• Nenhum resultado encontrado

Chuta, que é macumba! A PALAVRA DO EDITOR

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2022

Share "Chuta, que é macumba! A PALAVRA DO EDITOR"

Copied!
12
0
0

Texto

(1)
(2)

A PALAVRA DO EDITOR

Por ALEXANDRE CUMINO Contatos: alexandre@colegiopenabranca.com.br

Chuta, que é macumba!

Diretor Responsável:

Alexandre Cumino ( (11) 5072-2112

E-Mail: alexandre@gmail.com.br

expediente: Consultora Jurídica:

Mirian Soares de Lima ( (11) 2796-9059 Jornalista Responsável:

Wagner Veneziani Costa - MTB:35032 Revisão: Equipe Umbanda, eu curto!

Site: www.umbandaeucurto.com Diretor Fundador: Rodrigo Queiróz ( (14) 3019-4155

E-mail: rodrigo@ica.org.br Redação: Av. Dr. Gentil de Moura, 380

Ipiranga - São Paulo - SP Diagramação e Editoração:

Laura Carreta - ( (11) 9-8820-7972 E-Mail: lauraksp@yahoo.com.br Você chutaria o que é sagrado?

O que lhe é sagrado você não chuta, então porquê chutar o que é sagrado para a outra pessoa?

A grande maioria do que vemos de entregas, despachos e oferendas, mesmo nas ruas e encruzilhadas, são manifestações do sagrado de alguém para fazer o bem para si mesmo ou para outro alguém. Isto que se acos- tumou chamar de “macumba” não é o que você pensa ser “macumba”.

Afinal, todos pensam que “ma- cumba” é “magia negativa”, “feitiça- ria”, “bruxedo” e no fundo ninguém sabe o que é “macumba”. Ainda se usa muito o termo “magia negra”, que não é mais correto de dizer pelo fato que “negro” é raça e assim “magia negra” se confunde com “magia do negro” e “magia africana” tudo asso- ciado, preconceituosamente, como magia do mal.

Assim como “magia branca” se associa com “magia do branco” ou

“magia europeia” como algo mais nobre e superior. Temos sim “Magia”

para o bem ou para o mal. E dentro deste universo diversas escolas, ver- tentes e seguimentos mágicos, entre eles por exemplo a “Magia Divina”

idealizado na matéria por Rubens

Saraceni como uma “Magia do Bem”

exclusivamente utilizada para fazer o bem.

No caso de elementos que vemos nas ruas como velas, alguidares, garrafas, farofa e até animais em sua maioria são pedidos de ajuda para Exu e Pombagira (principal- mente se estão nas encruzilhadas).

E aí cada vez se enrola mais e mais o preconceito com a ignorância e discriminação.

A grande maioria da população não sabe nada de nada sobre religião, umbanda, candomblé, despachos, oferendas, exu, pombagira ou en- cruzilhadas no entanto todos acham que sabem. Muitos até tem certeza que sabem alguma coisa, que sabem que tudo isso é macumba feita pra prejudicar alguém. E daí surgiu esta expressão como verbalização de um comportamento ignorante e crimino- so: “chuta que é macumba”.

Não por acaso vi estes dias um caso de polícia em que um grupo de umbandistas estava na natureza fazendo uma oferenda e um “senhor”

alterado entrou no meio do ritual chu- tando tudo e batendo nas pessoas.

Caso de polícia claro, um agressor interrompe um ritual sagrado para

agredir as pessoas e ainda acha que está certo porque na cabeça torta, torpe, burra e ignorante deste infeliz aquelas pessoas deveriam estar fa- zendo o mal.

Sabe o que é o “mal”? O “mal” é invariavelmente um espelho do seu

ego, vaidades e vícios. Você vê no outro o que está em você mesmo.

Então aprenda uma coisa de uma vez por todas:

“NÃO CHUTA,

porquê é, SAGRADO”!!!

(3)

Por RODRIGO QUEIROZ – (Ditado por Sra. maria Padilha) - Contato: rodrigo@umbandaead.com.br

Conversa com Exu

Salve sua banda moleque!

– Salve vossa força Exu!

– Há há há, então quer dizer que hoje você formou algumas pessoas em Exu? Há há há…

– (risos) Bem, eu diria que hoje sensibilizei pessoas sobre o que acredito ser correto sobre Exu.

– Logo percebi moleque, mas fiquei a pensar nuns e noutros que saem com aquele papel e se sentem o Exu, há há há…

– Isso o Sr. que está dizendo.

– Sabe moleque, eu venho aqui aproveitar que você está com o canal aberto e lhe agra- decer por ter tido a coragem de falar de nós assim como fez!

– Que é isso, senhor? Não me agradeça nada, penso que faço apenas a minha obrigação;

afinal, é como eu disse: só tenho que agradecer a Exu. Mas como assim, como eu fiz?

– Ah, desse jeito, sem se preocupar com as pessoas, ves- tindo mesmo a camisa, ou diria, a capa, há há há.

– O senhor é muito humo- rado Exu, e sei que não é o Sr.

Exu que me ampara, poderia me dizer o seu nome?

– Não é importante moleque, sou apenas Exu.

– Desculpe, mas aprendi que devo dar comunicação somente quando o espírito se identificar…

– Quer que eu vá embora moleque?

– Não, apenas estou pratican- do o que entendo como é certo.

O senhor pediu para conversar e me sinto no de saber com quem converso, ou é errado?

– Eita moleque, como tu é atrevido! Há há há, por isso que falam umas coisas de você por aqui!

– Como assim? De mim? Até nestas bandas falam de mim?

– Há há há, nem imagine.

– O que falam de mim Exu?

– Nada importante moleque…

– Certo, e qual seu nome Exu?

– Moleque, vamos fazer o seguinte, eu falo o que tenho pra falar e depois eu me revelo, pode ser?

– Certo Exu, mas sinto um cheiro de mata por aqui…

– Há há há…

– Então diga Exu, o que quer?

– Sabe moleque, para nós sempre que alguém se atreve a nos defender, nos alegramos e procuramos dar suporte para que se alcancem os objetivos.

Evitando que qualquer ação negativa aconteça, ainda que ela venha, procuramos não permitir que atinja o nosso defensor.

– Imagino Exu (risos), aliás é o mínimo que espero…

– Olha o atrevimento!

– Desculpe, não quero ofen- der, mas eu diria ao senhor o seguinte: para mim é uma honra poder ter conhecimento e oportu- nidade de falar sobre vocês o que entendo como correto. Ainda não entendo porque esta cerimônia e agradecimentos. Eu os amo, os reverencio e estimo profundo respeito, e como um dia um Exu me tirou das ilusões da Terra e me apresentou esta redentora religião que é a Umbanda, nada mais justo depois de tanto tempo em que eu ministro curso sobre

a religião ter feito um minicurso sobre vocês, que são a razão de nossa segurança, são a força invisível que nos fortalece a fé e estimula em nós os melhores sentimentos para que não nos percamos, enfim, é por aí, assim é que penso…

– Olha moleque, é disso que estou falando, desse jeito amoro- so em meio a tantas confusões, conflitos e interesse em torno de nosso nome e força…

– Compreendo Exu, imagino o quanto deve ser difícil o fardo que carregam.

– Não imagina não, nós es- tamos aqui, prontos a ajudá-los.

Não nos interessa a fé que vocês alimentam e tampouco o que são ou deixam de ser na Terra. Para nós são apenas humanos, par- ceiros nosso e pronto; não temos nenhum interesse com nada. É a vontade do Alto que defendamos vocês e que procuremos conduzi- -los à Luz.

– Disso eu sei.

– Eu sei que tu sabe, e é isso que raros entendem. Os indivídu- os continuam e por muito tempo continuarão a alimentar em suas

mentes vis a ideia de que somos

“diabos”; afinal, que diabos é esse Diabo que tanto pregam?

Sabe moleque, os indivíduos rogam a presença do coisa ruim o tempo todo, e quando a situação complica, é culpa nossa, dos Exus. Não acreditam no que seus pastores, padres, pais-de-santo, orientadores etc.

pregam, pois se acreditassem, já teriam se proposto a serem diferentes.

Trecho de diálogo ocorrido no dia 26/02/07

(4)

Você tem medo de Exu?

Exu com duas cabeças, olha sua banda com fé...

Por MARCELO MORENO (Magia do Axé) Contato: contato.magiadoaxe@gmail.com

(acreditem, eu morria de medo...)

“Mas, irmão! Logo você?!”

Sim. Apesar de ter crescido com influência da Umbanda, fiz cate- quese como todo “bom menino”

da década de 90, com a espe-

“Se uma é Satanás do Infer- no, a outra é de Jesus Nazaré...”, já ouviram esse ponto de exú?

Sim esse ponto já me amedrontou muito antes de eu entender quem realmente era exú.

Ah, irmão! Essa música de- nigre Exú, o comparando ao de- mônio cristão! Isso não tá certo, né?! Então... vamos analisar esse ponto antes de julgá-lo! Ele pa- rece simples, mas guarda dentro dessa frase a essência do orixá, pois coloca Exú entre os dois polos extremos: o positivo (Jesus Cristo) e negativo ( Lúcifer). Exú, de fato, não é, nunca foi e nunca

rança de ter minha alma “salva”.

E lá a figura do demônio cristão com todas as suas roupagens é bem impressionante, ainda mais para uma criança, que chegava a

noite no terreiro e n entendia o Pq as pessoas reverenciavam um pequeno espaço com um tridente e muitas velas. Aquilo era Exú...

e tinha tridente... então, ele era o diabo?!

Nas minhas andanças com mamãe (pelo mercadão de Ma- dureira -RJ) sempre entrava naquelas lojas enormes de artigos religiosos que sempre tinham (e ainda tem) uma imagem em tamanho real de sr. Tranca Ruas.

A entrada geralmente tinha muita coisa entulhada, o que obrigava a passar rente aquele homem segurando tridente e rindo, cheio de moeda no pé e papelzinho no garfo. Eu ficava A-PA-VO-RA-DO! E se ele me agarra-se quando eu entrasse na loja! “Eu não, mãe, vai lá que te espero aqui!”.

Ficava eu encarando ele fi- xamente, esperando qualquer movimento para sair correndo, e pro desespero de mamãe às vezes eu saia mesmo (Rss). Mas, como tudo é evolução, me recusei a aceitar que algo tão horrendo como o demônio cristão fosse alvo das orações daquelas pessoas e decidi fazer as pazes com o moço sorridente...

Tempo. Só o tempo, paciência e estudo me deram condições de hoje compreender o pouco que sei sobre esse orixá e entidades MARAVILHOSAS que só estão aqui para fazer o bem. Descobri que o motivo pelo qual a imagem falava tanto comigo é a afinidade que tenho com Tranca-Ruas, com os exús dessa falange, fazendo nós de antigos rivais em companheiros de fé.

Sei que muitos de vocês ain- da tem receio, medo ou não en- tende bem quem é exú, e como trabalham seus capangueiros e tenho 2 conselhos sobre isso.

O primeiro é que nunca vamos saber tudo sobre eles, afinal é um campo de trabalho complexo que precisaremos sempre estar buscando iluminação sobre. O segunda é que sem eles nada se faz, e temos que agradecer todo dia à Olodumare a oportunidade de tê-los nos guardando! :) E vocês tem ou tiveram medo de Exú antes de conhecê-los?

Ah, a frase é de Paiva Netto, o fundador da Legião da Boa von- tade! Sim, não importa o grupo religioso a que pertença, importa a colaboração para o mundo melhor que promove! Acreditem, Exú aprova essa frase! Laroiê!

será o demônio cristão. Ele é sim o mais humano dos orixás. Ele é o movimento, a força que impul- siona, a combustão. Mas, essa comparação da música mais que traduzir o próprio Exú, traduz o ser humano.

Nós encarnados somos ca- pazes de proezas tão excepcio- nais, quanto de criar tragédias medonhas; ou seja, sim, nós encarnados temos dentro de nós essas possibilidades de bondade e maldade e será o quão alinhado estaremos com a energia e cons- ciência de Exú que nos auxiliará a fazer a melhor opção!

Irmão, não entendi! Eu não sou filho de Exú! Como faz?

Calma! Não é preciso ser filho do orixá para ter sua influência, pois sendo o orixá a natureza estão todos na nossa essência, uns mais que outros, mas todos agem em conjunto e Exú é o mais forte em todos nós.

Exú é a essência humana/

divina em todos nós. É o elo que liga o sagrado ao terreno, é a metamorfose, a compreensão.

Exú não exclui, inclui. Exú não julga, ensina. Exú não perdoa, faz com que você aprenda com seus próprios erros. A força dele

é a nossa sensibilidade no mundo físico. É nossa misericórdia, nossa compaixão, nossa doação! Exú para nós é a epiderme da alma, é a força que nos faz reagir, logo, gerando o impulso “combustão”.

Mas que algo fique muito claro! Não é ele que decide se a reação será boa ou ruim, isso é com você, da personalidade e consciência evolutiva de cada um. Mas, quanto mais evoluir dentro do princípio Cármico de Exú melhores escolhas tomará, pois saberá que do contrário terá as consequências de seus próprios atos.

Viu? Desconstruímos a letra que antes parecia terrível em um significado maravilhoso. Temos que aprender a ver além do que nossos olhos tocam e usar essa força de Exú pra chegar à verda- deira essência de todas as coisas.

Exú não é maldade, pois quem faz o mal não é ele, é a mente que invoca essa parte negativa de seu poder! Pensem nisso!

Estão gostando desses posts explicativos? Adoro conversar com vocês, irmãos! Ah, e dá uma passadinha na nossa lojinha! Te- mos cada coisa maravilhosa para encher sua casa de axé!

(5)

Afinal, Exu é Orixá ou Entidade?

Por MARCELO MORENO (Magia do Axé) - Contato: contato.magiadoaxe@gmail.com Por JULIANA SILVA – Contato: julianamoyas@gmail.com

Gira de Exu não é

“Casa da Mãe Joana”

Quando comecei a frequentar um Terreiro de Umbanda, não posso negar que encarava a Li- nha dos Exus e Pombagiras com alguma desconfiança e até receio.

As imagens com chifres, capas negras e até nudez, os altares com bebidas alcóolicas e charutos e tudo aquilo que ouvimos por aí é muito marcante e causa-nos uma ideia inicial pouco positiva. Foi assim comigo e sei que é assim com muita gente.

Antes da minha primeira Gira de Exu eu estava bastante ansiosa, sem saber direito o que esperar. Será que as entidades incorporadas seriam assustado- ras como as imagens? Será que fariam trabalhos de amarração e de magia negativa? Será que nes- sas Giras incentivam a vingança e outras posturas imorais? Eram essas e muitas perguntas que me passavam pela mente.

Passando pela primeira Gira de Exu e por outras Giras poste- riormente, percebi que os mitos que as pessoas criam por aí são absurdamente falsos. Vamos a eles (os mitos):

1 – Exus não são “demônios”

Sendo entidades de Um- banda, obviamente os Exus e Pombagiras são entidades que trabalham apenas para o bem e não sustentam trabalhos de magia negativa. O trabalho dos Exus consiste em aplicar a Lei Divina, ajudando a trazer para as nossas vidas as consequências daquilo que praticamos, seja para o bem ou para o mal. Os Exus não se vingam, não “aprontam”, não colocam o mal no caminho de ninguém; ajudam-nos a colher aquilo que plantamos, tanto para aprendermos com as experiências negativas como para crescermos com as nossas virtudes.

2 – O uso da bebida e do fumo não é para diversão

Já ouvi muitas vezes que os Exus e Pombagiras, quando incor- porados, pedem sempre bebidas e fumo para sentirem os prazeres da vida carnal, dos quais sentem saudades. Mas isto não é bem assim: apesar de terem vivido encarnações na Terra, como nós, e de estarem próximos da nossa

faixa vibratória, os Exus são es- píritos certamente mais evoluídos do que nós que estamos aqui, agora, e por isso são nossos Guias espirituais, sendo que já não estão presos a estes “prazeres carnais”. O uso da bebida e do fumo nas Giras e nas oferendas visa possibilitar que os Exus manipulem a energia mais densa contida nestas substâncias para realizar o seu trabalho de limpeza, neutralização ou corte de magias

negativas nos consulentes.

3 – Gira de Exu não é

“Casa da Mãe Joana”

As Giras de Esquerda podem sim ser mais descontraídas, pelo tipo de roupa que se usa, pela linguagem e risada dos Exus e Pombagiras e pelo uso, às vezes mais intenso, de bebidas alcóoli- cas. Por conta disso, vejo muitos umbandistas acharem que nestas

Giras pode tudo, desde beber e fumar enquanto supostamente faz a sustentação energética dos trabalhos, até falar palavrão, dançar durante os Pontos como se estivessem numa discoteca e usar roupas exageradas ou vulgares.

Estes comportamentos não são aceitáveis em outras Linhas de trabalho; por que, então, achar que o são nas Giras de Exu? O tra- balho realizado nas Giras de Exu é tão sério como o que é realizado numa Gira de Caboclo, de Pretos Velhos ou qualquer outra Linha, e deve ser realizado com respeito, concentração e dedicação.

Se não houver atenção a isto, há grande hipótese de as entida- des presentes não serem verda- deiramente Exus e Pombagiras, mas sim espíritos zombeteiros que quererão, estes sim, aprovei- tar o fumo, o álcool e a energia de baixa vibração manifestada pelos médiuns e consulentes.

Cabe a nós, umbandistas, procurar informação correta e ajudar a derrubar estes mitos que criam sobre os Exus. Faça a sua parte! Laroyê!

A palavra Èșù em Iorubá sig- nifica: “Esfera” e aí começamos a entender quem ele é. Exú é um orixá, filho de Iemanjá, mas também citado nos itãs sobre a criação.

Dizem os antigos que de Olodumaré teria saído 3 partes:

Odùduwà, Obatalá e Esú. Os dois primeiros seriam os prin- cípios fundadores de tudo, o terceiro o próprio movimento,

que faria com que essas partes interagissem.

Muito se fala sobre a magia e esperteza de Exú, mas pouco sobre sua função. Exú é um dos senhores do fogo, senhor dos caminhos, dos tropeços da vida, do que é bom e ruim, é o senhor do desafio, é o que testará, o que te instigará a ser melhor que hoje.

Os demais orixás contém muitas virtudes que todos os encarnados

almejam, como: coragem, beleza, poder, mas e Exú?!

Exú é o orixá mais próximo do ser humano e quem fará todos esses aspectos dos seus orixás regentes se manifestar!

Ele é o princípio ativo que fará desenvolver suas virtudes e de- feitos, dependendo de como você encarar a vida! Ele caminha acima dos aspectos da bondade e da maldade que estipulamos como

certo e errado. Ele é a vida nua e crua, sem firulas. Mas, irmão, e as entidades de Umbanda? São Orixás?!

Não, não são. Os exús e pom- bagiras da Umbanda são espíritos humanos que trabalham dentro da energia do orixá Exú. Isso quer dizer que eles podem usar os atributos magísticos do orixá para suas determinadas funções, agindo junto ao ser humano,

como o mesmo. Afinal, essa é a função de exú: desenvolver o ser humano, transformar, evoluir, levar a frente. Por fim, repito aos que tem preconceito com esse ou aquela forma de interpretação do orixá / entidade: EXÚ NÃO EXCLUI! EXÚ INCLUI! Sejamos humildes perante nossos irmãos e perante tudo o que não sabemos.

Laroiê Exú Mojubá! Laroiê Exú Ê! :)

(6)

Preparação Sacerdotal

Noventa e cinco médiuns de incorporação preparados por Alexandre Cumino estudaram mais do que exigem muitos cursos universitários!!!

Quinta feira dia 30 de Junho houve a formatura do curso de Preparação Sacerdotal ministrado por Alexandre Cumino no Colégio de Umbanda Sagrada Pena Branca.

Este curso teve a duração de dois anos e teve como pré requisito que os alunos fossem já médiuns de incorpo- ração atuantes na Umbanda e que já houvessem estudado o Curso de Teologia de Umbanda Sagrada (um ano) e Magia

Divina das Sete Chamas Sagrada (cinco meses).

“Com isso estes alunos estudaram cerca de três anos e meio antes de se formarem neste curso e ainda assim”, explica Alexandre Cumino, “o curso não forma sacerdotes e sim prepara melhor os médiuns para uma possível missão sacerdotal ou mesmo para desempenha- rem melhor suas funções como médium de incorporação na Umbanda”, conclui.

Este curso foi idealizado por Rubens Saraceni e tem por premissa que todos os médiuns de incorporação são templos

vivos de Olorum, conforme bem ensina- vam Pai Benedito de Aruanda e Mestre Seiman Hamiser Yê, mentores do Mestre Saraceni eternizado por sua obra e pelo titulo “O Guardião da Meia Noite”.

Neste curso o médium recebe por meio de teoria e praticas vividas no templo uma série de conhecimentos e ini- ciações que vão ajuda-lo a desempenhar com mais desenvoltura e tranquilidade seu sacerdócio mediúnico Umbandista.

(7)

Adriana Ferri Lettieri Adriana Regina Franchini Adriane da Silva Leal Adriano Serrano da Silva Almyr Motta

Antonio Alves da Silva Caroline Regina Piotto Cristiane Mitiko Sadatune

Cristiano Andrade de Oliveira Trevelino Cristiano Nascimento

Daniela Cristina da Silva Daniela Lima Bastos David Dias Delgado Diego Tadeu Alonso Bueno Douglas Petelin

Douglas Roque de Vasconcelos Durvalina de Amorim Silva de Lucena Eliana Ladeira Moreno

Elisabete Ferri Lima Fonseca

Parabenizamos todos os 95 médiuns preparados por Alexandre Cumino para melhor trabalharem e representarem nossa amada Umbanda:

Solange Aparecida Correa dos Santos da Silva

Sônia Lúcia Silva Motta Sonia Maria Romeu Garnecho Sonia Regina Correa de Castro Soraia Ladocicco Abrão

Sueli Aparecida dos Santos Nascimento Tássia Suélen Krahelski Duarte Tereza Cristina Zanella Thyago Alves de Almeida Vagner Fábio Monteiro Valnice Grigoli Diniz Vanessa Figueredo Rossi Vanessa Tonhetti de Paula Lima Viviane Montilha Paro Waldemir Grangeiro Bento Washington Luiz Orvalho Willians Laface Yara Miranda Fernandes Elizabete Gonçalves Sacco

Elisângela dos Santos Borges Matias Eloisa Elena Bortoleto

Emerson Russo Venancio Erika Andrade Miguel Fabio Alexandre V. Guimarães Fabio Fernandes Rebouças Fabio Pires de Camargo Fernanda Rocha Ayub Flavio de Oliveira

Gabriela Victoria Ferreira Oscrovani Georges José de Campos Júnior Gislene Teresinha Bueno Bacachichi Guilherme Correa da Silva Jefferson do Nascimento Nunes João da Matta e Silva Neto Karin Hessel

Layanna Tavares Maioni Layla Copi Lico

Leila Castro de Oliveira Lucas Calió Sanchez Luciana Madaleno S. Mateus Luciano S. Dantas

Magnus Quandt de Freitas Jr.

Marcelo Amianti Marcelo N. Gomes Marcio Roberto Sanchez

Maria Aparecida de Andrade Venâncio Maria de Lourdes Nunes dos Santos Maria Fernanda Ribeiro Batista Rebouças Maria Gilda Silva

Marli Brogio Giannoccaro Mercia Vanda Peixoto Minie Michelle Brugnerotto Nara Menezes Boaventura Neusa de Oliveira Norberto Gomes da Silva Patricia Bianco Andreani

Patricia de Barcellos Braga Pedro Luiz Corrêa da Silva Junior Piero Martins Fedele

Rafael Feretti Rangel Rogai Ferreira Raphael Fazzio Ferreira Raphael Pereira Alves Robson Cesar Andreani Robson Cordeiro dos Santos Rodrigo Leonardo Pereira Rogério de Oliveira Ronaldo Nunes Siqueira Rosana C. Ferreira Sandra de Carvalho Sandra Satiko Endo

Severino Claudio do Espirito Santo Shirlei Teodoro Laface

Sidnei Donizete Venâncio Silvia Cristina G. Jardim Simone Barbosa Silva de Caboclos), Alexandre Takayama (Sacerdote, Contador e Advogado), Quito Formiga (vereador), Marques Rebelo (Revista Espírita de Umbanda), Ronaldo Ras (RAS Eventos), Luiz Renato (Diretor da AUEESP)e o querido Sacerdote Helmar.

Alexandre Cumino cita a presença dos Sacerdotes David Dias Delgado e Cristiano Nascimento que já haviam se formado com Rubens Saraceni e que acompanharam e ajudaram na condução desta turma de preparação sacerdotal.

(8)

• O vazio absoluto é a ausência de algo.

• O espaço é a

presença de um estado.

Deus (Olorum) criou o espa- ço “em cima” do vazio absoluto.

Logo, se antes só havia o vazio absoluto, o espaço foi criado den- tro dele e, à medida que o espaço foi se ampliando, o vazio absoluto foi distendendo-se ao infinito para abrigá-lo e permitir-lhe ampliar-se cada vez mais, de acordo com as necessidades da mente criadora de Olorum. Aqui já entramos na genealogia (no nascimento) dos Orixás e em uma teogonia a partir dos estados da Criação.

Esse segundo estado (o es- paço) dentro do primeiro (o vazio absoluto) criou uma base que se amplia segundo as necessidades do Criador e começa a nos mos- trar os Orixás como estados da Criação, pois se Exu é o vazio absoluto, o Orixá que é em si o espaço se chama Oxalá.

Sim, Oxalá é o espaço infinito porque é capaz de conter todas as criações da mente divina do nosso Divino Criador.

Porém, o que nos levou à conclusão de que Oxalá é em si o mistério do “espaço infinito”?

Ora, o mito revela-nos que Olo- rum confiou-lhe a função de sair do seu interior e começar a criar os mundos e os seres que os habitariam.

Como algo só pode ser criado se houver um espaço onde possa ser “acomodado” e antes só ha- via o “vazio absoluto” à volta de Olorum, assim que Oxalá saiu (foi manifestado), com ele saiu seu estado (o espaço infinito), que se expandiu ao infinito dentro do vazio.

O espaço não é maior ou menor que o vazio, porque são estados, mas ambos são bem definidos:

• o vazio absoluto é o estado de ausência de qualquer coisa (o vazio).

• o espaço infinito é o estado de presença de alguma coisa

(a ocupação).

Exu Vazio Absoluto e Oxalá Espaço Infinito

Por RUBENS SARACENI – Contato: contato@colegiodeumbanda.com.br

Muitos tem Exu como o pri- meiro Orixá gerado que, por isso, tem a primazia no culto.

Essa primazia se justifica se en- tendermos a Criação como um encadeamento de ações divinas destinadas à criação do Universo e dos meios para que os seres pudessem evoluir.

Nós aprendemos que dois corpos não ocupam o mesmo “es- paço” e, a partir daí, deduzimos que para haver o espaço tinha de haver algo em outro estado que permitiu a criação de uma base estável para que, aí sim, tudo pudesse ser criado.

Esse estado é o de “vazio”, pois só não havendo nada dentro dele é que algo poderia ser criado e concretizado, mas como outro estado. Então, unindo o primeiro Orixá (Exu) e o primeiro estado da Criação (o vazio absoluto), temos a fundamentação do Mis- tério Exu.

O Mistério Exu é em si o

“vazio absoluto” existente no exterior de Deus e guarda-o em si, dando-lhe a existência e sus- tentação para que, a partir desse estado, tudo o que é criado tenha seu lugar na criação.

Por ser Exu o guardião do vazio absoluto, e este ter sido o primeiro estado da Criação manifestado por Deus, então Exu é, de fato, o primeiro Orixá manifestado por Ele.

Logo, Exu é o primeiro Orixá, o mais velho de todos, o primeiro a ser cultuado. Por ser e trazer em si o vazio absoluto, tem que ser invocado e oferendado em

primeiro lugar e deve ser “des- pachado” de dentro do templo e firmado no seu exterior para que um culto possa ser realizado, pois, se assim não for feito, a presença de Exu dentro dele implica a au- sência de todos os outros Orixás, já que seu estado é o do “vazio absoluto”. Porque junto com o Orixá Exu vem o vazio absoluto, os seus intérpretes religiosos de- duziram corretamente que, nesse estado de vazio, não é possível fazermos nada.

Logo, a ato de invocar o Orixá Exu em primeiro lugar é correto porque, antes de Olorum manifes- tar os outros Orixás, manifestou-o e criou o vazio absoluto à sua volta. O ato de oferendá-lo antes dos outros Orixás está funda- mentado nessa sua primazia, pois não se oferenda primeiro ao segundo Orixá manifestado, e sim ao primeiro.

O ato de despachá-lo para fora do templo fundamenta-se no fato de que, se ele está presente dentro do templo, com ele está o seu “vazio absoluto”, no qual nada existe. Então, é preciso des- -pachá-lo e assentá-lo no exterior do templo, para que outro estado se estabeleça e permita que tudo aconteça.

Avançando um pouco mais na interpretação das necessidades primordiais para que tudo pudes- se ser “exteriorizado” por Deus, como no “vazio absoluto” (Exu) não havia como se sustentar em alguma coisa, eis que, após esse primeiro estado da Criação, Olo- rum manifestou o seu segundo estado: o “estado do espaço”!

Como Olorum tem em si tudo, e tudo ocupa um lugar no espaço, então Oxalá, como estado preexistente em Olorum, já existia no seu interior. E, como a mente criadora de Olorum ocupa um espaço, este era Oxalá, pois foi a Oxalá que Ele confiou a missão de criar os mundos e povoá-los com os seres que seriam criados.

Logo, Oxalá traz em si esse estado de espaço infinito que pode abrigar nele tudo o que for criado pela mente de Olorum.

Portanto, Oxalá também traz em si o poder criador, pois, se não o trouxesse em si, não poderia dar existência no espaço infinito ao que só existia na mente criadora de Olorum.

O vazio absoluto é um es- tado e não algo mensurável. O espaço infinito, ainda que não seja mensurável, é a existência de algo. E, como esse algo deno- minado “espaço infinito” se abriu e expandiu-se dentro do vazio absoluto, criaram-se dois estados opostos complementares:

• O vazio absoluto

• O espaço infinito

Exu e Oxalá são ligados umbi- licalmente por causa desses dois primeiros estados da criação. Exu é o vazio exterior de Olorum e Oxalá é o seu espaço exterioriza- do. Exu é a ausência e Oxalá é a presença. Em Exu nada subsiste e em Oxalá tudo adquire existência.

Exu, por ser o vazio absoluto, nada cria em si. Em Oxalá, por ele ser o espaço em si mesmo, tudo pode ser criado.

Exu e Oxalá são opostos- -complementares porque sem a existência do vazio absoluto o espaço não poderia se expandir ao infinito. Como ambos são es- tados, não são antagônicos, pois onde um está presente, o outro está ausente.

O vazio absoluto é anterior ao espaço infinito. E, porque é anterior, Exu é o primeiro Orixá manifestado por Olorum e detém a primazia. E, se tudo preexistia em Olorum, ainda que não fosse internamente o Orixá mais velho é, no entanto, o primeiro a existir no seu exterior.

Texto extraído do livro

“Orixá Exu”, Editora Madras

(9)

Eu sou Exu!

Por ALEXANDRE CUMINO Contatos: alexandre@colegiopenabranca.com.br

“Não posso ser controlado, apenas aceito”

Sou um poder primordial, ances- tral e divino. Sou anterior a tudo e a todos. Não sirvo aos fracos, apenas aos fortes, fortes de caráter, fortes em retidão, fortes no amor, fortes na guerra, fortes na fé, fortes em suas virtudes, fortes em virtuosismo e fortes em sua ética.

Aos fracos eu não sirvo, mas os deixo loucos, loucos em sua sede de poder, loucos em suas arrogâncias, loucos em sua soberba, loucos em seu ego, loucos em suas paixões e apegos desenfreados por tudo que é material.

São fracos todos aqueles que não têm a coragem de assumir sua personalidade; são fracos todos aqueles que sustentam falsos mo- ralismos na tentativa de esconder seus desejos mais baixos; são fracos todos aqueles que vivem diminuin- do aos outros na tentativa de se sentirem melhores ou maiores; são fracos os que só encontram diversão na ironia que agride; são fracos to- dos aqueles que, para se sentirem poderosos, querem controlar tudo e todos.

Estes fracos me procuram, estes fracos me perseguem, estes fracos sempre acabam vindo a mim para me pedir tudo o que não se sentem capazes de realizar por si mesmos.

Estes fracos sempre caem nas ar- madilhas do destino, se corrompem e se vendem por ninharias. E não estou falando de vender o corpo e, sim, daqueles que venderam suas almas, que têm suas consciências prostituídas. Estou falando daqueles que prostituem seus sonhos, estou falando dos fracos que se cobrem de jóias e perfumes na intenção de disfarçar sua feiúra interior e sua po- dridão tão inevitavelmente exposta.

Aos fracos eu reservo as lou- curas consideradas tão normais neste mundo de valores invertidos.

Aos fracos é permitido, por algum tempo, se deliciarem na mentira de seus egos e jogos de poder, que lhes causam um frenesi fútil e diminuto.

A estes fracos, que considero mortos por não conseguirem viver sua essência verdadeira, que é tam- bém divina como a minha, um dia acompanharei em suas descidas nas trevas. Não no inferno católico, mas em seu inferno particular e indepen- dente de qualquer religião, em suas trevas interiores que conduzem aos abismos de suas dores mais profun- das. São estes fracos que preferiram esconder suas dores, que preferiram fingir que não carregam decepções.

São estes fracos que não consegui- ram forças para se olhar no espelho.

Então, um dia, eu serei o vos- so espelho e não precisarão mais continuar jogando sua podridão no semelhante, não precisarão mais continuar apontando o dedo para tudo e para todos, mostrando seus próprios vícios.

Eu mesmo chegarei cheio de vir- tudes, eu mesmo chegarei cheio de alegria pela vida, eu mesmo chegarei com força e virilidade, eu chegarei grande em poder, chegarei com to- das as qualidades que você finge ter e tantas outras que finge não ter, em sua hipocrisia sem limites. Chegarei exultante em coragem absoluta, che- garei sem vacilar, chegarei com toda a impetuosidade que os seus medos mais profundos não lhe permitem ter ou possuir.

Sou irreverente e é por isso que me divirto com certas situações. Me divirto ao me mostrar aos falsos mo- ralistas, me divirto quando sentados em cima de sua podridão ou de cima do castelo de seus egos apontam o dedo e me chamam de demônio.

Me divirto porque sempre que me mostro para estes hipócritas, vou vestido de espelho, vou plasmado e transfigurado com suas sombras, me cubro com seus vícios e me coloco de frente para eles. Neste momento, eu represento tudo o quê está reprimido em seu ser, lhes ofereço a oportuni- dade de limpar sua alma, lhes dou a chance de relaxar um pouco na vida para se despreocupar com tantas bobagens de um mundo frágil e inconsistente.

Junto de Dionísio, eu lhes ofereço o vinho que inebria os sentidos e lhes convida a ver a vida com outros olhos. Mas, ainda assim, a grande maioria acorda de uma ilusão ape- nas para cair dentro de outra ilusão, acordam de um sonho dentro de ou- tro sonho, em que abandonam o ego num sentido mais baixo e assumem o ego por sentidos mais nobres, mas ainda assim continuam apegados.

São homens apegados nas virtu- des. Estes me divertem mais ainda

porque acreditam ser melhores do que os outros, por serem virtuosos, mas se esquecem de que o virtuosis- mo é algo muito além disto.

Este é o falso virtuosismo, o vir- tuosismo daqueles que se tornaram orgulhosos de serem virtuosos. São homens apegados ao desapego, são viciados na auto imagem de virtuosismo, fazem de tudo para sustentarem esta imagem. Muitos são considerados santos, muitos sustentam esta imagem por uma vida inteira, até que um dia vão se deparar com Caronte, o barqueiro.

Um dia passarão pelas portas de Obaluayê, depositarão seus co- rações nas mãos de Maat, ao lado de Omulu. Verão que a pena de Oxóssi, empunhada por Thot, ano- tou todas as suas ações e que tudo o que importa é quais sentimentos

moveram cada uma de suas ações, e não a ação em si. Descobrirão que cada situação da vida é uma encru- zilhada e que eu estou em todas as encruzilhadas.

Eu, Exu, chego com um poder que não pode ser dominado, apenas compartilhado. Não posso ser con- trolado, apenas aceito. Não posso ser manipulado, apenas posso ser agradado. E a única forma de me agradar verdadeiramente é com suas virtudes.

Nada me agrada mais que o vir- tuosismo humano, nada me agrada mais que atender a quem me chama para ajudar seu semelhante. A es- tes, eu sirvo com amor e satisfação.

Não faço nada por obrigação, não trabalho para resgatar dívidas, tra- balho por prazer. Sim, é isto que me move: o desejo e o prazer, e coloco todo o meu poder, minha força e vitalidade na casa das virtudes.

O virtuoso é alguém de coração tranqüilo, pois não alimenta expec- tativas e nem espera recompensas.

O virtuoso, é o forte que não neces- sita de se auto-afirmar. O virtuoso é o forte de fato. O virtuoso é alguém que simplesmente é o que é e não pretender ser nada além de mais um alguém realizado consigo mesmo.

O JORNAL DE UMBANDA SAGRADA

não vende anúncios ou assinaturas

(10)
(11)

Por ADRIANO CAMARGO – Contato: adriano@ervasdajurema.com.br

Ervas e sua utilização por

Exus, Pombagiras e Exus Mirins

Salve sagrados irmãozinhos e irmãzi- nhas nas ervas. Que a benção de Mamãe Natureza seja em vós todos como é em mim. O maior desafio de escrever sobre as ervas é passar para o papel, transfor- mar em palavras, o sentimento que aflora ao manipulá-las.

Sabemos que no contexto religioso há regras para essa manipulação. O preparo dos banhos e defumações requer ligação a esse contexto e respeito às essas regras. No entanto, as ervas estão à disposição dos que se conduzem pelo amor e bom senso. Respondem ao pro- pósito do seu manipulador e colocam-se como poder realizador na vida humana.

Chás e preparos terapêuticos tem encantado a humanidade desde que o mundo é mundo. Dos egípcios aos gre- gos e dos orientais aos africanos, temos herdado o conhecimento de forma em- pírica, no boca a boca, e temos usado as ervas muitas vezes respeitando dogmas que não são da religião que praticamos.

Identificar a relação Erva x Orixá é uma arte e os grandes artistas tem contribuído significativamente para nossa cultura. É importante lembrarmos que o que vale nessa identificação é o ponto de vista.

A partir do ponto de vista é que se estabelece essa relação. Se o manipula- dor, em seu contexto religioso, não cultua nossa amada mãe Orixá Egunitá, como ele poderia identificar uma erva ligada a essa mãe?

Muito da identificação das ervas passou pelo crivo do bom senso, cul- tura, ponto de vista, conhecimentos, habilidade e atitudes dos seus identifi- cadores. Uma erva que foi usada em seu aspecto negativo para paralisar a

evolução de alguém, naturalmente pode ser associada erroneamente a Exu, pois a Ele se atribuem todos os aspectos ne- gativos dos seus evocadores humanos.

No entanto, essa erva pode pertencer a um Orixá positivo, a Oxalá por exemplo, e ser manipulada por Exu apenas em seu aspecto negativo. Isso é mais comum do que imaginamos.

Associar, atribuir e definir uma erva como sendo de Exu, Pombagira ou Exu Mirim é no mínimo passível de análise mais profunda, pois esses Mistérios Divi- nos respondem pelos aspectos negativos de toda Criação. Podemos sim associar ervas a essas entidades e defini-las como

“preferenciais”. Essa preferência se dá principalmente pela velocidade que res- ponde em sua ativação. Existem ervas que respondem mais ou menos rápido, dependendo do Orixá, Linha de trabalho, ou melhor, a energia de propósito a qual é submetida.

Vou dar um exemplo: a rosa branca é atribuída a Oxalá, tradicionalmente certo? Todas as rosas são de Oxum. O que define seu melhor (ou mais rápido) envolvimento vibratório é o pigmento contido em suas pétalas, que indicam seu campo energético de ação. Resumindo, seu Orixá. Então, temos que rosa branca é de Oxum e de Oxalá.

Por definição, oferendamos também Mãe Iemanjá com rosas brancas. Mas nós não podemos dizer categoricamente que as rosas brancas são de Iemanjá, mas ela “aceita” essa oferenda, assim como Caboclos, Pretos Velhos e Crianças acei- tam rosas brancas em seus fundamentos e oferendas.

Podemos então concluir, a partir do

nosso ponto de vista e bom senso que, as rosas brancas são de Oxalá quando oferendadas a Oxalá; de Iemanjá quando oferendadas a Oxalá, e a Oxum e Oxalá por definição energética.

Assim funciona uma erva de Exu.

Sendo o manipulador dos aspectos ener- go-magnéticos negativos dos elementos, poderia até manipular uma rosa branca.

Mas a velocidade que essa rosa respon- deria iria contra os propósitos de Exu.

Já a rosa vermelha é exatamente igual. Pertence a Oxum por definição, manipulada por Pombagira em seu aspecto “estimulador”, mas pode ser as- sociada também às vibrações ígneas. As Pombagira tiram das rosas vermelhas em velocidade incrível aquilo que precisam para seus trabalhos no plano material.

Sendo assim, a associação natural de rosa vermelha com Pombagira está corretíssima.

Mas podemos oferendar Mãe Oxum e outras mães Orixás com rosas vermelhas, ok? Vamos dar algumas ervas preferen- ciais dessas vibrações à esquerda:

ORIXÁ EXU

Ervas preferenciais: Casca de alho, casca de cebola, açoita cavalo, dandá, pinhão roxo, entre muitas outras.

Verbos atuantes: Vitalizar, des- vitalizar, escurecer, sufocar, extinguir, arrastar, atrofiar, separar, dividir, cair, cobrar, convencer, obstruir, tapar, entre muitos outros.

ORIXÁ POMBAGIRA

Ervas preferenciais: Patchouly, malva rosa, rosa vermelha, canela, amo-

ra, hibisco, pitanga, entre muitas outras.

Verbos atuantes: Estimular, desestimular, desenvolver, alegrar, esterilizar, excitar, entre muitos outros.

ORIXÁ EXU MIRIM

Ervas preferenciais: Casca de alho, casca de cebola, carapiá, laranja seca, limão, açoita cavalo, dandá, pinhão roxo, entre muitas outras.

Verbos atuantes: Ganhar, ocultar, complicar, descomplicar, desenrolar, entre muitos outros.

Não vamos aqui limitar a atuação desses Mis- térios Divinos, apenas pontuar alguns elementos que são adequados à sua vibração, em velocidade e tempo de resposta.

É isso, leiam e releiam esse texto e compreen- dam nas linhas e entrelinhas o uso das ervas para nossos amados Exus, Pombagiras e Exus Mirins.

Que Eles, em nome de Nosso Pai Criador, possam nos abençoar em vitalidade, estímulo e ganho verdadeiro.

Sucesso, saúde e muita alegria à todos!

(12)

Referências

Documentos relacionados

como a da Caparica, local eleito pelo Regime para instalar a primeira colónia de férias balnear oficial - a colónia "Um Lugar ao Sol" da FNAT, inaugurada a 31

Os dados gerados serão de propriedade da Universidade Federal de São Paulo, podendo porém ser disponibilizados para comunidade científica através da disponibilização em bancos

Na impossibilidade de resolução do problema, ou ainda quando o equipamento não apresentar condições de funcionamento e/ou produtividade satisfatória, segundo

Centro Caraívas Rodovia Serra dos Pirineus, Km 10 Zona Rural Chiquinha Bar e Restaurante Rua do Rosário Nº 19 Centro Histórico Codornas Bar e Restaurante Rua Luiz Gonzaga

Presidente da Câmara Municipal do Porto.. -­‐ Assunção

1595 A caracterização do repertório de habilidades sociais dos alunos do Grupo com Baixo Desempenho Acadêmico (GBD) e do Grupo com Alto Desempenho Acadêmico (GAD),

Sistema de Oscilação (2 castanhas e 1 esfera em cada canto da balança) permite movimento suave do conjunto da plataforma, protegendo as células de carga contra impactos laterais

 imediatamente, se tiver diarreia intensa ou persistente, náuseas, perda do apetite ou vómitos, uma vez que o seu médico pode ter que interromper o tratamento com Tarceva, e pode