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GIOVANNA FERREIRA NUNES GUSMÃO 1

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“SENDO O DITO ESCRAVO CASADO E TENDO D’ESTE CASAMENTO UM FILHO, NÃO PODE POR VENDA SER SEPARADO DE SUA MULHER”: algumas reflexões sobre a família escrava na Bahia e a lei do ventre livre.

GIOVANNA FERREIRA NUNES GUSMÃO1

De forma lenta e gradual, o processo emancipacionista foi legalmente iniciado no Brasil em 1831 com a primeira lei anti-tráfico internacional de escravizados. O gradualismo se explica, uma vez que a Lei de 7 de novembro de 1831,2 conhecida como Lei Feijó, se arrastou por aproximadamente 20 anos até ser colocada em prática em 1850, a partir da promulgação de uma nova lei.3

Antes da abolição definitiva do cativeiro, implementou-se no Brasil várias leis de cunho emancipacionista, como por exemplo, a Lei nº 2.040 de 28 de setembro de 1871.

Contudo, é correto considerar a relevância da Lei de 7 de novembro de 1831, uma vez que a partir dela “o regime escravista foi condenado a se reproduzir apenas internamente, ou seja, pelo nascimento”.4 Por outro lado, Lei nº 2.040 de 1871 promovia a libertação do ventre da mulher escravizada, dessa forma, não nasceriam mais escravizados no país.

O intervalo entre a Lei nº 2.040 de 1871 e a Lei Nº 3.353 de 13 de maio de 1888 foram de 17 anos, ou seja, entre 1831 e 1888 foram 57 anos de debates entre parlamentares e de muitas experiências de luta e resistência empreendidas por sujeitos escravizados em torno da liberdade definitiva do cativeiro.

Quando observada a partir da perspectiva internacional, a Lei nº 2.040 de 1871, não fora fruto da inventividade de legisladores brasileiros. A esse respeito, Patrícia Geremias nos informa que:

A solução encontrada pelos parlamentares brasileiros em 1871 não era original. A este recurso também haviam recorrido os espanhóis quando deram início ao processo de emancipação dos escravos em Cuba. Em 1870, através da lei Moret, os espanhóis declararam livres todos os filhos das escravas nascidos a partir de setembro de 1868 e os idosos com mais de 60 anos. Em contrapartida, permitiram através da mesma lei que os senhores permanecessem com estas crianças, utilizando-se dos seus serviços até que elas completassem 18 anos de idade.5

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Iacy Maia Mata, ao estudar a semelhança entre o processo legal da abolição em Cuba e no Brasil, concluiu:

Quanto ao encaminhamento legal dado à questão escrava, pouco há de diferença entre a aplicação da solução gradual em Cuba e no Brasil. Em diferentes tempos, criou-se toda uma legislação a fim de gradativamente liberar a mão-de-obra escrava sem, contudo, ferir diretamente o direito de propriedade senhorial.6

Mata concluiu que “apesar dos aspectos mais conservadores da legislação, nas duas regiões, a partir das leis (e mesmo antes delas), o judiciário tornou-se arena de disputas e a agência escrava acelerou o fim da escravidão”.7 Respaldada no princípio da originalidade, ou não, de acordo com Jailton Brito, a Lei nº 2.040 de 1871,

foi, sem dúvida, a que mais mudanças provocou nas relações senhor-escravo, sendo, por isso, a mais importante. [...] Além de ter sido uma tentativa das classes dominantes de prorrogar a escravidão através de uma transição lenta e gradual para o trabalho livre, a Lei do Ventre Livre representou a primeira e principal tentativa das elites brasileiras e, conseqüentemente, da sociedade brasileira em retomar o controle dos escravos que estava ameaçado pela falência da política de domínio baseada na não intervenção estatal nas relações senhor-escravo.8

A Lei Nº 2.040 de 1871 explicitou no seu artigo 1º que “os filhos da mulher escrava que nascerem no Império desde a data desta lei serão considerados de condição livre”,9 no entanto, ela foi aprovada repleta de cláusulas restritivas. De acordo com a referida lei, o filho da escrava poderia permanecer atrelado ao senhor de sua mãe até a idade adulta, conforme podemos verificar no trecho transcrito abaixo:

§ 1º Os ditos filhos menores ficarão em poder e sob a autoridade dos senhores de suas mãis, os quaes terão obrigação de crial-os e tratal-os até a idade de oito annos completos. Chegando o filho da escrava a esta idade, o senhor da mãi terá opção, ou de receber do Estado a indemnização de 600$000, ou de utilisar-se dos serviços do menor até a idade de 21 annos completos. No primeiro caso, o Governo receberá o menor, e lhe dará destino, em conformidade da presente lei. A indemnização pecuniaria acima fixada será paga em titulos de renda com o juro annual de 6%, os quaes se considerarão extinctos no fim de 30 annos. A declaração do senhor deverá ser feita dentro de 30 dias, a contar daquelle em que o menor chegar á idade de oito annos e, se a não fizer então, ficará entendido que opta pelo arbitrio de utilizar-se dos serviços do mesmo menor.10

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Diante do exposto, concluiu-se que a liberdade estabelecida na lei não promovia a ruptura com as relações escravistas e que, de maneira geral, os filhos das escravizadas continuariam vivenciando as experiências inerentes ao ambiente do cativeiro, tal como ocorreu em Cuba com a aplicação da Lei Moret.11

A Lei nº 2.040 de 1871 estabelecia três idades-chaves: 8, 12 e 21 anos. Quando a criança ingênua completava 8 anos, o senhor da sua genitora tinha o prazo de um mês para decidir o tipo de “libertação” que os “filhos da mulher escrava, livres pela lei” iriam receber.12 Até os 12 anos de idade, a lei garantia às mães o direito de permanecerem na companhia de seus rebentos. Aos 21 anos cessaria para o ingênuo a prestação de serviço, fosse ao senhor da sua genitora ou a alguma instituição destinada para “educação” e “criação” do mesmo.

Como já foi apontado pela historiografia,13 entre os 8 e 21 anos de idade, seriam 13 anos de força de trabalho, “que nenhuma indenização oferecida pelo governo podia compensar”.14 De acordo com Kátia Mattoso, “nenhuma das crianças da Lei do ventre livre terá 21 anos em 1888; o destino, clarividente que a lei, neles terá reconhecido os escravos disfarçados que foram, e que serão liberados da mesma forma e no mesmo tempo que os outros escravos”.15 Baseando-se em dados do Relatório do Ministério da Agricultura de 30 de abril de 1885, Robert Conrad, assinalou que a remessa de ingênuos cedidos ao Governo foi deveras inferior ao conjecturado.16

A respeito da utilização da força de trabalho dos ingênuos, Ione Celeste Sousa asseverou:

A maioria dos ingênuos, portanto, ficou adstrita ao uso dos seus serviços dos 8 aos 21 anos durante os nove anos compreendidos entre 1879 e 1888, quando ocorreu a abolição geral da escravidão. E o uso de seus serviços teve continuidade no pós-abolição em vivências conflituosas com ex-senhores de suas mães, além de tutores e assoldadores, pelo uso coercitivo de sua força de trabalho.17

Investigando a “Família negra no tempo da escravidão”, na Bahia, entre os anos de 1850 e 1888 – através de um corpus documental, composto por fontes qualitativas e demográficas – Isabel Cristina Ferreira dos Reis, buscou problematizar as experiências das famílias negras e a rotina da escravidão. Através do referido estudo e das evidências documentais, apreendemos que a família negra do período escravista foi formada para além das fronteiras da escravidão.18

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Em cinco de fevereiro de 1876, no lugar denominado Villa de Minas do Rio de Contas, Centro-Sul baiano, um episódio envolvendo a proprietária Anna Joaquina do Bonfim poderia ser apenas mais um, entre os muitos pedidos de dispensa da multa por matricular o filho livre da mulher escravizada fora do prazo previsto na lei,19 entretanto, o documento lança luz sobre o enredo da formação de famílias negras e escravas na Bahia.20

Diz D. Anna Joaquina do Bomfim, residente no Município da Villa de Minas do Rio de Contas que lhe tendo sido imposta a multa de cem mil reis, pelo Collector das rendas geraes da mesma Villa por ter a supp.te matriculado fora do prazo legal a ingênua, Maria filha legitima de sua escrava Maria que se acha matriculada com os nos. 4933 da matricula geral do dito município, e casada com João liberto, bem como lhe faculta o art. 43 do Reg. Ao que se refere o Decreto nº 4835 de 1º de Dezembro de 1871.21 (grifos nossos)

Em um pequeno trecho dessa correspondência, verificamos uma experiência compartilhada por três sujeitos de condição jurídica diversa: a filha ingênua, a mãe escrava e o pai liberto. A historiografia aponta que a família negra em fins do século XIX foi marcada por experiências sociais inerentes a sua condição jurídica e que a partir do estatuto de cada membro (escravo, livre, liberto ou ingênuo) foram formuladas estratégias para preservação da união familiar e afetiva. 22

Apesar das inúmeras restrições, a Lei nº 2.040 de 28 de setembro de 1871, popularmente conhecida como Lei do Ventre Livre, contribuiu para o colapso da escravidão, uma vez que promoveu suspensão no mecanismo de reprodução da mão de obra escrava, com conseqüências na estrutura da família negra do século XIX.23 A esse respeito, Isabel Cristina Reis ressaltou: “a lei de 1871 também trazia disposições importantes de proteção à família escrava, com a proibição de separar mãe de filho menor de 12 anos e o favorecimento da libertação de mulheres escravas, sobretudo mães”.24 Todavia, a documentação indica que o gênero masculino também se valeu da Lei Nº 2.040 de 28 de setembro de 1871 para preservar seus laços familiares.

Vejamos a intimação remetida pela autoridade policial da Freguesia de Santo Antonio – localizada na capital baiana – ao cidadão João Ferreira de Oliveira, proprietário do escravo Escolástico:

Ao do 1º. Distrº. Da Fregª. De Sto. Antonio

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De ordem do Sen. Dr. Chefe de pol.ª, intimo Vs.ª a João Ferrª. de Oliveira pª.

Retirar da casa de corr.m o seu escravo Escolastico, sob pena de ser considerado abandonado e passado a disp.m do juiz de órfãos para conferir- lhe carta de liberd.e, na forma da lei; convindo fazer-lhe sentir q. sendo o dito escravo casado e tendo d’este casam.to um filho, não pode por venda ser separado de sua m.er, como é expresso no art. 4.º § 7.º da lei n.º 2040 de 28 de setembro de 1871, que anula as vendas em sem.es casos.

F. A. de Ctro. Lourº.25 (grifos nossos)

Ao que tudo indica o escravo Escolástico não foi retido na Casa de Correção por ter praticado algum delito. Tendo ordenando que o proprietário do escravo comparecesse para resgatá-lo, o chefe de polícia argumentou que, de acordo com a lei o referido escravo poderia ser alforriado sob alegação de abandono. Outro ponto que merece destaque trata-se da ênfase dada ao estado civil do escravo e as ressalvas contidas na Lei do Ventre Livre: “convindo fazer-lhe sentir q. sendo o dito escravo casado e tendo d’este casam.to um filho, não pode por venda ser separado de sua m.er, como é expresso no Art. 4.º § 7.º da lei n.º 2040 de 28 de setembro de 1871”.26 A esse respeito, a referida lei orientava: “Em qualquer caso de alienação ou transmissão de escravos, é prohibido, sob pena de nullidade, separar os conjuges, e os filhos menores de 12 annos, do pai ou da mai”.27

Utilizamos a referida fonte documental para evidenciar que a luta pela manutenção dos laços familiares, amparados na Lei nº 2.040 de 28 de setembro de 1871, não foi exclusividade das genitoras. Tal evidência sugere que os pais também utilizaram o judiciário como arena de disputa pela liberdade e manutenção vínculo familiar.

Ao analisar o texto da Lei do Ventre Livre, as citadas fontes documentais e a bibliografia especializada sobre o tema, concluímos que após a promulgação da referida lei, as famílias negras e escravizadas contaram com o auxilio do judiciário para a preservação dos laços afetivos e familiares.

Com relação ao filho da mulher escravizada liberto pela lei, Conrad e Mattoso asseveraram que as cláusulas sobre a tutela do ingênuo pelo senhor de sua mãe deixaram brechas para a manutenção da utilização da sua força de trabalho e que os mesmos só deixariam a condição de escravizados, de fato, juntamente com os demais cativos do império.

NOTAS

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1 Mestre em História pelo Programa de Pós-Graduação em História Regional e Local (PPGHIS) do Departamento de Ciências Humanas da Universidade do Estado da Bahia – Campus V. Endereço eletrônico:

vannanunes@yahoo.com.br.

2 Ver: GURGEL, Argemiro Eloy. “A Lei de 7 de novembro de 1831 e as ações cíveis de liberdade na Cidade de Valença (1870-1888)”. Dissertação (Mestrado em História) – Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro 2004.

3 Sobre o fim do tráfico transatlântico ver: CONRAD, Robert Edgar. Os últimos anos da escravatura no Brasil. 2ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978; RODRIGUES, Jaime. O infame comércio: propostas e experiências no final do tráfico de africanos para o Brasil (1800-1850). Campinas: Ed. da UNICAMP, Cecult, 2000; VERGER, Pierre. Fluxo e refluxo do tráfico de escravos entre o golfo de Benin e a Bahia de Todos os Santos: dos séculos XVII ao XIX. São Paulo: Corrupio, 1987, entre outros.

4 GEREMIAS, Patrícia Ramos. Ser “ingênuo” em Desterro/SC: A lei de 1871, o vínculo tutelar e a luta pela manutenção dos laços familiares das populações de origem africana (1871-1889). Dissertação de Mestrado em História. Niterói: UFF, 2005. p. 22.

5 Ibidem. p. 33.

6 MATA, Iacy Maia. Sentidos da liberdade e encaminhamento legal da abolição: Bahia e Cuba notas iniciais.

Revista de História Comparada, v. 5, n. 1, p. 66-90, 2011. p. 69.

7 Ibidem. p. 70.

8 BRITO Jailton Lima. A abolição na Bahia 1870-1888. Salvador: CEB, 2003. p. 45.

9 Vale ressaltar que a lei de 1871 não legislou apenas a respeito da liberdade do ventre da mulher escrava.

Reconheceu alguns direitos importantes aos escravizados, tais como: cuidados com a infância e a família;

liberdade aos cativos colocados na prostituição, aos cativos dados em usufruto à coroa, aos cativos das heranças vagas e aos cativos abandonados por seus senhores; a libertação anual de escravizados por intermédio do “Fundo de Emancipação”; uma matrícula anual, sob pena de serem libertados os cativos cujos proprietários deixassem de matricular no prazo de um ano; direito do cativo acumular pecúlio e pagar por sua alforria; mover “Ação de Liberdade” para pleitear a sua alforria, caso se considerasse em cativeiro ilegítimo; derrogada a Ord. Liv. 4º, Tit.

63 na parte que revoga as alforrias por ingratidão. BRASIL. Lei nº 2.040 de 28 de setembro de 1871. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LIM/LIM2040.htm. Acesso em: 28 de maio de 2015.

10 BRASIL. Lei nº 2.040 de 28 de setembro de 1871. Disponível em: http://www.planalto.gov.br. Acesso em: 28 de maio de 2015.

11 MATA, Iacy Maia. Sentidos da liberdade e encaminhamento legal da abolição: Bahia e Cuba notas iniciais. Revista de História Comparada, v. 5, n. 1, p. 66-90, 2011. p. 70.

12 CHALHOUB, Sidney. Machado de Assis, historiador. São Paulo: Companhia das Letras, 2003. p. 270.

13 Ver: CONRAD, Robert Edgar. Os últimos anos da escravatura no Brasil. 2ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978;MATTOSO, Kátia M. de Queirós. “O filho da escrava (em torno de Lei do Ventre Livre)”.

Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 8, n. 16 (mar./ago. 1988), entre outros.

14 MATTOSO, Kátia M. de Queirós. “O filho da escrava (em torno de Lei do Ventre Livre)”. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 8, n. 16 (mar./ago. 1988), p. 54.

15 Ibidem, loc.cit.

16 CONRAD, op.cit. pp. 144-145.

17 SOUSA, Ione Celeste Jesus de. “Porque um menor não deve ficar exposto à ociosidade, origem de todos os vícios”: tutelas e soldadas e o trabalho de ingênuos na Bahia, 1870 a 1900. In: Maria Helena Pereira Toledo Machado; Celso Castilho. (Org.). Tornando-se livre: agentes históricos e lutas sociais no processo de abolição.

São Paulo: EDUSP, 2015, p. 189-210. p. 191.

18 REIS, Isabel Cristina Ferreira dos. A família negra no tempo da escravidão: Bahia, 1850-1888. 2007. Tese (Doutorado em História) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2007.

19 De acordo com a Lei Nº 2.040: “§ 4º Serão também matriculados em livro distincto os filhos da mulher escrava, que por esta lei ficam livres. Incorrerão os senhores omissos, por negligencia, na multa de 100$ a 200$, repetida tantas vezes quantos forem os individuos omittidos, e, por fraude nas penas do art. 179 do codigo criminal”. BRASIL. Lei 2.040 de 28 de setembro de 1871. Disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LIM/LIM2040.htm. Acesso em: 28 de maio de 2015.

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20 A esse respeito ver: REIS, Isabel Cristina Ferreira dos. A família negra no tempo da escravidão: Bahia, 1850-1888. 2007. Tese (Doutorado em História) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2007.

21 APEB – Seção de Arquivo Colonial e Provincial, Governo da Província: Justiça. Escravos (assuntos), 1823- 1878, maço 2889.

22 A esse respeito ver: SLENES, Robert W. Na senzala, uma flor - esperanças e recordações na formação da família escrava: Brasil Sudeste, século XIX. 2ª ed. corrigida. Campinas: Editora da Unicamp, 2011; MATTOS, Hebe e RIOS, Ana. Memórias do cativeiro. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005; REIS, Isabel Cristina Ferreira dos. A família negra no tempo da escravidão: Bahia, 1850-1888. 2007. Tese (Doutorado em História) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2007;

MOREIRA. Uerisleda Alencar. Laços afetivos e familiares: relações parentais legitimadas nos ritos católicos em Caravelas, BA, entre 1840 e 1860. Dissertação (Mestrado em História Regional e Local) – Programa de Pós- Graduação em História da Universidade do Estado da Bahia, Santo Antônio de Jesus, BA 2014; FRANCISCO, Raquel Pereira. Laços da senzala, arranjos da flor de maio: relações familiares e de parentesco entre a população escrava e liberta – Juiz de Fora (1870-1900). Dissertação de Mestrado em História. Niterói: UFF, 2007, entre outros.

23 De acordo com Papali: “A Lei Rio Branco não pode ser considerada apenas mais uma lei, constituiu-se num marco e em ampla política emancipacionista dirigida pelas elites imperiais. Com o advento da Lei de 1871, algumas questões mudam substancialmente de lugar, principalmente no tocante às observações sobre a formação de pecúlio e da possibilidade de compra de alforria pelo escravo "independente da vontade do senhor". PAPALI, Maria Aparecida C. R. A legislação de 1871, o judiciário e a tutela de ingênuos na cidade de Taubaté.

Disponível em:

http://www1.tjrs.jus.br/export/poder_judiciario/historia/memorial_do_poder_judiciario/memorial_judiciario_gau cho/revista_justica_e_historia/issn_1676-5834/v2n3/doc/09-Papali.pdf. Acesso em: 26 de outubro de 2015.

24 REIS, Isabel Cristina Ferreira dos. Histórias de vida familiar e afetiva de escravos na Bahia do século XIX.

Salvador: CEB, nº 149. 2001. p. 28.

25 APEB – Seção de Arquivo Colonial e Provincial, Governo da Província: Polícia. Registro de correspondência com subdelegados, 1879-1880, maço 5843, p. 43

26 APEB – Seção de Arquivo Colonial e Provincial, Governo da Província: Polícia. Registro de correspondência com subdelegados, 1879-1880, maço 5843, p. 43.

27 BRASIL. Lei 2.040 de 28 de setembro de 1871. Disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LIM/LIM2040.htm. Acesso em: 28 de maio de 2015.

FONTES

APEB – Seção de Arquivo Colonial e Provincial, Governo da Província: Polícia. Registro de correspondência com subdelegados, 1879-1880, maço 5843.

APEB – Seção de Arquivo Colonial e Provincial, Governo da Província: Justiça. Escravos (assuntos), 1823-1878, maço 2889.

BRASIL. Lei nº 2.040 de 28 de setembro de 1871. Disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LIM/LIM2040.htm. Acesso em: 28 de maio de 2015.

REFERÊNCIAS

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CHALHOUB, Sidney. Machado de Assis, historiador. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.

CONRAD, Robert Edgar. Os últimos anos da escravatura no Brasil. 2ª ed. Rio de Janeiro:

Civilização Brasileira, 1978.

FRANCISCO, Raquel Pereira. Laços da senzala, arranjos da flor de maio: relações familiares e de parentesco entre a população escrava e liberta – Juiz de Fora (1870-1900).

Dissertação de Mestrado em História. Niterói: UFF, 2007.

GEREMIAS, Patrícia Ramos. Ser “ingênuo” em Desterro/SC: A lei de 1871, o vínculo tutelar e a luta pela manutenção dos laços familiares das populações de origem africana (1871-1889). Dissertação de Mestrado em História. Niterói: UFF, 2005.

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MATTOS, Hebe e RIOS, Ana. Memórias do cativeiro. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.

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PAPALI, Maria Aparecida C. R. A legislação de 1871, o judiciário e a tutela de ingênuos

na cidade de Taubaté. Disponível em:

http://www1.tjrs.jus.br/export/poder_judiciario/historia/memorial_do_poder_judiciario/memo rial_judiciario_gaucho/revista_justica_e_historia/issn_1676-5834/v2n3/doc/09-Papali.pdf.

Acesso em: 26 de outubro de 2015.

REIS, Isabel Cristina Ferreira dos. Histórias de vida familiar e afetiva de escravos na Bahia do século XIX. Salvador: CEB, nº 149. 2001.

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______________. A família negra no tempo da escravidão: Bahia, 1850-1888. 2007. Tese (Doutorado em História) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2007.

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agentes históricos e lutas sociais no processo de abolição. São Paulo: EDUSP, 2015.

VERGER, Pierre. Fluxo e refluxo do tráfico de escravos entre o golfo de Benin e a Bahia de Todos os Santos: dos séculos XVII ao XIX. São Paulo: Corrupio, 1987.

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