• Nenhum resultado encontrado

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA DAVI ANDERSON AGRA DUARTE DE LIMA

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA DAVI ANDERSON AGRA DUARTE DE LIMA"

Copied!
20
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA

DAVI ANDERSON AGRA DUARTE DE LIMA

TRATAMENTO E MANEJO DE PACIENTES COM HALITOSE TONSILAR:

UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

NATAL

2017

(2)

DAVI ANDERSON AGRA DUARTE DE LIMA

TRATAMENTO E MANEJO DE PACIENTES COM HALITOSE TONSILAR:

UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à coordenação Curso de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte em cumprimento às diretrizes curriculares do Curso de Odontologia da UFRN. Orientadora:

Profª. Drª. Hébel Cavalcanti Galvão.

NATAL

2017

(3)

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Prof. Alberto Moreira Campos - -Departamento de Odontologia

Lima, Davi Anderson Agra Duarte de.

Tratamento e Manejo de Pacientes com Halitose Tonsilar: uma Revisão Sistemática / Davi Anderson Agra Duarte de Lima. - 2017.

20f.: il.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Odontologia) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências da Saúde, Graduação em Odontologia, Natal, RN, 2017.

Orientador: Hébel Cavalcanti Galvão.

1. Halitose - Trabalho de Conclusão de Curso. 2. Tonsila - Trabalho de Conclusão de Curso. 3. Tonsilólito - Trabalho de Conclusão de Curso. I. Galvão, Hébel Cavalcanti. II. Título.

RN/UF/BSO BLACK D61

(4)

TRATAMENTO E MANEJO DE PACIENTES COM HALITOSE TONSILAR:

UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

TREATMENT AND MANAGEMENT OF PATIENTS WITH TONSILLAR HALITOSIS:

A SYSTEMATIC REVIEW

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à coordenação Curso de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte em cumprimento às diretrizes curriculares do Curso de Odontologia da UFRN. Orientadora:

Profª. Drª. Hébel Cavalcanti Galvão.

Aprovado em ___/___/___

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________

Profª. Drª. Hebel Cavalcante Galvão (Orientadora)

________________________________________________

Profª. Drª. Ana Miryan Costa de Medeiros (1ª Examinadora)

_________________________________________________

Profª. Drª. Roseana de Almeida Freitas (2ª Examinadora)

NATAL-RN, 2017

(5)

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho àqueles que, enviados por Deus, me deram

todo o suporte necessário em forma de amor e cuidado, durante toda a minha vida: meus pais.

(6)

AGRADECIMENTOS

 Agradeço primeiramente a Deus, pois sem ele eu nada seria;

 Aos meus pais (Roberto Romero Cavalcante de Lima e Elizabeth Agra Duarte de Lima) que sempre me deram força e se dedicaram a mim todos os dias de minha vida;

 Ao meu irmão (Daniel Afonso) que sempre me motivou a ser alguém melhor;

 Aos meus tios, primos e avós, que sempre torceram e acreditaram em mim;

 À minha orientadora, professora e grande amiga (Profª. Drª. Hébel Cavalcanti Galvão), que me ajudou com sua paciência, disponibilidade, oportunidades e ensinamentos;

 A todos os meus amigos companheiros de graduação;

 Àqueles que me ensinaram com tanta dedicação essa linda profissão: meus mestres.

(7)

RESUMO

Introdução: A Halitose ou mau hálito é um odor ofensivo proveniente da cavidade oral, que causa ansiedade e constrangimento psicossocial. A presença de tonsilite crônica com tonsilólitos representa um risco 10 vezes maior de níveis anormais de compostos sulfurados voláteis devido à forma profunda das criptas tonsilares, sendo tais compostos, produzidos por bactérias anaeróbicas, associados à Halitose.

Objetivo: O objetivo do presente estudo foi pesquisar através de uma revisão sistemática as diferentes formas de tratamento e manejo de pacientes com halitose tonsilar.

Metodologia: Utilizou-se como fontes de buscas as bases de dados eletrônicas Medline, Pubmed e Lilacs, através dos seguintes descritores: “Tonsila”, “Halitose”, “Tonsil”,

“Halitosis”, e “Tonsil Stone”; nos idiomas inglês e português, pesquisados no período de 1994 a 2016.

Resultados: Usando os descritores nas bases de pesquisas e com a filtragem de acordo com os critérios estabelecidos, foram identificadas 38 publicações, das quais 23 foram excluídas durante o inquérito de titulo. Foram selecionados 15 artigos para leitura do resumo, 12 selecionados para leitura completa e 6 estudos foram selecionados para compor a amostra do estudo.

Conclusão: Pela quantidade de trabalhos consultados sobre este tópico, não há ainda como obter conclusões firmes. Contudo, é recomendável:

1) O uso de métodos confiáveis para o diagnóstico e confirmação da halitose tonsilar.

Tratamento inicial como raspagem da língua é útil para descartar a halitose oral.

2) Procedimentos cirúrgicos são contraindicados nos seguintes casos: halitose subjetiva, etiologia não-amigdaliana, ou se outra conduta médica tratar a halitose.

3) Quando possível, o uso de técnicas menos invasivas, como criptólise a laser, podem ser preferíveis à tonsilectomia em adultos, evitando consideravelmente o uso de anestesia geral e um risco maior associado à tonsilectomia nesse grupo.

Termos de indexação: Halitose. Tonsila. Tonsilólito.

(8)

ABSTRACT

Introduction: Halitosis or bad breath is an offensive odor from the oral cavity, which causes anxiety and psychosocial embarrassment. The presence of chronic tonsillitis and tonsilloliths represents a 10-fold increased risk of abnormal levels of volatile sulfur compounds due the deep form of tonsillar cripts, such compounds being produced by anaerobic bacteria associated with Halitosis.

Objective: The aim of the present study was to investigate through a systematic review the different forms of treatment and management of patients with tonsillar halitosis.

Methods: The electronic databases Medline, Pubmed, and Lilacs were used as sources of searches through the following descriptors: "Tonsil", "Halitosis" and "Tonsil Stone"; In English, and Portuguese, surveyed in the period from 1994 to 2016.

Results: Using the descriptors in the research bases and filtering according to established criteria, 38 publications were identified, of which 23 were excluded during the title survey.

Fifteen articles were selected for reading the abstract, 12 selected for complete reading and 6 studies selected to compose the study sample.

Conclusion: Due to the insufficient number of high-quality studies on this topic, there is no way to draw firm conclusions. However we recommend:

1) The use of reliable methods for the diagnosis and confirmation of tonsillar halitosis.

Initial treatment such as tongue scraping is useful to rule out oral halitosis.

2) Tonsillar procedures are contraindicated in: subjective halitosis, non-tonsillar etiology, or if medical management resolves halitosis.

3) When possible, less invasive techniques such as laser cryptolysis may be preferable to tonsillectomy in adults, potentially avoiding general anesthetic and the higher risk associated with tonsillectomy in this group.

Index terms: Halitosis. Tonsil. Tonsillolith.

(9)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO... 9

2 METODOLOGIA... 10

3 RESULTADOS... 11

4 DISCUSSÃO... 11

5 CONCLUSÃO... 15

REFERÊNCIAS... 16

ANEXOS... 17

(10)

9

TRATAMENTO E MANEJO DE PACIENTES COM HALITOSE TONSILAR:

UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

Davi Anderson Agra Duarte de Lima Hébel Cavalcanti Galvão

Graduação em Odontologia, Departamento de Odontologia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN Brasil.

MSc, DDS, Departamento de Odontologia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, Brasil.

Correspondências de autor:

Davi Anderson Agra Duarte de Lima

Av. Nilo Peçanha nº 301, Petrópolis, Natal, RN, Brasil;

Telefone: (84) 986274653;

E-mail: daviagra@hotmail.com

(11)

9

1 INTRODUÇÃO

Halitose, mau hálito ou mau odor oral são todos sinônimos para o mesmo distúrbio de hábito. A Halitose possui um amplo impacto socioeconômico. Para a maioria dos pacientes que sofrem de mau hálito, ele causa constrangimento e efeitos em sua comunicação e vida social

6

. A Halitose pode ser objetiva (odor clinicamente detectável) ou subjetiva (queixas sem odor detectável). Pode vir da boca, nariz e/ou ar alveolar e muitas vezes representa processos benignos, embora seja um tabu, causando aflição social. Os potenciais fatores etiológicos são heterogêneos e de localização variada, sendo 90% de origem intraoral (principalmente devido à gengivite e/ou saburra lingual), enquanto 10% dos casos de halitose objetiva tem etiologia extraoral. De acordo com alguns estudos, 3% são atribuídos às amígdalas, já outros sugerem que as amígdalas são a causa mais comum de halitose extraoral e grande parte da halitose idiopática é na verdade devido à tonsilite crônica¹.

A Tonsilite Caseosa Crônica é frequentemente correlacionada com halitose e também é uma doença comum. As tonsilas palatinas contêm criptas que podem reter células epiteliais esfoliadas, detritos de queratina e partículas estranhas, formando um tonsilólito. Portanto, as amígdalas são os locais mais susceptíveis para a atividade de bactérias anaeróbicas do trato respiratório superior. Os sintomas geralmente são retenção de tonsilólitos, irritação da garganta, sensação de corpo estranho e halitose, podendo todos serem incapacitantes para o paciente. A halitose está presente em cerca de 77% dos pacientes com Tonsilite Caseosa Crônica, podendo ocorrer tanto em homens quanto mulheres a qualquer idade e em todos os tipos de amígdalas. Quando o tratamento com antissépticos tópicos e antibióticos orais não trazem alívio, a excisão cirúrgica das amígdalas é indicada².

A Halitose pode ser amplamente classificada com base em sua origem como Halitose Genuína e Pseudo-Halitose³, sendo a primeira definida como “mau odor oral com intensidade que vai além de níveis socialmente aceitáveis”, a segunda como “mau odor evidente que não é percebido por outros, embora o paciente insistentemente queixe-se de sua existência”. Um estudo realizado por Zaitsu et al.

4

entre março de 2008 e outubro de 2009, com 262 pessoas, revelou que pacientes com halitose genuína com um forte traço de transtorno de ansiedade social têm dificuldade de superar sua ansiedade devido ao mau hálito. O tratamento de pacientes com halitose genuína requer não somente o tratamento regular do mau hálito, como também atenção para o transtorno de ansiedade social.

O odor proveniente das amígdalas é um provável contribuidor para o mau hálito,

entretanto, o mesmo pode ser reduzido a um nível socialmente aceitável sem tratamento

(12)

10

cirúrgico

5

. Diante disso, esta revisão sistemática pesquisou nos periódicos especializados da área e nas bases de dados eletrônicas, as diferentes formas de tratamento e o manejo de pacientes com halitose tonsilar.

2 METODOLOGIA

O presente trabalho trata-se de uma revisão sistemática da literatura, com o objetivo de pesquisar as diferentes formas de tratamento e manejo de pacientes com halitose tonsilar.

Foram selecionados artigos publicados no período de 1994 até 2016, nas bases de dados de pesquisa MEDLINE, PUBMED e LILACS com enfoque nos estudos clínicos sobre o tratamento da halitose tonsilar, nos idiomas Inglês e Português.

Os descritores de pesquisa utilizados foram: “Halitose”, “Tonsila”, “Halitosis”,

“Tonsil”, e “Tonsil Stone”. No momento da pesquisa os critérios de inclusão e exclusão foram aplicados obtendo-se uma filtragem dos artigos. Posteriormente, os artigos foram selecionados com base em seu título e aqueles claramente não pertinentes ao objetivo desta revisão, foram excluídos. Os artigos restantes foram selecionados para leitura do resumo, e aqueles que eram de interesse potencial para esta revisão com base em seus conteúdos abstratos foram recuperados em texto completo.

Critérios de inclusão:

Estudos relatando a eficácia de qualquer intervenção (cirúrgica ou não) na halitose tonsilar foram incluídos, sendo a halitose o foco ou um dos tópicos abordados.

Critérios de exclusão:

Foram excluídos os artigos: estudos realizados em animais e revisões de literatura.

3 RESULTADOS

Usando os descritores nas bases de pesquisas selecionadas, foram encontradas 38 publicações. Foram realizadas as leituras dos títulos e selecionados 15 artigos para a leitura dos resumos. Destes artigos restantes, 3 foram excluídos, uma vez que não se conseguiu ter acesso aos textos completos, de modo que os outros 12 restaram para leitura do texto na integra. Por fim, a amostra final foi composta por 6 estudos clínicos exclusivamente relacionados a formas de tratamento.

Os 6 artigos selecionados trataram dos seguintes assuntos: a) avaliação da halitose e

microbiota tonsilar após gargarejo com cloreto de benzetônio; b) a eficiência de um

(13)

11

enxaguatório na diminuição da formação dos tonsilólitos e da saburra lingual; c) avaliar a eficácia da criptólise com laser CO2 para tratamento do mau hálito oral causado por tonsilite crônica; d) revisar os resultados de uma série de tonsilectomias assistidas por laser; e) avaliar a eficácia e segurança da remoção de tonsila por radiofrequência com temperatura controlada;

f) avaliar a eficácia da tonsilectomia no tratamento de halitose oral causada tonsilite crônica.

Tais estudos serão explicitados mais adiante.

4 DISCUSSÃO

As tonsilas palatinas têm sido sugeridas como potenciais alvos da halitose, embora clínicos e pesquisadores tendam a negligenciar seu papel na instalação do mau odor oral. Elas possuem uma anatomia única e características microbiológicas que garantem o local mais adequado para bactérias produtoras de gases sulfurados e, consequentemente, do mau hálito no trato aéreo superior

6

.

Até 10% dos casos de maus odores orais são originários da região de garganta, nariz e ouvidos, dos quais 3% encontram sua origem nas amígdalas. Portanto, quando uma investigação clínica é realizada, primeiramente deve ser dada atenção às amígdalas: tamanho, estrutura (invaginações, revestimento e hiperemia) e presença de tonsilólitos. Bactérias anaeróbicas detectadas em tonsilólitos pertencem às espécies de Eubacterium, Fusobacterium, Porphyromonas, Prevotella, Selenomonas,e Tanerella as quais aparentam estar associadas com a produção de compostos sulfurados voláteis (CSVs)

7

. Tonsilólitos são assintomáticos e, portanto, nunca são um motivo para tonsilectomia. Uma tonsilectomia só é realizada quando as medidas de higiene oral não resultam na melhora do hálito

8

.

O Cáseo Amgdaliano, ou Tonsilólito, se forma em invaginações existentes nas amígdalas, chamadas criptas amigdalianas, basicamente quando estamos frente a uma diminuição do fluxo salivar ou de uma descamação epitelial acima dos limites fisiológicos, ou ainda em ambas as situações. Ele se apresenta como uma massa viscosa amarelada de odor extremamente desagradável podendo ser expelido durante a fala, tosse ou espirros. Os tratamentos propostos para os cáseos amigdalianos são, até o momento, clínicos, através do uso de anti-inflamatórios, de gargarejos com soluções salinas e antissépticas, sem resultados satisfatórios, ou cirúrgicos, através de tonsilectomias radicais ou conservadoras convencionais, ou assistidas por laser

9

.

Uma mensuração objetiva dos compostos sulfurados voláteis é importante para o

diagnóstico, tratamento e acompanhamento da halitose. As principais causas de halitose entre

(14)

12

os pacientes com Tonsilite Caseosa Crônica estão relacionadas à decomposição de material orgânico, como detritos alimentares e putrefação de aminoácidos por bactérias anaeróbicas proteolíticas que aumentam a produção de compostos sulfurados voláteis nas criptas tonsilares. O Interscan Halimeter® é um dos dispositivos mais comumente usados para realizar halitometria de compostos de enxofre voláteis. Ele contém um sensor voltamétrico eletroquímico, que gera um sinal quando exposto a compostos sulfurados, e um display digital que registra a quantidade desses compostos presente no ar expirado em partes por bilhão (ppb)

2

.

Iwamura et al.

10

em um estudo piloto duplo-cego randomizado, mensuraram 3 resultados: concentração de compostos sulfurados voláteis na expiração, pontuação organoléptica e de saburra lingual antes e depois de testes com cloreto de benzetônio em 29 pacientes com halitose que não tinham periodontite, nem outras doenças otorrinolaringológicas. Dos três grupos formados, gargarejo com cloreto de benzetônio, gargarejo com placebo, e sem gargarejo, observou-se no primeiro deles uma redução da concentração de metil mercaptano, sulfeto de hidrogênio e da pontuação organoléptica, mas sem efeito na pontuação de saburra lingual. Concluiu-se que embora o gargarejo na área da orofaringe com o agente antisséptico possa reduzir o mau odor oral, parece que a microbiota tonsilar não é significativamente influenciada, necessitando de tratamento auxiliar.

Ainda se tratando do uso de enxaguatórios, Conceição et al.

9

avaliaram a eficiência de

outro produto da empresa Halitus, cujos ingredientes ativos associavam substâncias

oxigenantes e antimicrobianas, na diminuição da formação dos cáseos amigdalianos e da

saburra lingual, e a redução da concentração de compostos sulfurados voláteis (CSVs). Neste

estudo clínico e experimental, randomizado, duplo-cego, placebo-controlado, voluntários

foram selecionados atendendo aos critérios de inclusão: queixa de tonsilite caseosa crônica há

mais de um ano, tendo como sintoma principal a eliminação de cáseo, isolada ou

acompanhada de outros sintomas, tais como halitose, sensação de corpo estranho e/ou crises

de tonsilite. Dos 62 voluntários, 31 usaram frascos contendo a solução placebo e 31 usaram

frascos contendo o enxaguatório. Para os resultados apresentados no grupo que utilizou a

solução placebo, não houve significância estatística nos resultados nem correlação entre as

variáveis. O enxaguatório, quando comparado à solução placebo, obteve melhores resultados

em todos os quesitos analisados, demonstrando ser uma alternativa conservadora viável para o

tratamento da tonsilite crônica caseosa, sendo eficiente também na redução dos CSVs e na

formação de saburra lingual.

(15)

13

Para Tonsilite Crônica a indicação mais comum é a tonsilectomia, um procedimento que contabilizou 74.000 casos em 1990 (National Centre for Health Statistics, 1991) nos Estado Unidos. Em um estudo com 120 pacientes adultos, Krespi e Ling

11

revisaram os resultados de uma série de tonsilectomias assistidas por laser. 92% dos pacientes foram tratados em consultório sob anestesia local, e 8% foram tratados em sala operatória sob anestesia geral; 96% dos pacientes se livraram completamente da inflamação tonsilar recorrente durante um acompanhamento de 2 a 48 meses. 20 pacientes (17%) precisaram de mais de um tratamento. Apenas 5 pacientes (4%) relataram uma melhora insatisfatória e se submeteram à tonsilectomia de acabamento. Concluiu-se que a inflamação crônica das tonsilas tem sido tratada através de várias terapias, desde a aplicação de iodo e massagem na era pré-antibióticos, até a tonsilectomia comum dos dias de hoje e, embora a tonsilectomia tradicional tenha provado ser um tratamento cirúrgico muito efetivo para tonsilite crônica, a morbidade associada e o custo tem inspirado outras modalidades terapêuticas. Em pacientes apropriadamente selecionados, a tonsilectomia a laser pode ser capaz de oferecer a eficácia da tonsilectomia tradicional com custo e morbidade reduzidos.

Depois de excluir como origem para a halitose doenças dentárias, periodontais, sinusais, orais, pulmonares, e gastroenterais, 44 pacientes com halitose causada por tonsilite crônica, os quais provaram ser positivos no teste de cheiro de Finkelstein (pressionando a tonsila e cheirando o material espremido), foram incluídos no estudo de Ahmed e Zahra

6

. Este estudo incluiu pacientes com halitose devido à tonsilite crôncia, sendo 25 homens e 19 mulheres, com idade entre 3 e 44 anos, tendo todos sido tratados por tonsilectomia. Como resultados, 31 pacientes (70,4%) relataram o completo desaparecimento do mau hálito após 4 semanas, e todos foram negativos no teste de cheiro. 9 pacientes (20,4%) relataram melhora insuficiente, mas o teste de cheiro foi positivo em apenas 2 deles, e 4 pacientes (9%) não relataram mudança depois da operação, sendo o teste do cheiro positivo em todos. Após 8 semanas, 35 pacientes (79,5%) relataram melhora completa, e tiverem testes de cheiro negativos, enquanto 9 pacientes (20,4%) relataram desaparecimento incompleto da halitose, mesmo todos tendo o teste do cheiro negativo.

Já Tanyeri e Polat

12

avaliaram em seu estudo a eficácia e segurança da remoção de

tonsila por radiofrequência com temperatura controlada para o tratamento da halitose

provocada por tonsilite crônica com cáseos. Foram revisados 58 relatos médicos de pacientes

entre 1º de novembro de 2005 e 30 de novembro de 2008 que se submeteram ao tratamento. A

tecnologia de radiofrequência para remoção de tecidos não é nova na otorrinolaringologia. A

remoção por radiofrequência tem mostrado reduzir tonsilas aumentadas sem significativa dor

(16)

14

e outras morbidades de técnicas por tonsilectomia. Quarenta e nove (84,4%) dos 58 pacientes relataram desaparecimento completo do mau hálito após o primeiro procedimento; Cinco pacientes (8,6%) relataram ter melhora insuficiente e 4 (6,9%) pacientes não tiveram mudança. Dois pacientes do “grupo insuficiente” e todos os 4 do “grupo sem mudança”

concordaram em repetir o tratamento. Depois da segunda sessão, 4 pacientes relataram desaparecimento completo da halitose e da formação de cáseos. Concluiu-se que a remoção de tonsila por radiofrequência é um efetivo método para o tratamento da halitose provocada por tonsilite crônica com cáseos. Esta técnica bem tolerada evita as morbidades pós- operatórias e desconforto de métodos cirúrgicos mais invasivos atualmente utilizados.

Assim como a remoção de tonsila por radiofrequência, a criptólise a laser CO2 também tem se provado um tratamento efetivo, seguro, e bem tolerado para a tonsilite crônica. É o que mostra um estudo de Finkelstein

13

cuja origem da halitose de 58 pacientes foi demonstrada pelo teste citado anteriormente, o qual envolve massagear as tonsilas e cheirar o material espremido. No primeiro exame, não havia saburra lingual e o teste de cheiro da tonsila de Finkelstein foi positivo em 50 pacientes (94,3%) e em mais 3 (5,7%) em uma segunda visita. A halitose foi classificada pelos examinadores como severa em 5 pacientes (9,4%), moderada em 32 pacientes (60,4%) e leve em 16 (30,2%). Como resultados, a completa eliminação da halitose foi obtida em uma sessão em 28 pacientes (52,8%), 2 sessões em 18 pacientes ( 34%), e 3 sessões em 5 pacientes (9,4%). O período de acompanhamento foi de 3 a 36 meses e nenhum efeito adverso ou complicações foram encontrados.

5 CONCLUSÃO

Baseado na literatura consultada, concluímos que: Os trabalhos com terapia a laser apresentaram bons resultados no tratamento da tonsilite crônica. Viu-se também que a remoção de tonsila por radiofrequência além de ser um método de alta eficácia, também garante ao paciente um melhor pós-operatório quando comparado com outras técnicas cirúrgicas, possibilitando o mesmo retornar à sua dieta regular mais rapidamente.

Destaque também deve ser dado ao enxaguatório Halitus® por poder ser recomendado

para portadores de cáseos amigdalianos, assim como coadjuvante no tratamento da halitose de

origem bucal, pois seus componentes também atuam na saburra lingual e na gengivite,

provocando a eliminação de bactérias devido a seus agentes oxigenantes, contibuindo assim

para aumentar a chance de resultados satisfatórios para o tratamento contra a halitose.

(17)

15

A eficácia do tratamento também está associada à remoção do agente causador, contudo,

mais estudos são necessários para esclarecer o papel das bactérias em pacientes com halitose e

os efeitos de gargarejos com agentes antissépticos.

(18)

16

REFERÊNCIAS

1. Ferguson M, Aydin M, Mickel J. Halitosis and the tonsils: a review of management.

Otolaryngol Head Neck Surg. 2014; 151(4):567-574.

2. Rio AC, Franchi-Teixeira AR, Nicola EM. Relationship between the presence of tonsilloliths and halitosis in patients with chronic caseous tonsillitis. Br Dent J. 2008; 204(2):

E4.

3. Kapoor U, Sharma G, Juneia M, Nagpal A. Halitosis: Current concepts on etilology, diagnosis and management. Eur J Dent. 2016; 10(2): 292-300.

4. Zaitsu T, Ueno M, Shinada K, Wright FA, Kawaguchi Y. Social anxiety disorder in genuine halitosis patients. Health Qual Life Outcomes. 2011; 9:94.

5. Talebian A, Tazhibi M, Iranpoor R, Semiary H, Taherzadeh M. Relationship between tonsil odor and oral malodor a clinical study on 48 Iranian patients. J Breath Res. 2008; 2(1):

017016.

6. Al-Abbasi AM. Tonsilectomy for the treatment of halitosis. Niger J Med. 2009, 18(3):295- 8.

7. Ansai T, Takehara T. Tonsillolith as a halitosis-inducing factor. Br Dent J. 2005;

198(5):263-4.

8. Bollen CM, Beikler T. Halitosis: the multidisciplinary approach. Int J Oral Sci. 2012, 4(2):

55-63.

9. Conceição MD, Marocchio LS, Tárzia O. Avaliação de um novo enxaguatório na formação de cáseos amigdalianos. Rev. Bras. Otorrinolaringol. 2008, 74(1): 61-67.

10. Iwamura Y, Hayashi J, Sato S, Murakami T, Fujimura T, Sasoki Y, et al. Assessment of oral malodor and tonsillar microbiota after gargling with benzethonium chloride. J Oral Sci.

2016; 58(1):83-91.

11. Krespi YP, Ling EH. Tonsils cryptolysis using CO2 swiftlase. Op Tech Otolaryngol Head Neck Surg. 1994; 5(4):294-297.

12. Tanyeri HM, Polat S. Temperature-controlled radiofrequency tonsil ablation for the treatment of halitosis. Eur Arch Otorhinolaryngol. 2011; 268(2):267-72.

13. Finkelstein Y, Talmi YP, Ophir D, Berger G. Laser cryptolysis for the treatment of

halitosis. Otolaryngol Head Neck Surg. 2004; 131(4): 372-7.

(19)

17

ANEXOS

Quadro 1 - Informações relevantes dos artigos selecionados para a Revisão Sistemática.

Natal – RN, 2017.

Título/Autor/Ano Objetivo Metodologia Resultados Conclusão

Assessment of oral malodor and tonsillar

microbiota after gargling with benzethonium chloride/Yuki Iwamura./2016

Esclarecer o efeito de gargarejo com um agente antisséptico sobre a microbiota tonsilar em pacientes com halitose.

Desenho: Estudo duplo-cego randomizado, placebo.

Pacientes: 29

Desfecho: grupo teste (n=10) foi instruído a gargarejar 10 ml do enxaguatório contendo 0.004% de cloreto de benzetônio por 1 minuto, 4 vezes por dia, por 9 dias

Após gargarejo, uma redução significativa do mau odor oral foi observada no grupo teste quando comparado com a pontuação inicial.

Porém, o gargarejo não afetou a pontuação de saburra lingual.

Os achados

sugerem que o manuseio da microbiota orofaríngea pode

ser uma

abordagem efetiva para o tratamento da halitose, juntamente com limpeza da língua e dos dentes.

Avaliação de um novo

enxaguatório na formação de cáseos

amigdalianos/Ma urício Duarte da Conceição/2008

Avaliar a eficiência de um

enxaguatório na

diminuição da formação dos cáseos amigdalianos e saburra lingual, e avaliar a redução da concentração de CSVs.

Desenho: Estudo clínico e experimental, randomizado, duplo-cego, placebo-controlado.

Pacientes: 62

Desfecho: 31 usaram a solução placebo e 31 usaram o enxaguatório (5ml por 20 segundos a cada 12 horas), e foram avaliados 3 vezes (no início, 4 semanas depois e 8 semanas depois do início da pesquisa). 12 voluntários foram excluídos no processo.

Para o grupo que

utilizou o

enxaguatório, todos os resultados foram estatisticamente significativos.

O enxaguatório demonstrou ser uma alternativa conservadora viável para o tratamento de tonsilite crônica caseosa, sendo eficiente também na redução de CSVs saburra lingual.

Laser cryptolysis for the treatment of

halitosis/Yehuda Finkelstein/2004

Avaliar a eficácia da criptólise com laser CO2 para tratamentodo mau hálito oral causado por tonsilite crônica.

Desenho: Estudo de população.

Pacientes: 53

Desfecho: Todos os pacientes foram tratados com criptólise a laser em consultório sob anestesia tópica. A avaliação pós-operatória foi baseada no relato de familiares e dos próprios pacientes.

Eliminação completa da halitose em 1 sessão em 53% dos casos, em 2 sessões em 34%, e 3 sessões em 9%. 2 pacientes retornaram com halitose recorrente entre 2 e 3 anos após.

Criptólise com laser CO2 se

provou um

tratamento efetivo, seguro e bem tolerado para tonsilite crônica.

Laser-assisted serial

tonsillectomy/J.

Krespi/1994

Rever os resultados de

uma série de

tonsilectomias assistidas por laser.

Desenho: Estudo retrospectivo.

Pacientes: 120

Desfecho: 92% foram tratados em consultório sob anestesia local e 85 em sala de operação sob anestesia geral.

17% dos pacientes necessitaram de mais de um tratamento e apenas 4% relataram insatisfação, se submetendo à tonsilectomia tradicional.

A tonsilectomia assistida por laser oferece vantagens:

pode ser realizada em consultório ou ambulatório, diminui o custo e o risco de anestesia geral, e a destruição limitada do tecido reduz complicações transoperatórias e pós-operatórias, desconforto e

tempo de

recuperação.

(20)

18

Temperature- controlled radiofrequency tonsil ablation for the treatment of halitosis/Hasan Tanyeri/2011

Avaliar a eficácia e a segurança da remoção de tonsila por radiofrequência à temperatura controlada no tratamento de halitose causada por amigdalite crônica caseosa.

Desenho: Estudo retrospectivo.

Pacientes: 64

Desfecho: 58 pacientes foram incluídos nesse estudo (6 foram perdidos durante o acompanhamento) onde todos se submeteram a avaliações sistêmicas, incluindo consultas para doenças dentárias, periodontais, hepatorrenais e gastrointestinais e exame otorrinolaringológico para excluir outras causas da halitose.

Completa resolução da halitose em 1 sessão em 84,4% dos casos, e em 2 sessões em 6,9% dos casos.

É um método eficaz para o tratamento da halitose, derivada da amigdalite crônica caseosa e, por ser uma técnica bem tolerada, evita as morbidades perioperatórias e o desconforto gerado por métodos cirúrgicos mais invasivos.

Tonsillectomy for the treatment of halitosis/Ahmed Al-Abbasi/2008

Avaliar a eficácia da tonsilectomia para o tratamento do mau hálito causado por tonsilite crônica.

Desenho: Estudo de população Pacientes: 44

Desfecho: Pacientes, parceiros e/ou familiares foram questionados quanto ao grau de severidade da halitose, sendo classificada em:

(1) severa, (2) moderada e (3) suave. Foram submetidos a exames otorrinolaringológicos e ao teste do cheiro de tonsila de Finkelstein para excluir outras causas da halitose.

Em 8 semanas, pacientes relataram desaparecimento completo (79,5%) ou incompleto (20,4%) da halitose, contudo todos os testes de cheiro deram negativo.

Tonsilectomia é um procedimento muito efetivo para eliminar a halitose, contudo, o método de diagnóstico da halitose e a quantificação da melhora não é 100% confiável.

Referências

Documentos relacionados

O objetivo deste trabalho foi realizar o inventário florestal em floresta em restauração no município de São Sebastião da Vargem Alegre, para posterior

Quando conheci o museu, em 2003, momento em foi reaberto, ele já se encontrava em condições precárias quanto à conservação de documentos, administração e organização do acervo,

Foram analisados a relação peso-comprimento e o fator de condição de Brycon opalinus, em três rios do Parque Estadual da Serra do Mar-Núcleo Santa Virgínia, Estado de São

granatensis, higher im- pact of introgression towards the north (found here for the nuclear genome and previously for mtDNA), and the northward increase in introgression tract

the human rights legislated at an international level in the Brazilian national legal system and in others. Furthermore, considering the damaging events already

Ressalta-se que mesmo que haja uma padronização (determinada por lei) e unidades com estrutura física ideal (física, material e humana), com base nos resultados da

Neste capítulo foram descritas: a composição e a abrangência da Rede Estadual de Ensino do Estado do Rio de Janeiro; o Programa Estadual de Educação e em especial as

de professores, contudo, os resultados encontrados dão conta de que este aspecto constitui-se em preocupação para gestores de escola e da sede da SEduc/AM, em