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Esteroides Anabolizantes

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Academic year: 2021

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Esteroides

Anabolizantes

14/08/2021 Centro de Estudos D r. J o r g e J a b e r P r e s i d e n t e d o C E C J J G r a n d e B e n f e i t o r d a A N M C o o r d e n a d o r A c a d ê m i c o P U C - R i o

(2)

Os esteroides androgênicos anabólicos (EAAs), mais conhecido como

anabolizantes e popularmente como “bomba”, são drogas sintéticas

análogas ao hormônio sexual masculino, a testosterona.

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Definição

Hormônios esteroides atravessam a membrana plasmática e se ligam em

receptores nucleares da célula-alvo, induzindo a síntese de proteínas.

São hormônios esteroides:

cortisol

aldosterona

progesterona

estrogênio

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Definição

Quais são as funções dos hormônios esteroides?

Hormônios esteroides derivam do colesterol.

Observe as funções dos hormônios:

Colesterol Pregnenolona Progesterona Cortisol (glicocorticoide) Corticoesteroide Testosterona/ Estradiol (mineralocorticoide) Aldosterona (mineralocorticoide) Afeta o metabolismo de proteínas e carboidratos Suprime resposta imune, inflamação e reações alérgicas

Regula a reabsorção de sódio, cloreto e bicarbonato nos rins

Hormônios sexuais masculino e feminino: influencia em características

sexuais secundárias Regula o ciclo menstrual

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Os andrógenos, uma das classes de hormônio esteroides em específicos, são hormônios sexuais masculinos (sendo a testosterona, o principal deles) produzidos principalmente pelos testículos e, em menores proporções, pelas adrenais e pelos ovários.

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Efeitos anabólicos Efeitos androgênicos

Aumento da retenção de nitrogênio Crescimento do pênis Aumento da massa muscular Aumento da libido

Redução dos estoques de gordura corporal Espessamento das cordas vocais Aumento da concentração de

hemoglobina Crescimento de pelos no corpo e na face Aumento do hematócrito Padrão masculino dos pelos pubianos Aumento da disposição de cálcio nos ossos Aumento da secreção das glândulas

sebáceas

Efeitos anabólicos e androgênicos

da testosterona

Efeitos

Os efeitos anabólicos estimulam a fixação de nitrogênio e aumentam a

síntese proteica.

Os efeitos androgênicos são responsáveis pelo desenvolvimento dos

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1939:

Boje sugeriu que os hormônios sexuais poderiam aumentar o desempenho atlético.

História

1945:

Com a publicação The Male Hormone, do escritor Paul de Kruiff, cresce a popularidade da testosterona no meio atlético.

1935:

A testosterona foi sintetizada, pela primeira vez, por Lavoslav Ružička.

Lavoslav Ružička Cientista e químico suíço

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História

No final dos anos 40 e no início dos anos 50:

Fisiculturistas da Costa Oeste dos Estados Unidos começaram a experimentar preparados de testosterona.

1954:

Registro histórico do uso de hormônios sexuais no aumento do desempenho em campeonatos mundiais, quando foram utilizados por atletas russos durante o Campeonato Mundial de Levantamento de Peso, em Viena, na Áustria.

Arkady Vorobiev, 1954

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1956:

A metandrostenolona, comercializada com o nome de Dianabol, tem relatos de eficácia da droga e difundiu-se pela comunidade de levantadores de peso.

1964:

Olimpíadas de Tóquio, os EAA foram largamente utilizados em diversas modalidades.

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1976:

Controle de dopagem para detecção de anabolizantes foram feitos somente na Olimpíada de Montreal.

História

1988:

O caso mais conhecido de uso de EAA foi o do corredor canadense Ben Johnson, medalha de ouro nos 100m rasos nas Olimpíadas de Seul, cujo exame detectou a presença dos metabólitos do anabolizante estanozolol.

“Johnson vence a final dos 100m em Seul, mas ficaria sem o ouro por causa de doping”

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2000:

Nas Olimpíadas de Sidney, a nandrolona foi o anabolizante que ganhou destaque após a revelação do exame de diversos atletas importantes de modalidades esportivas que geralmente não empregavam anabolizantes.

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História

• Segundo o Comitê Olímpico Internacional (COI), doping é definido como o uso de qualquer substância endógena ou exógena em quantidades ou vias anormais com a intenção de aumentar o desempenho do atleta em uma competição.

• Juntamente com os 2-b-agonistas, os EAA pertencem à classe dos agentes anabólicos que, somados a estimulantes, narcóticos, diuréticos e hormônios peptídicos, glicoproteicos e análogos, compõem as substâncias proibidas no esporte.

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Os esteroides anabolizantes têm sido modificado muitas vezes para

maximizar os efeitos anabólicos e minimizar os efeitos androgênicos.

O Uso

Os anabolizantes podem ser utilizados por administração via oral (VO) ou injetável intramuscular (IM).

Os anabolizantes são administrados, geralmente, em doses supra fisiológicas, que podem chegar a até 500mg/dia consumidos por várias semanas ou meses.

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1) “Ciclo”

Refere-se a qualquer período de uso de tempos em tempos, variando de 8 a 14 semanas.

2)”Pirâmide”

Começa com pequenas doses, que são aumentadas progressivamente até o ápice, e que, após atingir a dosagem máxima, são reduzidas regressivamente até o fim do período.

A forma como os anabolizantes são usados por atletas obedece a três metodologias:

O Uso

3) “Stacking”

(uso alternado de esteroides de acordo com a toxicidade) Refere-se à vários esteroides ao mesmo tempo.

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Dentre essas drogas, o Deca-durabolin ® é o mais usado entre os praticantes de esporte de força, pois se torna um esteroide mais anabólico que androgênico devido a um reduzido potencial de conversão para estradiol.

Entre os esteroides anabolizantes androgênicos mais consumidos constam:

Por VO. Por IM.

Oxandrolona (Anavar ®) Nandrolona (Deca-durabolin ®) Estanozolol (Wintrol ®) Fempropionato de nadralona (Durabolin ®) Metandrostenolona (Dianabol ®) Cipionato de testosterona (Depo-testosterona ®) Oximetolona (Anadrol ®) Undecilanato de boldenona (Equipoise ®)

Exemplos

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Os anabolizantes, assim como a testosterona, são metabolizados no fígado e 90% de seus metabólitos são excretados na urina (somente pequenas quantidades são eliminadas inalteradas).

O tempo de detecção dessas substâncias no organismo é variável e depende do tipo de anabolizante utilizado e do teste empregado.

(17)

Um dos pontos importantes no contexto do uso dos anabolizantes é a insatisfação corporal, tão comum entre mulheres e homens de todas as idades.

Estudos sobre o tema, apontam a influência da mídia na definição do corpo ideal masculino e feminino.

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A. Síndrome da dismorfia muscular

Alterações

Psiquiátricas

Preocupação com a ideia de que o corpo é insuficientemente magro ou pouco musculoso.

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A. Síndrome da dismorfia muscular

Alterações

Psiquiátricas

Negligenciar atividades sociais e ocupacionais importantes por vergonha de suas falhas de aparência percebidas ou sua necessidade de atender a uma meticulosa dieta e a treinos que consomem tempo excessivo.

Alto risco de desenvolver piora no quadro de dismorfia muscular após o início do uso das substâncias.

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B. Agressividade e Ansiedade

Desenvolvimento de comportamento extremamente violento, em geral denominado roids rage, mesmo em indivíduos sem história de antecedentes psiquiátricos.

Alterações

Psiquiátricas

Alta prevalência de diagnósticos de transtornos relacionados à ansiedade, particularmente nos usuário no período de abstinência de anabolizantes.

Os esteroides anabolizantes podem causar paranoia, depressão e um comportamento explosivo conhecido como “roid rage".

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C. Transtorno do humor: hipomania, mania e depressão

Alterações

Psiquiátricas

Doses supra fisiológicas podem causar sintomas de:

Hipomania e mania associados a agressividade e violência

Sintomas depressivos (principalmente durante a abstinência da substância)

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D. Dependência de anabolizantes

Alterações

Psiquiátricas

A progressão para dependência de anabolizantes pode ser catalisada por transtornos de imagem corporal podendo desenvolver um padrão disfuncional crônico no uso cada vez que se tornam mais insatisfeitos com sua forma corporal.

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A. Sistema cardiovascular

Alterações

Clínicas

Hipertensão

Cardiomiopatia

Hipertrofia ventricular esquerda

Dislipidemia

Aterosclerose

Isquemia miocárdica

Efeitos adversos sobre coagulação e agregação plaquetárias

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B. Sistema neuroendócrino

Alterações

Clínicas

Supressão do eixo hipotálamo-hipófise-gonadal

Infertilidade

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C. Sistema hepático

Alterações

Clínicas

Peliose hepática

Colestase intra-hepática

Adenoma hepático

Carcinoma hepático

Angiossarcoma hepático

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D. Sistema reprodutor

Alterações

Clínicas

Nos homens:

Redução na produção de espermatozoides

Atrofia dos testículos

Impotência

Dificuldade ou dor para urinar

Ginecomastia

Priapismo

Hipertrofia prostática

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D. Sistema reprodutor

Alterações

Clínicas

Nas mulheres:

Virilização manifestada pela:

Diminuição da gordura corporal

Diminuição do tamanho dos seios

Voz mais grave

Irregularidades menstruais

Aumento do clitóris

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DSM-5

Diagnóstico

Na prática, os clínicos usam os critérios de “Transtornos relacionados a

outras substâncias (ou substâncias desconhecidas)” para formular o

diagnóstico de dependência de anabolizantes.

Motivações para o uso

Data da primeira e da última dose

Nome e doses dos Esteroides Anabolizantes Androgênicos

Via de administração (especular sobre o compartilhamento de seringas, caso seja IM)

Padrão de consumo

Padrão dos ciclos

Uso de medicações

Uso de outras drogas

Exame físico completo

Anamnese e Avaliação física inicial

(29)

Diagnóstico

Diferencial

Os principais diagnósticos diferenciais, em geral são os transtornos do humor primários.

Além disso, é fundamental investigar o uso concomitante de outras substâncias.

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Diagnóstico

Exames/Testes complementares que auxiliam o diagnóstico

Função hepática: aumento de TGO, TGP, LDH, gama-GT, bilirrubinas totais;

Níveis de colesterol: diminuição do HDL, aumento do LDL

Níveis hormonais: aumento de testosterona, estradiol, LH e FSH

Contagem sanguínea completa: aumento de hemácias, hemoglobina e hematócrito;

Anabolizantes na urina: positivo

Outras drogas na urina: podem dar positivo

Ecocardiograma: hipertrofia ventricular esquerda

ECG: prejuízo da função diastólica

Sêmen: diminuição na contagem de espermatozoides, alteração de mobilidade e

morfologia anormal

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Tratamento

São propostas seis metas para o tratamento de dependência de esteroides anabólicos androgênicos:

1) desenvolver motivação para iniciar e manter a abstinência de anabolizantes e todas as outras substâncias, bem como de substâncias médicas não prescritas

2) assistir o início da abstinência provendo alívio dos sintomas de abstinência, o que pode requerer intervenção farmacológica

3) verificar transtornos médicos e psiquiátricos associados ou induzidos pelos anabolizantes, incluindo dismorfia muscular e supressão persistente do eixo hipotálamo-hipófise-gonadal

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Tratamento

4) desenvolver um sistema de suporte social que favoreça a recuperação

5) otimizar as habilidades de autoeficácia para manejo de estresse, que pode aumentar o risco de recaída

6) balancear comportamentos relacionados ao exercício físico com atividades recompensatórias e prazerosas alternativas.

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Tratamento

Modelo Minnesota e a abordagem dos 12 Passos

Abstinência total

Visão Bio-Psico-Social do indivíduo

Autoconhecimento

Mudança de comportamento

Consciência e responsabilidade

Recuperação

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Tratamento

Modelo Minnesota e a abordagem dos 12 Passos

As estratégias de intervenção são variadas:

Psiquiatria

Atendimento individual

Atendimento em grupo

Atendimento familiar

Leitura dos 12 Passos e tarefas

Psicoterapia

Arteterapia

Atividade física

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Bibliografia

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Referências

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