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APICULTURA NO TERRITÓRIO CAMINHOS DO TIBAGI: INAUGURAÇÃO DA UBM DA COOCAT-MEL

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Academic year: 2022

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ÁREA TEMÁTICA: TECNOLOGIA

APICULTURA NO TERRITÓRIO CAMINHOS DO TIBAGI: INAUGURAÇÃO DA UBM DA COOCAT-MEL

Enelise Aparecida Staron1, Fabiane Tomachewski2, Franklin Bannach3, Leda Battestin Quast4, Mareci Mendes de Almeida5

RESUMO

A Universidade Estadual de Ponta Grossa atua em um projeto de extensão vinculado ao Programa Universidade sem Fronteiras cujo objetivo é auxiliar na implantação da Cooperativa de Apicultores

“Caminhos do Tibagi”. Foram realizadas ações referentes à parte administrativa e tecnológica possibilitando dessa forma a obtenção do serviço de inspeção municipal (SIM), que permite o beneficiamento e comercialização do mel no município de Telêmaco Borba.Treinamentos como BPF, BPA e de procedimentos administrativos foram repassados aos cooperados para a produção e beneficiamento com qualidade assegurada. A Cooperativa foi inaugurada em fevereiro de 2010 e já conta com a comercialização do produto por meio de processo de doação simultânea junto a CONAB.

PALAVRAS CHAVE – mel, unidade de beneficiamento de mel, cooperativa.

1 Engenheira de Alimentos. Bolsista do Programa Universidade sem Fronteiras.

enelisestaron_pg@hotmail.com

2 Administradora de Empresas. Bolsista do Programa Universidade sem Fronteiras.

byfabi @hotmail.com

3 Agrônomo e Zootecnista.Bolsista do Programa Universidade sem Fronteiras.

fbannach@yahoo.com.br

4 Prof. Dra do Depto de Engenharia de Alimentos. mareci@uepg.br

5 Prof. Dra do Depto de Engenharia de Alimentos lbquast@uepg.br

Introdução

Os produtos da colméia sempre foram um alimento de alto valor nutritivo para o homem, que no começo de sua história empreendia verdadeiras aventuras para saborear o doce mel e saciar a sua fome. Não sabia ele que os favos com mel continham própolis, pólen, geléia real e larvas de abelhas, e que as picadas que levava serviriam de remédio para resolver seus problemas reumáticos e artríticos (LENGLER, 2007).

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O setor apícola atualmente está em crescente desenvolvimento e nesse contexto está inserida a Cooperativa de Apicultores e Meliponicultores Caminhos do Tibagi, alvo desse projeto de extensão tecnológica empresarial sendo a sede localizada no município de Telêmaco Borba – PR.

A Cooperativa de Apicultores e Meliponicultores “Caminhos do Tibagi” foi fundada em 10 de outubro de 2007, e é formada pelos municípios de Ortigueira, Figueira, Tibagi, Curiúva, Ventania, Reserva, Imbaú e Telêmaco Borba e conta com 40 cooperados, abrangendo em torno de 500 famílias. Estes municípios possuem característica similar a de outros municípios brasileiros onde a falta de infra-estrutura para produção, beneficiamento e comercialização de produtos do pequeno produtor rural acarreta a comercialização do mel a preços baixos, impedindo o desenvolvimento social da comunidade da região e gerando êxodo rural.

Desta forma a apicultura vem se destacando, pois suas atividades estão gerando emprego e renda desde o campo no manejo das abelhas, na fabricação e comércio de equipamentos, beneficiamento dos produtos e polinização das culturas agrícolas promovendo desta forma benefícios sociais, econômicos e ecológicos.

O mel, que é o principal produto do setor apícola, é um alimento produzido pelas abelhas melíferas a partir do néctar de flores ou das secreções precedentes de partes vivas de plantas ou de excreções de insetos sugadores de plantas que ficam sobre partes vivas de plantas, que as abelhas recolhem, transformam, combinam com substâncias específicas próprias, armazenam e deixam maturar nos favos da colméia (Brasil, 2000; Vargas, 2006).

O mel é uma solução concentrada de açúcares com predominância de glicose e frutose.

Contém ainda uma mistura complexa de outros hidratos de carbono, enzimas, aminoácidos, ácidos orgânicos, minerais, substâncias aromáticas, pigmentos e grãos de pólen podendo conter cera de abelhas procedente do processo de extração (Brasil, 2000).

Tendo em vista o crescimento do setor apícola e os benefícios que este traz a sociedade, a Universidade Estadual de Ponta Grossa por meio da execução de Projeto de Extensão vinculado ao Programa Universidade sem Fronteiras, auxiliou nos aspectos legais da cooperativa para a obtenção do SIM (Serviço de Inspeção Municipal) o qual permite a venda de mel beneficiado no município de Telêmaco Borba.

Objetivos

O Objetivo deste trabalho é apresentar as ações realizadas pela equipe do projeto junto à Cooperativa de Apicultores, entre as quais destacam-se: apoio técnico no processo de adequação a legislação do Ministério da Agricultura, obtenção dos registros e documentações para abertura e funcionamento. Repasse de orientações quanto ao beneficiamento, padronização e comercialização nos mercados locais e nacionais de mel para melhorar e garantir a qualidade dos produtos comercializados, através de análises laboratoriais e treinamentos. E estudos e testes iniciais para a utilização do mel na fabricação de bolachas.

Metodologia

Inicialmente foi realizado um plano de ação para determinar as necessidades momentâneas para abertura da Cooperativa.

O primeiro passo foi dado buscando a legislação do Ministério da Agricultura, Portaria nº 368 de 04/09/1997 e posteriormente foi realizado a analise do layout da Cooperativa para ver as necessidades de adequações.

Em segundo momento foram realizados os processos de retirada de documentações para inicio do processo produtivo e organização da Inauguração da Cooperativa, juntamente com os cooperados.

O inicio de comercialização junto a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) foi realizada através do processo de Doação Simultânea e CPR (Cédula de Produto Rural) estoque após o preenchimento e aprovação de uma série de documentações as quais se encontram disponível eletronicamente no site deste órgão, houve o intuito de compra do mel para a merenda escolar através de processo licitatório pela prefeitura Municipal de Telêmaco Borba gerando uma outra alternativa de venda do produto.

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Manuais de Boas Práticas Apícolas, Boas práticas de Fabricação, Procedimentos Administrativos e Análises físico-químicas foram elaborados como suporte para treinamentos dos Cooperados.

Resultados e Discussão

Após atendimento de todos os requisitos legais para abertura e funcionamento da cooperativa e ajustes nas instalações prediais e no fluxograma de processamento como instalações hidráulicas para acomodação de lavatórios e ralos, reposicionamento dos equipamentos na sala de processo e adequação das instalações elétricas ,segundo exigências da Portaria nº 368 de 04/09/1997 do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento que regulamenta as condições higiênico- sanitárias e as boas práticas de fabricação para estabelecimentos produtores e industrializadores de alimentos .

Com o término dessas adequações no layout e no fluxo de processamento, foi realizado o processo de registro da unidade de beneficiamento em órgão oficial, para isso uma série de documentos foram retirados para regularização, tais como: Alvará de vistoria e liberação expedido pelo Corpo de Bombeiros, Licença Ambiental junto ao IAP, Alvará Sanitário e de Funcionamento retirado junto a prefeitura municipal de Telêmaco Borba, registro da Coopertaiva e do responsável técnico no CREA e finalizando o processo, registro do produto no Sistema de Inspeção Municipal (SIM), e com essa série de ações efetuadas foi permitido que o mel beneficiado seja comercializado no Município onde está a sede da Cooperativa, contando com a fiscalização de um órgão competente que ateste a qualidade do produto.

Estando a Cooperativa dentro da legalidade, foi então organizada a cerimônia de inauguração da Cooperativa com o início de suas atividades. Sendo inaugurada no dia 26 de fevereiro de 2010.

Visando a segurança alimentar e um produto de boa qualidade, foram repassados aos apicultores treinamento de Boas Práticas Apícolas, Boas práticas de Fabricação e Procedimentos administrativos, durante o I workshop da Coocat-Mel que ocorreu no dia 26 de Março de 2010. Esses treinamentos são importantes, pois além da capacitação dos cooperados, proporcionam um vínculo maior entre a universidade e a comunidade externa. Adicionalmente, como forma de garantir a qualidade do produto que será beneficiado na cooperativa, são realizadas análises físico químicas de acordo com o estabelecido na Instrução Normativa 11, de 20 de outubro de 2000 – Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade do Mel, dessa forma, garantindo a segurança alimentar do mel a ser comercializado.

As Figuras 1 e 2 mostram respectivamente fotos da cooperativa durante a sua inauguração com os membros da equipe USF e representantes de instituições e da Cooperativa.

Figura 1– Inauguração da Cooperativa de Apicultores

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Figura 2 - Representantes de instituições parceiras e da Cooperativa.

Foi também oportunizada à comercialização do mel junto a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), que tem a finalidade de atendimento às populações em situação de insegurança alimentar e nutricional vinculadas a instituições governamentais e não governamentais por meio de doação de alimentos adquiridos de Agricultores Familiares, conforme o art. 19 da Lei n.º10.696, de 02/07/2003 revogada pelo Decreto nº 6447, de 07/05/2008. Neste processo o mel é beneficiado pela Cooperativa e entregue as famílias cadastradas para recebimento do produto gerando desta forma giro de capital para a Cooperativa e abrindo portas para a venda do produto.

Quanto à comercialização vale ressaltar grande interesse por parte da Secretária de Educação pela compra de saches de 15 (quinze) gramas para a merenda escolar do município onde se encontra a sede da Cooperativa, sendo que as documentações para o processo licitatório já foram encaminhadas.

O mel é um produto de valor nutricional estimável além de possuir fácil digestão e ser assimilado diretamente pelo organismo, porém é pouco consumido no Brasil desta forma inserido na merenda escolar criaria novos hábitos alimentares aumentando o consumo deste produto com tantos efeitos benéficos. Assim, uma alternativa rentável aos cooperados é a produção de bolacha de mel a qual diversifica a comercialização de seu produto já que a Prefeitura Municipal de Telêmaco Borba mostrou grande expectativa na compra. Os testes para formulação da bolacha de mel estão sendo realizados no CTA (Centro de Tecnologia de Alimentos) e no momento falta apenas a realização de testes de aceitação para escolher a formulação ideal e então iniciar o processo de abertura de uma planta de panificação a qual trará uma série de benefícios aos Cooperados.

Outra perspectiva de comercialização para o mel da Cooperativa surge com a da aprovação da Lei NO 11.947 de 16 de junho de 2009, que determina que 30% dos recursos oriundos do FNDE- Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação sejam destinados à compra de produtos da agricultura familiar e do empreendedor familiar rural e suas organizações, oportunidade para inicio da fabricação de saches e de bolachas de mel de alto valor nutricional.

Conclusões

Foi possível atingir os objetivos previstos como a abertura da Cooperativa com a efetuação de todos os registros necessários e a comercialização do produto.

As Boas Práticas de Fabricação, Boas Práticas Apícolas e Procedimentos Administrativos foram implantados na Cooperativa para garantir uma produção segura e com qualidade.

Com estas ações o projeto está auxiliando na diversificação da agroindústria contribuiundo para o desenvolvimento social com a geração de trabalho e renda, com o enriquecimento da alimentação de famílias carentes através do processo de doação simultânea realizado pela CONAB.

Além disso, através dos treinamentos repassados aos apicultores houve uma conscientização da importância da segurança alimentar, pois uma produção de alimentos seguros e de qualidade tornará a venda facilitada e conseqüentemente maior será o lucro obtido.

Com a diversificação da venda do mel como no caso da fabricação de bolachas haverá além de aumento de renda e geração de empregos para os familiares dos próprios Cooperados, o setor contribuirá com a economia do país e conseqüentemente diminuição do êxodo rural, pois terão na prática apícola uma atividade rentável.

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Referências

BRASIL. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Instrução Normativa nº 11, de 20 de outubro de 2000.Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade do Mel. Disponível em <http://

extranet.agricultura.gov.br/consultasislegis/do/consultaLei?op=viewTextual&código=7797> Acesso em: 20 de fev.2010.

BRASIL. Lei nº 11.947 de 16 de junho de 2009. Dispõe sobre o atendimento da Alimentação Escolar e do Programa Dinheiro Direto na Escola aos alunos da Educação Básica. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, DF, p.2, 17 de junho de 2009. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11947.htm>. Acesso em 10 de maio de 2010.

BRASIL. Ministério da Agricultura e do Abastecimento.Portaria nº 368, de 04 de setembro de 1997.Regulamento Técnico sobre as Condições Higiênico-Sanitárias e de Boas Práticas de Fabricação para Estabelecimentos Elaboradores/Industrializadores de Alimentos. Disponível em <

http://extranet.agricultura.gov.br/sislegis/action/detalhaAto.do?method=consultarLegislacaoFederal>

Acesso em 23 de março de 2010.

BRASIL.Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome. Decreto 6447, de 07 de maio de

2008.Programa de Aquisição de Alimentos.Disponivel em

http://www.mds.gov.br/programas/seguranca-alimentar-e-nutricional-san/programade-aquisicao-de- alimentos-paa/legislacao/programas/seguranca-alimentar-e-nutricional-san/programa-de-aquisicao- de-alimentos-paa/legislacao/decretos-1. Acesso em:12 de abril de 2010.

LENGLER, S. Os Produtos das Abelhas e seus Efeitos na Saúde Humana. CBA – Artigos Técnicos – 2007. Universidade Federal de Santa Maria. Disponível em:

<http://www.brasilapicola.com.br/files/PRODUTOS%20DAS%20ABELHAS%20NA%20SA%C3%9AD E%20HUMANA.pdf>. Acesso em: 10 de maio de 2009.

VARGAS, Taís. Avaliação do mel produzido na região dos Campos Gerais do Paraná.

2006.150p. Dissertação (Mestrado em Ciências e Tecnologia de Alimentos)- Faculdade de Engenharia de Alimentos, Universidade Estadual de Ponta Grossa, Ponta Grossa.

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