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A motivação dos estudantes no Ensino Superior

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Academic year: 2022

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V.7,N.1(2018) Página 2 Linha Editorial:Pesquisa Científica

A motivação dos estudantes no Ensino Superior

Celiane Aparecida Caovilla (FCSGN)1 Alex Zopeletto da Silva 2

Julio Cesar Santin3 Humbelina Silva Siqueira Lopes4

Keylla Mara Cardoso de Sousa5 Arlete Tavares Buchardt6

Hidelvani Nunes Silva7 Ana Paula Ferreira de Almeida8

Aline Akemi Ishikawa9 Sueli Sanches10

Resumo: Este trabalho destina-se a uma reflexão sobre a atuação dos acadêmicos em seu processo de formação, buscando fornecer subsídios para que os professores entendam como funciona o interesse de seus estudantes pelas diferentes disciplinas que compõe a matriz curricular de seus cursos de formação. Para isso, utilizamos uma pesquisa bibliográfica em que a motivação estudantil foi o foco, fazendo-nos perceber que há fatores sociais e psicológicos envolvidos, porém, os docentes são elementos de grande importância para estimulação desses alunos a estudar e concluir seus cursos.

Palavras-chave: Ensino superior; motivação; docência.

Abstract: This paper aims to reflect on the performance of the academic in their training process, seeking to provide subsidies for teachers to understand how the interest of their students works for the different disciplines that make up the curricular matrix of their training courses. For this, we used a bibliographical research in which student motivation was the focus, making us realize that there are social and psychological factors involved, however,

1Licenciada em História (UNIC/MT), especialista em Sociologia da Educação (UNEMAT/MT), Psicopedagogia (UNIL) e Tecnologias na Educação (UFMT/UAB/MT). E-mail: celiane_01@hotmail.com.

2 Bacharel em Psicologia pela Universidade Federal de Mato Grosso, UFMT, Brasil (2014) mestre em Saúde Coletiva pela Universidade Federal de Mato Grosso, UFMT, Brasil (2017). azopeletto@yahoo.com.br

3 Graduado em Agronomia - Escuela de Agricultura de La Región Tropical Húmida (1998) Costa Rica, América Central. E-mail: jcsantin@uol.com.br

4 Doutora em Ciência do Solo, Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC.

Email: humbelinasiqueira@gmail.com

5 Pós graduação stricto sensu em Ciências Odontológicas Integradas, pela Unic Cuiabá. Kmckny@hotmail.com

6 Mestra em Crítica Textual pela Universidade Federal da Bahia. E-mail: atbuchardt@gmail.com.

7 Graduação em fisioterapia. faculdade de ciências Sociais Aplicadas de Sinop, FACISAS, Brasil.

nego_hidel@hotmail.com

8 Possui graduação em Agronomia pela Universidade do Estado de Mato Grosso (2009). E- mail: ana.engagro@hotmail.com

9 Doutora em Ciências pelo Programa de Pós - Graduação em Toxicologia da USP de Ribeirão Preto (2016). E- mail: alineishikawa10@gmail.com

10 Licenciada em Química pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Arapongas - Paraná (1984) ssanches.quimica@hotmail.com

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V.7,N.1(2018) Página 3 teachers are elements of great importance to stimulate these students to study and complete their courses.

Keywork: Higher education; motivation; teaching.

1. INTRODUÇÃO

O que leva um estudante a buscar o ensino superior? Para essa pergunta, temos uma infinidade de respostas, que motivam adolescentes, adultos e até idosos em buscar as mudanças decorrentes do término de um curso nesse nível de estudo.

Mas, depois de adentrar esses cursos, o que os motiva a permanecer e concluir mais essa etapa de estudo?

Neste artigo, traremos uma discussão teórica sobre o que os instrumentos que os estudantes usam para manter-se estimulados, avançando a cada etapa de estudos, como forma de contribuir para o conhecimento sobre os mecanismos que os estudantes usam para manter-se motivados a estudar e chegar ao fim da etapa de estudo.

Neste artigo, trazemos algumas reflexões teóricas que já foram desenvolvidas, fazendo um recorte sobre a motivação dos estudantes em manter-se estudando, especialmente referindo-se aos que passam por algum tipo de dificuldade em manter-se estimulados a continuar e finalizar seu curso universitário.

Para isso, organizamos algumas reflexões a respeito da motivação dos estudantes, para fornecer alguns subsídios para que professores possam auxiliar alunos que estejam passando por dificuldades para manter sua motivação para aprender e concluir seu curso universitário.

Essa é uma discussão que busca auxiliar os professores na árdua tarefa de auxiliar os acadêmicos a terem uma aprendizagem que propicie uma atuação profissional de sucesso, resultado de uma formação em que os estudantes estavam estimulados a aprofundar-se no estudo de todas as disciplinas que compõe sua matriz curricular.

2. O ESTUDANTE DO ENSINO SUPERIOR

Para os docentes, o resultado demonstrado pelos estudantes é uma forma de estabelecer o sucesso de seu trabalho. Então é importante que, principalmente em casos de dificuldades de aprendizagem, compreender o que faz com que os estudantes possam continuar estudando, ou dedicando-se a obter bons resultados, realizando as atividades escolares.

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V.7,N.1(2018) Página 4 Essa é uma discussão proposta por Tollefson (2000), para quem os conflitos relativos ao fracasso dos estudantes atinge também a ação docente. No caso dos estudantes, o fracasso pode ser relacionado com a incompetência do professor, considerando, então, a matéria

“chata” ou, ainda, não entenderem os motivos para o estudo de determinados conteúdos. Sob esse ponto de vista, a motivação desses estudantes é de competência do professor, desenvolvendo habilidades para provocar nos alunos o desejo de esforçar-se e realizar as atividades com sucesso.

No caso dos professores, Tollefson (2000) observou que estes possuem uma visão diferente dos estudantes, colocando como problemas a maturidade dos alunos em perceber a importância do estudo daqueles conteúdos para seu prosseguimento de estudos; falta neles vontade e persistência que promoveria o interesse em terminar as atividades propostas, sendo, assim, de responsabilidade, somente dos estudantes, administrar sua motivação. Por isso, não se empenham em tornar suas aulas mais atrativas, gerando um efeito circular, quando os estudantes não se empenham nas atividades propostas. Diante dessa situação, Tollefson (2000) chama a atenção para o fato de que cabe aos professores promover esse estímulo, o que acaba por gerar um efeito no seu desempenho e, consequentemente, na ação docente, através de estudos constantes, que podem auxiliar a resolver questões que se apresentam no cotidiano escolar, mesmo que estes estudos sejam indicativos de como se pode conduzir para a resolução de determinadas situações, quebrando o ciclo vicioso que gera o fracasso escolar.

Mesmo que o perfil do estudante do ensino superior seja diferente das demais etapas de ensino, sendo uma opção, e não obrigatoriedade, sendo que escolhem matricular-se para o curso, geralmente utilizando como referência, as questões financeiras e o retorno possível, a possível concorrência e a viabilidade de terminar o curso.

Assim, nem sempre a gradução é escolhida por vocação, desejo ou identificação com a profissão. Por isso, os estudantes mantêm uma postura passiva diante das aulas, sem grandes preocupações a respeito do conhecimento necessário, realizando atividades apenas para garantir a aprovação. Por isso, Bzuneck (2005) afirma que há estudantes que não se sentem dispostos a desempenhar satisfatóriamente as atividades acadêmicas, sendo que essa passividade pode ser gerada por diversos motivos, como a manutenção do sistema em que sua passividade foi gerada.

Por isso, cabe aos docentes uma revisão teórica-metodológica que possa propiciar uma mudança postural desses estudantes, evitando a transmissão e assimilação de conhecimentos,

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V.7,N.1(2018) Página 5 como propõe Bzuneck (2005), pois os estudantes chegam ao ensino superior com a ideia que os professores devem ser os administradores do conhecimento. Por sua vez, os docentes esperam que os estudantes tenham uma postura ativa, sendo, eles próprios, os administradores de seu conhecimento. Então, ele propõe que os professores busquem conhecer a orientação de seus estudantes, pois os conhecimentos prévios e habilidades adquiridas na formação anterior será posta a prova nessa etapa.

Outro aspecto relevante foi abordado por Jacobs e Newstead (2000) em estudo com acadêmicos, onde perceberam que a motivação dos estudantes é variável de acordo com a percepção que tem a respeito da importância da disciplina, porém, os estudantes não tem a mesma motivação, sendo que cada um faz um juízo a respeito dessa importância.

Percebendo essas diferenças, os professores tentam criar um clima de competição entre os estudantes, como forma de incentivar os alunos. O resultado, no entanto, acaba por ser muito distante do esperado, como atestam Bzuneck e Guimarães (2010), ao constatar que esse tipo de atitude provoca uma diminuição na autonomia, sendo sua motivação cada vez mais controlada externamente.

Por outro lado, temos os professores que se sentem desmotivados de estimular os estudantes, deixando-os livres para optar por estudar ou não. Essa atitude é criticada por Reeve et al.

(1999), por ser uma atitude que não propicia a autonomia dos alunos, havendo a necessidade de envolvê-los por meio de práticas adequadas, estimulando na busca de desafios e de desenvolvimento de suas capacidades. Para que isso aconteça, White (1975) propõe que as atividades de sala de aula desenvolvam-se em bases mais simples, avançando para o complexo, para que os estudantes possam experimentar o desenvolvimento progressivo. Leva- se em conta que atividades muito fáceis não propiciam condições para o desenvolvimento de competências necessárias aos avanços acadêmicos. Além disso, se as atividades forem muito complexas ou muito fáceis, acabam por desmotivar os estudantes, por isso é necessário que os desafios propostos os levem sempre a um nível superior àquele em que se encontram.

Ao buscar estimular os estudantes em seu desenvolvimento acadêmico, os professores, através de estudos e constante observação podem levar os estudantes a um envolvimento nas atividades propostas e que irão propiciar o aprimoramento de habilidades, de concentração e de buscar novos conhecimentos, a partir do que já conhece como estabelece Vygotsky (1984).

Ao conquistar o sucesso numa atividade, os estudantes desenvolvem um senso de eficácia a respeito de sua aprendizam, o que leva a expectativas positivas, criando um novo ciclo mais

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V.7,N.1(2018) Página 6 produtivo em termos motivacionais (GUIMARÃES et. al. 2002, GUIMARÃES;

BORUCHOVITCH, 2004).

Quando o acadêmico sente satisfação no desenvolvimento das atividades, acaba por se interessar mais e ter maior satisfação na execução dos projetos, sendo uma forma de promover a motivação pessoal, que pode levar a resultados mais efetivos, tanto no que diz respeito a satisfação e aprendizagem, quanto a formação de profissionais mais preparados para seu exercício no mundo do trabalho.

3. CONCLUSÃO

A discussão sobre o empenho dos acadêmicos pode contribuir para que se obtenham melhores resultados ao final das atividades de formação profissional.

Leva-se em conta que os professores tem a maior importância no processo ensino- aprendizagem, mesmo no ensino superior, quando é igualmente um agente de motivação para a permanência e conclusão com boa aprendizagem. Assim, essa torna-se uma relação que acontece principalmente na sala de aula, onde os professores são importantes no trabalho de manter os estudantes motivados a estudar e completar sua formação, principalmente, como agentes promotores da autonomia dos estudantes.

Para que isso aconteça, os professores podem promover atividades acadêmicas que tenham sentido para os estudantes, fazendo-os perceber sua utilidade, promovendo a reflexão e construção de significados para sua formação e, posterior, formação profissional.

Ao longo dessa trajetória, o objetivo é fazer com que os estudantes sintam-se mais motivados a desenvolver suas atividades com maior empenho. Como resultado, obtêm-se também uma atuação mais rica por parte dos professores, que passam a compreender como funciona a motivação dos estudantes, usando-a como forma de promover um ensino-aprendizagem mais eficaz na formação de futuros profissionais.

REFERÊNCIAS

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