XXXIII Exame de Ordem Unificado - Prova Prático-Profissional - Direito Constitucional

2º Simulado Inédito - 2ª Fase do XXXIII Exame de Ordem – 13/11/21

DIREITO CONSTITUCIONAL

P ROVA P RÁTICO - P ROFISSIONAL

Informações gerais

• Essa prova é focada na 2ª fase do XXXIII Exame de Ordem da OAB;

• A peça prática-profissional e as questões são inéditas e foram elaboradas pelos nossos professores com base no perfil da banca do certame, a FGV;

• 5 horas é o tempo disponível para a realização da prova, incluso o tempo para preenchimento do caderno de textos definitivos, tente realizar este simulado respeitando este limite de tempo conforme ocorrerá no dia de seu exame.

• Se possível realize a transcrição dos textos respostas para um outro papel, respeitando o número de linhas, assim poderá exercitar o seu tempo.

• Esse simulado não é uma das rodadas de correção de peças e questões individualizadas, que serão disponibilizadas futuramente somente aos alunos que efetuaram a compra do nosso curso.

• Esse simulado é uma auto avaliação! Você mesmo (a) vai corrigir, a partir da aula em vídeo, sua peça e suas questões.

• A partir das 14h, os nossos professores iniciarão a Correção da Prova AO VIVO, no canal do Estratégia OAB no YouTube comentando e resolvendo todos os itens das questões. Aproveite para assisti-la AO VIVO e corrigir os erros.

Siga as nossas Redes Sociais Estratégia OAB no YouTube instagram.com/estrategiaoab

ATENÇÃO!

Esse caderno de prova é disponibilizado de maneira gratuita, para que os candidatos à 2ª Fase do XXXIII Exame possam praticar. Por isso, será importante para nós que você dê o máximo de publicidade a esse simulado. Envie para os seus amigos, mande em listas de e-mails, WhatsApp, etc. Assim, mais gente tem acesso a ele! =) O objetivo é difundi-lo ao máximo!

O fato de o simulado ser gratuito, não significa que ele não seja protegido pela Lei de Direitos Autorais. A

cópia ou distribuição não autorizada, sujeita o infrator às sanções previstas nos arts. 101 e ss. da Lei

9.610/1998.

P EÇA PRÁTICO - PROFISSIONAL

Diego Cerqueira

A Lei nº 9.394 (Diretrizes e Bases da Educação Nacional) estabeleceu algumas normas sobre o ensino fundamental. Em seu art. 32, caput, determinou que o ensino fundamental obrigatório, com duração de 9 (nove) anos, gratuito na escola pública, inicia-se aos 6 (seis) anos de idade e terá por objetivo a formação básica do cidadão.

O artigo causou uma forte discussão na jurisprudência, visto que alguns juízes e Magistrados entendiam que o ingresso no ensino fundamental estava limitado a crianças com seis anos de idade completos no início do ano letivo e outros entendiam que a criança poderia completar os 6 (seis) anos até o final do ano eletivo. Houve decisões entendendo pela inconstitucionalidade da norma, outras pela constitucionalidade.

A Associação Nacional de Proteção ao Ensino (ANPE), percebendo as divergências de entendimento em diversos Tribunais decide ingressar com a medida judicial objetiva cabível para uniformizar o entendimento da Lei 9.394.

Considerando a hipótese acima, formule a peça adequada. (Valor: 5,00)

RESOLUÇÃO

Peça processual: Ação Declaratória de Constitucionalidade Pontuação Competência e endereçamento: Supremo Tribunal Federal (0,10) 0,10 Legitimidade ativa: Associação Nacional de Proteção ao Ensino (0,10) 0,10 A legitimidade ativa decorre do disposto no Art. 103, IX OU no Art. 2º, inciso IX, da

Lei nº 9.868/99 (0,10), estando presente a pertinência temática (0,25).

0,35 Do objeto: Confirmação de constitucionalidade da Lei nº 9.394 (0,20).

0,20 Controvérsia Judicial Relevante:

Discorrer sobre a existência de controvérsia judicial significativa acerca da aplicação da lei objeto desta ação, o que implica em uma insegurança jurídica (0,30). Deve demonstrar assim, que os requisitos do art. 14, III da Lei nº 9.868/99 foram preenchidos (0,10).

0,40

Fundamentação Jurídica

1. Constitucional a exigência de 6 anos completos para o ingresso no ensino 0,70

3. A educação é um direito social (0,60), previsto no art. 6º da CF/88 (0,10). 0,70

Medida Cautelar

Demonstração da presença dos requisitos para concessão de medida cautelar:

fumus boni iuris (0,15) e o periculum in mora (0,15). Deve pedir o deferimento da tutela de urgência com embasamento o art. 21 da lei nº 9868/99, para trazer uma segurança jurídica (0,20).

0,50

Pedidos:

1. A concessão da medida cautelar, determinando que os juízes e tribunais suspendam os julgamentos dos processos que envolvam a aplicação da lei federal 9.394, com fundamento no art. 21 da Lei nº 9.868/99 (0,20).

2. Procedência da ação, sendo declarada a constitucionalidade da norma, nos termos do art. 102, I, a, CRFB/88 e Lei nº 9868/99 (0,20).

3. A juntada da lei e demais documentos necessários para confirmar a constitucionalidade, em razão do parágrafo único do art. 14 da Lei 9.868/99 (0,20).

4. Oitiva do Procurador-Geral da República, de acordo com art. 103, §1º da CRFB/88 e art. 19 da Lei nº 9.868/99 (0,15).

0,75

Valor da causa (0,10). 0,10

Fechamento da peça:

Local ou Município..., Data..., Advogado... e OAB... (0,10). 0,10

TOTAL 5,00

Q UESTÃO 1

Rodrigo, advogado e integrante da Comissão de Defesa de Direitos Humanos da Seccional da OAB, morreu no município de Santarém PA, após ter sido atingido por 20 disparos de arma de fogo efetuados por duas pessoas não identificadas. O advogado havia feito diversas denúncias relacionadas a supostos atos de corrupção e maus-tratos aos detentos de determinado presídio localizado no referido município. A CIDH, então, expressando preocupação com a possível represália cometida contra o advogado, instou o Estado brasileiro a investigar o crime, esclarecê-lo judicialmente e punir os responsáveis. Considerando essa situação hipotética narrada, responda fundamentadamente aos itens a seguir.

a) O Presidente da República pode requerer que o caso seja desviado para a Justiça Federal?

b) É correto afirmar que o desvio para a Justiça Federal deve ser suscitado perante o Supremo Tribunal Federal?

RESOLUÇÃO

ITEM: PONTUAÇÃO

a) Não, o Presidente da República não pode requerer que o caso seja desviado para a Justiça Federal (0,20). Trata-se da federalização dos crimes contra os direitos humanos, que é um instituto trazido pela Emenda Constitucional n.

45/2004. Consiste na possibilidade de deslocamento de competência da Justiça comum para a Justiça Federal (0,30). Apenas o Procurador Geral da República detém legitimidade para fazê-lo (0,30), nos termos do art. 109, § 5º da CRFB/88 (0,10).

0,90

b) Não. O instituto deve ser suscitado perante o Superior Tribunal de Justiça

(STJ), conforme o art. 109, § 5º da CRFB/88 (0,35) 0,35

Q UESTÃO 2

Iara, com apenas um ano e três meses de vida, foi diagnosticada com uma doença neurodegenerativa rara chamada atrofia muscular espinhal (AME). O quadro é degenerativo e não há cura. No Brasil o tratamento é através do medicamento Spinraza, de alto custo. O remédio deve ser ministrado em seis doses no primeiro ano de tratamento e três doses por ano pelo resto da vida ao custo de 145 mil reais cada dose. Aos 21 anos, ao chegar para realizar o tratamento na rede pública, foi informada que não havia medicamentos para o tipo de tratamento em questão, tendo em vista que os investimentos na área da saúde foram cortados totalmente pelo Governo Local. Iara imediatamente solicitou a prova da inexistência de recurso e falta de previsão orçamentária, porém não obteve sucesso. Diante da situação, procurou um advogado, que afirmou não haver medida cabível, já que o Poder público estava amparado pela chamada cláusula de reserva do financeiramente possível.

Afirmou também que o Poder Judiciário em hipótese alguma poderia intervir nas políticas públicas.

Diante da situação apresentada, responda de forma fundamentada os itens a seguir.

a) A orientação dada pelo advogado está correta quanto à cláusula de reserva do financeiramente possível?

b) É correto afirmar que ao Poder Judiciário é totalmente vedado intervir nas políticas públicas?

RESOLUÇÃO

ITEM: PONTUAÇÃO

A orientação dada pelo advogado não está correta. (0,10) Não pode haver eliminação total dos investimentos na saúde. (0,20) Para ter a restrição é necessário a prova objetiva da inexistência de recursos e falta de previsão orçamentária da respectiva despesa. (0,45)

0,75

B) Não. Segundo o STF, excepcionalmente pode o Poder Judiciário intervir nas políticas públicas, de forma a implementá-las, em caso de inércia estatal

injustificável. (0,50) 0,50

Q UESTÃO 3

Uma agência reguladora federal editou, em 2020, uma portaria proibindo os médicos de prescrever a utilização de medicamentos que não sejam de determinado fabricante. A Associação de Profissionais da Saúde do Amazonas, constituída há 2 anos, entendendo que tal portaria é inconstitucional, resolve ajuizar medida objetivamente cabível contra a referida portaria.

a) Diante do caso prático, é possível o cabimento de uma ADI contra a portaria?

b) A Associação mencionada é legitimada para a ação cabível?

RESOLUÇÃO

ITEM PONTUAÇÃO

a) Não. A medida judicial cabível para a impugnação de portaria editada por agência reguladora federal é uma ADPF (arguição de descumprimento de preceito fundamental) (0,10). A ADI não é o mecanismo hábil à impugnação de atos normativos “secundários” (infralegais) (0,40). No caso, há a incidência do princípio da subsidiariedade (0,20). Art. 4º, § 1º da Lei 9.882/99 (0,10).

0,80

b) Não. A associação precisa ser de âmbito nacional para ter legitimidade ativa para ajuizar medida de controle abstrato de constitucionalidade (0,35), com base

no art. 103, IX (0,10). 0,45

Q UESTÃO 4

Vários partidos políticos de oposição ao governo federal iniciaram tratativas a fim de se fundirem, criando um novo partido, o Partido Delta. Almejam, com isso, criar uma força política de maior relevância no contexto nacional. Preocupados com a repercussão da iniciativa no âmbito das políticas regionais e percebendo que as tratativas políticas estão avançadas, alguns deputados federais buscam argumentos jurídico-constitucionais que impeçam a criação desse novo partido.

a) É correto afirmar que a Constituição Federal veda a possibilidade de fusão entre partidos políticos?

b) É necessária lei aprovada no Congresso Nacional para criação de partido político?

RESOLUÇÃO

ITEM PONTUAÇÃO

a) Não. A Constituição estabelece a possibilidade de fusão dos partidos políticos

(0,25), com base no art. 17 da CF/88 (0,10). 0,35

b) Não. A constituição dos partidos políticos acontece na forma da lei civil (Lei.

9.096/95) perante o serviço de registro civil de pessoas jurídicas competente (0,30). Uma vez realizado o registro, há a aquisição de personalidade jurídica (0,30), e em seguida formaliza-se o registro de seu estatuto perante o TSE, nos termos do art. 17, parágrafo 2º, CRFB/88 (0,30).

0,90

Assinatura OAB: até a aprovação

http://bit.ly/Assinatura-OAB