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Tribunal de Justiça de Minas Gerais

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Tribunal de Justiça de Minas Gerais

1.0000.15.085702-7/001

Número do Númeração 6062498-

Des.(a) Claret de Moraes (JD Convocado) Relator:

Des.(a) Claret de Moraes (JD Convocado) Relator do Acordão:

08/03/2016 Data do Julgamento:

11/03/2016 Data da Publicação:

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE ANULAÇÃO DE ATO ADMINISTRATIVO - ELIMINAÇÃO DE CONCURSO PÚBLICO - EXAME PSICOLÓGICO - EXTINÇÃO SEM JULGAMENTO DE MÉRITO - COMPETÊNCIA DOS JUIZADOS ESPECIAIS DA FAZENDA PÚBLICA - CRITÉRIOS ELENCADOS NO ART. 2º DA LEI 12.153/2009 - VALOR DA CAUSA E MATÉRIA - COMPLEXIDADE DA PERÍCIA - IRRELEVÂNCIA - PRECEDENTES DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA - PRETENSÃO DECLARATÓRIA - VALOR DA CAUSA - IMPOSSIBILIDADE DE AFERIÇÃO - RECURSO NÃO PROVIDO.

- A definição da competência dos juizados especiais da fazenda pública adstringe-se aos critérios de valor e matéria (art. 2º da Lei 12.153/2009) não havendo fundamento legal à tese de que a complexidade da perícia afastaria a competência das referidas unidades jurisdicionais. Precedentes do Superior Tribunal de Justiça.

- Cuidando-se de pretensão voltada à anulação de ato de eliminação de candidato em concurso público, não há como inferir-se acerca do valor da causa, já que não existe proveito econômico diretamente decorrente da declaração eventualmente obtida, cujo efeito prático é apenas a manutenção do candidato nas demais etapas do concurso, sem garantias de que venha a perceber a remuneração do cargo.

- Recurso não provido.

APELAÇÃO CÍVEL Nº 1.0000.15.085702-7/001 - COMARCA DE BELO

HORIZONTE - APELANTE(S): LEANDRO AUGUSTO DA SILVA ALVES -

APELADO(A)(S): ESTADO DE MINAS GERAIS

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Tribunal de Justiça de Minas Gerais

A C Ó R D Ã O

Vistos etc., acorda, em Turma, a 6ª CÂMARA CÍVEL do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, na conformidade da ata dos julgamentos, em NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

RONALDO CLARET DE MORAES (JD CONVOCADO) RELATOR.

RONALDO CLARET DE MORAES (JD CONVOCADO) (RELATOR)

V O T O

Cuida-se de apelação cível interposta contra sentença proferida pelo juízo da 7ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Belo Horizonte que extinguiu, sem julgamento de mérito, a demanda proposta por LEANDRO AUGUSTO DA SILVA ALVES em face do ESTADO de MINAS GERAIS, por entender-se incompetente para o julgamento de ação anulatória do ato de eliminação de etapa de exame psicológico prestado em concurso público, por aplicação da lei que estabelece a competência do Juizado Especial da Fazenda Pública (ordem 27 dos autos eletrônicos).

Insurgindo-se contra a sentença relatada, alega o autor que, além de o

valor da causa ultrapassar sessenta (60) salários mínimos, o deslinde da

controvérsia exige a produção de perícia complexa, o que afasta a

competência dos juizados, nos termos, inclusive, da decisão proferida no

âmbito do juizado especial da fazenda pública (documento de ordem 34).

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Tribunal de Justiça de Minas Gerais

É o relatório do necessário.

Conheço do recurso, por presentes os seus pressupostos legais de admissibilidade.

O autor ajuizou ação voltada à anulação de ato que declarou sua eliminação do concurso público prestado para o cargo de Agente Penitenciário, por inaptidão no exame psicológico.

Conforme relatado, o juízo para o qual foi distribuída a ação extinguiu o processo sem julgamento de mérito por entender que a questão submete-se à competência do Juizado Especial da Fazenda Pública, nos termos do art.

2º da Lei 12.153/2009, que estabelece como requisitos a limitação de valor a 60 salários mínimos e a não incidência em uma das hipóteses enumeradas nos incisos I a III do § 1º do art. 2º da referida norma, vide:

Art. 2o É de competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública processar, conciliar e julgar causas cíveis de interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, até o valor de 60 (sessenta) salários mínimos.

§ 1o Não se incluem na competência do Juizado Especial da Fazenda Pública:

I - as ações de mandado de segurança, de desapropriação, de divisão e demarcação, populares, por improbidade administrativa, execuções fiscais e as demandas sobre direitos ou interesses difusos e coletivos;

II - as causas sobre bens imóveis dos Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios, autarquias e fundações públicas a eles vinculadas;

III - as causas que tenham como objeto a impugnação da pena de demissão

imposta a servidores públicos civis ou sanções disciplinares aplicadas a

militares.

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Tribunal de Justiça de Minas Gerais

Consoante os dispositivos colacionados há apenas dois critérios definidores da competência no âmbito do Juizado Especial da Fazenda Pública: valor da causa e a matéria.

Não se verifica, na norma em comento, qualquer dispositivo que permita o afastamento da competência com base na necessidade de perícia de natureza complexa.

Assim sendo, afigura-se correto o entendimento manifestado na sentença recorrida, na esteira da consolidada jurisprudência proferida no âmbito do Superior Tribunal de Justiça, v.g.:

PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO PROPOSTA CONTRA O ESTADO DO RIO DE JANEIRO. JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA. ARTIGO 2º DA LEI 12.153/2009. NECESSIDADE DE PROVA PERICIAL COMPLEXA.

VALOR DA CAUSA INFERIOR A 60 SALÁRIOS MÍNIMOS. COMPETÊNCIA ABSOLUTA.

1. O art. 2º da Lei 12.153/2009 possui dois parâmetros - valor e matéria - para que uma ação possa ser considerada de menor complexidade e, consequentemente, sujeita à competência do Juizado Especial da Fazenda Pública.

2. A necessidade de produção de prova pericial complexa não influi na definição da competência dos juizados especiais da Fazenda Pública.

Precedente: REsp 1.205.956/SC, Rel. Ministro Castro Meira, Segunda Turma, DJe 01.12.2010; AgRg na Rcl 2.939/SC, Rel. Ministro Hamilton Carvalhido, Primeira Seção, DJe 18.09.2009; RMS 29.163/RJ, Rel. Ministro João Otávio de Noronha, Quarta Turma, DJe 28.04.2010.

3. Agravo Regimental não provido.

(AgRg no AREsp 753.444/RJ, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN,

SEGUNDA TURMA, julgado em 13/10/2015, DJe 18/11/2015)

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Tribunal de Justiça de Minas Gerais

FEDERATIVO E DA ESPECIALIDADE. VALOR DA CAUSA INFERIOR A 60 SALÁRIOS MÍNIMOS. COMPETÊNCIA ABSOLUTA. 1. Trata-se de ação para fornecimento de medicamentos ajuizada em face da União Federal, Estado de Santa Catarina e Município de Criciúma/SC. No apelo nobre, a municipalidade insurge-se contra a fixação da competência no âmbito do Juizado Especial Federal. 2. A competência do Juizado Especial Federal não se altera pelo fato de o Estado e o Município figurarem como litisconsortes passivos da União Federal. Prevalece, na espécie, o princípio federativo (que dá supremacia à posição da União em face de outras entidades) e o da especialidade (que confere preferência ao juízo especial sobre o comum).

Precedentes. 3. Se o valor da ação ordinária é inferior ao limite de sessenta salários mínimos previstos no artigo 3º da Lei 10.259/2001, aliado à circunstância de a demanda não se encontrar no rol das exceções a essa regra, deve ser reconhecida a competência absoluta do Juizado Especial Federal, sendo desinfluente o grau de complexidade da demanda ou o fato de ser necessária a realização de perícia técnica. 4. Recurso especial não provido (REsp 1205956/SC, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, DJe 01/12/2010).

AGRAVO REGIMENTAL EM RECLAMAÇÃO. GARANTIA À AUTORIDADE

DAS DECISÕES. FORNECIMENTO DE MEDICAMENTO. ILEGITIMIDADE

PASSIVA AD CAUSAM DA UNIÃO. QUESTÃO QUE NÃO SE CONSTITUIU

EM OBJETO DE APRECIAÇÃO POR ESTE SUPERIOR TRIBUNAL DE

JUSTIÇA. 1. Esta Corte de Justiça, nos autos de conflito de competência

entre Juízo de Vara Federal e Juízo de Juizado Especial Federal, decidiu que

as ações de fornecimento de medicamentos, com valor inferior a sessenta

salários mínimos, estão submetidas ao rito do Juizado Especial e que a

eventual necessidade de produção de prova pericial não configura causa de

alta complexidade, a afastar a competência do juizado, por força do artigo 12,

parágrafo 2º, da Lei nº 10.259/2001. 2. Não havendo se constituído em

objeto da decisão a questão relativa à ilegitimidade passiva ad causam,

apresenta-se manifestamente incabível a reclamação ajuizada em face de

ato judicial que afirma a ilegitimidade passiva da União e determina a

remessa dos autos à Justiça Estadual. 3. Agravo regimental improvido (AgRg

na Rcl 2.939/SC, Rel. Ministro HAMILTON CARVALHIDO,

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Tribunal de Justiça de Minas Gerais

PRIMEIRA SEÇÃO, DJe 18/09/2009).

RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. CONTROLE DE COMPETÊNCIA PELO TRIBUNAL DE JUSTIÇA. JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS. MANDADO DE SEGURANÇA. CABIMENTO. LEI N. 9.099/95.

NECESSIDADE DE PERÍCIA. COMPATIBILIDADE. 1. É possível a impetração de mandado de segurança com a finalidade de promover o controle de competência nos processos em trâmite nos juizados especiais. 2.

A necessidade de produção de prova pericial não influi na definição da competência dos juizados especiais cíveis estaduais. 3. Recurso ordinário desprovido (RMS 29.163/RJ, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, QUARTA TURMA, DJe 28/04/2010).

E na espécie, verifica-se que a demanda proposta tem o condão de produzir a declaração de nulidade do ato administrativo do qual não se retira qualquer proveito financeiro direto, pois voltado tão somente à permanência do candidato nas etapas de concurso público, ou seja: sem que haja certeza de que o mesmo venha a ser remunerado em razão do cargo almejado.

Com base no exposto, portanto, NEGO PROVIMENTO AO RECURSO.

Custas pelo apelante, suspensa a sua cobrança em face da gratuidade judiciária deferida (documento ordem 24).

É como voto.

DESA. YEDA ATHIAS (REVISORA) - De acordo com o(a) Relator(a).

DES. AUDEBERT DELAGE - De acordo com o(a) Relator(a).

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SÚMULA: "RECURSO NÃO PROVIDO"

Referências

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