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Aula 13 LEI DE LOCAÇÃO. Disposições Especiais

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Academic year: 2022

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Curso/Disciplina: Lei de Locação (Lei nº 8245/1991) Aula: Locação Não Residencial.

Professor (a): Rafael da Mota Mendonça Monitor (a): Lívia Cardoso Leite

Aula 13 LEI DE LOCAÇÃO Disposições Especiais - Locação Não Residencial:

Lei nº 8245/91, art. 51 - Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário terá direito a renovação do contrato, por igual prazo, desde que, cumulativamente:

I - o contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e com prazo determinado;

II - o prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos ininterruptos dos contratos escritos seja de cinco anos;

III - o locatário esteja explorando seu comércio, no mesmo ramo, pelo prazo mínimo e ininterrupto de três anos.

§1º O direito assegurado neste artigo poderá ser exercido pelos cessionários ou sucessores da locação;

no caso de sublocação total do imóvel, o direito a renovação somente poderá ser exercido pelo sublocatário.

§2º Quando o contrato autorizar que o locatário utilize o imóvel para as atividades de sociedade de que faça parte e que a esta passe a pertencer o fundo de comércio, o direito a renovação poderá ser exercido pelo locatário ou pela sociedade.

§3º Dissolvida a sociedade comercial por morte de um dos sócios, o sócio sobrevivente fica sub-rogado no direito a renovação, desde que continue no mesmo ramo.

§4º O direito a renovação do contrato estende-se às locações celebradas por indústrias e sociedades civis com fim lucrativo, regularmente constituídas, desde que ocorrentes os pressupostos previstos neste artigo.

§5º Do direito a renovação decai aquele que não propuser a ação no interregno de um ano, no máximo, até seis meses, no mínimo, anteriores à data da finalização do prazo do contrato em vigor.

Locação não residencial: é a locação de imóvel destinado ao comércio, para o desenvolvimento de atividade empresarial.

O art. 51 acima fundamenta a ação renovatória do locatário em face do locador. Se o locatário preenche os requisitos do art. e o locador nega a renovação, o primeiro pode judicializar.

Interpretando, a contrario sensu, o inciso I do art. 51, vê-se que a locação não residencial também pode ser verbal e por prazo indeterminado. Mas para haver direito à renovação, têm de ser seguidos os parâmetros estabelecidos no inciso.

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O inciso II fundamenta a praxe do mercado de estabelecer contratos de locações não residenciais por 5 anos. Com isso, pode-se propor a ação renovatória.

Se forem feitos vários contratos escritos, ininterruptamente, a soma deles tem de ser de 5 anos.

Obs: a praxe do contrato de locação residencial é de 30 meses. Isso evita que a denúncia do locador seja cheia.

Se a atividade empresarial é exercida pelo sublocatário e o objeto do contrato de locação é não residencial, ele pode propor a ação renovatória.

Se o locatário utiliza o imóvel para a atividade de sociedade, não sendo esta a locatária, o direito de renovação pode ser exercido por ela, que nem integra a relação contratual do ponto de vista formal.

Ex: é celebrado contrato de locação com um advogado. No imóvel funciona o escritório de advocacia. Têm direito à renovação o escritório, a PJ, e o advogado. Estranho à relação contratual pode exercer o direito e pleitear a renovação.

Sendo locatários os sócios ou a PJ, o direito à renovação é garantido.

No último ano do contrato é permitida a propositura da ação renovatória. Se o contrato é de 5 anos, ao entrar no 4º ano pode-se propô-la. Se o 4º ano do contrato começar em janeiro, por exemplo, até julho pode-se propor a ação renovatória. Esta não pode ser proposta com menos de 6 meses para o término do contrato de locação. Pode ser proposta de 1 ano a até 6 meses para o término.

Lei nº 8245/91, art. 52 - O locador não estará obrigado a renovar o contrato se:

I - por determinação do Poder Público, tiver que realizar no imóvel obras que importarem na sua radical transformação; ou para fazer modificações de tal natureza que aumente o valor do negócio ou da propriedade;

II - o imóvel vier a ser utilizado por ele próprio ou para transferência de fundo de comércio existente há mais de um ano, sendo detentor da maioria do capital o locador, seu cônjuge, ascendente ou descendente.

§1º Na hipótese do inciso II, o imóvel não poderá ser destinado ao uso do mesmo ramo do locatário, salvo se a locação também envolvia o fundo de comércio, com as instalações e pertences.

§2º Nas locações de espaço em shopping centers, o locador não poderá recusar a renovação do contrato com fundamento no inciso II deste artigo.

§3º O locatário terá direito a indenização para ressarcimento dos prejuízos e dos lucros cessantes que tiver que arcar com mudança, perda do lugar e desvalorização do fundo de comércio, se a renovação não ocorrer em razão de proposta de terceiro, em melhores condições, ou se o locador, no prazo de três meses da entrega do imóvel, não der o destino alegado ou não iniciar as obras determinadas pelo Poder Público ou que declarou pretender realizar.

O art. acima trata das possibilidades de o locador se opor à renovação.

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No caso do inciso I, o locador pode alugar para outra pessoa por valor maior.

O inciso II c/c o §1º consagram a não competição.

§2º: decorre da natureza do bem a atividade comercial.

§3º: caso em que o locatário pode exigir perdas e danos. Há exercício abusivo de direito do locador. Isso é muito comum com colégio. É importantíssimo o lugar em que ele está. Tem relação com as pessoas que estão na área. Salvo exceções, o ponto é um aspecto importantíssimo do fundo de comércio.

Quando o locador pede o imóvel, o colégio tem de se atentar aos fundamentos que admitem isso. Do contrário, pode pedir perdas e danos, que envolve, inclusive, lucros cessantes. Isso dá um valor razoável, dependendo da atividade comercial desenvolvida.

Lei nº 8245/91, art. 53 - Nas locações de imóveis utilizados por hospitais, unidades sanitárias oficiais, asilos, estabelecimentos de saúde e de ensino autorizados e fiscalizados pelo Poder Público, bem como por entidades religiosas devidamente registradas, o contrato somente poderá ser rescindido:

I - nas hipóteses do art. 9º;

II - se o proprietário, promissário comprador ou promissário cessionário, em caráter irrevogável e imitido na posse, com título registrado, que haja quitado o preço da promessa ou que, não o tendo feito, seja autorizado pelo proprietário, pedir o imóvel para demolição, edificação, licenciada ou reforma que venha a resultar em aumento mínimo de cinquenta por cento da área útil.

O art. trata de quando a denúncia do locador tem de ser cheia.

Lei nº 8245/91, art. 54 - Nas relações entre lojistas e empreendedores de shopping center, prevalecerão as condições livremente pactuadas nos contratos de locação respectivos e as disposições procedimentais previstas nesta lei.

§1º O empreendedor não poderá cobrar do locatário em shopping center:

a) as despesas referidas nas alíneas a, b e d do parágrafo único do art. 22; e

b) as despesas com obras ou substituições de equipamentos, que impliquem modificar o projeto ou o memorial descritivo da data do habite-se e obras de paisagismo nas partes de uso comum.

§2º As despesas cobradas do locatário devem ser previstas em orçamento, salvo casos de urgência ou força maior, devidamente demonstradas, podendo o locatário, a cada sessenta dias, por si ou entidade de classe exigir a comprovação das mesmas.

Art. 54-A - Na locação não residencial de imóvel urbano na qual o locador procede à prévia aquisição, construção ou substancial reforma, por si mesmo ou por terceiros, do imóvel então especificado pelo pretendente à locação, a fim de que seja a este locado por prazo determinado, prevalecerão as condições livremente pactuadas no contrato respectivo e as disposições procedimentais previstas nesta Lei.

§1º Poderá ser convencionada a renúncia ao direito de revisão do valor dos aluguéis durante o prazo de vigência do contrato de locação.

§2º Em caso de denúncia antecipada do vínculo locatício pelo locatário, compromete-se este a cumprir a multa convencionada, que não excederá, porém, a soma dos valores dos aluguéis a receber até o termo final da locação.

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O art. acima lembra as promessas de locação. Muitas vezes PJs adquirem determinados terrenos, imóveis, e edificam construções que atendem à determinada atividade. Ex: banco, agência bancária. São repletos de exigências de segurança. É um serviço muito específico. Os bancos normalmente celebram promessa de locação. Prometem alugar o imóvel se ele for construído ou arrumado com algumas especificações. A PJ, normalmente, embora possa ser pessoa física, compra o terreno onde o banco quer a agência e edifica um imóvel com as bases exigidas pela lei. Depois, no futuro, eles celebram contrato de locação. Há um encargo econômico que recai sobre o locador. Ele comprou um imóvel e construiu uma agência bancária para alugar ao locatário.

Imagine-se que o locatário, o banco, que prometeu alugar o imóvel com as especificações dele por um prazo de 5 anos, pagaria 50 mil reais de aluguel. O locador comprou o terreno e construiu a agência nos moldes exigidos pelo locatário. A locação começou e 2 meses depois o locatário fez denúncia vazia.

Obs: o locatário, em qualquer formatação de contrato, não residencial, por temporada e residencial até 29 meses ou 30 meses ou mais, faz denúncia vazia.

No caso, o encargo econômico que recai sobre o locador é muito grande. Por isso, nesse contrato de locação é permitido que o valor da multa, da cláusula penal, da pré-fixação das perdas e danos, chegue ao limite do que falta do prazo do contrato em relação aos aluguéis. Se são 5 anos de contrato e o locatário quer sair com 2 meses, pode ter de pagar 4 anos e 10 meses de aluguel.

CC, art. 413 - A penalidade deve ser reduzida equitativamente pelo juiz se a obrigação principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio.

O art. acima pode ser aplicado.

Lei nº 8245/91, art. 55 - Considera-se locação não residencial quando o locatário for pessoa jurídica e o imóvel, destinar-se ao uso de seus titulares, diretores, sócios, gerentes, executivos ou empregados.

O art. trata de mais uma hipótese de locação não residencial. Não quer dizer que o locatário tenha sempre de ser PJ.

Lei nº 8245/91, art. 56 - Nos demais casos de locação não residencial, o contrato por prazo determinado cessa, de pleno direito, findo o prazo estipulado, independentemente de notificação ou aviso.

Parágrafo único. Findo o prazo estipulado, se o locatário permanecer no imóvel por mais de trinta dias sem oposição do locador, presumir-se-á prorrogada a locação nas condições ajustadas, mas sem prazo determinado.

A mora é ex re. O simples vencimento configura a resolução contratual.

O art. segue a mesma linha de prorrogação por prazo indeterminado das locações residenciais por 30 meses ou mais.

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Lei nº 8245/91, art. 57 - O contrato de locação por prazo indeterminado pode ser denunciado por escrito, pelo locador, concedidos ao locatário trinta dias para a desocupação.

No período de prorrogação por prazo indeterminado, a denúncia do locador é vazia. Ela é cheia durante o vigor do contrato.

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