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A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS E DAS BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

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Academic year: 2018

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MARINA JOAQUIM PELLEGRINE

A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS E DAS BRINCADEIRAS

NA EDUCAÇÃO INFANTIL

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO FACULDADE DE EDUCAÇÃO

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MARINA JOAQUIM PELLEGRINE

A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS E DAS BRINCADEIRAS

NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Trabalho apresentado como requisito para conclusão da Habilitação Educação Infantil à comissão de professores responsáveis pelo Curso: Profas. Dras. Maria Angela

Barbato Carneiro, Marisa Del Cioppo Elias, Neide de Aquino Noffs e Neide Barbosa Saisi, sob a orientação da Profa. Dra. Maria Angela Barbato Carneiro.

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO FACULDADE DE EDUCAÇÃO

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Dedico este trabalho,

Aos meus pais que muito me ajudaram a chegar onde estou e nunca estiveram ausentes com seu carinho e afeto.

À minha irmã in memoriam pelo exemplo de simplicidade, persistência e coragem em suas metas.

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AGRADECIMENTOS

À Deus, por iluminar meu caminho e me dar forças para seguir sempre em frente.

À vida, por ter me dado a oportunidade de vencer mais uma etapa.

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"Através de uma brincadeira de criança, podemos compreender como ela vê e constrói o mundo o que ela gostaria que ele fosse, quais suas preocupações e que problemas a estão assediando. Pela brincadeira, ela expressa o que teria dificuldade de colocar em palavras. Nenhuma criança brinca só para passar o tempo, sua escolha é motivada por processos íntimos, desejos, problemas, ansiedades. O que está acontecendo com a mente da criança determina suas atividades lúdicas; brincar é sua linguagem secreta, que devemos respeitar mesmo se não a entendemos".

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RESUMO

Este trabalho refere-se à importância dos jogos e das brincadeiras para o desenvolvimento das crianças. Tem como objetivo conhecer de que modo ele favorece a construção do conhecimento na criança, o desenvolvimento do processo de socialização, bem como a autonomia. É através do jogo que a criança constrói suas estruturas mentais, passando de um estágio de desenvolvimento para outro mais avançado. Por tratar-se de uma comparação entre os trabalhos de dois estudiosos sobre o assunto, Piaget e Vygotsky, esta investigação tem um caráter teórico utilizando-se de diferentes autores que a eles se referiram. Tais estudos permitiram levantamento de indagações e alertas aos profissionais sobre o tema.

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SUMÁRIO

Introdução...8

1. Justificativa e origem...9

2. Objetivo...11

3. Metodologia...12

4. Referencial Teórico...13

4.1. Piaget...13

4.2. Vygotsky...16

5. Vygotsky x Piaget...19

6. Papel do Professor...21

Considerações finais...24

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INTRODUÇÃO

O brincar provoca benefícios no processo de desenvolvimento da criança.

Resgatar o lúdico, nas escolas passou a ser de importância vital para as crianças que de certo modo não brincam mais como antigamente, ou por falta de espaço, por falta de tempo e até mesmo de companheiros ou ainda pelo perigo de se brincar na rua.

Com isso a criança foi perdendo o estímulo pelo brincar livre e deixando para trás a riqueza e a variedade de jogos e brincadeiras que poderia aprender com seus pares ou com seus familiares.

Hoje se vê no brincar uma forma de proporcionar a construção do conhecimento, desenvolver várias habilidades, autonomia, auto-estima, a sociabilidade, criatividade, tornando, portanto, muito importante o seu resgate.

Através de uma pesquisa teórica e levantamento dos conteúdos, fiz uma seleção reflexiva dos pontos relevantes tirados de livros, revistas e Internet.

No primeiro e segundo capítulo, usei Piaget e Vygotsky para explicar sobre o brincar, mostrando o que cada pensador acredita sobre os jogos e brincadeiras.

Em seguida, foi feito um paralelo entre os dois estudiosos Piaget e Vygotsky , apontando semelhanças e diferenças dos mesmos em relação à brincadeira e ao jogo.

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1. JUSTIFICATIVA E ORIGEM

Hoje em dia as crianças não brincam mais como antigamente. São sobrecarregadas de atividades extracurriculares como natação, inglês, ginástica, teatro, computação, etc... que não deixam de ser necessárias e importantes, mas que devido a elas, acaba sobrando pouco tempo para o jogo, o brincar, a espontaneidade, a fantasia.

Além disso, devido ao perigo e a falta de segurança nas grandes cidades, as crianças não ficam mais na rua e esta diversão está sendo substituída por videogame, computador, televisão, etc...

A criança ao brincar em espaços amplos como a rua, por exemplo, desenvolve o cognitivo, o social, o físico e o emocional. Além de se inserir na cultura do seu tempo e do seu grupo.

Segundo Friedmann (2006) o brincar deve fazer parte do cotidiano da criança. Estimular o lúdico de forma ampla, através de oficinas de construção de brinquedos, teatro, jogos e brincadeiras, onde possam resgatar as atividades lúdicas dos nossos pais e avós. Essa dinâmica irá contribuir para a ampliação dos conhecimentos da cultura lúdica tradicional e o diálogo entre as gerações, além de vínculos e criatividade.

Brincar para a criança, além de ser prazeroso estimula sua imaginação, promove a integração, a convivência e a comunicação entre as crianças.

Por isso, a Educação Infantil passou a assumir esse compromisso. Desenvolver a criança através do lúdico, do brincar .

Esse compromisso não deve ser assumido apenas pelo professor da classe, mas por todas as pessoas que direta ou indiretamente estão envolvidas com a criança.

Para o desenvolvimento amplo da criança a escola tem um papel fundamental que é o de estimular as habilidades, a autonomia, o respeito mútuo, a auto-estima e a criatividade, valorizar suas produções e respeitar seus interesses. É importante que a criança seja ouvida.

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desenvolvendo na criança o interesse pelas brincadeiras e conscientizando-a de que aquela ação brincar , desenvolve seus conhecimentos.

O brincar possui grandes benefícios para a formação da criança, como: socializar-se, desenvolver habilidades, movimentar-se, ter noção de tempo e espaço, melhorar a coordenação motora fina, respeitar regras, criar e recriar, desenvolver a motricidade, entre outros.

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2. OBJETIVO

Diante das necessidades apresentadas anteriormente se constituem em objetivos desse trabalho:

Entender melhor o quanto o brincar é essencial para o bom desenvolvimento da criança.

Conhecer de que modo ele proporciona a construção do conhecimento.

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3. METODOLOGIA

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4. REFERENCIAL TEÓRICO

Piaget

Piaget usava o termo jogo para conceituar a ação de brincar.

Para Piaget, o jogo era visto como próprio da infância e do universo da criança, independente até mesmo do funcionamento da inteligência.

Segundo o autor considera, as etapas de desenvolvimento das crianças são muito importantes para o entendimento da atividade lúdica e seus efeitos na infância. Desta forma, divide as etapas de desenvolvimento em:

- Período sensório-motor (0 a 2 anos): o desenvolvimento ocorre a partir da atividade reflexa para a representação e soluções sensório-motoras dos problemas.

- Período pré-operacional (2 a 7 anos): aqui o desenvolvimento ocorre a partir da representação sensório-motora para as soluções de problemas e segue para o pensamento pré-lógico.

- Período Operacional Concreto (7 a 11 anos): O desenvolvimento vai do pensamento pré-lógico para as soluções lógicas de problemas concretos.

- Período de Operações Formais (11 a 15 anos): A partir de soluções lógicas de problemas concretos para asa soluções lógicas.

Somente o período sensório-motor e o período pré-operacional tratam especificamente à educação infantil.

Com relação ao jogo, Piaget (1998) acredita que ele é essencial na vida da criança, pois prevalece a assimilação. No jogo, a criança se apropria daquilo que percebe da realidade. O jogo não é determinante nas modificações das estruturas, mas pode transformar a realidade.

Para Piaget (1978), o jogo infantil é dividido em três tipos: jogos de exercício, simbólico e com regras.

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membros superiores passam a se transformar em uma nova etapa dos jogos de exercício, a construção. Assim, o jogo com exercício, é aquele em que a criança repete uma determinada situação por puro prazer, por ter apreciado seus efeitos. O importante é a possibilidade de repetição e é dessa maneira que se formam os hábitos.

Após este período, aproximadamente entre 2 a 4 anos, surgem os jogos simbólicos, que é a representação corporal do imaginário. São exercícios onde a criança utiliza sua imaginação, primeiramente de forma individual, para representar papéis, situações, comportamentos, realizações, utilizar objetos substitutos. Ou seja, nesta fase, os jogos satisfazem a necessidade da criança de não somente relembrar o mentalmente acontecido, mas de executar a representação. Suas características são: a liberdade de regras (menos as criadas pela criança); ausência de objetivo explícito ou consciente para a criança; assimilação da realidade do eu ; desenvolvimento da imaginação e da fantasia; e lógica própria com a realidade.

A fase do faz-de-conta é extremamente importante, pois permite o desenvolvimento do simbolismo, fundamental para a aprendizagem da leitura e da escrita.

Isso só é possível porque a criança já é capaz de perceber, observar, discriminar e analisar.

Por fim o último tipo de jogo é o jogo com regras (a partir de 5 anos). Aqui as crianças passam do individual para o social. Os jogos possuem regras básicas, necessitam de interação entre as crianças e permitem a aprendizagem de regras de comportamento. Permitem ainda, respeito às idéias e argumentar bem como favorecem a construção de relacionamentos afetivos. Assim, os jogos com regras, são transmitidos socialmente de criança para criança ou através dos adultos e por conseqüência vão aumentando de importância de acordo com o progresso de seu desenvolvimento social.

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Ao citar os estudos de Bruner, Piaget mostrou que os jogos de regras são considerados como uma ferramenta indispensável para este processo. Através do contato com o outro a criança vai internalizar conceitos básicos de convivência. A brincadeira e os jogos permitem uma flexibilidade de conduta e conduz a um comportamento exploratório até a consecução do modelo ideal de se portar, com o próximo, resultado de experiências, conflitos e resoluções destes.

Para Piaget o jogo constitui-se em expressão e condição para o desenvolvimento infantil, já que as crianças quando jogam assimilam e podem transformar a realidade. Quando a criança joga ela assimila o mundo exterior, incorporando os objetos que a cercam ao seu eu e é assim que constrói o conhecimento.

Segundo Piaget, todo o jogo possui critérios que diferenciam das atividades não-lúdicas. Esses critérios podem ser: o jogo obrigatório, onde o participante geralmente perde o interesse, porém se preocupa com o resultado da sua atividade. O outro é o jogo espontâneo, que também possui regras a serem seguidas, portanto não é livre. Tem também o jogo do prazer que assimila o real ao eu, onde o prazer lúdico seria a expressão afetiva dessa assimilação.

No jogo pode-se também encontrar a libertação dos conflitos ou por ignorá-lo ou por uma solução compensatória.

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4.2. Vygotsky

Vygotsky usava o termo brinquedo para conceituar a ação de brincar. No brincar, para Vygotsky, a criança cria uma situação imaginária onde existe, sempre, regras nas brincadeiras, pelo simples fato de que a partir do momento em que existe uma situação imaginária esta tem regras de comportamento que são representadas na brincadeira.

Para Vygotsky (1989), há dois elementos importantes na atividade lúdica das crianças no que se refere aos jogos de regras: o jogo com regra explícita e o jogo com regras implícitas. O primeiro destes fatores são as regras pré-estabelecidas pelas crianças e que sua não realização é considerada uma falta grave. O outro segmento são as regras que estão propriamente ditadas, mas entende-se que são necessárias para o seguimento do jogo, portanto, as regras implícitas oferecem a criança uma noção de entendimento às regras ocultas, mas necessárias.

Vygotsky (1998), considera que o desenvolvimento ocorre ao longo da vida e que as funções psicológicas superiores são construídas ao longo dela. Ele não estabelece fases para explicar o desenvolvimento e para ele o sujeito não é ativo nem passivo: é interativo uma vez que está continuamente se relacionando com o meio e com os outros.

Segundo ele, a criança usa as interações sociais como formas privilegiadas de acesso às informações: aprendem a regra do jogo, por exemplo, através dos outros e não como resultado de um engajamento individual na solução de problemas. Assim, aprende a regular seu comportamento pelas reações, quer elas pareçam agradáveis ou não.

Para Vygotsky a aquisição do conhecimento se dá através das zonas de desenvolvimento: a real e a proximal. A zona de desenvolvimento real é a do conhecimento já adquirido, é o que a pessoa traz consigo, já a proximal, só é atingida, de início, com o auxílio de outras pessoas mais capazes , que já tenham adquirido esse conhecimento.

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qual fantasia, imaginação e realidade interagem na produção de novas possibilidades de interpretação, de expressão e de ação pelas crianças, assim como de novas formas de construir relações sociais com outros sujeitos, crianças e adultos.

Vygotsky, apud por Lins (1999), classifica o brincar em algumas fases: durante a primeira fase a criança começa a se distanciar de seu primeiro meio social, representado pela mãe, começa a falar, andar e movimentar-se em volta das coisas. Nesta fase, alcança o ambiente por meio do adulto e pode-se dizer que a fase estende-se até em torno dos sete anos. A segunda fase é caracterizada pela imitação, a criança copia os modelos dos adultos. A terceira fase é marcada pelas convenções que surgem de regras e convenções a elas associadas.

Vygotsky (1989: 109), afirma que: é enorme a influência do brinquedo no desenvolvimento de uma criança. É no brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva, ao invés de numa esfera visual externa, dependendo das motivações e tendências internas, e não por incentivos fornecidos por objetos externos.

Para Vygotsky a relação entre o jogo e a aprendizagem é muito importante, desta forma, o desenvolvimento cognitivo e a Zona de Desenvolvimento Proximal tem um papel fundamental para seu entendimento. O desenvolvimento cognitivo resulta da interação entre a criança e as pessoas com quem mantém contato regulares. Já a Zona de Desenvolvimento Proximal, é diferença entre o desenvolvimento atual da criança e o nível que atinge quando resolve problemas com auxílio, o que leva à conseqüência de que as crianças podem fazer mais do que conseguiam fazer por si sós.

"No desenvolvimento a imitação e o ensino desempenham um papel de primeira importância. Põem em evidência as qualidades

especificamente humanas do cérebro e conduzem a criança a atingir novos níveis de desenvolvimento. A criança fará amanhã sozinha aquilo que hoje é capaz de fazer em cooperação. Por conseguinte, o único tipo correto de pedagogia é aquele que segue em avanço relativamente ao desenvolvimento e o guia; deve ter por objetivo não as funções maduras, mas as funções em vias de maturação"

(Vygotsky, 1979:138).

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capacidade de planejar, imaginar situações diversas, representar papéis e situações do cotidiano, como também, o caráter social das situações lúdicas, seus conteúdos e as regras ligadas a cada situação.

No jogo simbólico, geralmente, as condições para que a criança se estabeleça estão presentes, pois, nesse jogo encontra-se uma situação imaginária sujeita à certas regras de conduta. Essas regras fazem parte do jogo simbólico, mas não têm o caráter de antecipação e sistematização como nos jogos habitualmente de regras.

No jogo simbólico a criança ensaia papéis e comportamentos, se projeta em atividades dos adultos, ensaia valores, hábitos, atitudes e situações para os quais não está preparada na vida real, atribuindo-lhes significados que estão muito distantes das suas possibilidades efetivas. Desta forma, sua atuação nesse mundo imaginário cria uma Zona de Desenvolvimento Proximal formada por conceitos ou processos em desenvolvimento.

Assim, para Vygotsky a situação imaginária e a regra caracterizam o jogo infantil.

O papel da imaginação, também é de grande importância no jogo, pois neste, a criança representa e produz muito mais do que aquilo que viu.

Todos conhecemos o grande papel que nos jogos da criança desempenha a imitação, com muita freqüência estes jogos são apenas um eco do que as crianças viram e escutaram aos adultos, não obstante estes elementos da sua experiência anterior nunca se reproduzem no jogo de forma absolutamente igual e como

acontecem na realidade. O jogo da criança não é uma recordação simples do vivido, mas sim a transformação criadora das

impressões para a formação de uma nova realidade que responda às exigências e inclinações da própria criança (Vygotsky, 1999:12).

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5. VYGOTSKY x PIAGET

O brincar ou o jogar, segundo Piaget e Vygotsky é uma atividade extremamente importante para a criança, pois estabelece e reforça os vínculos afetivos dela com seus pares e com os adultos.

Tanto em Vygotsky como em Piaget se fala numa transformação do real por exigência das necessidades da criança, mas enquanto para Piaget a criança transforma a realidade a partir das suas necessidades e expectativas, para Vygotsky a criança cria a partir do que conhece, das oportunidades do meio e em função das suas necessidades e preferências.

Para Piaget (1975) no jogo predomina a assimilação, ou seja, a criança assimila no jogo o que percebe da realidade, proporcionando alterações das estruturas mentais.

O processo de conhecimento para Piaget se dá através da percepção de que o sujeito tem do seu mundo e isso ocorre através de vários estágios, onde cada um deles ocorre apenas quando há o equilíbrio que é fruto da assimilação e acomodação feita no estágio anterior. O conhecimento surge a partir da ação do sujeito sobre a realidade. Já para Vygotsky, o sujeito é interativo porque constitui conhecimento a partir das relações intra e interpessoais. O conhecimento é proveniente das relações. Porém, ambos reconhecem o papel ativo da criança na construção do conhecimento durante a atividade lúdica.

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Piaget tinha como principal interesse estudar o desenvolvimento das estruturas lógicas, enquanto Vygotsky pretendia entender a relação do pensamento com a linguagem e suas implicações no processo de desenvolvimento intelectual.

Na visão de Piaget, a aprendizagem depende do estágio de desenvolvimento atingido pelo sujeito, para Vygotsky, a aprendizagem favorece o desenvolvimento das funções mentais. Embora Vygotsky concorde que a aprendizagem ocorre muito antes da chegada da criança à escola, ele também atribui um valor significativo à aprendizagem escolar, que no seu dizer "produz algo fundamentalmente novo no desenvolvimento da criança". Para Vygotsky a linguagem tem um papel definitivo na organização do raciocínio, pois age decisivamente sobre este, reestruturando diversas funções psicológicas, como a atenção, a memória, a formação de conceitos.

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6. PAPEL DO PROFESSOR

O papel do professor no processo de educação infantil é de grande importância, pois é ele quem cria os espaços, disponibiliza materiais, participa das brincadeiras, ou seja, faz a mediação da construção do conhecimento.

Existe uma tendência forte em subordinar a aprendizagem ao desenvolvimento, onde primeiro se desenvolve as capacidades cognitivas e depois os conceitos que envolvem tais capacidades.

É necessária uma série de aprendizagens para que ocorra o desenvolvimento.

A partir disso, entende-se que a maturação por si só não seria capaz de produzir funções psicológicas próprias do ser humano, mas sim a aprendizagem, que interagindo com outras pessoas, nos dá a possibilidade do desenvolvimento psicológico.

Portanto, o desenvolvimento não surge do nada, ele é construído à partir do conhecimento pré existente. Através de um processo de estimulação e observação constante, a criança desenvolve suas aptidões, melhorando suas capacidades. Essa tarefa cabe aos pais e aos educadores, pois estarão ajudando a criança em seu avanço pessoal.

É necessário que o professor procure ampliar cada vez mais as vivências da criança com o ambiente físico, com brinquedos, brincadeiras e com outras crianças. Um ambiente físico muito rico ajuda a diversificar as experiências na criança, permite que ela estabeleça relações, descubra e aprenda.

O professor deverá contemplar a brincadeira como princípio norteador das atividades didático-pedagógicas, possibilitando às manifestações corporais encontrarem significado pela ludicidade presente na relação que as crianças mantêm com o mundo. Porém é importante que ele utilize o lúdico não apenas do ponto de vista metodológico, mas que ofereça situações em que a criança tenha a oportunidade de escolha e até mesmo prepare o ambiente para que ela possa, através dele, descobrir coisas novas e aprender.

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jogo não é inato. Além disso, o docente deve ter uma atitude de observação que lhe permitirá conhecer muito sobre as crianças com que trabalha.

É importante também a organização dos espaços, que devem ser amplos, bem diferenciados, de fácil acesso e especializados, onde possam realizar tarefas conjuntas de todo o grupo. O espaço torna-se uma condição básica para dinâmica de trabalho, baseada na autonomia e na atenção individual de cada criança.

O espaço na educação é constituído como uma estrutura de oportunidades, que deve sempre favorecer o desenvolvimento das atividades instrutivas. Na sala de aula ele deve ser cuidadosamente organizado de forma a despertar o interesse da criança. Hoje se trabalha muito com os cantos , onde a criança escolhe o seu espaço e desenvolve nele a construção das atitudes, comportamentos, procedimentos e conhecimentos que formam sua cultura.

Para selecionar materiais adequados, o professor precisa estar atento à idade e às necessidades das crianças, de acordo com a etapa de desenvolvimento em que se encontra. O material deve ser suficiente tanto quanto à quantidade, como pela diversidade e pelo interesse. É importante respeitar e propiciar elementos que favoreçam a criatividade das crianças.

O professor deve permitir que as crianças repitam jogos, porque isso permite que elas se sintam mais seguras e, conseqüentemente, mais autônomas. Quando conhecem bem algum jogo, sentem prazer em repetir os mesmos, seguras e animadas, por conseguirem realizar o que estava sendo esperado pelo adulto.

Introduzindo novos personagens ou novas situações, o professor, pode tornar o jogo mais rico e interessante para as crianças, aumentando inclusive a possibilidade de aprendizagem. Valorizar as atividades das crianças, interessando-se por elas, animando pelo esforço e evitando competição. Quando o professor não observa atentamente as crianças no momento de um jogo, não consegue perceber seu desenvolvimento, acompanhar sua evolução, suas novas aquisições, as relações com as outras crianças e com os adultos e favorecer sua aprendizagem e desenvolvimento.

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procurem resolver esses conflitos, ensinando-lhes a chegar a acordos, compartilhar e negociar.

Através dos jogos, a criança tem como expressar seus interesses, preferências e necessidades, desta forma, o professor deve propiciar a elas novas oportunidades e novos materiais que enriqueçam suas atividades lúdicas, respeitando os interesses e as necessidades de cada uma delas de forma a não forçá-las a realizar determinado jogo ou participar de um jogo coletivo.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho teve por objetivo analisar a importância e a necessidade dos jogos e brincadeiras para o desenvolvimento e a aprendizagem na criança, favorecendo, ainda, o processo de socialização. O lúdico viabiliza esse processo.

Ao brincar a criança adquire hábitos e atitudes para o convívio social, para seu crescimento intelectual e enfrenta desafios, buscando soluções para resolver seus próprios problemas ou dificuldades.

Durante as brincadeiras elas trocam informações sobre o seu modo de pensar, o que facilita e permite ter diversas perspectivas sobre uma mesma situação.

As crianças mostram através dos jogos e brincadeiras uma percepção de si, o que possibilita também observar o outro e assim facilitar o convívio social e o processo de aprendizagem.

Através da representação simbólica é possível trabalhar a tomada de consciência das limitações de si e do outro possibilitando o reconhecimento dos limites entre o real e o simbólico.

É através do lúdico que a criança expressa seus sentimentos, bem como habilidades e dificuldades, se organizando melhor, ficando mais segura e mais colaborativa.

Neste sentido, é muito importante olhar o todo, ou seja, não focar somente um único conteúdo até que a criança aprenda, mas, sim, observar qual é a causa implícita da dificuldade. Fazer com que a criança aprenda a pensar, para perceber suas reais dificuldades bem como habilidades. Assim, pode-se então falar em facilitar o que aqui se chama de processo de aprendizagem.

Finalizando, considero que este trabalho atingiu o objetivo proposto, ou seja, mostrar a importância do lúdico no desenvolvimento e na aprendizagem ajudando, ainda, na socialização.

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