— /- <?-/e~// — '&—M~s£—S6
% m V-ví-^^
i.l.LLJl III mmnmm*
w
O VOVÔ MAÇON, /ÃS%
ou
GOLPE DE VISTA
SOBRE
O DESPERTADOR CONSTITUCIONAL
EXTRAORDINÁRIO
DO
l.eDE FEVEREIRO DE
1835.IMPRESSO
NO
RIO DE JANEIRO,1
V
í
LISBOA:
NA IMPRESSÃO REGIA. An
no 1827»Com Licença,
*w
*M M
<o
II
JLíendo
com
surpreza, e cheio de horror o Despertador Constitucional Extraordinário, confesso que foihum
não pequeno estimulo para despertar algum zelo, que sinto pela Religião, pelo Imperador, e pela Pátria, subtrahindo-me
assim domeu
silencio.Mas
eu aproveitocom
gosto es- ta occasião d'entrarcom
a minha pequena quotaparte, não só por dever, que todos temos de ser bons Soldados, quan- do se tracta de defender tão charos objectos,como
para mostrar aomundo
inteiro, se fosse possível, a impostura,
a impiedade, e sinistros fins, que o Auctor quer inculcar nestadespresivel Folha. Apezar de logo no exórdio elle di- zer, que não he dasua intençãofazer o qfjicio de Pregador
;
com
tudo,como
he Missionário da PropagandaMaçónica
,
não teye outro intento senão vulgarizar
com
capa de zelo pelo Brasil, e pelo Imperador, (oque muita gente não cré) osArtigos daFé
Maçonica-Brasilica, para que o Povo len-
tamente esfriando a prevenção,
com
a leitura dehumas
proposições, que a maior parte da gente material, esem
instrucção não conhece o veneno, e malícia, que ellas con- tem, vá inclinando pouco a pouco a favordaMaçoneria
os ânimos aterrados pelo estampido das revoluções, de que os Pedreiros-Livres são motores. Porisso, depois detecercom
satisfação a fraudulenta apologia da Maçoneria, assoalhan- do as chimericas bases da sua architectura, a belleza de seus
dogmas,
a protecção, quetem
merecido dos Prínci- pes, ePotentados, e a grande influencia noslmperiaes des- tinos do Brasil; depois de pintarcom
cores as mais negras os crimes dos Frades, e da Inquisição; depois de négâr o Poder das Chaves ao Soberano Pontífice,com
paralogismos, que deduz, calumniando a huns, e mettendo a ridículo a outros, esteexcommungado
conclue fazendo apparecer a Maçoneriacomo
saneia, justa, virtuosa, e cuja duração ha de serem
quanto omundo
existir.Apage
! !!Eis-aqui porque este
Maçon
, alem de Pregador, se ia*culcou
também
Profeta, só para ter o gostinho de annun*a 2
' .ãsm&z&ssL
.
(
o
ciar ao Publico a perpetua existência do
Maçonismo
, ap- plicando-lhe assimhum
attributo, que elle acaba de rou- bar sacrilegamente á Religião Catholica.Vejamos
este vi- veiro desandices. Porem, para entrarmosneste escondrijoda profanação, he necessário levar a tocha da Religiãoem
hu-ma mão,
e a espada da critica na outra: deixemos levan-tar o panno, e appareça por
huma
vez a impostura desma- carada.Senhor Despertador Constitucional, eu já vos previno, que não
tomo
sobre omeu
cargo Feguir passo a.passo as vossas cavillosas asserções; vós tereis mais hábil caçador:os vossos voos não são rápidos;
mas
são tortuosos: eu, as- simmesmo
débil, irei tercom
vosco.Não
lie a primeira vez quehum Maçon
exallado ap-parece
em campo,
calcando aos pés a Heligião, a moral, e a fidelidade dos Cidadãos: hurn dos vossos confrades per- tende,como
principio infallivel, ser necessário descatholi- zar os Povos para se poder conseguirhuma
Constituição Liberal: e outro, nãomenos
impio, não quer tanto traba- lho; contenta-se que o ultimo Rei seja enforcadocom
as tripas do ultimo Sacerdote.Negavão
primeiro, a pés jun- tos, que existissehuma
Sociedade destinada a realizar este Plano:porem
nestes últimos tempos publicarão Cathecis-mos,
Apologias, Ritos, e Ceremonias, principalmente de- pois da Constituição Hespanhola de 1812,em
que pela sua adopção osMaçons
se considerarão senhores da victoria.A
roda porem desandou, e elles vãoserprecipitados nos abys- mos: he preciso fazer algum esforço para não serem esma- gados: os da Europa já perderão as esperanças; os do Bra-
sil
com
as doses daCommissão
Militar nas Províncias do Norte (única pirola que ellestemem
no fero Civil, assimcomo
da Inquisição no Ecclesiastico) estão dandocom
a cabeça pelas paredes : para já não lhes apparecerem os miolos,tomou
a seu cargohum Maçon
velho, e deMace-
ta, sondar osânimos
com
o seu sophisticoDespertador; e,como ninguém
lheembargou
o passo, tornou-se outra vez a re-imprimir: irão depois apparecendo mais certos papeli- nhos; e, quando estremecermos, ahi estão osMaçons
ferra- dos no cachaço do Brasil para o despedaçarem : he neces- sário primeiro, para consumar esta grande obra, tirar o(
o
eme a Sociedade tem de odioso, eis o Despertador pro trí
Inali
canonizando aMa<oneria e dando de talho e revez feito dwbolvsm
fcríihusem
tudo que he Sagrado, e Reli-gioso
Lu
não n.e fatigareiem
dilucidar, oque vós exagge- raes contra os irpdes, contra a Inquisição, e contra os Je- xiitas; porque todossabem
que sendo a subversão do Al- ta*hum
dos vosso? alvos, a que atiraes,hum
inimigo que não tem temor de Pcos,nem
pejo dos homens, o seu tes-temunho
he sempre duvidoso. Para chegar aovosso fim (de- balde) preciso he intrigar, falsificar, ecalummar
os Minis- tros da Religião: por conseguinte os Papas os Bispos os Frades e Iodas as pessoas dedicadas ao Culto, e ao Altar, cão tristes victimas da vossa mordacidade. Essa linguagem rão he rova, a vossa Sociedade tem o cuidado de a fazer balbuciar, ainda por aquelles, que nãosabem
oA
b c: vós cois Coriféo dehuma
LojaMaçónica;
por isso naome
ad- miro de vos ver tão espivitado. Para que vos cansais na in- vestigação chronologica da vossa Sociedade?Ninguém
ha oue i-nore que ella data dos extinctos Templários, pela analogia, que tendescom
as suas Ímpias ceremomas, que profanão aJESU
Christo, e atraiçeão a Igreja e os Esta- dos nas pessoas de Clemente V, e Filippe o Bello da Fran- ca que os extinguirão. Nossa satisfação seria plena, se eraWar
dessa historia mal contada nos qmzesseis referir fiel-mente
as cavalhadas, que osMaçons,
e seus Primos Co- irmãos Carbonários, Jacobinos, Li berae^, e outrosque
taes tem feito
em
todo omundo. Ah!
Então nos veríamoshuma immensa
Bibliotheca, mais célebre que a de Alexan- dria,em
todas as suas paginas salpicada de sangue, de sa- crilégios, de rapinas, de perfídias, e de tudo quantohuma
sã moral, e boa ordem proscreve, e condemna. Por mercê do
Ceo
o negro véo, que cobria este antro de atraiçoados leopardos, tem-se rasgado; e as Nações, fazendo hojemon-
taria nelles, principião já a cicatrizar as profundas morde- duras destas fúrias revolucionarias.
Desde
a revolução da França, que foi o dedo doGigante, que aDemagogia
ha-via gerado para abarcar todo o
mundo,
os Monarchastem
aprendido que o seu destino não eramenos
trágico, que o de LuizXVI.
Para o desviar fazem observarhuma
rigoro-sa policia sobre as Sociedades Maçónicas, providenciando
•
^
( 6 )
a segurança pública de seus Estados, enãoconsentem
huma
sóLoja, que sirva de fermento á malícia.
Todos
osMonar-
chas da Europa tomão enérgicas medidas para extirparemaMaçoneria:
principalmente a Rússia,Alemanha,
Sarde- nha, Nápolescom
Hespanha, e Portugal, que varrerão os seus territórios da pandilha Maçónicacom
todos os seus Appelhdos, e Alcunhas.A mesma
Inglaterra já prohibio na Irlanda as Sociedades Secretas; e o Successor do vossoGrande
Frederico da Prússia,com quem
tanto encheis as bochechas,=foi Maçon,
e nossoGrão
Mestre =s=mas
que nunca acabais ahistoria, rematando que elle foi subindo os gráosMaçónicos,porem
quando vio o fogo debaixo da cin- za, e lhe cheirou a chamusco, botou tudo pelos ares, efez zurzir o bordão no costado de Voltaire, que o havia' sedu- zido, e pô-lo no olho da rua; sim, estemesmo
Rei, que teve o seuThrono
perdido pelas perfídias Maçónicas, ago- ranem
sequer consente que se lhe falleem
semelhantes energúmenos, aquem
lhes rapa as cabeças para serem cor- ridos á pedra, e a outros lhes dá a forca por descanço.Co- mo
a malícia tem muitos estratagemas, osMaçons
Hespa- nhoes, trocando opunhal dos Regicidas exaltados pelo ópio de Regicidas Constitucionaes, ainda acharãohum
meio de seducçãopara grangearpartido entre oPovo
, e alimentarem por princípios o antropófago systema da Anarchia.Hum
meteoro, que appareceo logo
com symptomas
de calamida- des publicas, allucinou de improviso osPovos de Portugal, Nápoles, Piemonte, eAmerica
do Sul.Todos
correrão a abraçarem-secom
o fantasma, ebem
depressa ficarão des- enganados, que as pomposas promessas dehuma
liberdadesem
par, e dehuma
felicidade inalterável, erãohuma me-
taphora, queenvolvia amorte, a confusão, e a licença; que, revertendo só
em
proveito daDemagogia,
os fazia mais ar- rogantes por terem posto o pé na garganta dosMonarchas, para fazerem da Maçoneria o Código Civil e Religioso de todos os Estados. Ainda elles estavão partilhando a preza\ e dando couces naquellesmesmos,
que lhes tinhão servido de escalão, quando a trombeta marcial, soando junto aos Pagodes da prostituição, fezevaporar-se a turba multa de Quixote-Maçonico-Constitucionaes, que acoçados, e per- seguidps no velhoMundo,
estendem os languidos braços—
- •m
(
n
para o horizonte opposto, suspirando por empolgar
alguma
fracção no Erasil, onde seus irmãos estão encarregados de aplanar os obstáculos.O
Despertador, que neste sentido he methaphorico, parece estarempenhado
nesta obra pri-ma
da Maçoneria; pois,em
lugar de excitar a vigilância dosPovos sobre osdesorganisadores, bate o pé aFranklim, que os de>per(a do sono,em
quanto a sua Folha os vai animando, e elle cantando ncs ouvidos deDeos
, e de to- do omundo
e&ta chula pedreiral= Por
muito que tivessemprevariccdo es Sociedades
Mc
tónicas na Eespanha, e Portu- gal,nenhuma
razão ha paru igualar, e envolver ncsmesmos
crimes a do BrasilA
Sociedade Maçónica no Brasil na sua loa moral está ir.tacta, ejamais tem promovido conspiração alquma.=
Mex\ vovôMaçon, quem
tanto prova nada pro- va: aqui tracta-se defactos, e não de hypotheses, e hypo- iyposes. Se vós admittisseis milagres, eu vos diria que era o maior, queDeos
havia feito nestemundo,
conservando a estes 'sanctos varões Erasilico-Maçons impeccaveis pelo goso, evisão dasuaManman Luz
, que os faz tão devassos, tão perversos, e tão escandalosos na moral piibliea, e tão sanctinhos nas cenosas cavernas da Maçoneria. Sim, Se- nhor, já não ganha as alviçaras, diga aos outros, queeu
já sei: nós vimos os effeitos desgraçadamente, e osMaçons
.Regicidas de Lisboa, que são os
mesmos
daHespanha,
França, e outras partes, gritarão muitas vey.es=
vivão osnossos Irmãos do Brasil;
=
portanto,quem
viohum
diabo,vio todos.
Alem
disso: não tendo a Constituição Hespannola ne-nhuma
relaçãocom
Portugal, e muito peiorcom
o Brasil, esMaçons
destes dousReinos tentarão todos os génerosde
intrigas , embustes, e vilanias para ser adoptada
como
Constituição Nacional; eporque a innata antipathia Portu- gueza lhes sahio a encontro retregadárão
hum
só passo,e
assentarão sobre osmesmos
alicerces as Bases daquella Corstituicão, que veio a ser afilha primogénitadaHespa-
nhola. IVeste sentido houve Plano tão
bem
concertado entre osMaçons
deambos
osMundos,
que o resultado foi o atrevido dia 26 de Fevereiro de JC21,em
que EIRei foi constrangido a jurarhuma
futura Constituição tal e qual;foi o tumultuoso, e negro dia 22 deAbrilna Casa do
Com-
(8)
niercio desta Corte, onde os
Maçons
Brasílicos, applican- doja o morrão á peça da Anarchia, obrigarão a esseme
-mo
Re. a_decretarafectividade
da Constituição Hespã- nhoIa; e foiamda
ma,s o aleivoso dia 5 de Junho,em
que o Príncipe Bem
podersubtrahir-se á violência, e coacção jurouainda aslheBasesnão da Constituição Portuguesa cuiaKL'
era official. Ista
harmolsa
syn^athi he^VtolTJc-" 'f° V'
lg °r da^idencia^u^
osMa!
çons de todas as Cidades, Províncias, e Reinos são unidos
em
pr.ncpios, e uniformesem
suas opiniões, presas no• aquellaeztenswaeforte
cadéa,\ w
o Despertado? nlo couao:%
cz
e~\\tr
9v=7 em ?
ios******
e~
"asfoL ri'~) qm
ficademo ^trada
a concórdia, e uni-íeuTtnlf
reúne odos«.Maçons
Se"t,meBt0Spara«ggressiyos,hum mesmo
quefim;entrelaça,e por issoeamo^
gan°S hT
P°r t0d°SosM
o»archas daEuropa: ve- jamosfe*
se ellaConstitucional,se desmente nadepois de nos assegurarCausa Imperial do BrasilqueO
aSaudade Maçonwa
tahum
exemplo, umco, queno Brasilellesestá intactase atrevemna suaa publicarmoral,cl
hasosdoTT* r
«-a Maçónica: he o caso. liomens leio-ulasjins da
^SSfe^ *£^
VrTXT
ClpaÇã°faÍ lã°*** <V^m
e coJertado aueJfsultadoo correspondo, ao trabalho.... Tendo somente
\m
ZTJ.ii
def™t°
nà J"sta> ebem
merecida Accla-mMçte
Imperador dó Brasilna
Pessoa do SenhorD.
Pe-1 /m
jl!hm!
Porflaetambem
nã0 ê-»wdão segre-do
^Maçons
destenegocio, calando elles tudo o mais, que2™^
3M^ria? He
porque„e^a
obra, a queelles encostarão o dedo;tão somente, vê-sea bondade; e Oas;outras, que sao de alto cothurno, não faz conta quê o Governo, ,e as pessoas sensatas tenhão noticia. Para vergo- nha eterna ;do Brasil tem-se imprimido, e deixado correr esta.perfida impostura,
sem
apparecer hum.Brasileiro, que diga clara, e distm.ctamente:Maçou
vovô, menliris, melli- ris.impucknterA
obra da Acclamação do Imperador he fi-«ia legUima d.a unanimidade dos Brasileiros de todas as
iflBMBI
( » )
Províncias; porque souberãogenerosamente frustrar a frau- de de vossas maquinações; e penhorados só pelo amor, e pela justiça collocárão a Coroa na cabeça do seu Defensor Perpetuo. Elles não vos perdoão a nódoa, que a vossa fa-
tuidade lançou na massa da
Nação,
roubando-lhecom
tan- ta infâmia a gloria, que lhe compete, só para vende-la sor-didamente a huns poucos de sandeus, de
quem
o Desper- tador he almocóvar.Bem
entendido: isto, que eu acabo de assegurar dos bons Brasileiros, não offendenem
levemente aos executores do vosso planoMaçónico
: porque eu deixo illesa aquella porção, que vos pertencecomo
Republica- nos:nem
vossos Irmãos de Pernambuco, Ceará, Maranhão, e ultimamente da Bahia consentirião que eu vos privasse desse laurel.Como
vós vendeis demasiadamente caro o tra- balho, que tivestesem
espivitar as velas, que a vossa Loja«mprestou para
huma
noite, dando toda a importância ahum
effeito, de que ella não foi causa, senão mui remota,cumpre
que esta illusão se desfaça.A
irresistível forçamo-
ral, que oPríncipe
chamou
sobre si, desde que assumio as rédeas do Governo do Brasil, electrisou de maneira os co- rações dos Brasileiros, que jáem
Outubro de 1821 creouhum
fermento muito considerável para sua Acclamação, cujo effeitoprematurohuma
cautelosa prudência soube inu- tilisar.Nas
entranhas destamesma
causa, he que se vai buscar a razão, por que todo o Brasil seempenhou
no dia 9 de Janeiro de 1822 para este Príncipe não lhe ser rouba- do de seus braços. Este dia foi o precursor das victorias dos Brasileiros; foi o iman, que attrahio as Provincias di- vergentes parahum
só centro; foi a pedra fundamental do nosso edifício Politico, e o triumfo da Realeza sobre o Re- publicanismo doBrasil.Os Maçons bem
prevírão as conse^quencias: e, para evitar o golpe, munírão-se de todas as cavilações, e tocarão
em
todas as teclas;porem
o órgão sempre lhes sahia desafinado. Vírão-seMaçons
proferir as mais indignas expressões contra o Príncipe, que horrorisa- vão as almas mais indifferentes: ehum,
que ao depois se mostrou muito officioso a seu geito, decretavacom
toda a authoridade Maçónica que S. A. fosse vivercomo
particu-lar na sua Fazenda de Sancta Cruz, quando não quizesse voltar aPortugal: tudo envenenavão, tudo glosavão, e até
i
í
M
( IO )
as- simples palavras, que S. A. dêo
em
resposta aoPovo
neste dia, não escaparão á malignidade da Confraria.
Em
quanto o Principe conquistava os corações dos Mineiros;
em
quanto os negócios do Brasil mostravãohum
semblante maisprasenteiro;em
quanto osBahianos já penhorados pe- la heróica magnanimidade doHeroe
Defensor, o reconhe- cião por seu Regente, e auxiliados das suas providencias pugnavão prosperamente contra seus inimigos Lusitanos,
os
Maçons
do Rio de Janeiro tendo á sua frente o Quixote Redactor do Correio, dequem
erão Paraclétos, tomarão a seu cargo dirigir a opinião públicaem
seu proveito.Sem
perderem a sympathia por seus Irmãos doMundo
velho,
intentarão annullar o dia 9 de Janeiro, accusa vão
como
transcendente o Decreto, que creava os Procuradores Con- selheiros das Províncias, e por outra parte assoalhavão desr potismos sonhados de S. A. , e tudo punhãoem
desconfian- ça; de maneira que a jurisdicção do Principebem
depressa se veriaem
perfeito gráo de nullidade pela influencia desta execravel Folha, que torcia, e envenenava as mais innor centes acções doGoverno, se o lealPovo
Fluminense, ad- vertido da necessidade de reconhecerem
S. A. oSupremo
Poder, não se decidisse a seufavorcom huma
dócil, e enér- gica obediência a todos os seus Decretos. Se entre tanto apparece o Periódico Regulador, mettendo ao caminho da moderação osânimos exaltados, instruindo5 e dando regras para se obterhuma
justa Constituição, composta de duasCamarás
, echamando
a gratidão Brasileiraem
torno da- quelle Principe, que tudo havia sacrificado para identificar 9 seucom
o nosso destino, afim de não o considerarem na nova Constituiçãocomo hum
Washington, sahírão das ca- vernas estas diabólicas Serpentes Maçónicascom
tanto fu- ror, que, não podendo contestar aquella doutrina, dilace- rarãocomo
cães raivosos a vida, caracter, e costumes dehum
de seus Redactores; e até soffreo sua reprimendamór
e
Maçónica
: ecom
tão ridiculas armas ficarão senhores da victoria, conseguindo que este cobarde Regulador infeliz-mente
depozesse a pena, deixando sóem campo
corno he- roe do dia o boçal Correio do Rio de Janeiro.Não
he ne- cessário que eu convide os Brasileiros, paraqueforcejemem
acreditar o que levo referido, porque isto he tão claro co^
( 11
)
mo
a luz meridiana, e temem
seu abono toda esta Corte, que apontacom
o dedo a Fulano e Sicrano auctores destas maranhadas.Não
he isto,meu Maçon
, concertar planos para tirardes=
oergo=
osMaçons
forãoquem
tudo fizerão a prol da Independência, e Acelarnação do Imperador?Não
he isto fazer serviços a favor do Governo, que atraiçoaes,
para ao depois blazonardes dos seus louvores?
Não
he assim que preparáveis os ânimos Brasileiros para receberemcom
justo regozijo a nova de termos
hum
Imperador? Sim, he assimmesmo
na frase Maçónica: porque a conspiração, a perfídia, e o perjúrio na boca dehum Maçon
, he boa or-dem,
e serviços relevantes á Pátria, eaoGoverno.No
era*tanto as circumstancias pozerão a Frederico Brasiliense ao alcance dos vossos pórticos; e todos, que
conhecem
o es- pirito minucioso, e gigantesco,com
que a Providencia o enriquecêo, achão muitos recursos na sinceridade, para dar toda a evasiva ao que parece inconsideração. Perdidasem
fim as esperanças, que alimentáveis de ver o Príncipe fora do Brasil , e de reverter
em
vosso auxilio a opinião públi- ca, que entãojá se tinha pronunciado altamente, marcan- do áDemagogia
o trilho, que devia seguir a respeito do seu Defensor Perpetuo,hum
suor mortal se apoderou do vosso corpo; e para vos não arrancar o ultimo suspirocom
o garrote, que vos daria essa Opinião, que já tinha tocado
&
enthusiasmo, investindo o seu imperador de Ifôftís- autho- ridade plena, que vós não aquartelais:, corre^les mui ligei- ros, e aiiticipastes o incensoem hum
sacrifício, que não he da competência da vossa antropófaga tribu de Canni- baes. Assimmesmo,
o?; iníAus penhores nada influirão para vós serdesmenos
sinceros, se deixabem
vercom
maishum
exemplo de traição e malicia, que he inseparável da Maçoneria: por quanto, mostrando-vos vósoutros na appa- rencia corno empenhados
em huma
Causa, que vós cordia mente aborreceis, aproveitastescom
vilania a influencia, que tinheis sobre aCamará
desta Capital, para trabirem a sua fidelidade, e força-la a convidar suas companheiras das outras Províncias, para de acordo instalarem o novo impe- rador, offerecendo-lbes aomesmo tempo
a espada, que lhe decepava o Poder Imperial,com
a virulenta clausula dehum
juramento prévio á futura Constituição Brasilica.Ah!
b 2
í
, -
( 12 )
Ingratos! Isto sim lie obra Maçónica, he obra dos
Dema-
gogos; porque não emprestastes no vosso Despertadorhum
cantinho a esta virtuosa acção devossosIrmãos sanctinhos?
Esta negra traição faz-se tanto mais odiosa, quanto he in- questionável a acceleração,
com
que forãomandados Ma-
çons a todas as Províncias para
darem
as instrucções, e subplaníarem a boa fé dos Povos, que não estavão preve- nidos,nem
conhecião semelhantes loboscom
pelles de ove- lhas.Que
-monstros!Que
malvados! Gloria, e louvor aoPovo
Brasileiro, que soube vingar a sua innocencia, e frus- trar a viperina malignidade da Maçoneria: immortal fique sempre na Historia do Brasil esse dia,em
que a unanime espontaneidade destePovo
rendido ás finezas do seu Prín- cipe, que o salvou da Anarchia Republicana, soltou o fes- tival=
Ftva o Imperador.= Venha
tão somente sobre vós todaaexecração pública, porquefosteshum
Judas, quecom-hum
osculo na face do Imperador, o queríeis entregar ao furor dos vossos Irmãos Regicidas Constitucionaes: fiqueem
fimsem mancha
a honra Brasileira, que sempre unidacom
seu Defensor Perpetuo o porá a coberto das famintas garras da Demagogia.A
impudência, dando o primeira passosem
lhe ser disputado, atreve-se a muito mais.O
Despertador
bem
instruído na escola sofistica, emanhosa
doutrina da sua cohorte Maçónica, ainda achou pouco terembaído este
Povo com
falsasasserções, que faz valercomo
heróicos serviços á Causa Imperial do Brasil: ainda achou pouco deprimir o patriotismo dos Fluminensesem
outra fanfarrice, prOconisando que a Confraria levantou os arcos para a Acclamaçãocom
tantos e tantos contos de réis,quando o Diário do Rio de Janeiro o desmentio publica- mente, expendendo
com
individuação todas as pessoas, que havião concorrido para esta patriótica subscripção: sim, achando ainda pouco tantas sandices, e tantas infâmias, continua a abusar da bondade dosBrasileiros, apresentando agoraem
público o cumulo dapatifaria nos (que elles cha-mão) Dogmas
Maçónicos, para ver se por estemodo
vão ganhando terreno na corrupção pública, que elles perten-dem
fomentarcom
as suas ímpias explicações. A' vista das consequências, que sededuzem
de semelhantes princípios, tenhão os Brasileiros horror deverentreCatholicoshomens
rtfgSBHMMi
(
m
)que não conhecem a Deos;
homens
que fazem garbo de ser materialistas, Ímpios, e perversos. Vejamoscomo
se*servem do
nome
deDeos
, cuja existência negão; e da vir- tude, cuja sanctidade de costumes elles detestão—
Dogmas com
que osMaçons
do Oriente Brasílico erãoiniciados, e pre- parados.Honrar
a Deos (a) como Auctor de tudo o que-he bom.Paraqueheesta restricção, comoAuctorde tudo oquehe
bom
fDeos
quando dêo a sua Lei aMoysés
, no 1.° preceitp-do DecaFogo disse absolutamente:Amarás
a teuDeos
de to-do o teu coração... e não pôz limites: porque deste amor, ou culto interno, he que se gerão> as honras, e as adora- ções, ou culto externo.
Quando
ha amor, as adorações externas sempre são sinceras;mas
vós, que desconheceis a amabilidade, limi- tai-vos ao exterior, que pode ser falso : pois pode ser mui- tobem
, que alguns beijem amão
cTaq-uelle, aquem
s&aborrece, e se deseja trincar o coração. Demais, pelo que
restringis, comoAuctorde tudoquantohebom, segue-sequeou vós admittis os dous principias dosManicheos, ou não hon- raes a
Deos mesmo em
quanto he Auctor do malMetafísico,
que consiste na differença entre a creatura, e Creador: por tanto:
como
vós soishomem,
e elleDeos, por este mal que vos fez não merece as vossas honras.Alem
disso esta pro- posição involve muitos absurdos, e he susceptível de mui- tas interpretações sinistras.Temos
na igreja Doutrinasan- cta, clara, e distincta: não se precisa dos OráculosMaçó-
nicos, que só querem certas exterioridades, que lhes pode resultar
em
proveito.Bem
disse certo Escriptor, quehum
Liberal não
ama
a Deos,nem
teme o diabo.Honrar
a virtudecomo
destinada a conservar obem, que(a) Os Maçons nuncanomeãoestapalavra===Deos
=
chamãosempre=
Ar-chitecto
=
como porem queremter subterfúgiospara escapar á censurapublicas, porissoescreverão Deos.-<>
(
m
)Deos creou.
Os Maçons
, conio filósofos illuminados, não admilteiM senão as virtudes, ou qualidades intellectuaes,
que aperfeiçoão a razão:_v,
$\m
inlelligencia, a prudência,
e sabedoria.
E
corno a causa.eíficiente das suas acções não he outra senão os sentidos, não procurão ter, e até abor- recem nos outros, as virtudes, que aperfeiçoão a vontade:como
são as Theologaes, as Cârdeaes, ouMoraes
, e as da Religião.Comparem
o que digocom
o seguinteDogma.
Cultivar a razão como meio seguro deagradar á Divin- dader. e$er útila seus, semelhantes. Só a razão he o supremo Juiz de controvérsia dos
Maçons,
e o farol no seu obrar:por isso todos os meios lhes são lícitos para se alcançar o fim. Teipdo a razão
bem
fortificada para gerar sophisinas, armar .estratagemas-para iíludir os Povos, e evadir-se da aulhomiade do Rei,:e da Igreja, ecom
islo agradão a sua Divindade, nutrem suas paixões, ecumprem
os deveres dehutiS para outros Maçons.
Nós
veremos os paradoxos, quese vão deduzindo destes primeiros três principies ou
Dog-
mas., que pertencem á honra da Divindade Maçónica, que
he-.oEfetHa.de- Bento Spinosa, ou o
Mundo
visível, quecom
QSjvMaoòJaa fazem, huina
mesma
cousa.E
o Despertador, ferradocom
unhas, e dentes nesteDogma
r e por parte do seuDeos
Pedreiro veio,como
seu Profeta, annunciar a to- dos Qs-tiventes, que a duração da Sociedade Maçónica ha de ser e,m quanto oMwufo
existir: enem
pode haver força /atem&nà,
que possafazerestremecer levementehum
edifício, que tem, par, base a uerdude {a-imposiurst); por altura a distancia da-íàrr-aaa €eo; por largura todo o Universo,- epor Archi-teclo o Ente Supremo (ou o Globo).
He
o que eu digo ou não?Vamos
aosDogmas
, que pertencem ao proveito do próximo, isto he, dos IrmãosXlonfrades.'4.°
Cultivar as sciencias, para que se torne proveitosa á ra- zão, para contrariar as vicias, e os absurdos. Sim, Senhor, razão," e mais razão.
Como
Spinosa, vosso Mestre, nãommm
*********( 15 )
consente que a Filosofia se case jamais
com
a Revelação,
vós só conheceis a razão,
como huma
mestra, que a natu- reza dêo aohomem,
cuja obrigação perpetua he conhecer, e resolver. Eis porque só recommendais aos vossosAde-
ptos, que cultivem as sciencias, que sejão proveitosas á ra- zão:
mas
que ella só, e entregue a simesma
repugna aos Mysterios da Religião, e precipita-seem hum mar immen-
so de paradoxos.
5.°
Estabelecer o
amor
dopróximopara
o salvar^dasperse- guições, e dos estragos dofanatismo, e da superstição.Adeos
!
adeos! adeos! Aquijá principião os Mysterios.
Kx
ore tuotejudico.
Vós
chamais aos Reis tyrannos, aos Frades, Sa- cerdotes, e ás pessoas tementes aoDeos
vivo, chamais su- persticiosos: por tanto este artigo instrue ao vosso próximoMaçon,
que he da obrigação detodos, salvar por /as e ne- fas os seus Confrades, quando forem abodegados pelo Go- verno,como
conspiradores, ou missionários da revolução,
que vós sempre caracterizaes
como
effeito dofanatismo dos Frades para desviardes o fatal golpe da justiça do pescoço do vosso IrmãoMaçon. Nós
temoshum
exemplobem mo-
dernoem
dous, a que destes escapula da Fortaleza, siveraest fama.
6.°
Ter horror ao fanatismo, e superstiçãopor serem a ori-
gem
de todos os males, que pezão sobre a humanidade. Por que razão osMaçons
só se explicão por esta maneira?La-
tetanguisinherba! Dizei antes que a irreligião, este mons-
tro gerador de todos os vicios, he a causa dos males, que pezão sobre a humanidade: porque
com huma
só palavra comprehendeis dentro do circulo osMaçons,
a peior peste, que tem apparecido para carrasco doThrono
, e do Akar.Se não vejão, a
quem chamão
osMaçons
fanáticos políti- cos?Aos
Amigos, e bons súbditos do Governo.E
aquem
supersticiosos?
A
todas as pessoas, que não sãoMaçons,
e
seguem
a prática das virtudes, e aquem
geralmente cha-mão
profanos.( 16 )
Não
se exigem outras condições para se admittirem osAdeptos, que\aprobidade, e saber.
Oh!
Caspite !Em
1817hum
vossoConfrade, que pagoucom
a vida os seus delíriosMaçónicos, disse
em
público Consistório, quePernambuco como
só querianúmero
de gente para coadjuvar a causa da Republica, e o estabelecimento da liberdade do Culto pão houve soldado Henrique,nem
bulifrate que não fosse iniciado nos vossosDogmas
Maçónicos. Desgraçadamente experimenta todo o Brasil" os effeitos destes reptis.Que
probidade, e saber tem certos sujeitinhos, que nós todos
conhecemos?
Probidade, e saber! São qualidades mui al- tas: jiâócabem
-e/n lojas tão baixas.Todos os homens honrados, e instruídos são recebidos, se~
jão quaesforem a sua crença\ Paiz, e Leis,
com
tanto que respeitem a Religião Catholica. Isto he o que sechama
im- postura refinada!O
mais he peta. Este Artigo he bastardo, eheterogéneo dosvossos princípios.He huma
cunhaociosa, que serve só para provar que foi addieionada de propósito para escapar ao Governo, e enganar aos peixinhos, ouvin- do fallarem
Religião Catholica.Quem
diz probidade, e saber tão exclusivamente, não faz agorahuma
enumeração tão explicita.Ah!
SimíHe
necessário aomenos
fallar hu-ma
vezcom
clareza, para que todos pereebão;porem
já vindes tarde: vossas obras gritão mais alto; eape.zar.dehum
respeito, que desejais inculcar áReligião Catholica, oPovo
está muito persuadido (ecom
razão) que osMaçons
são libertinos, não se confessão, não tem Religião
nem
te-mor
de Deos. infelizmente vossos Irmãos assim o desem- penhão.As
opiniões, e as consciências se deixãoem
paz. Assim simj Este Artigo hefilho do 7.°,com quem
tem connexão:
e não
com
o 8.°, que foi introduzido a força.de malho, eque
por isso provahum
disparate. Allimanda
respeitar a«
W«L-..1'LI-."-' - «' -""
^M^JL..J1LW^-
( 17 )
Religião Catholica; e aqui consente que cada
Maçon
faça o que quer, ou sejaem
público, ouem
particular: v. g.hum Maçon
apedreja oSacramento quando passa aos enfer-mos,
despedaçahuma Imagem
de Jesu Christo, he blasfe-mador
donome
deDeos
, he devasso, he immoral,em
fim he o diabo; não tem responsabilidade Maçónica.Mas
isso não seoppoem
ao Artigo 8.", quemanda
respeitar a Reli-gião Catholica?
Não:
isso hehuma
mera satisfação, e for- malidade, para contemporisarcom
o Povo. Ainda mais:se
hum Maçon
for revolucionário, velhaco, ladrão, eem-
busteiro, merecerá por isso
mesmo
a estima da Sociedade Pedreiral, que lhe deixaem
paz a consciência, e tem po- der de sanctificar, e authorizar todos os crimes neste Arti- go.Mas
he porque elles nãoquerem
ternem
consciência,nem
freio deReligião. Eisporque fallto tanto contra oGo-
verno, e contra tudo que ha mais respeitável, e sancto
;
por quanto as suas opiniões
tem
passaporte gratuitona
Chancellaria Maçónica.E
queJal he a Moral da Socieda- de, que o Despertadorchama
virtuosa f10.°
Não
se aâmitte nas Assembhas controvérsia Religiosa,nem
discussão Politica; e nestes casos cessa aMaçoneria. Es- te Artigotambém
he dos bastardos nos presentesDogmas
Maçónicos, para que o vulgo fique entendendo que esta Sociedade nadatem
de perigosa. Estes senhores Brasilico-Maçons
tinhão de patentear ao Governo os seusDogmas
;
querem
que elles corrão francamente por todo o Brasil (Deos tal não permitta); pois vá essa pirola dourada.Mas,
porque se veja que ella assimmesmo
tem sua malícia, ac*-crescentão estas palavras, nestes casos cessa a Maçoneria.
Quer
dizer que osMaçons
não se occupãoem
edificar, e melhorar o Estado, e a Igreja, e por isso não perdem otempo em
semelhantes discussões: por quanto o seu fimhe botar abaixo o Tbrono, e o Altar, sejacomo
for,11.°
Não
admitte cou$aalguma ocçulta, duvidosa, mysteriosa, n( 18 )
ousobrenatural
Que
blasfémia,meu Deos
!Que
mais dis- serao os 1^1osoíbs pagãos?O mesmo
que dizem, osffiS
-Nao
ha Deos.^ O Deos
dosMaçons
he o Deos detZ
nosa e de Epicuro==aMatéria.
=
Aqui temosclaraI
lindamente o materialismo concordando
com
a irelio-iaoem
género, número, e caso. Todas as cousasdevem
e! ar eaptivas aos sentidos, e á razão dos Maçons-, porque he anmca
au hondade, que respeitão. Neste casoLm' Maço"
nao
admite
a Sanctissima Trindade, o peccado origina!™Incarnação do
Verbo
, a virtude dos Sacramentosf a real presença de Jesu Christo na Eucharisíia,oCeo,
oInferno o Purgatono,aFé
a Tradição, os Milagres, 'porque to-' das estas cousas sao occuJtas, mysteriosas, e sobrenatu- raes.E
que taes são os diabinhos da Sociedade, que o Sr Despertadorchama
virtuosa?Não
admittem senão a Natu- reza nua e crua. Quantos absurdosem
tãopoucas palavras!He
possível que isto seja escripto,e praticado por home*»*, que se dizem Cathobcos? Eis-aqui porqueCleWnte XII
Benediçto
XIV,
e Pio VII vosexcommunga,
econdemna
'
eis-aqui porque todos os
Monarchas
vos exterminão, e vos expulsão de seus Estados: porque tudo se tem visto, e sepode esperar do Materalismo, e de
huma
Republica de Atneosma
vados, concordes, e colligados porhum
systema ímpio, e abominável, que vós espalhais sem pejornem
te-mor
de castigo entre o innocentePovo
Brasileiro, que vos aborrece. Talvez não tarde muito o dia tremendo,em
que pagueis tantas maldades.Agora
no que eu acho maisV
iantana he no contraste deste
Dogma com
os outros seus companheiros, que no rigor de hurna boa Lógica não serão admissíveis pelos AdeptosMaçons, huma
vez que neste absolutamente se lhesimpõem hum
preceito de não admit- tirem Mystenos, ou os seusmesmos Dogmas,
que são sy- nomroos. Tantas contradicções, e tantas pequices já nãome
admirao: poisquem
tem miolos de Spinosa, e alma de Burro, quejuízo pode ter?Até
aqui osDogmas
Maçóni- cos:vamos
vêr o quepertence á sua disciplina no seguinte1M
Onde apparecer a mentim, a astúcia,-
%
violência\
e a
m^m^à.,
( 19 )
impostura, deixa de existir á Maçoneria. Este Artigo per- tence agora á disciplina Maçónica; e asfaltas, que elle
aponta, são peccados deLesa-Maçoneria: v. g.quando
hum
Confrade fòr revolucionar
hum
Reino,huma
Província, ouhuma
Cidade, e que para tirar melhor partido descobre o plano ao Governo; quando outroMaçon
faz certa conta, quecome
o dinheiro da Confraria, e não tractou de arran- jar a conspiração; quando este Irmão executou á risca o dever do seu cargo, tirandohuma
devassa legal, ou dando sentença contra outro Confrade; quando aquelle outro em- pregou a propósito a forçaarmada
para castigar certa re- bellião; a isto he o que vós chamais impostura, astúcia, e violência: e por conseguinte vós julgais esses auctores co-mo
réos de alta traiçãoMaçónica
:perdem
oforo daMaço-
neria,
evos
passais as ordens para que sejão mortos os réos, ou perseguidoscom
calumniasem
observância do Ju- ramento, que os AdeptosMaçons
Carbonários prestão de consentirem que a suacabeça seja separada docorpo, quan- do deixarem de ser fieis á Sociedade.13/
Defender
com
todas as forças da razão, eda persuasão (notem!)a Independência do Brasil, a suaConstituirão, c as attribuiçôes, epoder do Imperador. Primeiramente saiba-se que osMaçons
sóquerem
serMissionários; por isso he que eompozerão o artigo supra: persuadir; ecomo? Como
nós cabemos. Pegarem
armas? Só contra os Monarchas, isso sim, vamos adiante. EsteDogma,
que vósmesmos
dizeisque foi unido provisoriamente ao
Maçonismo
, supposto pa- reça ser explicito, e terminante,com
tudo os sensatos o caracterisão porhum
Ovo. Vós, he notório a todo oBrasil,
só pertendeis plantar o Republicanismo pelos esforços, que vossos Irmãos tem feito, e vão fazendo; vosso Irmão Bara- ta, e vosso eco Lisboa
com
o seu rancho não davão aoIm- perador senão as attribuiçôes de Fernando Víí, e do Sr.D. João VI.
O
energúmeno Correio, atémesmo
no dia da Acclamação, escrevia dando vivas ao Imperador I sem se- gundo.Não
houvehum
sóMaçon
, que sahisse á arena pa- ra repellir essesmonstros, sahírão sim ao encontro do Re-c 2
pm
I
(20
)guiador, que mostrava quaes devião ser essas attribuições
;
e oDespertador sahio
também
a dar o seupiparote noDiá- rioFluminense, onde Franklim tem mostrado as boas obras da Demagogia. Por tanto,meu Maçon
, outro officio: o vosso zelo peloImperador hefarisaico; a vossa officiosidade pelo Brasil he vulpina, vósbem
vos inculcais, ebem
vos queixais no vosso Despertador que osMaçons
não são Con- selheiros do Governo.Nem Deos
tal permitta.Acho
graça no que diz certo Escriptor, que os corações dosMaçons
são de pedra, nada os amolece; porque elles só não fazem aquelle mal, que não podem.
Com
semelhantes servidores certamente não se desposa aCausa Imperial do Brasil. Va-mos
á base fundamental do Edifício Maçónico.Todos
estesMandamentos
doAlcorão ÍYIaçonico se en- cerrãoem
dous:convém
a saber=
erigir Templos á virtu- de, e masmorras aos vicias.= Quaes
são essesTemplos?
Quaes
são essas virtudes?Quaes
são essas masmorras?E
quaes esses vícios?
Aqui
está o husillis.Nós
ainda não vi-mos
Igrejas, e Hospitaes levantados pelosMaçons
;nem também
virtudes, que os acreditem: ainda não vimoshum
Saocto Pedreiro Livre: Diabos temos visto muitos; princi- palmente huns que trazem certo signalzinho na lingua, que apenas elles vão mostrando, logo os bons Brasileiros gri- tão: Criiz, vade retro satana. Fique por
huma
vez entendi- do que oMaçons, como
são Materialistas, não entendem porvirtude o que osChristãos reputão por tal: tudo he hu-ma
metaphora, ehuma
ironia, que se refere ás virtudes, e aos crimesMaçónicos. Portanto: os Templos, que elles le-,vantão, são as lojas, onde elles fazem os seus clubs, ou ajuntamentos, e
que
elleschamão
Templos, e são muitosem
todas as partes.As
virtudes são aquellas qualidades, que elles fazem infundirem
seus Adeptos para tornar ini-migos de Deos, e do Rei, da ordem, e da virtude
Evan-
gélica.
As
masmorras aos vícios, entende-se primeiro, que no CódigoMaçon
só ha dous vicios, ou crimes imperdoá- veis, quevem
a serfanatismo, e superstição, que elles di-zem
serem origem de todos os males:porem em
fraseMaçó-
nica^he applicavel aos que são bons Christãos, e bons Ci- dadãos, cujo merecimento elles negâo, e
deprimem
para facilitar o triumfo áanarchia. Sãotãomalvados estesAtheos( 2J )
que, para
imporem hum
certo ar derespeito, que elles per- tendem conciliar á sua Sociedade, até formarãohum
regu- lamento á maneirados dez Preceitos do Decálogo: e, sup- posto se contem 13, attenda-sebem,
que os Artigos 8/,10.°, e 13.°, são emprestados a este lugar.
O
systéma dairreligião, e revolução está tecido
com
arte, e sagacidade desde o primeiro Artigo, aondecomo em hum
viveiro oMaçon
sábio,porem
perverso, acha grande pasto para nu-trir sua malicia: e os innocentes, coitados, sem princípios ouvindofallar
em
virtude, sciencia, Religião Catholica, ra- zão, fanatismo, etc. tomão tudoem
sentido literal, e atése fazem Apologistas da Sociedade. Ora: á vista de tanta impiedade, de tanto materialismo, e tanta irreligião, fomen- tada
com
crimes inauditos, que profanão a Paixão de Jesu Christocom
ceremoniasde sua invenção, que tornão despresi- veis os Sacramentos daIgreja, e ate os mysterios daReligião,
como
diz Pio VII fallando dos Carbonários, aquem chama ramo
ou imitadores dosMaçons
; sim, á vista de tão bru- taes procedimentos, não obrarãocom
razão, e justiça Cle- mente XII, e BenedictoXIV
quando condemnárão, e ex-commungárão
aos ConfradesMaçons?
Sim, obrarão: e de facto vós sois excommungados.Que!
Diz o Despertador, nósexcommungados!
Se asBulias de ClementeXII,
e de BenedictoXIV
fossem sufficientespara
seter aSociedadeMa-
çónicaporherética, nessecasoquandoo
Papa
Marcellino (cha-ma =
Igreja=
aS.Marcellino) foisacrificaraosÍdolos, devião todos os Catholicos acredita-lo, e segui-lo.... e mais adiante fallando da Carta, que oPapá
Estevão I escreveo a Pepino Rei daFrança, conclue oMaçon
Despertador—
damá
fé, que se manifesta nesta patranha, se pode tirar a conclusão da verdade,com
que a Corte deRoma
maculava, e perse- guia a Maçoneria. Sim, gerrce, gerrce Philosophastro: só
quem
nunca lêo Lógica, he que tira semelhantes conclu- sões daquelles principios.O
sophisma, e a calumnia são as vossas armas, e do vosso Irmão,que
copiastes. Pois eu vos asseguro, quenem
vós,nem
vossos companheirosMaçons
vcom
todas as fúrias do inferno, são capazes de provarem o facto de S Marcellino, tolere-seembora
a sua lenda; pois que BenedictoXIV
empregando todas asforças do seu ta- lentocom
madureza7 e reflexão, não achou fundamento^íí {
(22
)nem
noticia nos Auctores antigos, que nunea o referirãoános Donatistas, que o lançarão
em
rosto á igreja;mas
não'poderão prova-lo; e mui particularmente pela apócrifa tra- dição docelebre Concilio Sinuessano, seu Juiz, que nunca existio: l, 4 ckBeat. Canon.
Em
quanto a S.Estevão, que pedia a Pepino Rei da França,em nome
de S. Pedro, que o viesse auxiliar contra Astulfo, Rei dosLombardos,
que ameaçava tomarRoma,
os Auctores, que não sãoMaçons como
vós, esabem
o que he Rhetorica,chamão
a essama-
neiradeexpressar-se
huma
Prosopopeia. Talhe a obstinação, e cegueira de certos homens, que parecem játerem tocadoo^ ultimo ponto da perversidade, que
nenhuma
impressão lhes fazem no coração as desgraças, e calamidades públi- cas\ quehuma
Sociedade depravadatem chamado
sobre os Povos doMundo.
Ella acha sectários, que engrossa o nú-mero
dos sceleratos; acha protectores, a cuja sombra se abriga; e acha escnptores, que vendidos a seu partido fa-zem
Apologias de seus crimes, e de suas infâmias, que ja-mais
podem amalgamar com
a verdade, que as repulsa, as- sirneomo ate,
que não faz alliançacom
astrevas. Já não hehum
segredo,nem huma
hypothese a SociedadeMaçó-
nica. Fila existe defacto; e os sanguinários effeitòs insepa- ráveis do Paiz, aonde ella aportou, não, deixão dúvida a
quem
pensa, de apontar a sua causa,O
Brasil foi alimen-tado
ha muitotempo
esta raça de víboras, que setem
já por muitas vezesarmado
para dilacera-lo; hojeporem
mais prevenido, e tendoem
sua defeza a Protecção do Ceo, e a intrepidez do seuAnjo
Tutelar, vaiesmagando
as cabe- ças destas bichas peçonhentas.Mas
eliassabem
amoldar-se ds circumstancias, e esperão omomento
para darem o bo-te.
O
Despertador botou a cabeça de fora, mordêo a hum.dos seus rxvaes, que, o temêo; e tem exultado de prazer, fazendo correr o venene da sua fblha por todas as veias, e actenias do Brasil^ que, sea Providencia lhe não oppozer o apfeidoto
do
patrioíismo Brasileiíro, breve o.veremos-em
an- ciãs-da morte.Para que o Publico ultimamente fique conhecendo que a doutrina do Diário Fluminense he solida, verdadeira, e patriótica,
em
quanto a impugnação doDespertador he pe- rigosa, sophisiioa, e cavillosa; alem da demonstração, que"-
-m, mm