UNIVERSIDADE DO MINHO
ESCOLA DE ECONOMIA E GESTÃO
ESCOLAS SUPERIORES AUTO-SUFICIENTES
CRIAÇÃO E IM PACTO NA G ESTÃO DOS
INSTITUTOS PO LITÉCNICO S
MARIA RITA PEREIRA CORADO BALTAZAR PALMEIRO
BRAGA
ESCOLAS SUPERIORES AUTO-SUFICIENTES
CRIAÇÃO E IMPACTO NA GESTÃO DOS
INSTITUTOS POLITÉCNICOS
M A R IA R ITA PEREIRA CORADO BALTAZAR PALM EIRO
D issertação de M estrado em Adm inistração Pública Orientada por:
Professor Doutor João M anuel Form osinho Sançhes Sim ões
UNIVERSIDADE DO MINHO BRAGA
1995
Ao Jaime
pelo incentivo, apoio e compreensão.
E ainda à Paulinha, Quim e Pedro
AGRADECIMENTOS
Ao aproximar-se o termo de mais uma meta das que integram um projecto de vida consubstanciado numa filosofia muito própria, relembram-se as dificuldades sentidas e os obstáculos ultrapassados ao longo do caminho percorrido.
Só a disponibilidade, o apoio, o incentivo e a orientação de algumas entidades, tom ou possível que chegássemos ao fim,
A todos os que, de algum modo, viabilizaram esta dissertação, cumpre-nos expressar a nossa gratidão:
Ao Professor Engenheiro José Fernando Covas Lima de Carvalho, Presidente do Instituto Politécnico de Beja, cujo incentivo, apoio e disponibilidade permanentes foram determinantes em todas as fases do mestrado.
Ao Professor D outor João Manuel Formosinho Sanches Simões, Presidente do Centro de Formação de Professores e Educadores de Infância - Universidade do Minho, por ter aceite a orientação deste trabalho, pelo apoio e disponibilidade nunca negados e pela confiança que inspirava, muito tendo contribuído o seu saber científico para a abertura de novas perspectivas.
Ao Professor Catedrático D outor Alberto Ralha, ex-Secretário de Estado do Ensino Superior, pela prestimosa colaboração, ao conceder a entusiástica entrevista que foi fulcral para a análise desenvolvida.
Aos Presidentes dos Institutos Politécnicos do Porto, Leiria, Bragança, Castelo Branco e Beja, respectivamente os Professores Coordenadores Luís Soares, Pereira de Melo, Dionísio Gonçalves, Pinto de Andrade e Covas Lima de Carvalho, pela disponibilidade manifestada na prestação das informações indispensáveis ao desenvolvimento deste trabalho.
Aos Administradores de quatro Institutos Politécnicos envolvidos na
pesquisa (Bragança, Castelo Branco, Leiria e Porto), pelas preciosas informações
facultadas, que vieram complementar os dados já disponíveis,
À Dr^ Cândida Soares Barroso, Administradora da Universidade do Algarve, pelo entusiástico incentivo e inestimável apoio, tendo decisivamente contribuído para que este trabalho atingisse o seu termo.
Ao Dr. Mário M ota, Administrador do Instituto Politécnico de Santarém, pelo apoio e entusiasmo veladamente incutidos.
Ao Dr. João Salavessa Belo, ex-Administrador da Universidade do Algarve, pela importante disponibilidade e ajuda na busca da parca documentação existente sobre a matéria versada.
À D. M aria do Rosário Estevens, funcionária do Instituto Politécnico de Beja, que com o seu habitual espírito de sacrifício colmatou algumas ausências, viabilizando uma maior disponibilidade para o desenvolvimento da presente dissertação.
Ao Senhor Francisco Marreiros, funcionário do Instituto Politécnico de Beja, pela colaboração e apoio na impressão do texto final.
Aos familiares e amigos que, de algum modo, colaboraram e encorajaram,
visando a almejada conclusão
RESUMO
Foram criadas, em 1990 e 1991, Escolas Superiores integradas em Institutos Politécnicos, em moldes que se prefiguravam enquadrar numa administração mista, nomeadamente, adoptando a tipologia da auto-suficiência. Tal afigura-se estranho, num País em que a Administração Pública ainda apresenta características centralizadoras, num contexto tradicionalista de administração estatal indirecta.
A presente dissertação tem como objectivo identificar as razões que motivaram esta decisão que, à partida, se nos afigurava com poucas possibilidades de implementação.
Entrevistados os intervenientes no projecto, foram identificados os fundamentos inovatórios da resolução, bem como os mecanismos utilizados para a fazer implementar.
A análise dos dados recolhidos mostrou que, numa primeira fase, foi imposto
politicamente um modelo de administração pública mista, o qual não foi
implementado, por ferir a praxis tradicional e por dificuldades sócio-económicas
das regiões envolvidas, sendo adoptado pelos actores intervenientes, numa
segunda fase, o modelo de administração estatal indirecta.
ABSTRACT
Further Education schools within Polytechnical Institutions were created between 1990 and 1991, in pattems which seemed to fit within a mixed administration, that is, adoption o f the self sufficiency type. Such a creation seeras an odd one, in a country where Public Administration still maintains centralizing characteristics, in a traditional context o f indirect State administration.
The present dissertation ainis to identify the reasons which caused this decision that initially, appeared to have little probability o f being implemented.
The fundamental innovators o f Solutions, as well as the mechanisms used to implant it have been identified through interviewing the intervenients in this project.
The analysis gathered showed that in a fírst phase, a mixed public administration model was imposed politically, which was not implemented because it offended the traditional ways and because o f social-economic difficulties in the involved areas, being adopted by the intervenients, in a second phase, the indirect
State administration model.
ÍNDICE
Pag
INTRODUÇÃO l
I PARTE
C A PÍT U L O I - EN Q U A D R A M EN TO H IS T Ó R IC O 5
AS ORIGENS DO ENSINO SUPERIOR POLITÉCNICO 5
INSTITUCIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR POLITÉCNICO 11
A NOVA REFORMA 21
UM NOVO MODELO DE INSTALAÇÃO 23
A IMPORTÂNCIA DO ENSINO SUPERIOR POLITÉCNICO
NO ENSINO SUPERIOR EM PORTUGAL 25
C A PÍT U L O H - AS ESC O L A S A U TO -SU FIC IE N T ES NO
C O N T E X T O DO EN SIN O SU P E R IO R P O L IT É C N IC O 31
AS ESCOLAS AUTO-SUFICIENTES 31
OS INSTITUTOS POLITÉCNICOS COM ESCOLAS AUTO-SUFICIENTES 34
INSTITUTO POLITÉCNICO DE CASTELO BRANCO 35
INSTITUTO POLITÉCNICO DE BRAGANÇA 37
INSTITUTO POLITÉCNICO DE BEJA 39
INSTITUTO POLITÉCNICO DO PORTO 40
INSTITUTO POLITÉCNICO DE LEIRIA 43
C A PÍT U L O m - EN Q U A D R A M EN TO T E Ó R IC O E H IPÓ T E SE S 45
ESCOLA DE INTERESSE PÚBLICO 45
A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PORTUGUESA 45
CONCEITOS DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 45
TIPOLOGIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 48
OS INSTITUTOS POLITÉCNICOS E AS MODALIDADES
DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 51
AS HIPÓTESES 57
II PARTE
C A PÍT U L O IV - M E T O D O L O G IA 65
Pág
TÉCNICAS DE RECOLHA DE DADOS UTILIZADAS 65
SELECÇÃO DA AMOSTRA PARA AS ENTREVISTAS 67
MODALIDADE DE ENTREVISTA E GUIÕES 68
NOTAS SOBRE A APLICAÇÃO PRÁTICA 82
TÉCNICAS DE TRATAMENTO DOS DADOS 83
C A PÍT U L O V - TR A TA M EN T O DO S DADOS E
A PR ESEN TA Ç Ã O D E R ESU L TA D O S 86
TRANSCRIÇÃO DAS ENTREVISTAS 86
CODIFICAÇÃO DA INFORMAÇÃO 87
COMENTÁRIO À APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS 107
C A PÍT U L O V I - A N Á LISE E IN T E R PR E T A Ç Ã O DOS DADOS 117
CONFIRMAÇÃO OU INFIRMAÇÃO DAS HIPÓTESES 121
CONCLUSÕES 123
BIBLIOGRAFIA 125
OUTROS DOCUMENTOS CONSULTADOS 127
ANEXOS
ÍNDICE DE QUADROS
Quadro 1 Escola Superior de Tecnologia e de Gestão - Castelo
Branco - Evolução do número de alunos 36
Quadro 2 Escola Superior de Tecnologia e de Gestão - Bragança -
- Evolução do número de alunos 38
Quadro 3 Escola Superior de Tecnologia e de Gestão - Beja -
- Evolução do número de alunos 40
Quadro 4 Escola Superior de Estudos Industriais e de Gestão -
- Porto - Evolução do número de alunos 42
Quadro 5 Quadro Comparativo dos diferentes tipos de
administração pública 52
Quadro 6 Princípios administrativos orientadores e características
jurídicas dos diferentes tipos de administração pública 53 Quadro 7 Princípios administrativos orientadores e características
jurídicas dos institutos politécnicos e escolas integradas 58 Quadro 8 Guião de entrevistas - Presidentes dos Institutos
Politécnicos 69
Quadro 9 Guião de entrevistas - Secretários de Estado 73 Quadro 10 Análise de entrevistas -
2£Fase - Evolução 88 Quadro 11 Análise de entrevistas - 3s Fase - Enquadramento
teórico 108
Quadro 12 Contradições 116
Quadro 13 Modelos de administração pública assumidos 116 Quadro A I Análise de entrevistas -1 ^ Fase - Transcrição -
- Presidentes dos Institutos Politécnicos de
Castelo Branco, Bragança e Beja Anexo
Quadro A2 Análise de entrevistas -1^ Fase - Transcrição - - Presidentes dos Institutos Politécnicos do
Porto e Leiria Anexo
QuadroA3 Análise de entrevistas - ls Fase - Transcrição -
- Secretários de Estado Anexo
ABREVIATURAS
C . I