-COLHEITA DE UVA “RUBI”

K.K.C. Eing

1

, A.J. Maia

2

, R.V. Botelho

3

, C.M.R. Faria

4

, E. Adriano

5

1- Departamento de Agronomia – Universidade Estadual do Centro Oeste, Unicentro – CEP 85040-080 – Guarapuava – PR – Brasil, Telefone (42) 3629-8100 – email: karolynekruger@hotmail.com

2- Departamento de Agronomia – Universidade Estadual do Centro Oeste, Unicentro – CEP 85040-080 – Guarapuava – PR – Brasil, Telefone (42) 3629-8100 – email: alymaia2005@yahoo.com.br

3- Departamento de Agronomia – Universidade Estadual do Centro Oeste, Unicentro – CEP 85040-080 – Guarapuava – PR – Brasil, Telefone (42) 3629-8100 – email: rbotelho@unicentro.br

4- Departamento de Agronomia – Universidade Estadual do Centro Oeste, Unicentro – CEP 85040-080 – Guarapuava – PR – Brasil, Telefone (42) 3629-8100 – email: criosfaria@hotmail.com

5- Departamento de Agronomia – Universidade Estadual do Centro Oeste, Unicentro – CEP 85040-080 – Guarapuava – PR – Brasil, Telefone (42) 3629-8100 – email: elisaadrianojd@gmail.com

RESUMO - Uma das técnicas aplicadas na conservação pré-colheita de uva é o revestimento comestível, como Aloe vera L.(AL), que forma uma camada de proteção. O objetivo desse estudo foi avaliar a qualidade das uvas “Rubi” com aplicação concentrações de AL pré-colheita. O experimento foi delineado em blocos ao acaso, seis tratamentos, quatro repetições. Avaliações: Sólido Solúveis Totais(SST), índice de maturação e acidez. Os tratamentos aplicados: Testemunha, AL. 10, 20 e 30%, quitosana e sumilex®. Os tratamentos com AL. e quitosana apresentaram menor acidez em relação a testemunha, e o sumilex® maior acidez. Os tratamentos com AL. dez e 20% e quitosana apresentaram maior SST em relação ao sumilex®. Para índice de maturação foram maiores valores para tratamentos AL. dez e 20% e quitosana, e o sumilex® apresentou menor valor que a testemunha. Os tratamentos de AL. nas concentrações dez e 20% e a quitosana foram eficientes na manutenção da qualidade do fruto.

ABSTRACT - One of the techniques applied in grape pre-harvest storage is edible coating, such as Aloe vera L. (AL) forming a protective layer. The aim of this study was to evaluate the quality of the grapes "Ruby" with application preharvest AL concentrations. The experiment was designed in randomized blocks, six treatments, four replications. Rating: Total Soluble Solid (TSS), maturation index and acidity. Treatments applied: Witness, AL. 10, 20 and 30% chitosan and sumilex®. Treatments with AL. and chitosan had lower acidity compared to control, and sumilex® higher acidity. Treatments with AL. 10:20% and chitosan showed a higher relative to TSS sumilex®. For maturation index were higher values for AL treatments. 10:20% and chitosan, and sumilex® showed lower value than the control. The AL treatments. the ten concentrations and 20% and chitosan were effective in maintaining fruit quality.

PALAVRAS-CHAVE – Revestimento comestível; Podridão pós-colheita; Quitosana. KEYWORDS - Edible Coating; Post-harvest rot; Chitosan.

1. INTRODUÇÃO

A uva é uma das principais frutas de clima temperado produzida no Brasil, entre as variedades de mesa mais consumidas estão as americanas ou comuns e as uvas finas, principalmente, as variedades Itália e Rubi. Apesar da semelhança com a uva Itália, a uva Rubi apresenta bagas de cor rosada, que são muito atraentes ao mercado consumidor (Camargo et al, 2003). Essa cultivar é uma mutação somática,que surgiu no ano de 1937, em um pomar comercial, vinhedo Kotaro Okuyama, de uva Itália em Santa Mariana, Estado do Paraná. Suas características são similares

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a uva Itália, exceto a cor da casca que é rosada, mas para que essa coloração se apresente, em tonalidade e uniformidade, durante o período de maturação é necessário acontecer intervalos com alta amplitude térmica, ou seja, com temperaturas quentes durante o dia e frias durante a noite.

Uvas são frutas muito perecíveis, decorrente da sua fragilidade, e evitar a degradação da mesma é complexo. Estima-se que cerca de 27% da produção mundial total é perdida no pós-colheita, estas perdas tem principalmente origem mecânica, fisiológica e de infecção microbiana (Freitas et al, 2008).

A deteriorização da uva durante o período de pós-colheita, pode acarretar em grandes perdas, tanto econômicas quanto qualitativas. A perda econômica pode chegar a 27% da produção total. Em relação as perdas qualitativas ocorre principalmente a perda de peso, alterações de cor e amolecimento, que são acompanhada por ocorrência de decaimento, devido principalmente a doenças relacionadas a fungos (Castillo et al, 2010). Uva é uma cultura perene sensível a uma diversa gama de patógenos.

Dentre as doenças as quais a uva é suscetível, o mofo cinzento, Botrytis cinérea, é o de maior incidência na maioria das regiões produtoras, e é a causa de perdas de grande importância econômica. Por isso na pré-colheita, no transporte e armazenamento da uva, faz-se indispensável o tratamento do cacho no pré e pós-colheita, com intuito de prevenir as podridões (Benato, 2002; Camilli et al, 2007).

A aplicação de fungicidas sintéticos na tentiva de controlar as doenças no pré e no pós-colheita está sendo cada vez mais restringida, pois atualmente a população têm buscado uma alimentação mais saudável, e o consumidor procura os alimentos que tenham um menor índice de produtos químicos. Portanto, existe a necessidade de disponibilizar alternativas naturais para estes fungicidas sintéticos, tais como o uso de revestimentos comestíveis que mostram eficácia na redução das doenças e das perdas qualitativas de pós-colheita.

Na produção de revestimentos comestíveis, usualmente se utiliza um composto a base de proteínas, como a gelatina, ovoalbumina, zeína, e alguns polissacarídeos, como a pectina, a celulose, alginato e carragena. Lipídeos como monoglicerídeos acetilados, ceras e ésteres de ácido graxo, também podem compor o revestimento comestível. Pode-se realizar a combinação desses compostos, permitindo utilizar como vantagem as diferentes qualidades funcionais de cada composto (Luvielmo & Lamas, 2012).

O Aloe vera L. (Aloe barbadensis Miller) é uma elemento florístico, da família liliaceae, é uma planta xerófita suculenta perene, que compreende mais de 500 espécies, sua planta pode variar de pequenos arbustos à grandes formas semelhantes a árvores, é representado por vários pontos de biodiversidade (Grace, 2011). A polpa é um filete intacto do interior da folha que possui estruturas como parede celular, organelas e liquido interior. Esse líquido possui uma composição química complexa, com cerca de 98,5% de água e o restante é a parte que compõe o extrato propriamente dito. O extrato é composto principalmente de polissacarídeos e os açúcares solúveis, seguida de proteínas, muitas das quais são enzimas, aminoácidos, vitaminas e antraquinonas (Liu et al, 2007). Sendo, portanto, uma planta que possui todos os elementos para sua utilização como revestimento.

O objetivo desse trabalho foi verificar se o filme comestível composto por Aloe vera L. seria eficiente na manutenção da qualidade do fruto.

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A aplicação do revestimento ocorreu vinte dias antes da colheita, em um vinhedo comercial localizado no município de Marialva, Paraná, Brasil, (23°27'49,86"S, 51°47'18,74"O e altitude de 614m) com clima Cfa segundo classificação de Köppen (Santos et al, 2006).

O delineamento experimental foi realizado em blocos ao acaso com seis tratamentos e quatro repetições, sendo a parcela experimental constituída por duas plantas. Os tratamentos consistiram em quatro doses de gel de A.vera (10, 20 e 30%), as quais foram definidas após a realização estudos in vitro, além dos tratamentos sumilex®, quitosana, e a testemunha (tratada com água destilada). Os tratamentos foram realizados por imersão do cacho de uva, nas primeiras horas do dia. Os cachos de todas as parcelas foram colhidos e levados ao laboratório e selecionados. Foi realizada a análise estatística utilizando o programa Sisvar 5.6, considerando o nível de 5% de probabilidade (p ≤ 5%) pelo teste Tukey.

2.1 Teor de acidez titulável

O teor da acidez titulável (AT) foi avaliado por titulação do suco com solução padronizada de NaOH 0,1N, sendo adotado como ponto final da titulação o pH=8,2, e o resultado expresso em porcentagem de ácido tartárico.

2.2 Teor de sólidos solúveis totais

O teor de sólidos solúveis totais (SST) foi determinado por refratometria, utilizando o refratômetro portátil PR 100-ATAGO e o resultado expresso em ºBrix.

2.3 pH

O pH foi determinado através do medidor de pH de bancada TEC-11

microprocessado.

2.4 Indice de maturação

O índice de maturação foi calculado utilizando a razão entre °Brix /Acidez

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O conjunto dos atributos acidez, sólidos solúveis e pH, e o equilíbrio entre eles é que determinam a qualidade do fruto pós-colheita. No processo de amadurecimento dos frutos, a principal transformação é o aumento da concentração de açúcares concomitante com a diminuição da acidez (Chitarra & Chitarra, 2005). O teor de sólidos solúveis é empregado como uma determinação indireta da taxa de açúcares que o fruto apresenta. No caso da uva, fruto não climatérico, na pós-colheita apresenta pequenas alterações na taxa de açúcares. Em relação a acidez nas uvas, os ácidos málico e tartárico são os principais componentes, juntos somam em média 90% da acidez titulável (Kanellis & Roubelakis-angelakis, 1993).

Os resultados das análises verificados em relação a manutenção da qualidade da uva “Rubi” estão representados na figura 1. Todos os tratamentos com Aloe vera L. e quitosana apresentaram menor acidez em relação a testemunha, e o sumilex® maior acidez, o teor da acidez nos frutos, geralmente diminui conforme o processo de amadurecimento ocorre (Chitarra & Chitarra, 2005), portanto, os tratamentos com Aloe vera L. e quitosana auxiliaram no processo de redução da acidez durante o amadurecimento.

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Os tratamentos com Aloe vera L. 10 e 20% e quitosana apresentaram maior valor de Brix° em relação ao sumilex®. Miguel et al (2009) utilizando alginato de sódio (gel) como revestimento, observou que os frutos tratados obtiveram valores de SST maiores que da testemunha, diferente de Fontes (2005), que observou que os frutos tratados com alginato de sódio (gel) apresentaram valores semelhantes ao da testemunha. Cabe salientar, que nesse estudo, o teor de sólidos solúveis apresentados são inferiores ao recomendado pelo ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que recomenda valores acima de 14°Brix, não atendendo ao regulamento técnico de classificação brasileira para uvas finas de mesa (INSARC/MAPA nº 001, de 01/02/2002). Isso pode ter ocorrido devido a época de cultivo tardio (julho).

Os valores de índice de maturação foram maiores para os tratamentos Aloe vera L. 10, 20% e quitosana, e o sumilex® apresentou menor valor que a testemunha, diferente do que encontrou Rodrigues (2016), que estudou uvas com revestimentos de Aloe vera L. e quitosana, que apresentaram valores inferiores ao da testemunha.

Figura 1 – Resultado avaliado para cada tratamento em relação aos atributos analisados

Tratamento Acidez SST Indice de maturação

Testemunha 0,63b 10,68ab 17,22de

10 % de Aloe vera L. 0,57c 11,43ª 20,62ab

20 % de Aloe vera L. 0,58c 10,90ª 19,70bc

30 % de Aloe vera L. 0,58c 10,53ab 18,24cd

Quitosana 0,54c 11,63ª 21,87a

Sumilex® 0,75a 9,43b 12,85e

Letras iguais na coluna não diferem estatisticamente ao nível de 5% de probabilidade (p < 0,05), pelo Teste de Tukey.

4. CONCLUSÃO

A aplicação de revestimento comestível de Aloe vera L. no pré-colheita de uvas “Rubi” nas doses de 10 e 20% foram eficientes na manutenção da qualidade da fruta em relação a testemunha.

5. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

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Umberto, A. C., Jair, C. N., João D. G. M., Paulo R. D. O., & José, F. S. P. (2003) "BRS Morena: nova cultivar de uva preta de mesa sem semente." Embrapa Uva e Vinho. Comunicado

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Técnico (2003).

Camili, E. C., Benato, E. A., Pascholati, S. F., & Cia, P. (2007). Avaliação de quitosana, aplicada em pós-colheita, na proteção de uva'Itália'contra Botrytis cinerea. Summa Phytopathologica, 33(3), 215-221.

Castillo, S., Navarro, D., Zapata, P. J., Guillén, F., Valero, D., Serrano, M., & Martínez-Romero, D. (2010). Antifungal efficacy of Aloevera in vitro and its use as a preharvest treatment to maintain postharvest table grape quality. Postharvest Biology and technology, 57(3), 183-188.

Chitarra, M. I. F., Chitarra, A. B.(2005) Pós-colheita de frutas e hortaliças: Fisiologia e Manuseio ( 2. Ed.). Lavras: UFLA.

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Cultivar Royal Gala minimamente processadas: efeito na fisiologia e na

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Freitas, A. A. D., Francelin, M. F., Hirata, G. F., Clemente, E., & Schmidt, F. L. (2008). Atividades das enzimas peroxidase (POD) e polifenoloxidase (PPO) nas uvas das cultivares benitaka e rubi e em seus sucos e geléias. Food Science and Technology,28(1), 172-177.

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Kanellis, A. K., & Roubelakis-Angelakis, K. A. (1993). Biochemistry of fruit ripening. Springer Netherlands.

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Luvielmo, M.M., & Lamas, S.V. (2012) Revestimentos comestíveis em frutas - Estudos Tecnológicos em Engenharia (vol. 8, N. 1, p. 8-15, jan/jun.

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Rodrigues, S. I. R. (2016). Conservação de uva de mesa 'Crimson' com recurso a revestimentos edíveis. Disponível em https://dspace.uevora.pt/rdpc/handle/10174/18340

Santos, H. G., Jacomine, P. K. T., Dos Anjos, L. H. C., De Oliveira, V. A., de Oliveira, J. B., Coelho, M. R., & Cunha, T. J. F. (2006). Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. (2. Ed.) Rio de Janeiro.

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