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DESCRIÇÃO E AVALIAÇÃO DE DANOS DE UMA PROVÁVEL NOVA ESPÉCIE DE LEPIDOBROCA EM FRUTOS PEQUIZEIRO (Caryocar brasiliense Camb.

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Curso de Agronomia

Artigo Original

DESCRIÇÃO E AVALIAÇÃO DE DANOS DE UMA PROVÁVEL NOVA ESPÉCIE DE

LEPIDOBROCA

EM

FRUTOS

PEQUIZEIRO

(Caryocar

brasiliense

Camb.)

[Caryocaraceae]

DESCRIPTION AND DAMAGE EVALUATION OF A PROBABLE NEW SPECIES OF LEPIDOBORER IN PEQUIZEIRO (Caryocar brasiliense Camb.) [Caryocaraceae]

Rosângela Lavrista Salmi de Carvalho1, Marcelo Tavares de Castro2

1 Aluna do Curso de Agronomia 2 Professor do Curso de Agronomia

Resumo

Introdução: o pequi, Caryocar brasiliense Camb., é uma árvore endêmica do Cerrado brasileiro e é utilizado na alimentação, na indústria cosmética, na medicina e fabricação de óleo. Objetivo: o presente trabalho teve como objetivo avaliar o ataque da Carmenta sp. (Lepidoptera: Sesiidae) nos frutos dos pequizeiros em duas áreas distintas localizadas no Distrito Federal. Material e Métodos: Foram coletados 72 frutos no solo e suspensos nas árvores em áreas urbanas do Distrito Federal e 72 frutos no solo e suspensos nas árvores do Parque Nacional de Brasília. Os frutos foram coletados, pesados e analisados quanto ao ataque característico da broca do pequi. Resultados: como resultado, a maior taxa de agressão aos frutos foi na área urbana, com maiores danos ao mesocarpo, endocarpo e sementes, bem como maior número de lagartas e pupas de Carmenta sp. Conclusões: a partir desse trabalho, é possível inferir que na área urbana há uma menor predominância de inimigos naturais que na área de conservação, resultando em uma incidência de ataque nos pequizeiros urbanos.

Palavras-Chave: Carmenta sp.; entomologia; praga; pequi.

Abstract

Introduction: the pequi, Caryocar brasiliense Camb. (Caryocaraceae), is an endemic tree of the Brazilian biome Cerrado and can be used for cooking, at the cosmetic and pharmaceutical industries, and as an oil. Objective: this paper aims to evaluate the damage caused by Carmenta sp. (Lepidoptera: Sesiidae) in the pequi fruit, in two distinct locations in Distrito Federal, Brazil. Methods:seventy two fruits of pequi were collected, either hanging on trees or laying on the ground, in urban areas and another 72, in the same way, in the Brasília National Park. The fruits were collected, weighed and examined, concerning the particular attack by the pequi pest. Results: as a result, the greatest rate of aggression was observed in the urban area, with greater damage to the flesh, core and seeds, as well as a greater number of Carmenta sp. worms and pupaes. Conclusions: out of this study, it’s therefore possible to dedude that there is a smaller predominance of natural enemies in the urban area when compared to the protected area, which results in greater attack suffered by the urban pequi trees.

Keywords: Carmenta sp.; entomology; pest; pequi.

Contato: roselavrista@gmail.com

Introdução

O Cerrado brasileiro é o segundo maior bioma do país, cobrindo quase todo o Planalto Central Brasileiro. Estima-se que sua área abranja mais de 2 milhões de km², o que corresponde cerca de 23% do território brasileiro. A flora do bioma Cerrado abrange mais de 12.000 espécies, dos mais diversos hábitos e dos mais variados ambientes, inventariadas por (Mendonça et al., 2008).

Nos escólios de Hoehne (1930), Lisboa (1931), Souza (1954), Oliveira et al. (1970), Peixoto (1973), Gavilanes & Brandão (1992), Matteucci et al. (1995) e Almeida (1998), a

fitofisionomia característica do Cerrado abrange uma grande biodiversidade de plantas ricas em frutas, tubérculos, látex, mel, tanino, madeira e na área da medicina, nutre a população tradicional bem como a fauna pertencente a esse bioma. O Cerrado brasileiro possui duas estações climáticas bem distintas: invernos secos e verões chuvosos. (Klink & Machado, 2005), cuja precipitação anual geralmente é de 1.500 mm e variações de temperaturas médias entre 22ºC ao Sul e 27ºC ao Norte (Silva et al., 2001).

Segundo a classificação de Koppen, o clima da região é classificado como AW (clima tropical com chuvas no verão e seca no inverno), com a

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estação chuvosa de outubro a abril e a seca de maio a setembro. A temperatura média anual é de 21 °C e umidade relativa do ar é de aproximadamente 70% (Weatherbase, 2015).

Segundo Sousa & Lobato (2004), o solo do Cerrado é bastante intemperizado, com processos de eliminação de minerais que são inerentes à fertilização do solo. Apresentam quantidade escassa de nutrientes, são solos distróficos e ácidos (Resende et al., 1995). Possuem alta profundidade, propriedade de aeração, são frágeis e de fácil manejo (Oliveira et al., 1992). De acordo Ribeiro & Walter (2008), o Cerrado está em processo de degradação e devastação em consequência da monocultura de soja, algodão, milho, arroz e feijão bem como no setor pecuário extensivo.

Caryocar brasiliense Camb. é popularmente conhecido como piqui, piquiá-bravo, amêndoa-de-espinho, grão-de-cavalo, pequiá, pequiá-pedra, pequerim, suari, piquiá e pequi (Lorenzi, 1992). Segundo Almeida & Silva (1994), Lima (1980) e Ribeiro (2000), a palavra pequi é originária do Tupi: “py” que é casca e “qui” que significa espinhos, portanto, “casca espinhosa”, designação aos pequenos espinhos inerentes ao endocarpo. No território brasileiro existem oito espécies de Caryocar L., uma espécie nativa da Região Amazônica com a peculiaridade de árvores com alto porte e duas outras espécies localizadas nos campos da Região Nordeste, a Caryocar coriaceum Wittim e a Caryocar brasiliense Camb. oriunda da Região Central do Brasil, nativa do Cerrado (Pozo, 1997).

O pequi é uma planta utilizada como antioxidante natural com resultados bem sucedidos ao combate a radicais livres e é uma espécie bastante utilizada na culinária por possuir características organolépticas particulares e acentuada, possui valor nutricional, é rico em vitaminas A e C. (Chitarra e Chitarra, 1990). A espécie é utilizada também como matéria prima para a indústria medicinal e cosmética e exploração do óleo. (Roesler et al., 2007; 2008). De acordo com Pozzo (1997), é utilizado na fabricação de licor gerando renda e oferta de emprego para a população no norte do Estado de Minas Gerais. Sua castanha é bastante apreciada em farofas e doces (Silva, 2009). Conforme Brandão et al., (2002), a casca é manipulada para a obtenção de tintura para curtume.

Segundo Ferreira (1972), Granja-Barros (1982), Corrêa (1984), Brandão (1991), Gavilanes & Brandão (1992), a espécie Caryocar brasiliense Camb. é uma planta de revestimento espesso, fendido, de coloração cinza-escura, ostentam ramos maciços e tortos, com folhas trifoliadas e opostas. As flores são cíclicas, hermafroditas, com regularidade radial com 5 a 6 sépalas consolidadas na base ou soltas (Joly, 2002). As flores possuem simetria radiada e regulares, bem diferenciadas com tamanhos que variam de médios a grandes, comumente no cálice e na

corola existe cinco sépalas e pétalas, o androceu é composto de vários estames compridos e anexado na base e o seu gineceu com lóculos alternando de 3 a 20 (Dickison, 1990). O fruto pode

apresentar uma única semente ou ser

esquizocárpio (fruto indeiscente que, na maturação, se divide em frutos parciais oriundos de uma única semente). Em geral o ovário pode ser composto de 4 até 20 carpelos possuindo a mesma quantidade de nucelas com seu respectivo óvulo (Joly, 2002).

O pequizeiro, dependendo do seu

aproveitamento, pode ser classificado como frutífera ou oleaginosa, é uma árvore perene, de porte arbóreo, cuja altura pode variar de 8 a 12 m. Almeida et al. (1998), afirma que na Região Central do Brasil, a espécie pode atingir 7 metros de altura. Suas folhas caem durante todo o ano, mas não totalmente, sendo portanto, uma planta semidecídua. Os frutos amadurecem no período de três a quatro meses após a floração. A frutificação ocorre de setembro a outubro (Gribel, 1986, Leite et al., 2006). Segundo Leite et al. (2006), a floração vai de julho a setembro e tem início depois do surgimento das folhas novas.

As espécies que comumente atacam as plantas de pequizeiros concentram-se nas folhas, brotações, troncos, hastes, flores e frutos (Rosa, 2004; Garcia, 1995), não havendo estudos em relação às raízes e troncos em decorrência da antropização no Cerrado (Ferreira et al., 2007).

Uma grande variedade de insetos foi coletada em pequizeiro, entretanto, há listagens de poucas ordens, entre elas: Hemiptera (Aphis gossypii, Edessa rufomarginata, Aethalion reticulatum, Remedia juncta e Enchenopa), ( Silva et al., 2006), Coleoptera (Naupatus lar, Copturos

sp., Plaumannita sp. e Lystronychus

metallipennis), Lepidoptera (Eunica bechina, Dirphia rosacordis, Thagona tibialis, Rhodoneura intermedia e Carmenta sp.) Hymenoptera (Atta laevigata) e Diptera (Neosilba spp.)[Lopes et al.,2003; Fernandes et al., 2004; Leite et al., 2006]. No Cerrado, as mais importantes pragas do pequizeiro são as espécies Thagona tibialis, Atta laevigatta, Rhodoneura intermedia, Carmenta sp., Eunica bechina e Edessa rufomarginata (Ferreira et al., 2007).

De acordo com Macedo & Veloso (2002) e Lopes et al. (2003), o ataque de forma severa provocada por uma praga que atinge diretamente os frutos, folhas e sementes do pequizeiro, ocasionando menor oferta de frutos. A broca que ameaça com grande gravidade os frutos é a broca dos frutos do pequi, Carmenta sp, pertencente à família Sesiidae. Essa praga provoca a queda prematura dos frutos, tornando-os inadequados para o consumo e consequentemente, diminuição da produção.

Conforme Lopes et al. (2003), na literatura nacional há poucos relatos a respeito da broca dos frutos. É no estágio larval que o dano é provocado aos frutos do pequizeiro. A lagarta é pequena,

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comprimento de 15 mm, de cor clara, cabeça pequena e coloração marrom, possuindo três pares de pernas torácicas e cinco abdominais. Quando os frutos atingem 3 cm há início do ataque. Em seu estágio de lagarta, ela perfura o fruto até a semente, se abastece do embrião, os frutos tornam-se inúteis para o consumo e as sementes imprestáveis para a disseminação, normalmente, há somente uma lagarta por fruto, entretanto, já foi verificado a existência de até cinco lagartas por fruto, na qual se nutrem e evoluem, metamorfoseando em pupas no interior do fruto, encasulando-se.

A parte nuclear do fruto atingido e é possível encontrar, dependendo do crescimento do inseto, a lagarta ou a crisálida. Diversos corredores são identificados no mesocarpo interno quanto no externo. As fezes estão envoltas por fios de seda e estes envolvem também o casulo (Lopes et al., 2003). Ainda segundo Lopes et al. (2003), a mariposa depois da fase de crisálida deixa o fruto na região próxima às sépalas, oviposita próximo às sépalas e é perceptível furos obstruídos por fezes envoltas em fios de seda produzidas pela lagarta. Barradas (1973) identificou que o ataque da broca do fruto do pequi é mais atuante nos frutos verdes do que nos maduros, por apresentar endocarpo duro, lignificado, impedindo o acesso da lagarta ao eixo embrionário. Foi comprovado por Lopes et al. (2003), em acordo com Macedo & Veloso (2002), que o ataque da broca dos frutos de pequi caem de forma precoce em qualquer período de frutificação.

Poucos estudos do ataque do inseto em árvores de pequi no Distrito Federal foram realizados. Torna-se necessário, então, um estudo aprofundado do inseto em questão, para então definir medidas sustentáveis de seu controle e, consequentemente, aumentar a oferta de frutos saudáveis de pequi para a população.

Objetivo

O presente trabalho teve como objetivo avaliar o ataque da Carmenta sp. (Lepidoptera: Sesiidae) nos frutos dos pequizeiros em duas áreas distintas localizadas no Distrito Federal.

Materiais e Métodos

Obtenção dos frutos de pequi

Foram coletados aleatoriamente 72 frutos de pequi no perímetro urbano de Brasília e em Regiões Administrativas e 72 frutos em no Parque Nacional de Brasília, para tanto, foram utilizadas 15 árvores situadas em diferentes pontos do Distrito Federal e 15 árvores situadas no Parque Nacional de Brasília. Foram coletados tanto frutos caídos quanto ainda suspensos nas árvores.

A maioria dos frutos coletados era verde, imaturo e de tamanho e peso variado, com ou sem sintomas característicos do ataque de Carmenta sp.

Análise dos danos nos frutos coletados

O material coletado foi acomodado em sacos plásticos e posteriormente foi feita a análise de cada fruto avaliando-se as seguintes características: peso dos frutos (g), com o uso de uma balança digital; contagem do número de orifícios em frutos característicos do ataque de Carmenta sp.; número de lagartas de Carmenta sp. encontradas; número de pupas de Carmenta sp. encontradas; e presença de outros insetos no interior do fruto.

Foi também observada a ocorrência ou não de danos no mesocarpo, endocarpo e semente (figura 1). Além disso, foi observada a ocorrência de danos em frutos não caídos e caídos no solo.

Figura 1: Fruto de Caryocar brasiliense. EC-

Epicarpo coriáceo verde; ME- Mesocarpo externo; PT- Putâmens; MI- Mesocarpo interno; EE- Endocarpo espinhoso e lenhoso; A- Amêndoa ou semente. Fonte: Oliveira (2009).

Algumas lagartas advindas dos frutos foram criadas a base de dieta natural de frutos de pequi, observando o número total de ínstares, forma e tamanho das lagartas nos variados estágios de desenvolvimento, tipo, forma e tamanho das pupas e morfologia e morfometria dos adultos. Para a confirmação do gênero, foi utilizada chave específica para a família Sesiidae e os espécimes coletados foram comparados com dados da literatura (PuchI, 2005).

Os dados obtidos foram avaliados e comparados a partir do teste de comparação de médias, para verificar se há diferença de ataque entre um ambiente urbano e outro conservado. Para isso, foi aplicado o teste de Tukey aos níveis de 1% e 5% de probabilidade, com o auxílio do programa Assistat 7.7 beta (Silva e Azevedo, 2009).

Resultados e Discussão

Diante dos dados analisados, os frutos imaturos foram os mais atacados, constatação que vai de acordo com os estudos iniciais do ataque de broca em pequis realizados por Barradas (1973). Assim como Lopes et al. (2003) observaram, haviam até três lagartas por fruto, bem como orifícios e pupas, tornando-os imprestáveis para o consumo. A pupa e a lagarta encontrada nos frutos analisados eram da ordem Lepidotera, família Sesiidade, gênero Carmenta, espécie até o

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presente momento, não identificada. A lagarta possui o tamanho de 15 mm, de cor clara, a cabeça é pequena e coloração marrom, com seis patas no tórax e 10 no abdômen. As lagartas fizeram corredores tanto no mesocarpo interno como no externo e atingiram a semente e alimentam-se do embrião (Figura 2).

Figura 2. Ataque de Carmenta sp. em frutos de

pequi. A – Danos no mesocarpo externo e interno causados pela lagarta; B – Lagarta se alimentando do fruto; C – Orifícios formados pelo inseto e ataque na amêndoa; D e E – Detalhe da lagarta de Carmenta sp. F – Pupa do inseto encontrada no interior do fruto.

Nos frutos colhidos na área urbana, o peso médio dos frutos atacados foi de 44,93 g, a porcentagem de ataque da broca do pequi foi de 59,72%, houve lesões e danos tanto nos frutos colhidos no solo, como os frutos colhidos em suspensão nas árvores do pequizeiro. Verificou-se ataque no mesocarpo externo, mesocarpo interno, endocarpo espinhoso, putâmens e nas amêndoas, cujo ataque foi mais acentuado nos frutos colhidos no chão (tabela 1).

Tabela 1. Análise dos frutos de pequi na área

urbana e no Parque Nacional de Brasília.

Continuação da tabela 1...

Nos frutos colhidos no Parque Nacional de Brasília, o peso médio dos frutos atacados foi de 46,8 g, a porcentagem do ataque da broca do pequi foi de 6,94%, foi constatado lesões e danos tanto nos frutos extraídos no solo, como nos frutos extraídos suspensos nas árvores. Foi averiguado ataque no mesocarpo interno e nas amêndoas e não teve diferenças significativas em relação ao ataque nos frutos recolhidos no solo e nas árvores. Os ataques sofridos pelos frutos

independem do tamanho, com diâmetros

transversais variando de 3 cm até 6 cm, fato relatado por Leite et al. (2003) e comprovado no presente estudo.

A análise estatística feita pelo teste de comparação de médias apresentou resultados que comprovam diferença entre as duas áreas analisadas, tanto no número de lagartas encontradas, quanto no total de frutos atacados (tabelas 2 e 3). Há diferença estatisticamente significativa tanto ao nível de 1% de probabilidade, como ao nível 5% de probabilidade em ambas as tabelas. O ataque na Área Urbana foi superior à Área de Conservação o que corrobora com o teste de Tukey ao nível de 1%. Pela escassez de arborização na Área urbana, impermeabilização do solo e poluição, há elevação de temperatura

favorecendo o ciclo reprodutivo dos

insetos/pragas. Devido ao desequilíbrio ambiental e pouca biodiversidade ocasiona uma ruptura natural no ecossistema, diminuindo a eficácia do controle biológico

Tabela 2. Comparação entre o número de frutos

atacados na área urbana e no Parque Nacional de Brasília.

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Médias de tratamento

Área Urbana 59,72% a

Parque Nacional 6,94% b

Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente entre si – Tukey 1%.

Fonte: Assistat 7.7. (Silva e Azevedo, 2009).

Tabela 3. Comparação entre o número de lagartas

encontradas na área urbana e no Parque Nacional de Brasília.

Médias de tratamento

Área Urbana 52,77% a

Parque Nacional 6,94% b

Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente entre si – Tukey 1%.

Fonte: Assistat 7.7. (Silva e Azevedo, 2009).

A partir da figura 3, é possível inferir que o ataque da broca ocorreu com maior intensidade nas amêndoas, tanto na área urbana quanto na unidade de conservação. Uma possível explicação para isso é que a amêndoa possui uma maior quantidade de lipídios e ácidos graxos (Lima et al., 2007), na qual podem ser preponderantes no bom desenvolvimento do inseto.

Figura 3. Gráfico de ataque em frutos de pequi na

área urbana e no Parque Nacional de Brasília

.

Os resultados encontrados corroboram com os de Lopes et al. (2003), onde os autores relataram danos de 50% nos frutos. Portanto, é necessário um estudo mais aprofundado sobre o inseto para, então, definir medidas de controle eficientes com o propósito de diminuir as perdas provocadas por essa praga. Ainda segundo os autores, o método de controle cultural é o mais indicado, onde os frutos atacados são coletados e posteriormente são enterrados, de como que as lagartas não consigam se desenvolver e assim o ciclo de vida o inseto é quebrado, diminuindo a incidência da praga nas próximas safras.

Conclusão:

A partir dos resultados obtidos, é possível concluir que há uma maior incidência de ataque do inseto na área urbana quando comparada à área de conservação. Isso ocorre, possivelmente, devido a uma maior quantidade de inimigos naturais no Parque, diminuindo as populações de Carmenta sp. nessas áreas. Já nas áreas urbanas, por possuírem pouca diversidade, a presença do inseto é facilitada e o seu ataque é favorecido

.

Agradecimentos:

A Deus por me conceder a vida, força, coragem, perseverança e os meios necessários para vencer os obstáculos dessa jornada a que me propus a trilhar.

Ao meu esposo, Wesley, pelo apoio emocional e intelectual, pela paciência e compreensão, por me incentivar e me acompanhar nessa jornada. Ao meu tio amado, Odilino, pelo apoio incondicional, por me incentivar, ajudar, motivar e nunca ter desistido de mim.

Aos meus pais e irmãos que indiretamente sempre torceram por mim.

Ao meu orientador, Professor Marcelo Tavares, por ter me oferecido a chance de crescer, buscar conhecimento e incentivado na conclusão desse trabalho.

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Referências

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