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Livro Eletrônico Aula 00

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Academic year: 2022

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Aula 00

Professor: Vicente Camillo

(2)

Apresenta•‹o do Curso ... 2!

Conteœdo e Estrutura do Curso ... 3!

Metodologia ... 4!

A Metodologia Funciona? ... 4!

Avisos ... 5!

Governo Dutra (1946-1950) ... 7!

Governo Vargas (1951-1954) ... 16!

Governo JK (1956-1960) ... 22!

Governos Quadros e Goulart (1961-1964) ... 29!

Lista de Quest›es e Gabarito ... 32!

Gabaritos ... 41!

Quest›es Resolvidas ... 42!

Considera•›es Finais ... 55!

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A PRESENTA‚ÌO DO C URSO

Estimado aluno (a), tudo bem?

Fico muito satisfeito em ministrar este curso de ECONOMIA BRASILEIRA PARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL DO BRASIL (çREA 3 Ð POLêTICA ECONïMICA).

O curso est‡ sendo lan•ado com base no œltimo edital, publicado pela CESPE/UNB1. (ƒ importante citar que o presente curso contempla 100% do conteœdo exigido pelo edital).

Bom, meu nome Ž Vicente Camillo, sou Economista formado pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), com especializa•›es em Regula•‹o do Mercado de Capitais (Columbia Law School), Contabilidade e Auditoria (FIPECAFI/USP) e Carreiras Pœblicas (Anhanguera/Uniderp).

Atualmente trabalho na Comiss‹o de Valores Mobili‡rios, cuja sede (meu local de trabalho) Ž no Rio de Janeiro/RJ. L‡ trabalho com a regula•‹o das companhias abertas, alŽm de representar a autarquia em f—runs nacionais e internacionais sobre governan•a corporativa e desenvolvimento.

Ministro aulas de Economia, Conhecimentos Banc‡rios, Estrutura e Funcionamento do Sistema Financeiro e Direito Societ‡rio, em n’vel de gradua•‹o, em cursos livres preparat—rios para concursos pœblicos e certifica•›es. Sou professor do EstratŽgia Concursos desde 2013!

AlŽm do meu e-mail vdalvocamillo@gmail.com e do F—rum de Dœvidas dispon’vel na

‡rea restrita aos alunos matriculados no curso, voc• pode me encontrar em minha p‡gina pessoal do Facebook, onde posto, rotineiramente, materiais, dicas, exerc’cios resolvidos e assuntos relacionados. ƒ s— acessar em:

1http://www.cespe.unb.br/concursos/BACEN_13_ANALISTA_TECNICO/arquivos/ED_1_2013_BACEN_ABT_

AT.PDF

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https://www.instagram.com/profvicentecamillo https://www.facebook.com/profvicentecamillo

C

ONTEòDO E

E

STRUTURA DO

C

URSO

Nosso curso ser‡ dividido em 05 aulas e abordar‡ os t—picos citados no Edital.

Em todas aulas adotaremos a mesma metodologia: apresenta•‹o te—rica e resolu•‹o de (muitos!) exerc’cios.

O curso tambŽm ir‡ tambŽm contemplar v’deo aulas para todos os t—picos. Caso voc• n‹o as tenha visualizado, Ž porque est‹o sendo gravadas e em processo de edi•‹o.

O aluno interessado na aprova•‹o neste certame necessita cumprir com dois objetivos: compreender a matŽria e saber resolver as quest›es. Nada adianta saber tudo sobre mercado de valores mobili‡rios, mas n‹o ter a pr‡tica (a manha) na resolu•‹o de quest›es. Afinal, o que importa Ž pontuar o m‡ximo poss’vel na prova!

Por isto que me comprometo na oferta destes dois pressupostos necess‡rios para sua aprova•‹o. A apresenta•‹o da teoria ser‡ feita de modo a facilitar a compreens‹o e memoriza•‹o da mesma. A resolu•‹o de quest›es permite colocar em pr‡tica o esfor•o da compreens‹o.

Assim, as aulas ter‹o a seguinte estrutura:

Teoria esquematizada e adequada ˆ linguagem da banca Quest›es resolvidas da banca organizadora

Videoaulas

F—rum de dœvidas e atendimento individualizado ao aluno

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M

ETODOLOGIA

Os assuntos ser‹o tratados ponto a ponto, com LINGUAGEM OBJETIVA, CLARA, ATUALIZADA e de FÁCIL ABSORÇÃO. Teremos, ainda, videoaulas da matŽria para que voc•̂ possa complementar o estudo. Tudo para facilitar o aprendizado.

A resolu•‹o de quest›es é uma das tŽcnicas mais eficazes para a absor•‹o do conhecimento e uma importante ferramenta para sua prepara•‹o, pois alŽm de aprender a parte te—rica, voc•̂ aprende a fazer a prova. Quanto mais quest›es forem feitas, melhor tende a ser o ’ndice de acertos. O motivo é muito simples: quando falamos em provas de concurso, todo aluno deve ter em mente que o seu objetivo é aprender a resolver quest›es da forma como elas s‹o elaboradas e cobradas pelas bancas.

O foco no EstratŽgia Concursos s‹o os materiais em pdf. As aulas em v’deo visam COMPLEMENTAR o estudo e compreendem a PARTE TEÓRICA DOS PRINCIPAIS PONTOS DA DISCIPLINA. O objetivo é facilitar o aprendizado e a absor•‹o do conteœdo daqueles que ter‹o um primeiro contato com a disciplina.

Nosso estudo n‹o se limita apenas à apresenta•‹o das aulas ao longo do curso.

É natural surgirem dœvidas. Por isso, estarei sempre à disposi•‹o para responder aos seus questionamentos por meio do f—rum de dœvidas.

A M

ETODOLOGIA

F

UNCIONA

?

Acreditamos que a nossa metodologia seja o ideal para o nosso objetivo: Fazer voc•̂ acertar as quest›es de prova. Temos certeza que estamos no caminho certo quando recebemos avalia•›es atravŽs do nosso sistema em rela•‹o aos cursos ministrados, como as apresentadas abaixo:

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E, Ž claro, voc• pode tambŽm conferir os resultados dos nossos alunos no seguinte endere•o: https://www.estrategiaconcursos.com.br/resultados

A

VISOS

Seguem alguns avisos para sua organiza•‹o e conhecimento. J‡ aproveito para te desejar bons estudos, persist•ncia e sucesso nessa caminhada. Afinal, este Ž o lema do EstratŽgia Concursos:

“O SEGREDO DO SUCESSO É A CONSTÂNCIA NO OBJETIVO”

==0==

(7)

Este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências.

Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores que elaboram os cursos.

Antes de iniciarmos o nosso curso, vamos a alguns AVISOS IMPORTANTES:

1) Com o objetivo de otimizar os seus estudos, voc• encontrar‡, em nossa plataforma (çrea do aluno), alguns recursos que ir‹o auxiliar bastante a sua aprendizagem, tais como ÒResumosÓ, ÒSlidesÓ e ÒMapas MentaisÓ dos conteœdos mais importantes desse curso. Essas ferramentas de aprendizagem ir‹o te auxiliar a perceber aqueles t—picos da matŽria que voc• precisa dominar, que voc• n‹o pode ir para a prova sem ler.

2) Em nossa Plataforma, procure pela Trilha EstratŽgica e Monitoria da sua respectiva

‡rea/concurso alvo. A Trilha EstratŽgica Ž elaborada pela nossa equipe do Coaching.

Ela ir‡ te indicar qual Ž exatamente o melhor caminho a ser seguido em seus estudos e vai te ajudar a responder as seguintes perguntas:

- Qual a melhor ordem para estudar as aulas? Quais s‹o os assuntos mais importantes?

- Qual a melhor ordem de estudo das diferentes matŽrias? Por onde eu come•o?

- ÒEstou sem tempo e o concurso est‡ pr—ximo!Ó Posso estudar apenas algumas partes do curso? O que priorizar?

- O que fazer a cada sess‹o de estudo? Quais assuntos revisar e quando devo revis‡- los?

- A quais quest›es deve ser dada prioridade? Quais simulados devo resolver?

- Quais s‹o os trechos mais importantes da legisla•‹o?

3) Procure, nas instru•›es iniciais da ÒMonitoriaÓ, pelo Link da nossa ÒComunidade de AlunosÓ no Telegram da sua ‡rea / concurso alvo. Essa comunidade Ž exclusiva para os nossos assinantes e ser‡ utilizada para orient‡-los melhor sobre a utiliza•‹o da nossa Trilha EstratŽgica. As melhores dœvidas apresentadas nas transmiss›es da ÒMonitoriaÓ tambŽm ser‹o respondidas na nossa Comunidade de Alunos do Telegram.

(*) O Telegram foi escolhido por ser a œnica plataforma que preserva a intimidade dos assinantes e que, alŽm disso, tem recursos tecnol—gicos compat’veis com os objetivos da nossa Comunidade de Alunos.

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G OVERNO D UTRA (1946-1950)

O Governo Dutra Ž iniciado logo ap—s o final da 2». Guerra Mundial. Compreender o in’cio do referido Governo Ž compreender o contexto ao qual o Brasil estava inserido ˆ Žpoca.

Como discutido no t—pico espec’fico, a 2». Guerra Mundial trouxe uma grande aproxima•‹o nas rela•›es entre Brasil e EUA. Como importante aliado, o Brasil estreitou la•os econ™micos e estratŽgicos com os norte americanos, o que resultou, por exemplo, em incentivos para a constru•‹o de industrias de base em nosso pa’s (como a CSN e a Vale do Rio Doce) e infraestrutura.

E, neste contexto inicia-se o Governo Dutra. Ou seja, na expectativa de que o aux’lio econ™mico promovido pelos EUA continuasse.

Em termos de pol’tica econ™mica, Giambiagi (2011)2cita que:

ÒAs perspectivas que o governo Dutra tinha em seu in’cio foram fundamentalmente determinadas pela ideia de uma r‡pida reorganiza•‹o da economia mundial, de acordo com os princ’pios liberais de Bretton Woods (e que envolviam, prioritariamente, a elimina•‹o das barreiras ao livre fluxo de bens e a multilateraliza•‹o do comŽrcio internacional). Entretanto, esses princ’pios n‹o foram implementados automaticamente e, aos poucos, as concep•›es iniciais do governo foram sendo erodidas.

Pode-se considerar que, ao final da Segunda Guerra, as autoridades monet‡rias e cambiais do Brasil se tornaram v’timas de uma espŽcie de Òilus‹o de divisasÓ, que se apoiava na percep•‹o de que o pa’s estaria em situa•‹o bastante confort‡vel com rela•‹o ˆs suas reservas

2 Economia brasileira contempor‰nea [recurso eletr™nico]: 1945-2010 / [organizadores Fabio Giambiagi... et al.]. Ð Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.

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internacionais. AlŽm de se julgar credor dos Estados Unidos pela colabora•‹o oferecida durante a Segunda Guerra Mundial, o governo brasileiro acreditava que uma pol’tica liberal de c‰mbio seria capaz de atrair fluxos significativos de investimentos diretos estrangeiros. Havia, ainda, a esperan•a de uma alta expressiva dos pre•os internacionais do cafŽ, em consequ•ncia, principalmente, da elimina•‹o, em julho de 1946, de seu pre•o-teto por parte do governo norte-americanoÓ.

Com base nesta ideia de cen‡rio externo positivo, a pol’tica econ™mica no inicio do Governo Dutra oi direcionada ˆ resolu•‹o da infla•‹o (11% e 22% em 1945 e 1946, respectivamente), vista ˆ Žpoca como o grande problema econ™mico brasileiro. Fruto aa expans‹o de gastos pœblicos promovida no Governo Vargas, a pol’tica econ™mica de Dutra entendia que pol’ticas fiscal e monet‡ria restritivas resolveriam a quest‹o.

Ap—s um enorme dŽficit no or•amento da Uni‹o em 1946, a contra•‹o do investimento pœblico em 1947 e 1948 permitiu a obten•‹o de pequenos super‡vits naqueles dois anos (pol’tica fiscal contracionista). No entanto, a pol’tica monet‡ria, n‹o obteve o mesmo sucesso por conta da press‹o gerada pela expans‹o do crŽdito do Banco do Brasil que, em 1948, apresentou crescimento real de 4,0%, voltado principalmente para o financiamento ˆ indœstria. O PIB cresceu 9,7% em 1948 (gra•as, sobretudo, ao crescimento industrial). J‡ a infla•‹o Ñ ap—s cair para 2,7% em 1947 Ñ alcan•ou 8,0% no ano seguinte.

J‡ em 1949, a substitui•‹o do Ministro Fazenda marcou um ponto de inflex‹o na pol’tica econ™mica. Antes com viŽs contracionista e ortodoxo, transformou-se em expansionista, apresentando dŽficit no or•amento do setor pœblico (incluindo estados e o Distrito Federal), que continuaria em 1950. A expans‹o real do crŽdito do Banco do Brasil, corroborada por pol’tica monet‡ria ÒfrouxaÓ, levou a infla•‹o anual a n’veis de dois d’gitos: 12,3% e 12,4% em 1949 e 1950, respectivamente.

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Ajudado por esses fatores de expans‹o, o PIB cresceu 7,7% e 6,8% nesses mesmos anos.

Segundo Giambiagi (2011):

Òƒ poss’vel apontar pelo menos tr•s motiva•›es para essa revers‹o na pol’tica

econ™mica dos œltimos dois anos do governo Dutra. Em primeiro lugar, a proximidade das elei•›es presidenciais provocava um forte apelo para o aumento dos gastos da Uni‹o e dos estados. Em segundo, na medida em que a combina•‹o de c‰mbio sobrevalorizado com controle de importa•›es resultava em vigorosos investimentos na indœstria de bens de consumo dur‡veis, aumentava a for•a e a demanda do setor industrial. O governo acompanhava esse processo, gerando uma ativa pol’tica de crŽdito para a indœstria por parte do Banco do Brasil. Em terceiro lugar, a desvaloriza•‹o da libra esterlina e de outras moedas em 1949 indicava que a transi•‹o em dire•‹o ˆ livre conversibilidade das moedas Ñ base indispens‡vel ao surgimento de um movimento de capitais privados mais intenso no mundo Ñ seria lenta.

Como se percebe, as œltimas ilus›es liberais do governo Dutra esfuma•aram-se e, com elas, as raz›es para uma ades‹o estrita ˆ ortodoxia econ™micaÓ.

Pol’tica Econ™mica Externa

A pol’tica econ™mica externa brasileira ˆ Žpoca deve ser vista com base no contexto de Òilus‹o de divisasÓ, como definido em Giambiabi (2011).

Dutra previa a continuidade das rela•›es com os EUA e cen‡rio externo favor‡vel neste contexto. No entanto, com a altera•‹o das prioridades norte americanas,

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deslocadas para a reconstru•‹o da Europa no ‰mbito do Plano Marshall, o cen‡rio externo n‹o foi favor‡vel ao Brasil.

De acordo com Giambiagi (2011):

Quanto ˆs esperan•as de capta•‹o de recursos externos atravŽs da assist•ncia financeira oficial dos Estados Unidos e do futuro afluxo de capitais privados internacionais, esva’ram-se logo no imediato p—s- Guerra, uma vez que a mudan•a na estratŽgia global dos Estados Unidos indicava tambŽm altera•‹o da posi•‹o daquele pa’s com rela•‹o ao Brasil. Resumidamente, em virtude da prioridade conferida por aquele pa’s ˆ reconstru•‹o europeia, restaria ao Brasil recorrer aos influxos de capitais privados para financiar o seu desenvolvimento econ™mico.

(...)

Em julho de 1947 o governo instituiu controles cambiais e de importa•›es. Os bancos autorizados a operar em c‰mbio foram obrigados a vender ao Banco do Brasil 30% de suas aquisi•›es de c‰mbio livre, ˆ taxa oficial de compra. Atendidos os compromissos do governo, o Banco do Brasil disponibilizaria divisas de acordo com uma escala de prioridades que favorecia a importa•‹o de produtos considerados essenciais. O controle institu’do n‹o foi rigoroso, e as restri•›es ao comŽrcio exterior foram apresentadas como passageiras, destinadas a serem abandonadas assim que os mercados mundiais se recuperassem.

Apenas em fevereiro de 1948 foi adotada a primeira forma do sistema de contingenciamento a importa•›es, baseado na concess‹o de licen•as prŽvias para importar, de acordo com as prioridades do governo. Tal sistema permaneceria, na pr‡tica, atŽ a liberaliza•‹o

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ocorrida no in’cio do governo Vargas (1951), e, na legisla•‹o, atŽ a Instru•‹o 70 da Sumoc, em outubro de 1953.

Analisado em sua capacidade de reduzir o dŽficit com a ‡rea convers’vel, o sistema de licenciamento de importa•›es funcionou a contento. O dŽficit com essa ‡rea Ñ de US$313 milh›es, em 1947 Ñ foi reduzido para US$108 milh›es em 1948 e transformado em pequeno super‡vit de US$18 milh›es em 1949. Com a ‡rea de moeda inconvers’vel, ocorreram super‡vits em 1947 e 1948 e razo‡vel equil’brio entre 1949 e 1950.

Como citado, as op•›es de pol’tica econ™mica externa foram os controles cambiais e de importa•›es. Este procedimento, que ser‡ aprimorado e usado em maior escala no Governo Vargas e JK, caracteriza-se pela oferta de d—lares de acordo com o grau de essencialidade dos bens a serem importados. Atendidas as necessidades governamentais, as importa•›es eram realizadas de acordo com a necessidade e essencialidade dos bens. Importante citar que tal pol’tica Ž compat’vel com o regime de substitui•‹o de importa•›es, como ser‡ visto no t—pico posterior.

A pol’tica, se por um lado auxiliou na conten•‹o do dŽficit comercial externo, por outro prejudicou a competitividade de nossas exporta•›es. Na esteira da reestrutura•‹o europeia, ocorreram desvaloriza•›es das principais moedas de seus pa’ses, de modo que os bens nacionais ficaram menos competitivos, visto que t’nhamos ˆ Žpoca uma taxa de c‰mbio administrada que n‹o oscilava de acordo com as Òfor•as de mercadoÓ.

Industrializa•‹o e Plano SALTE

Ë Žpoca, o processo de substitui•‹o de importa•›es teve continuidade, alŽm de ganhar grande impulso com os controles cambiais e de importa•›es.

De acordo com Giambiagi (2011):

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ÒPode-se apontar a exist•ncia de tr•s efeitos relacionados ˆ combina•‹o de uma

taxa de c‰mbio sobrevalorizada com controle de importa•›es: um efeito subs’dio, associado a pre•os relativos artificialmente mais baratos para bens de capital, matŽrias-primas e combust’veis importados; um efeito protecionista, viabilizado pelas restri•›es ˆ importa•‹o de bens competitivos; e um terceiro efeito, na verdade, resultante da combina•‹o dos dois primeiros, que consiste na altera•‹o da estrutura das rentabilidades relativas, no sentido de estimular a produ•‹o para o mercado domŽstico em compara•‹o com a produ•‹o para exporta•‹o.

Paralelamente ˆ imposi•‹o de controles cambiais e sobre as importa•›es, o crŽdito real ˆ indœstria cresceu 38%, 19%, 28% e 5%, respectivamente, nos anos de 1947 a 1950. Os dados de 1947 e 1948 s‹o particularmente significativos, pois nesses anos, como se ver‡ adiante, o governo estava fortemente empenhado em adotar pol’ticas austeras.

Como resultado da combina•‹o de controles sobre as importa•›es e expans‹o real do crŽdito ao setor manufatureiro, entre 1946 e 1950 a produ•‹o real da indœstria de transforma•‹o aumentou em pouco mais de 42% (9% a.a.), com destaque para os setores de Material ElŽtrico10 (28% a.a.), Material de Transporte (25% a.a.) e Metalurgia (22% a.a.).

Ainda assim, esses tr•s setores respondiam, conjuntamente, por menos de 10% do valor adicionado industrial no in’cio da dŽcada de 1950.

Naquele ano, as importa•›es ainda representavam 40% da oferta domŽstica no setor de Material ElŽtrico, 51% no de Material de Transporte e 18% da oferta domŽstica na Metalurgia (contra 13,5%, em mŽdia, na indœstria de transforma•‹o em 1950)Ó.

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Por fim, cabe citar que, no Governo Dutra, foi adotado o Plano Salte, um plano econ™mico que tinha por objetivo planejar o desenvolvimento de alguns setores cujas iniciais davam nome ao Plano: saœde (s), alimenta•‹o (al), transporte (t) e energia (e).

Segundo Vera Calicchio3

O Plano Salte consubstanciava o programa a ser executado no per’odo de 1949 a 1953, com o objetivo de proporcionar melhores condi•›es de saœde, de alimenta•‹o, de transporte e de energia. Cada um desses setores mereceu minuciosa an‡lise, sendo propostos programas espec’ficos para cada um dos principais problemas diagnosticados. Era enfatizada, por outro lado, a necessidade de se resolver os problemas de cada setor em conjunto com as medidas tomadas nos demais setores abrangidos pelo plano.

Assim, o setor saœde acusava, segundo as an‡lises, graves problemas:

fome cr™nica, elevado ’ndice de mortalidade infantil e de probabilidade de morte dos adultos de mais de 30 anos de idade, e precariedade de recursos dispon’veis em pessoal mŽdico e paramŽdico, assim como de leitos hospitalares. A partir desses e de outros problemas, o Plano Salte, abrangendo a Campanha Nacional de Saœde, pretendia elevar o n’vel sanit‡rio da popula•‹o, sobretudo a rural, combatendo fundamentalmente as endemias e molŽstias.

Quanto ˆ alimenta•‹o, o plano considerava importante conceder facilidade de recursos para o consumo e para o comŽrcio. Propunha um programa amplo, em que se articulava uma sŽrie de medidas ligadas ao processo de produ•‹o de alimentos, como, por exemplo, a assist•ncia social e profissional aos trabalhadores, a concess‹o de

3 Dispon’vel em http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-tematico/plano-salte

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crŽdito aos produtores etc. Encarecia ainda a necessidade n‹o s— de atender aos problemas internos, como de ajustar a produ•‹o ˆs demandas externas, a fim de melhorar o balan•o de pagamentos.

Os estudos realizados durante a elabora•‹o do Plano Salte levaram ˆ constata•‹o de uma defici•ncia cr™nica dos meios de transporte Ñ estradas de ferro e de rodagem, transportes fluviais e mar’timos. Nesse setor, era proposto, portanto, o estabelecimento de um programa incluindo a constru•‹o de ferrovias de acordo com o Plano Nacional de Via•‹o, e abrangendo tambŽm as rodovias do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem e do Plano Rodovi‡rio. Eram sugeridos ainda o reaparelhamento dos portos, a melhoria das condi•›es de navegabilidade dos rios, o aparelhamento da frota mar’tima e a constru•‹o de oleodutos.

Finalmente, eram propostas para o setor energia diversas provid•ncias.

Na ‡rea da energia elŽtrica, as principais sugest›es eram: lavras e industrializa•‹o do petr—leo e do g‡s natural; investiga•‹o das reservas de linhita, turfa, xistos pirobetuminosos e areias betuminosas;

intensifica•‹o e barateamento da produ•‹o do carv‹o-de-pedra nacional; racionaliza•‹o e redu•‹o progressiva do consumo de lenha e seu derivado, o carv‹o vegetal; reflorestamento e est’mulo ˆ silvicultura; explora•‹o intensiva dos recursos hidr‡ulicos; aplica•‹o da eletricidade, sempre que poss’vel, no aquecimento, bem como na tra•‹o ferrovi‡ria e urbana, e cria•‹o de institui•›es tŽcnicas experimentais, incumbidas de estudar a melhor utiliza•‹o das fontes energŽticas nacionais.

A maior parte das iniciativas relacionadas com a explora•‹o da energia elŽtrica seria financiada pelo capital privado, inclusive estrangeiro, reservando-se o governo uma posi•‹o reflexa de amparo e de est’mulo

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ˆs empresas concession‡rias, Òna medida da conveni•ncia do interesse pœblicoÓ.

Para a execu•‹o do Plano Nacional de Eletrifica•‹o, o Plano Salte adotou as conclus›es e recomenda•›es gerais formuladas a respeito da matŽria pela comiss‹o especial institu’da em 1944 e reunida no Conselho Federal do ComŽrcio Exterior. Defendeu tambŽm a eletrifica•‹o rural, que, entre outras vantagens, viria a atenuar o •xodo do campo. A implanta•‹o da indœstria de material elŽtrico foi tambŽm estudada pela Comiss‹o da Indœstria de Material ElŽtrico, que realizou entendimentos preliminares nos Estados Unidos em 1945 e 1946.

Em rela•‹o ao petr—leo, as atividades programadas eram as seguintes:

pesquisa intensiva de algumas ‡reas das diferentes bacias sediment‡rias que atingissem trezentos milh›es de hectares; aquisi•‹o de todo o material especializado necess‡rio ˆ perfura•‹o de po•os e execu•‹o de trabalhos complementares; aquisi•‹o e montagem de refinarias para a produ•‹o di‡ria de 45 mil barris e amplia•‹o da produ•‹o de Mataripe (BA), de 2.500 para seis mil barris di‡rios, e aquisi•‹o de 15 petroleiros de 15 mil toneladas cada um, ou tonelagem total equivalente, com o objetivo de atender ˆs necessidades nacionais totais da Žpoca.

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G OVERNO V ARGAS (1951-1954)

O Governo de Getœlio Vargas foi planejado para ser realizado em duas etapas: (i) implanta•‹o de uma pol’tica ortodoxa na primeira metade do governo, com o objetivo de corrigir excessos fiscais e monet‡rios que acarretaram no aumento da infla•‹o do final do Governo Dutra; e (ii) na segunda metade, pela implementa•‹o de um programa desenvolvimentista marcado por obras, constitui•‹o de novas empresas estatais e continuidade do processo de substitui•‹o de importa•›es.

Na pr‡tica, as restri•›es externas colocadas, que culminaram em um colapso cambial, bem como a intensifica•‹o do processo inflacion‡rio ao final do Governo, n‹o permitiram a realiza•‹o do citado plano.

Para esquematizar, podemos segmentar a discuss‹o em dois t—picos.

Setor Externo e a Instru•‹o 70 da SUMOC

O Governo Vargas Ž iniciado com uma perspectiva positiva do cen‡rio externo, em fun•‹o do aumento pre•o do cafŽ iniciado em 1949 (em fun•‹o da recupera•‹o europeia) e das melhores rela•›es comerciais com os EUA.

Neste sentido, o controle de importa•›es foi relaxado e o c‰mbio se manteve fixo e sobrevalorizado (para facilitar as importa•›es). Alguns objetivos orientaram essa vis‹o mais liberal, como a utiliza•‹o das importa•›es para frear o processo inflacion‡rio.

Como resultado, as importa•›es, que atingiram uma mŽdia de US$950 milh›es a.a.

entre 1948 e 1950, subiram a US$1,7 bilh‹o, em mŽdia, no bi•nio 1951-52, sendo que mais de 55% desse aumento das importa•›es ocorreu na categoria de bens de capital e 28% em outros bens de produ•‹o.

Segundo Giambiagi (2011):

ÒContudo, essa orienta•‹o liberalizante foi sendo modificada progressivamente, ˆ medida que ficavam evidentes os graves

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desequil’brios na balan•a comercial. Ao contr‡rio do esperado, em 1952 a receita das exporta•›es caiu 20%, em compara•‹o com 1951.

Em face dessa queda, o governo limitou a concess‹o de licen•as de importa•‹o no segundo semestre de 1951 e, no in’cio de 1952, comprimiu-a atŽ os n’veis dos per’odos de maior controle. As licen•as, contudo, tinham vida œtil entre seis (para bens supŽrfluos) e 12 meses (para bens de produ•‹o), e o n’vel das importa•›es efetivas permaneceu bastante elevado. Com isso, o equil’brio de 1951 deu lugar, no ano seguinte, a um dŽficit na balan•a comercial de US$302 milh›es, ao esgotamento das reservas internacionais de moedas convers’veis e ao acœmulo de atrasados comerciais superiores a US$610 milh›es, sendo US$494 milh›es em moedas convers’veisÓ.

A referida crise cambial acabou impedindo que a pol’tica econ™mica planejada pelo Governo fosse colocada em pr‡tica. Assim como no Governo Dutra, restri•›es externas colocavam impedimentos ao ajuste econ™mico interno necess‡rio ˆ Žpoca.

Neste contexto, Vargas promoveu mudan•as na pol’tica externa com a ado•‹o da Instru•‹o 70 da SUMOC (autoridade monet‡ria ˆ Žpoca).

As principais altera•›es no regime cambial e econ™mico externo brasileiro foram:

(1) o restabelecimento do monop—lio cambial do Banco do Brasil; (2) a extin•‹o do controle quantitativo das importa•›es e a institui•‹o de leil›es de c‰mbio; e (3) (quanto ˆs exporta•›es) substitui•‹o das taxas mistas por um sistema de bonifica•›es incidentes sobre a taxa oficial.

Segundo Giambiagi (2011):

Com a Instru•‹o 70 passaram a existir tr•s tipos b‡sicos de cobertura cambial para as importa•›es brasileiras: (1) taxa oficial, sem sobretaxa, v‡lida para certas importa•›es especiais, tais como trigo e material ou papel de imprensa; (2) taxa oficial, acrescida de sobretaxas fixas, para

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as importa•›es diretas dos governos federal, estaduais e municipais, autarquias e sociedades de economia mista (tambŽm petr—leo e derivados tinham suas aquisi•›es cobertas dessa forma); e (3) taxa oficial, acrescida de sobretaxas vari‡veis (segundo os lances feitos em leil›es de c‰mbio realizados em bolsas de fundos pœblicos do pa’s), para todas as demais

importa•›es.

Para a realiza•‹o desses leil›es, as importa•›es foram classificadas em cinco categorias, em ordem decrescente de essencialidade. A oferta dispon’vel de cada moeda era alocada pelas autoridades monet‡rias entre as diferentes categorias, sendo que as categorias I, II e III absorviam, geralmente, mais de 80% da oferta total de cada moeda e a categoria V, no m‡ximo, 3%. Os leil›es eram realizados separadamente para o d—lar americano e para moedas de pa’ses com os quais o Brasil tinha acordos de pagamentos. Para cada categoria, foram fixados valores m’nimos, que eram crescentes de acordo com a menor essencialidade da categoria.

As taxas mœltiplas de c‰mbio, determinadas atravŽs do sistema de leil›es, permitiram, simultaneamente: a realiza•‹o de amplas desvaloriza•›es cambiais, que vieram substituir o controle de importa•›es como instrumento para o equil’brio da balan•a comercial;

e a manuten•‹o de uma pol’tica de importa•›es seletiva, onerando mais certos produtos e favorecendo a aquisi•‹o de outros, de acordo com o critŽrio de essencialidade e, por consequ•ncia, de prote•‹o ˆ produ•‹o industrial domŽstica. AlŽm disso, o recolhimento dos ‡gios nos leil›es (creditados ˆ conta de çgios e Bonifica•›es) passou a constituir uma important’ssima fonte de receita para a Uni‹o, reduzindo a

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necessidade de se recorrer ao financiamento inflacion‡rio do dŽficit fiscal.

No tocante ˆs exporta•›es, as taxas fixas foram substitu’das por uma bonifica•‹o de Cr$5/US$ (ou equivalente nas demais moedas) para o cafŽ e Cr$10/US$ para todas as demais mercadorias. Esses valores foram subsequentemente majorados, em uma sŽrie de Instru•›es da Sumoc.

A t’tulo de exemplo, Malan (2001) cita que, em setembro de 1956, as taxas de c‰mbio eram: Categoria 1 (Insumos agr’colas) Ð Cr$ 51,00/US$; Categoria 2 (MinŽrios e material cru) Ð Cr$ 71,00/US$; Categoria 3 (Maquinaria industrial e ve’culos) Ð Cr$ 142,00/US$; Categoria 4 (M‡quinas para escrit—rio, frutas frescas, alguns bens de consumo) Ð Cr$ 187,00/US$; Categoria V (Outros itens, incluindo todos aqueles os quais a oferta local Ž satisfat—ria) Ð Cr$ 302,00/US$. A taxa livre de c‰mbio era neste m•s de Cr$ 68,50/US$.

ƒ poss’vel notar que, ˆ medida que a essencialidade do bem decrescia, a taxa de c‰mbio aplicada desvalorizava, o que gerava desincentivo ˆ importa•‹o de bens menos essenciais. Ao conceder subs’dios impl’citos nas categorias de taxas de c‰mbio mais baixas, para a importa•‹o de bens de capital e insumos adquiridos para o desenvolvimento industrial, a Instru•‹o 70 da SUMOC incentivou a substitui•‹o de importa•›es, alŽm de garantir prote•‹o ˆ indœstria nacional, visto que as categorias consideradas Òn‹o essenciaisÓ, em geral, possu’am produ•‹o domŽstica.

Setor Interno

A pol’tica econ™mica interna do Governo Vargas caracteriza-se por dois per’odos:

(i) estabiliza•‹o econ™mica atŽ meados de 53; (ii) heterodoxa a partir de meados de 53.

O primeiro per’odo foi marcado pela tentativa de ajustar a infla•‹o e descontrole fiscal herdados do Governo Dutra. Conduzido pelo Ministro da Fazenda ˆ Žpoca,

0

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Osvaldo Aranha, o bin™mio dŽficits fiscais - excesso de moeda provoca o aumento da infla•‹o. Para controla-la, era necess‡ria a realiza•‹o de uma pol’tica econ™mica ortodoxa com vistas a estabilizar a economia.

No entanto, como visto, o cen‡rio externo colocou restri•›es ao ajuste econ™mico interno em meados do Governo Vargas, o que provocou uma altera•‹o de rumos na condu•‹o da pol’tica econ™mica.

Este mesmo roteiro apresenta-se em v‡rios momentos de nossa hist—ria econ™mica, como veremos em t—picos posteriores. Alguns de nossos pol’ticos historicamente mais ligados a causas populares, ou aqueles definidos como desenvolvimentistas/populistas, quando se deparam com restri•›es que impedem o atingimento de seus objetivos, relegam a estabilidade econ™mica em prol do ÒdesenvolvimentoÓ. O mesmo ocorreu ao menos com JK, Geisel e Dilma.

No caso de Vargas, em meio ˆ grande oposi•‹o pol’tica que sofria e cen‡rio externo restritivo do ponto de vista econ™mico, foram adotadas pol’ticas econ™micas populistas, com destaque ao aumento de 100% no sal‡rio m’nimo, anunciada no discurso de 1¼. de maio de 1954. A referida eleva•‹o, 3x superior ao necess‡rio para recompor a infla•‹o no per’odo, ocasionou novo aumento da infla•‹o e certo desarranjo macroecon™mico.

Cabe comentar, adicionalmente, que durante o per’odo analisado foram criadas importantes estatais, como o BNDE, Petrobras e Eletrobr‡s, que promoveram importante papel no processo de desenvolvimento brasileiro posterior, tanto para o bem, como para o mal.

Segundo Giambiagi (2011):

Um balan•o do desempenho da economia em 1953 revela que o PIB apresentou crescimento de 4,7%, inferior ao de todos os anos anteriores, desde 1947.Deve-se notar, entretanto, que a indœstria cresceu 9,3%. O crescimento mais modesto do PIB deveu-se ao med’ocre desempenho

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da agricultura (+0,2%, devido ˆ forte seca ocorrida no Nordeste naquele ano). TambŽm contribuiu para o baixo crescimento do PIB a estagna•‹o do setor de servi•os, em grande parte motivada pela queda das atividades do comŽrcio e de outros setores, com a diminui•‹o das importa•›es.

N‹o obstante a desacelera•‹o econ™mica, a infla•‹o, medida pelo IGP-DI, deu um salto, do patamar anterior, em torno de 12%, para 20,5%.

A explica•‹o, na vis‹o ortodoxa, estaria no retorno do dŽficit pœblico e na consequente expans‹o dos meios de pagamento. Na verdade, poderia tambŽm ser atribu’da ao impacto das desvaloriza•›es cambiais decorrentes da Instru•‹o 70, que pressionaram os custos de produ•‹o das empresas.

E, para finalizar, segue quadro com a s’ntese dos indicadores macroecon™micos apresentados durante os Governos Dutra e Vargas (retirado de Giambiagi (2011)).

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G OVERNO JK (1956-1960)

O Governo JK Ž, de longe, o mais importante per’odo analisado nesta aula.

Respons‡vel pela condu•‹o do Plano de Metas, muitos acontecimentos econ™micos foram realizados durante o referido Governo.

Para esquematizar, iremos analisar o Governo em dois t—picos: (i) Plano de Metas e (ii) pol’ticas econ™micas implementadas.

Plano de Metas4

O Programa de Metas (ou Plano de Metas), cujo conhecido lema afirmava que o Brasil se modernizaria Ò50 anos em 5Ó, caracterizou-se como um processo de planejamento econ™mico com um conjunto coerente de investimentos em setores priorizados pelo Estado.

Especificando, o Plano de Metas Òcontemplava investimentos nas ‡reas de energia, transporte, indœstrias de base, alimenta•‹o e educa•‹o, cujo montante or•ado equivaleria a cerca de 5% do PIB no per’odo 1957-61. As ‡reas de energia e transporte receberiam a maior parcela dos investimentos previstos no Programa (71,3%), a cargo quase que exclusivamente do setor pœblico. Para as indœstrias de base, foram previstos cerca de 22,3% dos investimentos totais, sob a responsabilidade principalmente do setor privado (por vezes com ajuda de financiamentos pœblicos). As ‡reas de educa•‹o e alimenta•‹o receberiam os restantes 6,4% dos recursos totaisÓ (Giambiagi, 2011).

Importante citar que a constru•‹o de Bras’lia n‹o estava originariamente no Plano.

Considerada como uma Òmeta aut™nomaÓ, a constru•‹o de Bras’lia foi prometida por JK em sua campanha eleitoral e adicionada ao Plano de Metas posteriormente.

4 Caso se interessar, pode acessar um resumo elaborado ˆ Žpoca com as diretrizes do Plano em:

http://bibspi.planejamento.gov.br/bitstream/handle/iditem/490/Programa%20de%20Metas%20do%20Pre sidente%20Puscelino%20Kubitschek%20V1%201950_PDF_OCR.pdf?sequence=1

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Usando o argumento que a nova capital federal iria integrar o Òpa’s continentalÓ que caracteriza nosso Pa’s, a constru•‹o de Bras’lia consumiu grande parte do or•amento do Plano de Metas, o que resultou em novo aumento da infla•‹o.

A escolha destes setores n‹o foi aleat—ria, mas baseada nos estudos empreendidos pela Comiss‹o Mista Brasil-Estados Unidos (CMBEU), que, durante o Governo Vargas, delineou projetos de investimento em setores espec’ficos que, por conta de sua fragilidade e car‡ter estratŽgico, n‹o permitiam a moderniza•‹o da economia brasileira.

O fundamento te—rico destes programas de planejamento econ™mico foi fornecido por um not—rio economista cujas ideias estavam em ascens‹o ˆ Žpoca.

Albert O Hirschman (1915-2012) entendia que o processo de desenvolvimento, se orientado pelo Estado, deveria priorizar setores que possu’am o que chamava de forward and backward linkages, ou seja, Òencadeamentos para frente e para tr‡sÓ.

A ideia Ž simples, mas muito œtil na condu•‹o de um plano de desenvolvimento.

Ao invŽs do Estado dispender esfor•os e recursos em muitos setores, ele deve focar suas energias nos setores mais relevantes, pois estes, ao possu’rem fortes liga•›es Òpara frente e para tr‡sÓ na cadeia produtiva, ir‹o disseminar o processo de desenvolvimento pela economia.

O setor automobil’stico Ž sempre um bom exemplo. Como Ž de conhecimento not—rio, o setor automobil’stico utiliza-se de grande quantidade de capital e trabalho em sua opera•‹o, assim como possui fortes liga•›es com os setores de autope•as e siderœrgico (setores que est‹o Òatr‡sÓ na cadeira produtiva) e tambŽm com o setor de infraestrutura, sobretudo rodovias.

Na concep•‹o da estratŽgia de desenvolvimento de Hirschman, assim como no Plano de Metas, era mais eficiente concentrar grande parte dos esfor•os no setor automobil’stico e os demais setores iriam se desenvolver na esteira deste. Este Ž o fundamento do Plano de Metas.

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Ainda em sua concep•‹o, o Plano previa que as fontes de financiamento se dividiriam entre o or•amento pœblico, crŽdito oficial via BNDE e Banco do Brasil e recursos privados interno e externo (estes seriam respons‡veis pelo desenvolvimento da indœstria automobil’stica, naval, mec‰nica pesada e materiais elŽtricos).

No entanto, na pr‡tica, conforme destaca Giambiagi (2011):

As fontes de recursos em moeda nacional distribu’am-se entre o or•amento da Uni‹o (cerca de 40%) e Estados (10%), bem como recursos das empresas privadas e estatais (35%), ficando as entidades pœblicas (BNDE, Banco do Brasil etc.) com os restantes 15%. J‡ a origem dos recursos externos desdobrava-se entre financiamentos de entidades de crŽdito internacional (Eximbank norte-americano e Banco Mundial), financiamento de entidades oficiais estrangeiras, investimentos diretos trazidos em importa•›es sem cobertura cambial (atravŽs das facilidades permitidas pela Instru•‹o no 113 da Superintend•ncia da Moeda e do CrŽdito Ñ SUMOC) e suppliersÕ credits.

Ou seja, o maior peso recaiu sobre o or•amento pœblico que se utilizou do cl‡ssico financiamento monet‡rio para expandir seus gastos. Na pr‡tica, o Banco do Brasil emitia a moeda necess‡rio para cobrir o dŽficit do Tesouro, de modo que o excesso de gastos pœblicos era financiado com expans‹o monet‡ria. Em uma economia em franco crescimento, como era o caso do Brasil ˆ Žpoca, o resultado deste processo Ž quase sempre o aumento da infla•‹o, como de fato ocorreu.

Desta forma, podemos passar ao resultado do Plano, que apresentou balan•o positivo no tocante ao desenvolvimento e moderniza•‹o gerados, mas negativo em rela•‹o ao resultado macroecon™mico apresentado.

Sob o prisma positivo, conforme pode ser visto no quadro apresentado adiante, as metas de produ•‹o nos setores priorizados foram atingidas de forma satisfat—ria. A economia cresceu, em mŽdia, 5,5% a.a. em termos per capita, sendo que o processo de substitui•‹o de importa•›es foi intensificado com a queda do

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coeficiente de importa•›es abaixo da meta prevista (para cerca de 8% do PIB em 1960).

De acordo com Giambiagi (2011):

Em 1955 Ñ ano anterior ˆ posse de JK Ñ os pesos dos setores agropecu‡rio e industrial no PIB pouco haviam se alterado, sendo de 23,5% e 25,6%, respectivamente (o peso da indœstria de transforma•‹o havia subido para 20,4% em 1955).

A partir da implementa•‹o do Programa de Metas, o quadro muda radicalmente: o setor agropecu‡rio perde espa•o para o setor industrial e, em 1960, tem peso de 17,8% no PIB (ou seja, um recuo de 5,7 p.p. em apenas cinco anos), contra 32,2% da indœstria (25,6% da indœstria de transforma•‹o). A perda de import‰ncia do setor agropecu‡rio teria continuidade nos anos seguintes e, em 1963, a participa•‹o desse setor na economia atinge 16,3%, e a da indœstria, 32,5% (26,5% no caso da indœstria de transforma•‹o). Como se v•, a perda de peso relativo do setor prim‡rio se deu, essencialmente, em benef’cio do avan•o do setor manufatureiro, tendo a parcela dos servi•os no PIB permanecido, grosso modo, constante entre 1956 e 1963 Ñ em torno de 50% do total.

Ou seja, a economia modernizava-se em elevada velocidade, como pretendido pelo Plano de Metas.

E, sob o prisma negativo, ocorreu um desarranjo macroecon™mico, fruto da expans‹o monet‡ria e amplia•‹o dos dŽficits fiscais (que eram da ordem de 1/3 das receitas pœblicas). A infla•‹o mŽdia durante os anos de 1957-160 foi de 25%

a.a., praticamente o dobro do previsto.

Para finalizar o t—pico, segue gr‡fico retirado de Giambiagi (2011) com os dados relativos ao planejado e executado no Plano, denotando razo‡vel sucesso na consecu•‹o dos planos de investimento e eleva•‹o da capacidade produtiva:

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Pol’ticas Econ™micas

No tocante ˆs pol’ticas econ™micas, pode-se resumir que as pol’ticas monet‡ria e fiscal foram passivas (end—genas), ou seja, elas foram executadas de acordo com as necessidades do Plano de Metas, ao invŽs de servirem ao objetivo de estabilizar a economia.

Ao lado do crescente dŽficit pœblico e infla•‹o, o Brasil tambŽm apresentava elevada deteriora•‹o em suas contas externas. A queda das exporta•›es, decorrente da continuidade do processo de substitui•‹o de importa•›es, e o aumento da d’vida externa, decorrente do Plano de Metas, levaram JK a romper com o FMI em 1959.

Contextualizando, ˆ Žpoca o Brasil solicitou um emprŽstimo ao Eximbank (Export- Import Bank) com o objetivo de reestruturar sua d’vida externa. No entanto, para realizar o emprŽstimo, o Eximbank condicionou-o ˆ obten•‹o de aval (garantia) junto ao FMI.

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E, o FMI s— daria este aval se o Brasil implementasse reformas que estabilizassem o dŽficit no balan•o de pagamentos (conten•‹o do gasto pœblico e do crŽdito, modera•‹o nos reajustes salariais, reforma do sistema de taxas de c‰mbio mœltiplas ainda em vigor e fim do plano de compras de cafŽ pelo governo).

No entanto, JK, assessorado por Celso Furtado, economista que ganhava relev‰ncia ˆ Žpoca, entendeu que a proposta de estabiliza•‹o do FMI prejudicava a implanta•‹o do Plano de Metas e, por este motivo, rompeu com o FMI em 1959.

O legado de tal medida foi a conjuga•‹o de dŽficit interno (fiscal), dŽficit externo (balan•o de pagamentos) e infla•‹o. Este foi o ÒcustoÓ do sucesso do Plano de Metas.

Por fim, podemos passar ˆ analise da pol’tica cambial, que foi o principal instrumento de pol’tica econ™mica adotado ˆ Žpoca.

A politica cambial estava resumida nas Instru•›es 70 e 113 da SUMOC.

A Instru•‹o 70, como visto anteriormente, instituiu o sistema de leil›es de c‰mbio dentro do regime de taxas mœltiplas de c‰mbio, o que possibilitava aplicar distintas taxas de c‰mbio aos bens importados em fun•‹o de sua essencialidade. O resultado era tanto fiscal como cambial.

Por sua vez, a Instru•‹o 113 permitia a realiza•‹o de importa•›es sem cobertura cambial. Resumidamente, isto significa que era poss’vel importar bens ao Brasil sem a coloca•‹o dos d—lares correspondentes, isto Ž, n‹o havia a necessidade de participar dos leiloes de c‰mbio no momento da aquisi•‹o da respectiva licen•a de importa•‹o, sendo que os bens entravam em nosso pa’s sob a forma de m‡quinas, ve’culos, equipamentos, bens de capital em geral sem press›es no mercado de divisas.

O resultado foi o ingresso de elevada quantidade de capital (que entrou no pais como investimento direto estrangeiro) sem press›es no mercado de cambio que

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promovesse desvaloriza•‹o cambial e complicasse ainda mais o cen‡rio externo brasileiro.

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G OVERNOS Q UADROS E G OULART (1961-1964)

A pol’tica econ™mica implementada durante os Governos de J‰nio Quadros e Joao Goulart Ž pouco explorada em concursos pœblicos.

Quadros governou o pa’s por aproximadamente 8 meses e Goulart, por 1 ano e poucos meses. Ambos os governos ficaram marcados por desestabiliza•‹o pol’tica e institucional, de modo que as consequ•ncias econ™micas das pol’ticas implementadas s‹o de dif’cil mensura•‹o.

De qualquer modo, vamos apresentar os referidos governos em breves t—picos.

Governo J‰nio Quadros

O Governo Quadros Ž iniciado no ‰mbito do desarranjo macroecon™mico promovido por JK (dŽficits interno e externo e infla•‹o). Como consequ•ncia, as medidas de pol’tica econ™mica anunciadas por Quadros tinham car‡ter ortodoxo com vistas a corrigir estes problemas, como forte desvaloriza•‹o cambial e a unifica•‹o do mercado de c‰mbio (Instru•‹o 204 da Sumoc), a conten•‹o do gasto pœblico, uma pol’tica monet‡ria contracionista e a redu•‹o dos subs’dios ainda concedidos ˆs importa•›es de petr—leo e trigo.

Com apoio de credores brasileiros externos e do FMI, a divida externa brasileira foi reescalonada com a posterga•‹o de vencimentos que ocorreriam no curto prazo.

No entanto, como j‡ afirmado, o Governo Quadros dura apenas 8 meses, sendo que o Presidente renuncia em 25 de agosto de 1961 (a posse tinha sido em 31 de janeiro de 1961).

De toda forma, conforme afirmado em Giambiagi (2011):

Os resultados econ™micos em 1961 foram positivos Ñ em que pese a grave crise pol’tica que o pa’s atravessara Ñ e certamente influenciados pela matura•‹o de diversos projetos de investimentos iniciados ainda na gest‹o de Juscelino. Assim, o PIB naquele ano cresceu 8,6%, embora

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viesse acompanhado de expressiva eleva•‹o do patamar inflacion‡rio, com a varia•‹o do IGP passando de 30,5% em 1960 para 47,8% em 1961.

A taxa de investimento do pa’s recuou em 1961, para 13,1% do PIB (seu n’vel mais baixo desde 1950), num ind’cio de que o auge dos investimentos pesados j‡ havia passado. De positivo, o pequeno aumento das exporta•›es (de US$1,3 bilh‹o em 1960 para US$1,4 bilh‹o em 1961) e a redu•‹o da rela•‹o d’vida externa l’quida/exporta•›es, de 2,7 para 2,0, em igual per’odo.

Governo Jo‹o Goulart

O Governo Goulart Ž iniciado em janeiro de 1963, ap—s um interst’cio parlamentarista.

Ao assumir, sob a batuta de Celso Furtado, ent‹o Ministro Extraordin‡rio do Desenvolvimento Econ™mico, foi anunciado o Plano Trienal com o objetivo de aliar crescimento econ™mico, estabilidade macro e inclus‹o social.

Os objetivos espec’ficos do Plano eram: (1) garantir taxa de crescimento do PIB de 7% a.a., pr—ximo ˆ mŽdia dos anos anteriores; (2) reduzir a taxa de infla•‹o para 25% em 1963, visando alcan•ar 10% em 1965; (3) garantir um crescimento real dos sal‡rios ˆ mesma taxa do aumento da produtividade; (4) realizar a reforma agr‡ria como solu•‹o n‹o s— para a crise social como para elevar o consumo de diversos ramos industriais; e (5) renegociar a d’vida externa para diminuir a press‹o de seu servi•o sobre o balan•o de pagamentos.

O diagnostico da infla•‹o era ortodoxo: dŽficits fiscais e expans‹o monet‡ria. J‡ a estratŽgia de desenvolvimento era heterodoxa: Òdava •nfase ao aprofundamento do processo de industrializa•‹o pela via da substitui•‹o de importa•›es como forma de enfrentar os pontos de estrangulamento da economia brasileira. Para Furtado, a crise econ™mica por que passava o pa’s era, antes de mais nada, uma crise do modelo de desenvolvimento, e que s— poderia ser superada Ôcom o aprofundamento do pr—prio modelo, ou seja, com a amplia•‹o do mercado

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interno, atravŽs da reforma agr‡ria e de outras pol’ticas voltadas ˆ redistribui•‹o de rendaÕÓ (Giambiagi, 2011).

N‹o obstante, os agentes econ™micos n‹o deram crŽdito ao Plano Trienal, muito por conta do abandono do ajuste econ™mico previsto no Plano por Goulart e de sua Òguinada ˆ esquerdaÓ.

O final do Governo Goulart apresentou um cen‡rio de total desestrutura macroecon™mico, com infla•‹o crescente, descontrole fiscal e monet‡rio, redu•‹o na entrada de capitais e dŽficit no balan•o de pagamentos.

Para finalizar, segue tabela elaborada em Giambiagi (2011) com a s’ntese dos dados macroecon™micos apresentados e com o comparativo entre os per’odos JK, Quadros e Goulart.

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L ISTA DE Q UESTÍES E G ABARITO

(CESPE AIE (MPOG)/MPOG/çrea I/2012)

No que concerne a desenvolvimento nacional, especialmente com rala•‹o ˆ infraestrutura e a fatores cr’ticos para o crescimento sustent‡vel do pa’s a taxas mais elevadas, julgue o pr—ximo item.

O modelo de desenvolvimento adotado pelo Brasil desde a Era Vargas e os anos JK, consolidado pelo regime militar e praticamente inalterado desde ent‹o, determina que as a•›es voltadas para a amplia•‹o da infraestrutura sejam assumidas pelo poder pœblico, ficando inviabilizada a participa•‹o da iniciativa privada no setor.

(CESPE Diplomata/IRBr/2013)

Assinale a op•‹o correta no que diz respeito ˆ an‡lise da economia brasileira na dŽcada posterior ao fim da Segunda Guerra Mundial.

a) A crise cambial de 1952 resultou, entre outros fatores, da defasagem entre a concess‹o de licen•as e a efetiva•‹o das importa•›es, da queda das exporta•›es de algod‹o decorrente da crise da indœstria t•xtil mundial e da quebra da safra de trigo nos EUA, que obrigou o governo brasileiro a importar da Argentina esse cereal, em condi•›es menos favor‡veis.

b) Conforme apontado por Carlos Lessa na obra cl‡ssica Quinze anos de Pol’tica Econ™mica, a industrializa•‹o Òn‹o intencionalÓ, que corresponde ˆ pol’tica fiscal expansionista adotada no final dos anos 40, mesmo na aus•ncia de medidas de planejamento, teria fortalecido setores da indœstria brasileira.

c) A Instru•‹o 70, adotada, em 1953, pela Superintend•ncia da Moeda e do CrŽdito, —rg‹o antecessor do Banco Central do Brasil, estabeleceu taxas mœltiplas de c‰mbio, atribuindo taxas mais depreciadas ˆ importa•‹o de m‡quinas, equipamentos e matŽrias-primas essenciais.

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d) O per’odo em que a taxa de c‰mbio oficial manteve-se fixa (CR$ 18,50 por d—lar) representou, na pr‡tica, vigorosa aprecia•‹o da taxa de c‰mbio nominal.

e) A ado•‹o da Instru•‹o 113 da Superintend•ncia da Moeda e do CrŽdito, que permitia a importa•‹o de bens de capital sem necessidade de cobertura cambial, n‹o representou ruptura do tratamento vigente do capital estrangeiro. O governo Vargas, apesar da ret—rica nacionalista, j‡ vinha adotando pol’ticas que estimulavam a mobiliza•‹o de recursos de origem externa e orientando invers›es em setores priorit‡rios.

(CESPE AL (CAM DEP)/CAM DEP/Consultor de Or•amento e Fiscaliza•‹o Financeira/2014)

Julgue o pr—ximo item, referente ao Estado brasileiro e a pol’tica industrial.

A cria•‹o da Companhia Siderœrgica Nacional no governo de Getœlio Vargas pode ser considerada um caso de interven•‹o governamental na economia para solucionar uma falha de mercado.

(CESPE ECO(MTE)/MTE/2008)

No tocante ˆ an‡lise da economia brasileira contempor‰nea, incluindo-se os aspectos relativos ao seu desenvolvimento econ™mico e social, julgue o item a seguir.

O Plano de Metas foi financiado pela expans‹o monet‡ria, que n‹o somente viabilizou os gastos pœblicos via infla•‹o, mas tambŽm permitiu elevar crŽdito e, assim, financiar os investimentos privados.

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(ESAF Insp (CMV)/CVM/2010)

Em 1956, com a chegada de Juscelino Kubitschek ˆ Presid•ncia da Repœblica, o Brasil busca estabelecer um Plano de Metas cujo objetivo era "crescer cinquenta anos em cinco ", privilegiando 5 setores da economia brasileira: energia, transporte, indœstrias de base, alimenta•‹o e educa•‹o.

No Plano de Metas n‹o se contemplava:

a) cria•‹o de mercados oligopolizados.

b) financiamento do gasto pœblico, via expans‹o dos meios de pagamentos e emprŽstimos externos.

c) crescimento do departamento I e da indœstria produtora de bens de consumo dur‡vel.

d) desest’mulo ao programa de industrializa•‹o por substitui•‹o das importa•›es em favor das empresas exportadoras.

e) presen•a de empresas estatais e multinacionais na economia.

(CESGRANRIO PB (BNDES)/BNDES/Economia/2009)

Entre 1956 e 1960 (correspondendo ao governo JK), houve, no Brasil, um(a) a) aumento da participa•‹o do setor agropecu‡rio no PIB do Pa’s.

b) aumento do valor em d—lar das exporta•›es.

c) acelera•‹o da infla•‹o.

d) redu•‹o da taxa de crescimento do PIB.

e) redu•‹o do dŽficit or•ament‡rio do governo federal.

(CESPE AE ES/SEGER ES/Ci•ncias Econ™micas/2013)

Com rela•‹o ˆ pol’tica de desenvolvimento adotada, no Brasil, entre anos de 1956 e 1961, assinale a op•‹o correta.

a) O Plano de Metas rejeitava o diagn—stico efetuado pela Comiss‹o Mista Brasil-

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Estados Unidos da AmŽrica.

b) Apesar do crescimento do PIB brasileiro nesse per’odo, a renda per capita diminuiu, dada a forte press‹o inflacion‡ria.

c) O Plano de Metas estabelecia tratamento preferencial ao capital estrangeiro e ˆ expans‹o dos gastos pœblicos e privados, os quais foram financiados pela expans‹o dos meios de pagamento e do crŽdito banc‡rio.

d) A pol’tica cambial caracterizava-se pela ado•‹o do regime de c‰mbio flutuante.

e) Com a reforma cambial adotada em agosto de 1957, o governo objetivando ampliar as mœltiplas taxas de c‰mbio, aumentou o subs’dio concedido a determinados setores produtivos.

(CESPE EPC (PREVIC)/PREVIC/Atuarial/2011)

Com refer•ncia a conceitos macroecon™micos e ˆ economia brasileira, julgue o item subsequente.

O uso de pol’ticas protecionistas no ‰mbito do Plano de Metas, que apreciavam o c‰mbio e encareciam as importa•›es de bens de capital e de insumos b‡sicos, constituiu a principal restri•‹o ˆ expans‹o dos investimentos no setor industrial.

(CESPE EPC (PREVIC)/PREVIC/Finan•as e Cont‡bil/2011)

Acerca de conceitos relativos ˆ economia e, especialmente, ˆ economia brasileira, julgue o seguinte item.

Entre os planos de desenvolvimentos dos œltimos sessenta anos, o Plano de Metas, no governo de Juscelino Kubitschek, representou uma das mais amplas a•›es do Estado na economia tanto para superar o estrangulamento no setor de energia e transportes quanto para favorecer a cria•‹o de um parque industrial integrado que garantisse a reprodu•‹o do capital.

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(CESPE Eco (MJ)/MJ/2013)

Em rela•‹o ao Plano de Metas, julgue o pr—ximo item.

A maioria dos objetivos do Plano de Metas baseava-se nos diagn—sticos e nas defini•›es da Comiss‹o Mista BrasiL-Estados Unidos (CMBEU).

(CESPE Eco (MJ)/MJ/2013)

Em rela•‹o ao Plano de Metas, julgue o pr—ximo item.

O Plano de Metas concedia tratamento preferencial ao capital estrangeiro.

(CESPE AA (TCEES)/TCEES/ Administra•‹o-Economia/ 2013)

Considerando os principais planos de desenvolvimento adotados no Brasil desde 1950, assinale a op•‹o correta.

a) A pol’tica econ™mica adotada pelo governo do presidente CafŽ Filho foi expansionista, o que culminou no crescimento do dŽficit fiscal e da infla•‹o.

b) A reforma cambial de 1957 buscou estimular a estratŽgia de substitui•‹o de importa•›es.

c) No in’cio da dŽcada de 50 do sŽculo XX, a falta de divisas impediu o uso da pol’tica cambial como instrumento de est’mulo econ™mico.

d) De 1940 a 1970, a pol’tica cambial brasileira foi conduzida pelo regime do padr‹o-ouro.

e) O objetivo da instru•‹o 113 da SUMOC (Superintend•ncia da Moeda e CrŽdito) foi restringir a importa•‹o de bens de consumo para estimula•‹o da estratŽgia de substitui•‹o de importa•‹o.

(38)

(CESPE ERSTT (ANTT)/ANTT/Economia/2013)

A respeito das mudan•as e da evolu•‹o da economia brasileira, julgue o item.

O Plano de Metas (1956/1961) tem sido considerado como a primeira experi•ncia efetiva de planejamento governamental no Brasil, por seu car‡ter abrangente, pelo

reconhecimento da interdepend•ncia dos diversos setores da economia. Um dos conceitos ent‹o adotados foi o de ponto de germina•‹o, em oposi•‹o ao de estrangulamento, embasado no pressuposto de que a oferta de infraestrutura estimula a cria•‹o e a expans‹o das atividades produtivas.

(CESPE Ana MPU/MPU/Per’cia/Economia/2013

A partir da segunda metade do sŽculo XX, foi intensificada a elabora•‹o de planos de desenvolvimento executados pelos governos brasileiros. Nesse contexto, julgue o item abaixo.

A comiss‹o mista Brasil/Estados Unidos, que atuou no per’odo entre 1951 e 1953, elaborou um relat—rio final em que articulava um diagn—stico da economia brasileira, no qual identificou os seguintes t—picos: pontos de estrangulamento;

medidas respectivas para solucion‡-los; pol’ticas fiscal, monet‡ria e cambial necess‡rias ao equil’brio macroecon™mico com a elimina•‹o das tens›es inflacion‡rias.

(CESPE Diplomata/IRBr/2015)

A respeito da economia brasileira nos sŽculos XIX e XX, julgue (C ou E) o item subsequente.

O Plano de Metas adotado no governo de Juscelino Kubitschek consistiu em um

(39)

plano de trinta metas para responder ˆs tens›es que a economia estava vivendo, com o intuito de superar alguns estrangulamentos vividos nos setores de energia e transporte, bem como de desenvolver a indœstria de base e de bens intermedi‡rios.

(CESPE Eco (DPU)/DPU/2016)

A respeito de aspectos econ™micos na segunda metade do sŽculo XX, julgue o item a seguir.

Os aspectos que favoreceram a implanta•‹o do plano de metas incluem a oferta abundante de energia para o setor produtivo.

(CESPE AFCE (TCESC)/TCESC/)

Acerca das mudan•as estruturais, dos planos de desenvolvimento e dos planos de estabiliza•‹o da economia brasileira ao longo do sŽculo XX, julgue o item que se segue.

A execu•‹o do Plano de Metas de Juscelino Kubitschek deus-e por diversos incentivos, como, por exemplo, o sistema de mœltiplas taxas de c‰mbio, em que as taxas cambiais eram valorizadas para exporta•‹o e desvalorizadas para importa•‹o, a fim de dar curso ao processo de industrializa•‹o.

(CESPE Aud CE (TCEPA)/ TCEPA/Planejamento/Economia/2016)

Julgue o item subsequente, relativo a mudan•as estruturais da economia brasileira, planos de desenvolvimento e planos de estabiliza•‹o.

O Plano de Metas do governo de Juscelino Kubitschek de Oliveira constituiu um esfor•o bem-sucedido de industrializa•‹o substitutiva de importa•›es, porŽm propiciou o surgimento de um processo inflacion‡rio subsequente.

(40)

(CESPE AGE (SEDF)/SEDF/Economia/2017)

Industrializar aceleradamente o pa’s; transferir do exterior para nosso territ—rio as bases do desenvolvimento aut™nomo; fazer da indœstria manufatureira o centro din‰mico das atividades econ™micas nacionais Ñ isso resumiria o meu prop—sito, a minha op•‹o.

Juscelino Kubitschek, citado em G. Mayrink. Juscelino.

In: Grandes L’deres, Nova Cultural (com adapta•›es).

O trecho apresentado sintetiza o plano de desenvolvimento econ™mico do ex- presidente Juscelino Kubitschek (JK), que governou o Brasil entre 1956 e 1961.

Com rela•‹o ˆs mudan•as estruturais da economia brasileira no per’odo, julgue o item seguinte.

Ao longo do governo JK, o setor agropecu‡rio perdeu espa•o para o setor industrial, em decorr•ncia de fatores como a intensifica•‹o do processo de substitui•‹o de

importa•›es.

(CESGRANRIO PB (BNDES)/BNDES/Economia/2009)

O Plano Trienal, elaborado por Celso Furtado e sua equipe para o governo de Jo‹o Goulart, tinha v‡rios objetivos espec’ficos, dentre os quais NÌO se encontra o de a) realizar a reforma agr‡ria com finalidade social e de expans‹o do mercado interno.

b) garantir o crescimento real dos sal‡rios a uma taxa anual 3% superior ao aumento da produtividade.

c) garantir uma taxa de crescimento do PIB de 7% a.a.

d) resolver a situa•‹o do balan•o de pagamentos renegociando a d’vida externa.

e) reduzir a infla•‹o para 10% a.a. atŽ 1965.

(41)

(CESPE Diplomata/IRBr/2010)

Com respeito a temas da hist—ria econ™mica brasileira, julgue C ou E.

Pode-se considerar que o Plano Trienal de Desenvolvimento Econ™mico e Social, elaborado por equipe liderada por Celso Furtado, fracassou em sua meta de reduzir a infla•‹o e estimular o crescimento econ™mico.

(CESPE Eco (MPOG)/MPOG/"PGCE (Especial)"/2015)

Acerca dos principais planos de desenvolvimento e de estabiliza•‹o implementados desde a segunda metade do sŽculo XX, julgue o pr—ximo item.

O Plano Trienal, elaborado por Celso Furtado, teve inspira•‹o ortodoxa de combate ˆ infla•‹o e adotou medidas complementares de cortes de gastos pœblicos.

(CESPE Diplomata/IRBr/2016)

No rol dos esquemas transit—rios de combate ˆ infla•‹o apareceu o Plano Trienal, como uma heroica tentativa de compatibiliza•‹o dos dois prop—sitos subjacentes em toda anterior controvŽrsia Ñ defesa da taxa de crescimento e atenua•‹o da infla•‹o em um quadro tumultuoso, no qual os acontecimentos cada vez mais tendiam a escapar de qualquer controle pela pol’tica econ™mica.

Carlos Lessa. 15 anos de pol’tica econ™mica.

S‹o Paulo: Brasiliense, 1981, p. 134 (com adapta•›es).

Tendo como refer•ncia inicial o fragmento de texto antecedente, julgue o pr—ximo item, a respeito da conjuntura econ™mica dos anos que precederam a ditadura militar.

O diagn—stico do Plano Trienal sobre a acelera•‹o inflacion‡ria no per’odo de 1962

(42)

a 1963 enfatizava como causa mais importante dessa acelera•‹o o excesso de demanda relacionada ao aumento do gasto pœblico.

G

ABARITOS

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

ERRADO E CERTO CERTO D C C ERRADO CERTO CERTO

11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

CERTO B CERTO CERTO CERTO ERRADO ERRADO CERTO CERTO

21 22 23

B CERTO CERTO

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