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Resposta técnica 57 IDENTIFICAÇÃO DA REQUISIÇÃO SOLICITANTE

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Academic year: 2022

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Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais

Av. Álvares Cabral, 200, 4º andar, sala 410, Edifício Libertas - Belo Horizonte - MG CEP 30170-000-Telefone (31) 3248-4230 – email: cemed.natjus@tjmg.jus.br

1/2 Reposta Técnica Nº: 57/2017 NATJUS-CEMED Processo nº: 0194170048392

Resposta técnica 57

IDENTIFICAÇÃO DA REQUISIÇÃO

SOLICITANTE: MM. Juiz de Direito Dr. Carlos Henrique Trindade Lourenço dos Santos

PROCESSO Nº.: 0194170048392

SECRETARIA: Vara da Infância e Juventude COMARCA: Coronel Fabriciano

I – DADOS COMPLEMENTARES À REQUISIÇÃO:

REQUERENTE(Paciente): VER

DATA NASCIMENTO/IDADE: 13 anos REQUERIDO(S): SUS

DOENÇA(S) INFORMADA(S) – (CIDs): G40.8 FINALIDADE / INDICAÇÃO: epilepsia refratária

REGISTRO NO CONSELHO PROFISSIONAL: 54.041 II – PERGUNTAS DO JUÍZO:

III - CONSIDERAÇÕES SOBRE O CASO:

O magistrado solicita informações a respeito da viabilidade de fornecimento do medicamento Trileptal pela rede pública de saúde.

IV - COMENTÁRIOS:

O medicamento Trileptal, cujo princípio ativo é a oxcarbamazepina, não é fornecido pelo SUS e não faz parte do Rename. Há medicações de ação semelhante, que incluem:

Carbamazepina Comprimido Suspensão oral

200 mg e 400 mg 20 mg/ml

Clobazam Comprimido 10 mg e 20 mg

Etossuximida Xarope 50 mg/ml

Fenitoína Comprimido 100 mg

Fenobarbital Comprimido

Solução oral

100 mg 40 mg/ml

Primidona Comprimido 100 mg e 250 mg

Ácido Valproico Cápsula ou comprimido 250 mg e 500 mg

Gabapentina Cápsulas 300 mg e 400 mg

Topiramato Comprimido 25 mg, 50 mg e 100 mg

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Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais

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2/2 Reposta Técnica Nº: 57/2017 NATJUS-CEMED Processo nº: 0194170048392

Lamotrigina Comprimido 25 mg, 50 mg e 100 mg

Vigabatrina Comprimido 500 mg

Os usos aprovados pela ANVISA para a oxcarbamazepina são crises parciais (as quais envolvem os subtipos simples, complexos e crises parciais evoluindo para crises com generalização secundária) e crises tônico-clônicas generalizadas, em adultos e crianças com mais de um mês de idade.

A oxcarbamazepina tem indicação de bula como droga antiepiléptica de primeira linha para uso como monoterapia ou terapia adjuvante e pode substituir outras drogas antiepilépticas quando o tratamento usado não for suficiente para o controle da crise.

Segundo um Consenso de Especialistas Brasileiros de 2003, a carbamazepina e a oxcarbazepina foram consideradas drogas de primeira linha para todos os tipos de crises em pacientes com epilepsia focal sintomática. Segundo o Guia Britânico de 2004 para tratamento de epilepsia, as novas drogas antiepilépticas, dentre elas gabapentina, lamotrigina e oxacarbazepina, são recomendadas para tratamento da epilepsia em pessoas que não se beneficiaram do tratamento com as drogas como carbamazepina ou valproato de sódio, ou nos seguintes casos: interação medicamentosa (como contraceptivos orais), intolerância às drogas e no caso de mulheres em idade fértil.

Estudo clínico randomizado comparou carbamazepina versus gabapentina ou lamotrigina ou oxcarbazepina ou topiramato. Dados desse estudo sugerem similaridade entre carbamazepina e a oxcarbamazepina, sem diferenças consistentes entre elas. Em relação aos desfechos secundários, também não houve diferenças significativas entre a oxcarbazepina e carbamazepina. Uma revisão sistemática da Cochrane mostrou que a carbamazepina e oxcarbazepina têm eficácia e tolerabilidade similares em pacientes com superioridade de uma comparada à outra.

O medicamento oxcarbazina já foi analisado pela CONITEC-SUS, que deliberou por não incorporar a referida tecnologia no âmbito do SUS. É consenso que este fármaco apresenta o mesmo mecanismo de ação da carbamazepina (inibição dos canais de sódio e dos canais de cálcio). Não houve superioridade em eficácia da oxcarbazepina frente a outros fármacos utilizados no tratamento da epilepsia (fenitoína, valproato, carbamazepina, lamotrigina) que integram a RENAME.

V - CONCLUSÃO:

O medicamento oxcarbazepina não está padronizado pelo SUS.

Não existe um ente responsável pelo fornecimento do medicamento na rede

pública. O mesmo já foi avaliado pela Comissão Nacional de Incorporação

de Tecnologias em Saúde – CONITEC (Lei 12 401) que deliberou por sua

não incorporação no Sistema de Saúde no Brasil.

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Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais

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3/2 Reposta Técnica Nº: 57/2017 NATJUS-CEMED Processo nº: 0194170048392

Alternativamente, o SUS oferece os medicamentos anticonvulsivantes:

valproato de sódio ou acido valproico, carbamazepina, clonazepam, diazepam, fenitoina, fenobarbital, por meio do Componente Básico da Assistência Farmacêutica, que é a primeira linha de cuidado medicamentoso do sistema.

VI - REFERÊNCIAS:

1. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas. Epilepsias. Portaria SAS/MS no 1.319, de 25 de novembro de 2013.

2. OXCARBAZEPINA PARA O TRATAMENTO DA EPILEPSIA . Conitec, 17 de junho de 2015.

3. Rename 2017.

4. Portal do CNJ.

http://www.cnj.jus.br/files/conteudo/destaques/arquivo/2015/04/62d7f845cba 47e9db328d3e81d4bc2ba.pdf

VII – DATA: 11 de outubro de 2017.

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