CONVIVENDO COM A DIVERSIDADE
PESSOAS QUE NÃO OUVEM
Profa. Dra. Miryam Pelosi Departamento de Terapia Ocupacional / UFRJ
Deficiência auditiva x Surdez
■ Pessoa com deficiência auditiva – Visão médica
■ Pessoa Surda – Visão cultural
Para os Surdos, a surdez não é uma deficiência – é uma outra forma de experimentar o mundo.
A pessoa Surda pertencente à Comunidade Surda, grupo de pessoas, com seu conjunto de valores, história, língua e cultura. A língua utilizada para se comunicar é a LIBRAS.
Como uma pessoa surda pode se comunicar?
■ Utilizando a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS)
■ Escrevendo (para as pessoas alfabetizadas na língua portuguesa)
■ Leitura labial
■ Por meio da fala
Fisiologia da audição
Vamos iniciar a nossa conversa sobre audição com um vídeo explicando a fisiologia da audição.
Conteúdo do vídeo: Trata-se de um vídeo sobre a fisiologia da audição que apresenta a orelha humana, denominada pavilhão auditivo e estruturas internas como o conduto auditivo externo, o tímpano, a caixa timpânica com o martelo, a bigorna e o estribo e a cóclea, também chamada caracol auditivo.
Vídeo sobre a fisiologia da audição Pessoa com deficiência auditiva
A partir da visão médica pode ser classificada em:
– Deficiência Auditiva Leve: Perdas entre 20 a 40 dB.
– Deficiência Auditiva Moderada: Perdas entre 40 a 60 dB.
– Deficiência Auditiva Severa: Perdas entre 60 a 80 dB.
– Deficiência Auditiva Profunda: Perdas acima de 80dB.
Graus de perda auditiva O que acontece?
Nos casos de perda auditiva de grau leve as pessoas podem não se dar conta que ouvem menos; somente um teste de audição (audiometria) vai revelar a deficiência.
Graus de perda auditiva O que acontece?
■ Quando a perda auditiva passa a ser moderada para severa, os sons podem ficar distorcidos e na conversação as palavras se tornam abafadas e mais difíceis para entender, particularmente quando têm várias pessoas conversando em locais com ruído ambiental ou salas onde existe eco.
■ O som da campainha e do telefone tornam-se difíceis para serem ouvidos; o deficiente auditivo pede a todo momento que falem mais alto ou que repitam as palavras.
Simulação da perda auditiva leve moderada e severa
Vamos assistir a um vídeo que simula a perda auditiva.
Conteúdo do vídeo: Trata-se de um vídeo em inglês com o diálogo dos personagens do desenho Flintstones em que vai se tornando cada vez mais difícil a compreensão da conversa a partir da simulação dos diferentes graus de perda auditiva.
Vídeo que simula a perda auditiva leve moderada e severa
Cultura Surda O que difere?
– Surdo nativo
– Ensurdecido (pré ou pós-linguístico) – Nível de proficiência na língua oral – Nível de proficiência na língua escrita
– Nível de proficiência na língua de sinais de sua comunidade (Libras no Brasil).
Causas de Surdez
Causas pré-natais (antes do parto)
■ hereditárias
■ malformações congênitas, adquiridas pelo embrião devido a infecções virais ou bacterianas intrauterinas (ex.: rubéola, sarampo, sífilis, citalomegalovirus, herpes, toxoplasmose)
■ intoxicações intrauterinas (ex.: álcool e drogas)
■ alterações endócrinas (ex.: patologias da tiroide, diabetes)
■ carências alimentares (ex.: vitamínicas)
■ agentes físicos (ex.: raios X)
Causas de Surdez
Causas peri-natais (durante o parto)
■ traumatismos obstétricos (ex.: hemorragias do ouvido interno ou nas meninges)
■ anóxia
■ incompatibilidades sanguíneas (do fator RH que podem provocar danos no sistema nervoso central)
Causas de Surdez
Causas pós-natais (depois do parto e no decurso da vida do indivíduo)
■ doenças infecciosas
■ bacterianas (ex.: meningites, otites, inflamações agudas ou crônicas das fossas nasais e da nasofaringe)
■ virais (ex.: encefalites, varicela)
■ intoxicações (ex.: alguns antibióticos, ácido acetilsalicílico, excesso de vitamina D que pode provocar lesão com hemorragia ou infiltração calcária nas artérias auditivas)
Causas de Surdez
Causas pós-natais (depois do parto e no decurso da vida do indivíduo)
■ trauma acústico (ex.: exposição prolongada a ruídos nos locais de trabalho ou em recintos de diversão; sons de elevada intensidade e de curta duração, tais como: nas explosões e na caça; diferenças de pressão, como no caso dos mergulhadores).
Tipos de surdez
■ Perda auditiva de condução - quando existe um bloqueio no mecanismo de transmissão do som, desde o canal auditivo externo até o limite com o ouvido interno.
Algumas causas importantes de surdez de condução:
– Obstrução por acúmulo de cera ou por objetos introduzidos no canal do ouvido.
– Perfuração ou outro dano causado no tímpano.
– Infecção no ouvido médio.
– Infecção, lesão ou fixação dos pequenos ossinhos (ossículos) dentro do ouvido médio.
Tipos de surdez
■ Surdez de percepção ou neurossensorial (lesão de células sensoriais e nervosas) é aquela provocada por problema no mecanismo de percepção do som desde o ouvido interno (cóclea) até o cérebro.
Algumas causas importantes de surdez de percepção ou neurossensorial:
– Ruído intenso é causa frequente de surdez. Intensidades de som acima de 75 decibéis podem causar perdas auditivas induzidas pelo ruído (PAIR).
Surdez de percepção ou neurossensorial
■ Infecções bacterianas e virais, especialmente rubéola, caxumba e meningite, podem causar surdez de percepção.
■ Certos medicamentos, especialmente alguns antibióticos, podem lesar as estruturas neurossensoriais causando surdez.
■ Infecção, lesão ou fixação dos pequenos ossinhos (ossículos) dentro do ouvido médio.
■ Idade. A perda auditiva gradual devido ao fator idade, denominada presbiacusia, é uma ocorrência quase habitual nos idosos. A deficiência auditiva abrange cerca de 30 por cento nas pessoas acima de 65 anos e 50 por cento acima de 75.
Como se comunicar com uma pessoa surda?
■ Comunicar-se de frente para o surdo, mantendo contato visual, lembrando que a comunicação dele é visual;
■ Quando o surdo não perceber através da visão o que você quer comunicar, você pode tocar no seu queixo ou corpo de forma leve para chamar a sua atenção;
■ Posicionar-se à sua altura para favorecer o contato visual;
■ Falar em ritmo mais lento; e
■ Não precisa gritar
Como se comunicar?
■ Evitar mascar chicletes ou realizar movimentos excessivos quando fala.
Isso favorecerá a leitura labial;
■ Usar a mímica e a linguagem figurativa como recursos auxiliares e suportes aos conceitos a serem construídos;
■ O profissional deve dominar a língua de sinais para favorecer o bilinguismo em todos os lugares.
Como acessibilizar os espaços culturais para as pessoas que não ouvem
■ Disponibilidade de um intérprete de Libras para acompanhar a visita;
■ Painéis explicativos com vídeos em Libras;
■ Uso de QR Code ou NFC para abrir explicações em Libras sobre as instalações e peças;
■ Disponibilização de material impresso que atenderá aos surdos alfabetizados na língua portuguesa;
■ Aplicativos que podem auxiliar a interação com pessoas Surdas (Hand Talk, Pro deaf e VLibras
Vídeo do Pro Deaf traduzindo voz em Libras
Conteúdo do vídeo: Trata-se de um vídeo do uso do aplicativo Pro deaf na tradução da voz em Libras.
Vídeo do Hand Talk
Conteúdo do vídeo: Trata-se de um vídeo do uso do aplicativo HandTalk na tradução da voz em Libras.
Vídeo do Hand Talk traduzindo em Libras um texto escrito
Conteúdo do vídeo: Trata-se de um vídeo do uso do aplicativo Hand Talk na tradução de texto escrito em Libras.
Tradudor automático de websites com VLibras
Conteúdo do vídeo: Trata-se de um vídeo sobre o uso do VLibras em websites. Parte do texto do site pode ser marcado e uma janela do software abre com a tradução em Libas do texto.
Atividades para o educativo do Espaço Cultural
■ Intérprete de libras disponível no espaço do educativo;
■ Instruções dos jogos pré-gravados em Libras;
■ Disponibilização de material impresso que atenderá aos surdos alfabetizados na língua portuguesa.