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Aula 176. Conforme previsão do artigo art. 930, parágrafo único a seguir:

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Academic year: 2022

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Curso/Disciplina: Direito Processual Civil - NCPC Aula: Da conexão e da prevenção

Professor (a): Edward Carlyle Monitor (a): Tathyana Lopes

Aula 176

. 1.1 Da conexão e da prevenção:

Na última aula foi abordada a distinção entre registro, protocolo e distribuição. Porém o uso da expressão “protocolar a petição” acaba por atrapalhar a noção que o código apresenta, de distinção entre estes diferentes institutos.

Cabe esclarecer que o protocolo é um livro oficial, físico ou eletrônico, onde tem a autenticação da data de entrega da petição ou dos autos no tribunal. Esse ato de autenticar no livro oficial o protocolo está disposto no artigo 929 do CPC.

Art. 929. Os autos serão registrados no protocolo do tribunal no dia de sua entrada, cabendo à secretaria ordená-los, com imediata distribuição.

Além do registro e do protocolo, também se tem a distribuição que deve ser imediata e obrigatória. Quando há vários órgãos colegiados e vários relatores teoricamente competentes para o julgamento daquela causa, é preciso definir qual dentre estes será o competente para organizar, processar e decidir a demanda.

Conforme previsão do artigo art. 930, parágrafo único a seguir:

O primeiro recurso protocolado no tribunal tornará prevento o relator para eventual recurso subsequente interposto no mesmo processo ou em processo conexo.

O primeiro ponto a examinar nesse dispositivo é a conexão, que está prevista no artigo 55 do CPC, que ocorre quando há dois ou mais processos onde se é comum o pedido ou a causa de pedir entre duas ou mais demandas. A consequência da conexão é a reunião desses processos para a decisão em conjunto.

Originariamente a conexão tinha essa finalidade de reunião de duas ou mais demandas para processamento e julgamento simultâneo com base na economia processual, porque se evitava que fossem praticados os mesmos atos processuais.

O outro motivo era de evitar a prolação de decisões contraditórias ou conflitantes, sendo este o principal motivo, só que agora essa ideia de conexão precisa ser implementada no artigo 930 do CPC, pois a conexão é o critério de modificação da competência, não é a prevenção.

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O modo pelo o qual se tem a modificação de competência é a conexão, mas é preciso ter um critério que defina qual dentre aqueles órgãos competentes para o julgamento daquelas demandas conexas efetivamente será aquele que deverá reuni-las, processá-las e decidi-las, esse critério é a prevenção.

A prevenção, de acordo com artigo 59 do CPC é estabelecida pelo registro ou distribuição, conforme a seguir:

Art. 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo.

O registro é utilizado para juízos únicos ou para aqueles em que se tem exatamente definido pelo regimento interno do tribunal o órgão competente para julgar aquela demanda. Quando se tem vários órgãos teoricamente competentes é preciso distribuir o recurso ou a ação de competência originária.

Por exemplo, uma ação de competência originária do pleno, é o registro que vai decidir a prevenção. Quando há vários órgãos competentes para aquela matéria é feita a distribuição.

Analisando o que prevê o 930, parágrafo único do CPC, e se não for o primeiro recurso protocolado no tribunal, se for uma ação de competência originária, ela torna prevento o relator para os recursos interpostos naquele processo e nos processos conexos.

Tal situação não está clara na doutrina, mas a jurisprudência entende que é o recurso que torna prevento o relator, não ocorre o mesmo com ação de competência originária, nem incidente, nem remessa necessária.

Para aqueles que entendem que a remessa necessária tem natureza recursal, tal como Araken de Assis, Freddie Didier, é possível até falar que a remessa necessária acarreta prevenção.

Surge outra questão importante, como poderia o relator estar prevento para recurso interposto em processo conexo sem que o processo conexo esteja com ele, e ainda esteja vinculado a turma diversa?

É preciso entender que quando o legislador afirma que o relator se torna prevento em eventual recurso subsequente no mesmo processo não há problemas, mas em processo conexo isso significa que ele tem que vir para o órgão colegiado e ele se torna prevento em relação a todos os recursos interpostos contra decisões proferidas também naquele processo conexo.

É preciso enfrentar ainda, outra questão: A prevenção é do relator ou do órgão colegiado? Pelo código a prevenção é do relator, mas se o processo for conexo fica claro que assim como a prevenção é do relator também é do órgão colegiado, e o processo conexo tem que ser reunido a aquele que tramita perante o órgão colegiado prevento, para que o relator posso organiza-los e levá-los para que sejam decididos pelo órgão colegiado competente.

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Por exemplo, quando o processo A é distribuído para a 1ª Turma e o Processo B é distribuído para a 2ª Turma. Em seguida o 1° recurso é distribuído para a 1ª turma.

Isso acarreta a definição da 1ª turma como órgão colegiado competente para o julgamento daquele recurso e do relator para o processamento.

Se outro recurso é distribuído livremente e vai para a 2ª turma, este será remetido para a 1ª turma por prevenção.

Devemos apreciar também a hipótese do artigo 55 § 3o do CPC, no qual prevê a reunião para decisão em conjunto se houver risco de decisões conflitantes ou contraditórias, mesmo que não exista conexão.

Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir.

§ 3o Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão entre eles.

Dessa forma, se não existe conexão o critério da prevenção não tem porquê ser aplicado. Sendo que a reunião nesse caso é facultativa.

Mesmo que não haja conexão entre esses diferentes processos é possível a reunião dos recursos com a definição do relator que recebeu o primeiro recurso para o processamento e decisão daquele órgão colegiado desses dois recursos em trâmite? Na doutrina tal questão não está muito clara, há quem defenda essa possibilidade, (Fredie Didier/ Daniel Amorim), porque é uma possibilidade que o próprio código oferece.

Com base nisso, mesmo que o processo não seja conexo, mas se houver possibilidade de decisões contraditórias entre dois os mais recursos eles devem ser reunidos. Qual o critério para prevenção? Adota-se o artigo 930, parágrafo único do CPC.

É tendência se fazer uma interpretação mais restrita, fiel a disposição legal, para evitar tumulto processual, evitar burla ao princípio do juiz natural.

Que tipo de competência é a prevista no artigo 930, parágrafo único do CPC?

Art. 930 - Parágrafo único. O primeiro recurso protocolado no tribunal tornará prevento o relator para eventual recurso subsequente interposto no mesmo processo ou em processo conexo.

A doutrina entende que se trata de competência funcional do relator, de natureza absoluta. O relator pode examiná-la de oficio, ela é voltada para a proteção do interesse público, as partes podem alegá-la, não é possível dispor a seu respeito, não é possível qualquer tipo de modificação a critério das partes, uma série de regra que devem ser observadas.

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Regras estas definidas na doutrina, o STJ resolveu fazer uma interpretação distinta da natureza desse tipo de atividade do relator e estabelece que:

Art. 71. A distribuição da ação, do recurso ou do incidente torna preventa a competência do relator para todos os feitos posteriores referentes ao mesmo processo ou a processo conexo, inclusive na fase de cumprimento de decisão; a distribuição do inquérito e da sindicância, bem como a realizada para efeito da concessão de fiança ou de decretação de prisão preventiva ou de qualquer diligência anterior à denúncia ou queixa, prevenirá a da ação penal.

§ 1º Se o relator deixar o Tribunal ou transferir-se de Seção, a prevenção será do órgão julgador.

§ 2º Vencido o relator, a prevenção referir-se-á ao Ministro designado para lavrar o acórdão.

§ 3º Se o recurso tiver subido por decisão do relator no agravo de instrumento, ser-lhe- á distribuído ou ao seu sucessor.

§ 4º A prevenção, se não for reconhecida, de ofício, poderá ser arguida por qualquer das partes ou pelo órgão do Ministério Público, até o início do julgamento.

Embora a competência seja de natureza absoluta, as partes e o Ministério Público devem alegar a prevenção até o início do julgamento.

O STJ inovou porque se tratando de competência de natureza absoluta, ela poderia ser alegada a qualquer tempo e a qualquer grau de jurisdição. Nesse caso o STJ estabeleceu uma espécie de competência de natureza jurídica mista, segundo a doutrina, com um prazo limite.

Essa prevenção pode inclusive ser ampliada para alcançar a fase de cumprimento de sentença, por força do que dispõe o artigo 71, caput do RISTJ.

Essa prevenção do relator persiste ainda que o recurso tenha sido julgado anteriormente?

Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir.

§ 1o Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles já houver sido sentenciado.

Na doutrina a resposta é positiva, ainda que o recurso tenha sido julgado, a prevenção continua durante todo o trâmite do processo. Ainda que o recurso não tenha sido admitido, sendo posteriormente extinto sem análise do mérito. Nesses casos, ainda assim persiste a prevenção daquele relator ou do órgão colegiado.

A prevenção é importante porque não importa se o primeiro recurso foi julgado ou inadmitido, o que define a prevenção é o protocolo deste recurso.

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Vejamos outra disposição do CPC que faz menção a prevenção:

Art. 1.012. § 3o O pedido de concessão de efeito suspensivo nas hipóteses do § 1o poderá ser formulado por requerimento dirigido ao:

I - tribunal, no período compreendido entre a interposição da apelação e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-la;

Este relator que apreciar o pedido de efeito suspensivo automaticamente se tornará prevento para apreciar o mérito da apelação ou os recursos subsequentes.

Outras hipóteses nesse mesmo sentido:

Art. 1.029. O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos na Constituição Federal, serão interpostos perante o presidente ou o vice-presidente do tribunal recorrido, em petições distintas que conterão:

§ 5o O pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário ou a recurso especial poderá ser formulado por requerimento dirigido:

I – ao tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a publicação da decisão de admissão do recurso e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-lo;

Art. 1.037. Selecionados os recursos, o relator, no tribunal superior, constatando a presença do pressuposto do caput do art. 1.036, proferirá decisão de afetação, na qual:

I - identificará com precisão a questão a ser submetida a julgamento;

§ 3o Havendo mais de uma afetação, será prevento o relator que primeiro tiver proferido a decisão a que se refere o inciso I do caput.

Em todos esses casos o código segue a linha de prevenção do relator que examinar o primeiro requerimento apresentado. Observe que se o relator está prevento para julgamento, os outros recursos devem ser a ele dirigidos por dependência, direcionados àquele órgão colegiado prevento e o relator.

E se o relator que esta prevento deixa de atuar naquele órgão colegiado? O STJ no § 1º do artigo 71 do RISTJ enfrenta a questão:

§ 1º Se o relator deixar o Tribunal ou transferir-se de Seção, a prevenção será do órgão julgador.

§ 2º Vencido o relator, a prevenção referir-se-á ao Ministro designado para lavrar o acórdão.

Como estabelecer uma solução? Primeiro, deve-se verificar o regimento interno de cada tribunal, e em segundo, verificar qual dentre aqueles membros do órgão colegiado votou

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posteriormente ao relator quando do julgamento do primeiro recurso. Adota-se o artigo 71§ 2º do RISTJ.

Por fim, convém ressaltar que há também quem defenda que nessa hipótese, o órgão julgador não ficaria prevento e esses recursos deveriam ser distribuídos livremente, uma vez que são direcionados ao relator e não ao órgão colegiado.

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