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Bol. da PM n.º 124 09JUL Noções sobre o Tema Uso e Abuso de Poder

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Academic year: 2018

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Aj G – Bol da PM n.º 124 - 09 Jul 2004

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RCECS – CAP PM RG 57.379 Sérgio Câmara dos Santos Souza.

Cmdo UOpE:

Coordenador Tático:

MAJ PM RG 43.619 Fábio Rodrigues.

Coordenadores Operacionais:

BPVE – 1º TEN PM RG 63.372 Jorge Eduardo Prates da Silva.

GTM – 2º TEN PM RG 65.113 Glauber Roberto Telles Esteves.

Em conseqüência, ficam os Coordenadores Operacionais convocados para comparecer a reunião no EMG – PM/3, com toda a documentação pertinente a Operação Mercadoria Legal dentro de suas respectivas áreas de policiamento e atuação (relatório, cronograma, estatística, pauta de reuniões realizadas com representantes do sindicato das transportadoras de carga, etc.), conforme o cronograma abaixo:

Em 141500Jul04 – 15°, 20°, 21°, 24° e 34° BPM. Em 151500Jul04 – 7º, 11°, 12°, 26°, 30° e 35° BPM. Em 161500Jul04 – 8°, 25°, 29°, 32° e 36° BPM. Em 201500Jul04 – 10°, 28°, 33°, 37° e 38° BPM. Em 221500Jul04 – 1°, 4°, 5°, 6°, 13° e 17° BPM. Em 231500Jul04 – 3°, 9°, 14°, 16°, 18° e 22°BPM. Em 271500Jul04 – 2°, 19°, 23°, 27°, 31° BPM e RCECS. Em 281500Jul04 – BPTran, BPRV, BPVE e GTM.

Tomem conhecimento e providenciem a respeito os Órgãos interessados

(Nota nº 109 – 09/07 /2004 EMG-PM/3.)

4. NOÇÕES SOBRE O TEMA USO E ABUSO DO PODER

Todo agente seja político ou administrativo, possui determinados PODERES para a prática de a-tos, como uma conseqüência natural de sua autoridade, em razão do cargo que ocupa nas entidades e, parti-cularmente, nos órgãos respectivos, onde exerce as suas funções. Assim, a autoridade pública não é privilé-gio de qualquer um. Está inserida no contexto dos órgãos públicos, atribuída a uma pessoa física, legalmen-te investida, tais como os chefes do Poder Executivo, os Ministros, Secretários de Estado, parlamentares, magistrados, etc., todos agentes políticos, bem como, aos agentes administrativos, que representam a maio-ria e constituem a grande massa dos prestadores de serviços ao Estado, cuja investidura se dá através de concurso, cargos em comissão ou funções de confiança, além das contratações por tempo determinado, nos casos excepcionais (art. 37, II,V e IX, CF).

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coincidência com o crime de Usurpação de Função Pública (art. 328, CP). Assim, usar normalmente o poder é empregá-lo segundo os preceitos legais, o interesse público e o moral da instituição, consciente a autoridade pública de que o seu cargo ou a sua função devem sempre ser exercidos desvinculados de qual-quer interesse personalíssimo, o que caracteriza a administração particular.

A respeito do uso do poder, assevera MEIRELLES (1993, p. 94):

Usar normalmente do poder é empregá-lo segundo as normas legais, a moral da instituição, a finalidade do ato e as exigências do interesse público.

Quando a autoridade pública legalmente investida pratica um ato não inserido no contexto de sua competência ou se é competente, excede naquilo que o mandamento legal permite ou, ao contrário, des-cumpre normas a que estava obrigado ou, ainda, pratica ato de seu exclusivo interesse, ocorre o denomina-do ABUSO DE PODER, que MEIRELLES (1993, p. 95) leciona da seguinte forma:

O abuso do poder tanto pode revestir a forma comissiva (fazer) como a omissi-va (não fazer), porque ambas são capazes de afrontar a lei e causar lesão a direito indi-vidual do administrado. Citando Caio Tácito: ‘A inércia da autoridade administrativa, deixando de executar determinada prestação de serviço a que por lei está obrigado, lesa o patrimônio jurídico individual. É forma omissiva de abuso de poder, quer o ato seja do-loso e culposo.

O Abuso de Poder, também conhecido pela doutrina como Abuso de Autoridade, se manifesta de duas formas, segundo a conduta ilegal da autoridade: Excesso de Poder e Desvio de Poder ou Finalidade. Ocorre o excesso de poder quando a autoridade, embora possua competência para praticar o ato, ultrapassa os limites demarcados em lei ou não tem competência para praticá-lo, arrostando um direito fun-cional alheio.

Ocorre o desvio de poder ou de finalidade – também enseja a violação do principio da IMPES-SOALIDADE (art. 37, caput, CF), quando a autoridade pratica o ato sem interesse público ou utiliza-se do cargo ou função para satisfazer uma pretensão pessoal, não amparada em lei. Em outras palavras, a autori-dade pública desvia a sua competência, praticando atos por motivos e fins não objetivados pelo Direito Po-sitivo ou exigidos pelo interesse da coletividade, caracterizando, assim, numa violação moral ou ideológica da Lei. Dentro deste contexto, dependendo das circunstâncias, o intraneus (o policial, no caso) pode ser enquadrado na Lei de Improbidade Administrativa (Lei n° 8.429/92), que importe em ENRIQUECIMEN-TO ILÍCIENRIQUECIMEN-TO, PREJUÍZO AO ERÁRIO ou atente contra os PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚ-BLICA, p. ex., receber propina do jogo do bicho, usar viatura oficial para fazer compras nos supermerca-dos, etc, TUDO ISSO, SEM PREJUÍZO DE RESPONSABILIDADE PENAL, ADMINISTRATIVA E CIVIL, PELO MESMO FATO.

Ambas as hipóteses, ou seja, tanto o excesso quanto o desvio de poder ou de finalidade, podem ensejar as ações judiciais correspondentes, tendentes a anular os atos prejudiciais causados a terceiros ou a própria administração, bem como, para fins de sancionar a conduta desviante do funcionário, através dos seguintes remédios jurídicos: Mandado de Segurança (art. 5º, LXIX, CF, e Lei 1533/51), Direito de Re-presentação (art 5º, XXXIV, “a”, CF), Lei de Abuso de Autoridade (Lei nº 4898/65) e Ação Popular (art. 5º, LXXIII, CF e Lei 4.717/65), podendo levar, ainda, a Responsabilidade Objetivado Estado, vide art. 37, § 6º, CF.

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de responder criminal e administrativamente pelo fato, a vítima pode, ainda, acionar contra o Estado a actio civilis ex delicto (ação civil de reparação do dano), não havendo necessidade de se comprovar qualquer tipo de responsabilidade por parte daquele ente, que é objetiva.

Alerte-se, porém, que o Estado pode se voltar contra o funcionário autor do arbítrio, propondo a correspondente ação regressiva, objetivando obter o ressarcimento do prejuízo causado ao erário, se ficar comprovado que o agente desidioso agiu com dolo ou culpa.

Insta esclarecer que a Lei Federal nº 4.898/65, que regula o direito de representação e os proces-sos administrativo, civil e penal, contra as autoridades civis e militares que praticarem abuproces-sos no exercício da função (juizes, promotores, policiais, prefeitos, dentre outras), define nos artigos 3º e 4º, as condutas tí-picas que implicam em responsabilidade, cuja vítima, através de petição, poderá representar contra a auto-ridade que praticou o abuso, diretamente a autoridade superior desta, para fins das sanções administra-tivas; ao Ministério Público, a quem compete iniciar o processo crime; e ao juízo comum, para fins de reparação do dano.

Assim, a busca pessoal sem fundada suspeita, que afeta a liberdade de locomoção do indivíduo; praticar, sem justa causa, violência no ato de efetuar uma prisão; qualquer perturbação ao direito de: reuni-ão, exercício do trabalho, liberdade de consciência ou de crença, sigilo de correspondência e ao exercício do culto religioso, todas essas condutas infringem, respectivamente, as letras “a” a “j”, do artigo 3º, inclu-sive, tratadas com mais gravidade no citado dispositivo, porquanto, basta o simples ATENTADO a tais di-reitos para que os crimes se consumem, independendo, pois, da total violação.

Por outro lado, a prisão ilegal; a submissão de pessoa presa ou custodiada, a vexame ou constran-gimento ilegal; não comunicar ao juiz, imediatamente, a prisão ou detenção de qualquer pessoa; manter na prisão ou detenção, quem se proponha a prestar fiança; praticar atos lesivos a honra ou ao patrimônio de pessoa natural ou jurídica; etc., da mesma forma, implica em responsabilidade perante a citada Lei, conso-ante o artigo 4º, respectivamente, letras “a” a “i”.

Importa esclarecer, ainda, nesse contexto, que em sentido lato, todo agente policial, seja civil ou militar, independente do cargo que ocupa ou função que exerce, agindo nos limites de sua competência, são também considerados autoridades, conforme nos já vem ensinando a moderna doutrina, embora o art. 301, do CPP, faça essa separação.

Convém enfatizar, por fim, que a conduta criminosa do policial militar, estando no exercício da função ou a pretexto de exercê-la, somente se enquadra na Lei de Abuso de Autoridade, se não houver ca-pitulação no CÓDIGO PENAL MILITAR (Decreto-Lei Federal nº 1.001, de 21 de outubro de 1969), ob-servadas as condições estabelecidas no seu art. 9º, incisos I a III e § único, citando como exemplos, a lesão corporal, a violação de domicílio, sendo estas consumadas e a concussão, infringem, respectivamente, os artigos 209, 226 e 305, da lei castrense. Caso contrário, ou seja, ocorrendo a capitulação penal cumulativa, salvo as responsabilidades civis e internas da administração pelo mesmo fato, que são independentes en-tre si (MEIRELLES: 1993, p. 413/414), haveria o chamado bis in idem, que significa a responsabilidade dupla pelo mesmo fato, in casu, inaceitável à luz do nosso ordenamento jurídico. É assim porque a lei penal militar, por ser especial, em regra, prevalece sobre qualquer outro dispositivo, principalmente sobre a lei de abuso de autoridade, que é anterior – vigora a partir de 1965, exercendo aquele, portanto, caráter revogató-rio sobre esta pelo mesmo fato, consoante deixa transparecer o art.409 c/c o art. 410, do mencionado dispo-sitivo, verbis:

Art. 409 – São revogados o Decreto-lei nº 6.227, de 24 de janeiro de 1994, E DEMAIS DISPOSIÇÕES CONTRÁRIAS A ESTE CÓDIGO, salvo as leis especiais que definem os crimes contra a segurança nacional e a ordem política e social (grifo nos-so).

Referências

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