UNIFICAÇÕES TARDIAS DA ALEMANHA E DA ITÁLIA
Prof. Victor Creti Bruzadelli
Nação e nacionalismo
Nacionalismo:
Século XIX:
Revoluções;
Romantismo;
Símbolos nacionais.
“A Nação, em seu significado mais simples, é uma comunidade humana, estabelecida neste determinado território, com unidade étnica, histórica, linguística, religiosa e/ou econômica. O Estado seria, nesse sentido, o setor administrativo de uma Nação”
(SILVA, Kalina V; SILVA, Maciel H. Dicionário de conceitos históricos)
Nacionalismo alemão
Território invadido pelo Império Romano;
Formação do Império Carolíngio;
Sacro-Império Romano Germânico na Idade Média;
Guerra dos Trinta Anos (1618-1648):
Disputas religiosas levaram à fragmentação em diversos reinos;
Invasão Napoleônica e criação da Confederação do Reno (1806-13);
Criação de sentimentos nacionais.
Nacionalismo alemão
A Unificação Alemã
Congresso de Viena (1815):
Supremacia francesa e prussiana;
Princípio do equilíbrio;
Confederação Germânica, sob controle político da
Áustria;
Conflito de interesses entre Prússia e Áustria.
“Após a derrota de Napoleão, os representantes dos países vencedores reuniram-se em um congresso na cidade de Viena para solucionar os problemas surgidos em consequência da Revolução Francesa. Esse congresso contou com a participação de quase todos os estados europeus afetados pelas conquistas napoleônicas. Aproveitando-se das rivalidades entre os quatro grandes, Talleyrand, representante da França, invocou o princípio de legitimidade.”
(AQUINO, Rubim Santos Leão de.
História das Sociedades Modernas às Sociedades Atuais)
A Unificação Alemã
Criação do Zollverein (1834):
União aduaneira liderada pela Prússia;
Pesados impostos de importação;
Rápido desenvolvimento industrial;
Criação de infraestrutura (ferrovias, mineração, etc.);
Exclusão da Áustria.
"Sob a influência da burguesia industrial, sobretudo da Prússia,
estabeleceu-se o
Zollverein, uma união aduaneira com o objetivo de eliminar os impostos alfandegários entre os diferentes Estados da Confederação
Germânica”
(PALMER, Alan. Bismarck)
A Unificação Alemã
Criação do Parlamento Nacional Alemão (1848):
Motivado por motins
influenciados pela Primavera dos Povos;
Sediado em Frankfurt;
Desejo de criação de um Estado dos falantes de alemão;
Apoiado, inicialmente, por Frederico Guilherme IV, da Prússia;
Crise e dissolução devido à
conflitos internos.
A Unificação Alemã
Parlamento Germânico (1862):
Possibilitado pela ascensão de Guilherme II como rei da Prússia;
Aliança entre junkers (aristocracia rural) e alta burguesia;
Liderado por Otto von Bismarck,
chanceler junker da Prússia, impondo uma política unificadora e
autoritária;
Modernização industrial e
fortalecimento militar.
As guerras de unificação na Alemanha
A Guerra dos Ducados (1864):
A Questão de Schleswig-Holstein;
Dinamarca contra Prússia e Áustria;
Vitória germânica;
Guerra das Sete Semanas (1866):
Interferência prussiana em Holstein;
Vitória Prussiana;
Criação da Confederação da Alemanha do Norte;
Fim da presença austríaca na Alemanha.
"O personagem- síntese do nacionalismo alemão (...) não mediu meios para edificar o Segundo Reich alemão. (...) Após a vitória sobre a França, ao regressar a Berlim, o 'chanceler de ferro' foi reconhecido como fundador do novo Reich. Ninguém, a serviço de um rei, desde Richelieu, havia tão rapidamente elevado a importância de seu soberano, ao mesmo tempo acrescendo, com tão bons resultados, sua autoridade no governo. (...)“
(PALMER, Alan. Bismarck)
As guerras de unificação na Alemanha
Guerra Franco-Prussiana (1870-71):
Disputas pelo trono da Espanha;
Motivada pelo desejo de incorporar a Alemanha do sul;
Batalha de Sedan: unificação da províncias do norte com as do sul para lutar contra Napoleão III;
Tratado de Frankfurt: criação da Alemanha (1871), tomada da Alsácia-Lorena pelos alemães e
pagamento de pesadas indenizações pela França.
As guerras de unificação na Alemanha
“Desde o final do século XVIII, a criação de inúmeras associações resultou num determinado patriotismo cultural e popular, num território dividido em estados feudais dominados por uma aristocracia retrógrada. Tais associações se dirigem à nação teuta, enfatizando o idioma, a cultura e as tradições comunitárias, elementos para a elaboração de uma identidade coletiva, independentemente do critério territorial. E, de fato, esse nacionalismo popular, romântico- ilustrado (uma vez que pautado no princípio da cidadania e no direito à autodeterminação dos povos), inspirará uma boa parcela dos revolucionários de 1848. Mas não serão eles a unificar a Alemanha.
Seus herdeiros precisarão aguardar até 1871, quando Bismarck realiza uma revolução de cima, momento em que, em virtude do poderio econômico e da força militar da Prússia, a Alemanha se unifica como Estado forte, consolidando-se a sua trajetória rumo à modernização”
(MAGALHÃES, Marionilde D. B. de. A reunificação: enfim um país para a Alemanha?)
Unificação Italiana
Península Itálica:
Região com limites bastantes
definidos em relação ao resto da Europa;
Unificação territorial na
Antiguidade (753 a.C. – 476 d.C.);
Idade Média: alguns reinos e cidades-Estado autônomas;
Idade Moderna: invasões francesas, espanholas e austríacas no norte da região;
Grande apego regional.
Unificação Italiana
Congresso de Viena:
Piemonte-Sardenha (Noroeste):
reino autônomo;
Domínio austríaco (Nordeste):
Lombardia, Veneza, Módena e Toscana;
Domínio Napolitano (Sul): Parma e o Reino das duas Sicílias;
Estados papais (Centro): Roma e região;
Risorgimento: Movimento
nacionalista italiano surgido na
primeira metade do século XIX.
Unificação Italiana
Diversidade de modelos políticos:
Jovem Itália: movimento nacionalista-republicano
liderado por Giuseppe Mazzini;
Carbonária: sociedade secreta revolucionária, terrorista, liberal- republicana e anticlerical;
Monarquista-liberal: liderado pelos piemonteses, deseja a
unificação em torno do reino de
Piemonte-Sardenha.
Unificação Italiana
O reino de Piemonte-Sardenha:
Rei Carlos Alberto entra em guerra com a Áustria, sendo derrotado (1848);
Abdicação do trono em favor de Vitor Emanuel II;
Conde Cavour, primeiro-ministro e arquiteto da unificação (1852):
Rápido desenvolvimento comercial e industrial aos moldes liberais;
Política diplomática angariando o apoio externo em torno da unificação;
Aliança com Napoleão III, em troca de possessões territoriais e
garantia de bem-estar do papa.
As Guerras de Unificação
Guerras de unificação:
Guerra de Piemonte contra a Áustria (1859): apoio francês na anexação da Lombardia;
Giuseppe Garibaldi e os Camisas vermelhas (1860): conquista do Reino das Duas Sicílias e demais regiões do Sul;
Unificação dos Reinos de Piemonte e das Duas Sicílias (1861):
Plebiscito no reino do Sul, incorporando-o ao Norte;
Vitor Emanuel II, rei da Itália.
As Guerras de Unificação
Conquistas territoriais:
Domínio de Veneza devido a derrota austríaca contra os prussianos (1866);
Ocupação de Roma
durante a Guerra Franco- Prussiana e formação da Itália (1871);
Obs.: A Questão romana foi resolvida apenas com o Tratado de Latrão
(1929).
(UERJ)
O Leopardo, de Tomasi di Lampedusa, publicado postumamente e popularizado pelo cineasta italiano Luchino Visconti, narra a decadência da nobreza e a ascensão de uma nova classe na Itália do final do século XIX, endinheirada, destituída de sangue azul, mas ávida para comprá-lo. A astúcia do aristocrata Tancredi o levou a perceber a necessidade de sobrevivência numa nova realidade. Em uma de suas falas, ele diz: “Se nós não estivermos presentes [na unificação], eles aprontam a República. Se queremos que tudo continue como está, é preciso que tudo mude. Fui claro?”
Adaptado de revistabula.com.
A frase do personagem Tancredi no filme O Leopardo sintetiza a postura da nobreza italiana em meio ao processo de unificação nacional na década de 1860. Apresente uma característica da unificação italiana que justifique a frase do personagem. Aponte, ainda, um efeito socioeconômico dessa unificação para o continente americano.
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