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Impactos da Maturidade da Fibra do Algodão sobre o Produto Final

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Academic year: 2021

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Impactos da Maturidade da Fibra do Algodão sobre o Produto Final

Rogério Tondato (UTFPR/ UFSC) rogeriotondato@utfpr.edu.br Jorge Carrara (CESUMAR) jorge.carrara@cocamar.com.br

Mirian Buss Gonçalves (UFSC) mirianbuss@deps.ufsc.br

Resumo:

A cadeia produtiva do algodão, geradora de milhares de empregos e divisas, passou ao longo dos anos por varias transformações, na busca de qualidade e produtividade. Órgãos de melhoramento genéticos e estudos relacionados á estrutura da fibra de algodão, investiram milhões em pesquisas, e as razões são compreender reações desta fibra, desde sua origem até seu destino final, requerendo muita dedicação e estudos. Os tecidos esperados para o novo milênio deverão ter muita praticidade, ser mais impermeáveis, eliminar a transpiração, proteger da umidade, dos odores, ser resistente ao fogo, antibactérias, não amarrotar, e, sobre tudo virão juntar-se a este prático conforto e estética. O mercado consumidor almeja fibras que possam ser usadas para fixar proteínas como enzimas para tratar doenças da pele. A uma tendência de consumo por novos têxteis inteligentes sinalizando por uma demanda mundial de fibras de cunho polivalente. Este trabalho busca demonstrar através de testes realizados na indústria problemas que desencadeiam e afetam a qualidade do produto quando industrializado fibras de baixa maturidade.

Palavras chave: Algodão, Fibras Imaturas, Cadeia Produtiva

Impacts of Cotton Fiber Maturity on the Final Product

Abstract

The cotton production chain, generating thousands of jobs and foreign exchange spent over the years by various transformations in the pursuit of quality and productivity. Organs breeding and genetic studies related to the structure of the cotton fiber, invested millions in research, and the reasons are to understand reactions of this fiber from its origin to its final destination, requiring a lot of dedication and study. Tissues expected for the new millennium should have ease, be waterproof, eliminating perspiration, protect from moisture, odors, be fire-resistant, antibacterial, non-wrinkle, and above all will join this handy comfort and esthetics. The consumer market aims fibers that can be used to attach proteins such as enzymes to treat diseases of the skin. The trend of consumption for new smart textiles signaling by a global demand for fiber multipurpose nature. This paper seeks to demonstrate through testing that trigger problems in the industry and affect the quality of the product when industrialized fibers of low maturity.

Key-words: Cotton; Immature fibers, Supply Chain

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1 Introdução

O grau de maturidade da fibra do algodão é fator determinante para o bom desempenho das fiações e qualidade do fio, a industrialização de fibras com baixa maturidade desencadeia sérios problemas que afeta diretamente a aparência do produto acabado, o grau de maturidade esta relacionada ao toque de uma peça têxtil o que é garantia de conforto e qualidade.

Com a falta de rotatividade de cultura pragas e doenças se tornam mais resistente e difícil de ser controlada, há uma preocupação constante em todos os setores da cadeia têxtil com o aumento das dificuldades encontradas pelos produtores nestes controles, pois quanto maior a agressão sofrida pela planta maior é o impacto negativo nas características intrínsecas da fibra, dentre elas a maturidade.

Este trabalho busca demonstrar através de testes realizados na indústria problemas que desencadeiam e afetam a qualidade do produto quando industrializado fibras de baixa maturidade, irá também demonstrar as características intrínsecas de fibras que podem proporcionar uma melhor performance aos produtos, peças têxteis fabricado com fibras de algodão continuam tendo a preferência do mercado os avanços tecnológicos estão melhorando as características da fibra, tornando-a cada vez mais adaptadas às exigências do consumidor.

Nesta busca de produtos de melhor qualidade a maturidade da fibra do algodão se tornou tema importante de congressos e feiras do setor têxtil em todo o mundo.

O objetivo deste trabalho é proporcionar informações sobre a maturidade da fibra do algodão.

Também irá analisar as ações a serem tomadas para produzir e processar esta matéria prima em toda cadeia têxtil, em especifico ao setor industrial, contribuindo para as tomadas de decisões de órgãos de melhoramento genético das variedades do algodão, agrônomos, técnicos e produtores, visando melhorias não somente em produtividade, como também em qualidade da matéria-prima. Estes conhecimentos também visão proporcionar informações aos futuros profissionais ligados aos processos de industrialização do algodão e futuros profissionais do agronegócio, podendo ser utilizados como base nas tomadas de decisões.

2 Referencial Teórico

A maturidade da fibra de algodão é algo estudado no meio científico e que comprovadamente afeta a qualidade do produto final, para tanto, é importante entender o processo de produção do algodão (AGUIAR NETO, 1996).

Gridi Papp et al (1992) afirma que, aproximadamente dois dias antes da abertura da flor do algodoeiro, varias células da epiderme dos óvulos se desenvolvem diferentemente das demais, assumindo uma forma alongada. Após a abertura da flor, os óvulos fecundados dão origem ás sementes, e as células epidérmicas de forma alongada e se transformam, aos poucos, em fibras. Após os 21 dias quando a fibra alcança o comprimento máximo, é iniciada a deposição de celulose, ou seja, a formação de celulose na parte interna da fibra, abaixo da parede primária, formando a parede secundaria da fibra, sendo cada anel correspondente a um dia de crescimento. (AGUIAR NETO, 1996).

Para Aguiar Neto (1996) cada anel de celulose consiste, na realidade, de duas camadas: uma camada sólida e compacta, uma camada porosa, durante seu desenvolvimento, a fibra apresenta uma forma essencialmente circular, que vai mudando pela pressão exercida, pela entrada dos anéis de celulose e pela pressão atmosférica. Sabe-se que a taxa de deposição, como a quantidade de anéis que vai constituir a fibra, é uma característica genética de cada cultivar, no entanto, fatores ambientais como a quantidade de luminosidade, umidade e fertilidade do solo, controle das pragas e doenças nesta fase podem afetar de forma significante o correto desenvolvimento da estrutura da fibra, o que irá determinar a resistência

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da fibra á ruptura, a geração de neps (emaranhado de fibras), fibras curtas prejudicando a afinidade tintorial, entre outros.

Segundo Tollini (2004), são muito importantes os cuidados básicos no processo produtivo, deve haver uma preocupação com a sanidade da lavoura, as pragas, doenças e ervas daninha, são fatores de grande influencia e prejudica a deposição de celulose. Nesta fase o produtor deve aumentar a preocupação com os cuidados de sanidade da lavoura, ataques de pragas nesta faze do processo produtivo pode representar grandes prejuízos na qualidade e produtividade da lavoura.

2.1 Grau de Maturidade

O grau de maturidade da fibra afeta a aparência e o valor do algodão em rama, sua performance durante o processo de fiação e a qualidade do produto têxtil acabado, o grau de maturidade esta relacionada ao toque de uma peça têxtil o que é garantia de conforto e qualidade, um dos principais argumentos de venda de uma vestimenta. A isto acrescenta a imagem natural da fibra de algodão. Maturidade representa a quantidade de celulose depositada, sendo avaliada pela espessura da parede de fibras em relação ao seu diâmetro, a maturidade da fibra de algodão é uma das características tecnológicas de grande importância em melhoramento genético do algodoeiro [...] propriedade que exerce grande influência no processo de industrialização (SENAI-CETIQT, 2005). A maturidade da fibra dentro da fiação é fator determinante no rendimento das maquinas, fibra madura proporciona altas produtividade e qualidade, e tem influência positiva na maioria das características do fio e no acabamento do tecido principalmente no tingimento.

Segundo Gridi Papp et al (1992). Fibras imaturas quebram-se facilmente durante o processamento do algodão, diminuindo o rendimento das máquinas; causam, com freqüência, neps que depreciam os tecidos e provocam manchas, devido á absorção irregular de corantes e outros produtos químicos.

De acordo com Aguiar Neto (1996). As fibras imaturas provocam uma série de inconvenientes nas diversas etapas do processamento têxtil, interrupções desencadeadas por quebras, enrolamento de uma fibra com a outra, provocando elevados números de neps e menor poder de absorção (menor parede celular) ocasionando irregularidades no processo de tingimento de fios e tecidos. As fibras de diferentes capulhos de mesma localidade, diferentes plantas e até diferentes lugares tem variáveis no grau de maturidade por vários fatores, em um mesmo fardo é grande a variação de maturidade, o que determina o bom andamento na indústria e tingimento do tecido acabado, é a proporção de fibras maduras de boa qualidade em um mesmo lote. Podemos concluir que a maturidade da fibra é fator marcante em toda cadeia têxtil, iniciando da escolha da variedade e manejo da produção, até as mãos de grandes estilistas nas passarelas da alta moda.

2.2 Causadores da Fibra Imatura

Embora a formação da fibra esteja condicionada, basicamente, pela constituição genética da variedade as fibras sofrem influências de outros fatores como, condições climáticas não podendo ser controlados. Mas há fatores de possíveis controles, como a fertilidade do solo, pragas e doenças, plantas daninhas, época de plantio e prevenção. Este fator pode ser benéfico como pode trazer grandes prejuízos para a maturação e qualidade da fibra. É muito importante para o produtor buscar informações e ter um bom banco de dados, para ser usados como base nas tomadas de decisões, pois são muitos fatores que tem influências tanto na produtividade como na qualidade do produto.

Segundo Gridi Papp et al (1992). A fase crítica do ponto de vista de um bom produto se estende do auge do florescimento até a colheita. Em geral, dias chuvosos e encobertos,

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consecutivos, são prejudiciais e retardam a formação e maturação da fibra. Temperaturas abaixo de 20°c também agem no mesmo sentido. O ideal seria chover a noite e fazer sol durante o dia, no período de florescimento, e não chover depois do inicio da colheita.

2.3 Conseqüências das Fibras Imaturas no Processo Textil

Dentro do processo de industrialização da fibra, as fibras imaturas quebram-se facilmente aumentando o desperdício, diminui o rendimento de maquinas, aumenta as rupturas, provoca emaranhado de fibras que provocam irregularidades no tecido como manchas e estrias devido á absorção irregular de corantes e produtos químicos. Segundo Lima (1995), para julgar se o processo é adequado ou não, é insuficiente efetuar ensaios no laboratório e estabelecer a mistura. O julgamento verdadeiro será proporcionado pelo próprio processo de fiação, a análise e controle do processo de estiragem, torção, índices de rupturas e índices de retornos podem ser aplicados no controle das misturas de fardos.

2.4 Influência da Fibra Imatura sobre as Características do Fio

Fio é um composto de fibras, filamentos, ou outros materiais naturais ou sintéticos, apropriados para uso em construções de tecidos entrelaçados, tais como em tecelagens e malharias. O fio pode ser considerado de fibras torcidas e as propriedades do fio utilizado influenciam na aparência, textura e o desempenho dos tecidos finais. Na produção de fios com boas características que proporcionam tecidos com qualidade e atendam as exigências de tecelagens e malharias, é muito importante que as fiações busquem no mercado produtor fibras com boas características. A resistência é uma das principais características das fibras de algodão. A força necessária para romper a fibra de algodão varia bastante, dependendo da parede da fibra e das avarias sofridas anteriormente. Individualmente (AGUIAR NETO, 1996). As fibras maduras são mais resistentes do que as imaturas, e a resistência das fibras é transferida para a resistência do fio, portanto a resistência do fio produzido com altos índices de fibras maduras será bem maior que os produzidos com elevados índices de fibras imaturas.

2.5 Influência da Fibra Imatura sobre o Tecido/Malha

Tecido é um produto manufaturado, em forma de lâmina flexível. Resultante do entrelaçamento, de forma ordenada ou desordenada, de fios ou fibras têxteis entre si. Dentro da categoria de tecidos, existem dois tipos, o tecido de malha por trama e tecido de malha por urdimento. Ribeiro (1984) afirma que, as fibras de algodão são classificadas em três tipos:

madura, imatura e morta. As fibras imaturas apresentam baixa resistência e trazem conseqüências sobre a resistência do tecido (RIBEIRO, 1984). As indústrias buscam fios perfeitos para a fabricação de tecidos e a uniformidade dos tecidos tem influencia direta na aparência, toque, conforto e caimento, a maturidade da fibra é fator fundamental na produção de tecidos com estas características.

Para a produção destes fios, o mínimo na seção transversal deste é 80 fibras para fiação de anel e 100 para fiação a rotor para produzir fios que atendam as características exigidas pelas tecelagens e tinturarias. Os tecidos são julgados com base em muitos critérios. Como flexibilidade e suficiente resistência ao uso pretendido são os maiores requisitos, tecidos industriais têm rígidas especificações de largura, peso por unidade de área, estrutura de tecimento e fio, resistência e alongamento, acidez ou alcalinidade, espessura e porosidade.

Estilo e cor são as maiores considerações para tecidos de vestuários e para obter estes fatores importantes a maturidade da fibra é a mais importante característica da fibra (SENAI- CETIQT; 2005).

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3 Análise dos Resultados

Os resultados apresentados neste estudo foram realizados em uma Indústria de fios de Algodão do norte do Paraná: Poderá ser visto também as características do algodão analisadas no aparelho HVI (Instrumento de Alto Volume) e as influências no processo industrial têxtil.

Ressaltamos que praticamente a maior parte das características é definida pela variedade da semente do algodão, no entanto, estudaremos as causas que interferirem nessas características.

Foram usados dez fardos para realização de seis testes com algodão, utilizando a diferenciação de finuras, com objetivo de avaliar a influência da finura do algodão no resultado da maturidade das fibras. Os fardos usados nos testes são de procedência da safra 2010/2011, de procedência do Mato Grosso, fornecido pela cooperativa dos cotonicultores de Campo Verde. Foram retiradas amostras dos fardos e realizadas análise de fibras em laboratório de classificação de algodão apresentando os seguintes resultados na tabela 1.

Código: Fardo Padrão Sci Mic Len Unf Str Sif Elg Mat 47823 601 134 4,5 30,5 81,3 33,4 7,8 8,4 0,94 57573 601 135 4,7 29,2 83,2 32,2 8,6 7,7 0,91 57603 601 131 4,7 29,0 81,3 33,8 9,7 7,8 0,91 81053 601 138 3,9 29,0 82,7 31,7 8,6 8,4 0,91 81073 601 140 4,2 29,9 84,2 31,4 8,3 8,4 0,92 81363 601 142 3,9 29,7 83,1 32,1 7,8 8,8 0,90 83973 601 131 3,4 29,0 80,1 31,4 10,2 7,9 0,84 84873 601 131 3,2 28,5 8O,4 30,8 10,3 8,3 0,87 86643 561 136 3,0 28,5 81,7 30,1 8,7 7,7 0,82 86663 561 138 3,0 28,5 80,5 32,7 9,4 7,9 0,83 10 Fardos média 136 3,8 29,0 81,9 32,0 8,9 8,1 0,90

Tabela 1 Análise de HVI (Instrumento de Alto Volume) de fibras de algodão

As análises e separação dos fardos foram com base em finura da fibra para desenvolvimento dos testes, sendo planejado com base em padrões adotados na indústria conforme separação de matéria-prima e regulagem de máquinas utilizadas em cada setor. Foi produzido o fio e confeccionado as malhas dos testes em separado para analise.

A tabela 2 contém dados de analise das fibras em HVI com resultados encontrado de micronaire (diâmetro da fibra) fino, comprimento da fibra médio, fibras com bom índice de resistência e com índice de fiabilidade que proporciona bom desempenho na indústria, teoricamente pode ocorrer variações de fibras imaturas na malha ou tecido acabado.

FIBRAS 01 - MT 02 - MT 03 - MT

Fardo Número 86643 84873 83973

Comprimento (mm) 28,5 28,5 29,0

Micronaire (m) 3,0 3,2 3,4

Resistência gf/Tex 30,1 30,8 31,4

SCI (Fiabilidade %) 136 131 131

SFI (Fibras Curtas %) 8,7 10,3 10,2

Maturidade (m) 0,82 0,87 0,84

Tabela 2 Mistura com Fibras de Finura (Micronaire) 3,0 – 3,2 – 3,4

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A tabela 3 contém dados de analise das fibras em HVI com resultados encontrado de micronaire fino, comprimento da fibra médio, fibras com bom índice de resistência e com índice de fiabilidade que proporciona bom desempenho na indústria, teoricamente pode apresentar fibras imaturas e na malha ou tecido acabado apresentam aspecto visual ruim.

FIBRAS 01 - MT

Fardo Número 86663

Comprimento (mm) 28,5

Micronaire (m) 3,0

Resistência gf/Tex 32,7

SCI (Fiabilidade %) 138

SFI (Fibras Curtas %) 9,4

Maturidade (m) 0,83

Tabela 3 Mistura com Fibras de Finura (micronaire) 3,0

A tabela 4 contém dados de analise das fibras em HVI com resultados encontrados de micronaire muito grosso, comprimento da fibra médio, fibras com bom índice de resistência e com índice de fiabilidade que pode provocar rupturas no processo de industrialização das fibras, teoricamente pode apresentar na malha ou tecido acabado um bom aspecto visual.

FIBRAS 01 – MT

Fardo Número 57603

Comprimento (mm) 29,0

Micronaire (m) 4,7

Resistência gf/Tex 33,8

SCI (Fiabilidade %) 131

SFI (Fibras Curtas %) 9,7

Maturidade (m) 0,91

Tabela 4 Mistura com fibras de Finura (micronaire) 4,7

A tabela 5 apresenta dados de analise das fibras em HVI com resultados encontrado de micronaire médio considerado finura ideal para o processo de industrialização, teoricamente pode apresentar na malha ou tecido acabado ótimo aspecto visual, comprimento da fibra é média, fibras com bom índice de resistência e com índice de fiabilidade considerado muito bom.

FIBRAS 01 - MT

Fardo Número 81053

Comprimento (mm) 29,0

Micronaire (m) 3,9

Resistência gf/Tex 31,7

SCI (Fiabilidade %) 138

SFI (Fibras Curtas %) 8,6

Maturidade (m) 0,91

Tabela 5 Mistura com fibras de Finura (micronaire) 3,9

A tabela 6 demonstra dados de analise das fibras em HVI com resultados encontrado de micronaire variado o que teoricamente pode proporcionar grandes variações no processo de industrialização e no aspecto malha ou tecido acabado, fibras com bom comprimento, bom índice de resistência e com índice de fiabilidade considerado bom.

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FIBRAS 01 - MT 02 - MT 03 - MT 04 - MT 05 - MT 06 -

Fardo Número 47823 57573 81363 83973 84873 86643 MT

Comprimento (mm) 30,5 29,2 29,7 29,0 28,5 28,5

Micronaire (m) 4,5 4,7 3,9 3,4 3,2 3,0

Resistência gf/Tex 33,4 32,2 32,1 31,4 30,8 30,1

SCI (Fiabilidade %) 134 135 142 131 131 136

SFI (Fibras Curtas %) 7,8 8,6 7,8 10,2 10,3 8,7

Maturidade (m) 0,94 0,91 0,90 0,84 0,87 0,82

Tabela 6 Mistura com fibras de Finura (micronaire) 3,0 – 3,2 – 3,4 – 3,9 – 4,5 e 4,7

3.1 Resultados Técnicos

Os resultados encontrados no processo de fiar nos 6 testes realizados na indústria, estão apresentados na tabela 7. Através das análises executadas em laboratório têxtil é possível verificar pelos valores encontrados no fio produzido em filatório de anéis que a tenacidade e alongamento estão relacionados diretamente com a finura das fibras, pois os testes 1 e 3 produzidos com algodão de fibras mais finas foram os que apresentaram melhores resultados de tenacidade e alongamento e o teste 1 foi o que melhor apresentou resultados em variação de massa e imperfeições.

Testes 1 2 3 4 5 6

Finura 3,0/3,2/3,4 4,2/4,5/4,7 3,0 4,7 3,9 3,0/3,2/3,4/4,5/4,7 TÍT. MÉD. (Ne) 29,63 29,70 30,09 29,96 30,07 30,03

CV% TÍT. 1,21 1,05 1,38 0,88 1,45 0,69

Um% 11,77 12,82 12,24 12,09 13,05 12,35

CVm% 14,96 16,34 15,59 15,37 16,64 15,72

PF 3 13 6 5 13 8

PG 181 339 235 219 405 267

NEPS 152 246 196 198 318 226

TENACIDADE 16,58 15,24 16,30 15,04 14,54 15,13 CV% TENAC. 8,31 8,37 8,74 8,5 8,53 7,59

ALONGAM. 6,09 6,08 6,44 5,84 5,54 5,78

CV% ALONG. 8,45 8,12 7,62 8,46 8,67 7,74 Tabela 7 Resultados encontrados nos Filatórios

Outro teste realizado foi o tingimento das seis amostras do teste de filatório, a qual foi realizado em duas tinturarias diferentes, efetuando em ambas um tingimento normal com corante reativo e outro com biopolimento e mercerizado para comparar-se o resultado alcançado. Todas as amostras foram feitas tingimento na cor azul marinho, por ser uma cor que facilita a visualização das fibras imaturas e facilitar as analises dos resultados.

A tabela 8 apresenta resultados encontrados na contagem de fibras imaturas em 25 corpos de prova de 10 cm². Cada um dos testes realizados, sendo este o principal objetivo da pesquisa, é possível verificar através de valores encontrados que ocorreu uma forte correlação com índice de maturidade das fibras fornecido pelo HVI (correlação linear de aproximadamente 0,9), em seguida as características de comprimento e finura também apresentam uma boa correlação linear.

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TESTE 1 2 3 4 5 6

FINURA 3,0/3,2/3,4 4,2/4,5/4,7 3,0 4,7 3,9 3,0/3,2/3,4/4,5/4,7

Tingimento Normal ¹ 45 14 60 20 13 33

Tingimento com Biopolimento ¹ 52 18 56 34 13 30

Tingimento Normal ² 26 13 54 22 20 28

Mercerizado e Tinto ² 27 7 36 15 8 22

Tinturarias/empresas: 1 – Tituraria A 2 – Tinturaria B

Tabela 8 Resultados encontrados nos Filatórios

As características de resistência, SCI (índice de fiabilidade) e SFI (índice de fibras curtas), apresentam baixos valores de correlação linear com o resultado da contagem de neps.

Visualmente, o que se pode perceber, é a relação entre a finura das fibras e o índice de maturidade, com a maior incidência de fibras imaturas e a pior aparência do tecido depois de tinto.

Os testes 2 e 5 foram os que apresentaram melhor visual em relação à maturidade das fibras.

Conforme demonstra a tabela 8, nos testes de tingimento, é possível verificar que o tipo de tratamento efetuado no tecido, impacta diretamente no resultado visual do artigo, e que a mercerização, foi neste caso, o processo que melhor ajudou a amenizar a incidência de fibras imaturas.

O biopolimento nos testes executados veio proporcionar uma maior evidência dessas fibras imaturas. Quando relacionado ao toque da peça, o tingimento normal e biopolimento apresentam um toque mais suave enquanto que a mercerização, a peça apresentou uma menor suavidade. Também foi possível constatar que para um mesmo tipo de tingimento, o corante e o método utilizado também fazem melhorar a aparência final do tecido depois de tintos.

4 Conclusão

Pode-se concluir que são vários fatores que tem influência na qualidade e produtividade, tanto no aspecto quantitativo quanto no aspecto qualitativo. A escolha de sementes com adaptabilidade a cada região e os tratos culturais permite que as plantas expressem seu potencial de produção em qualidade e quantidade, e tenha boa resistência a pragas e doenças, e seu ciclo deve ocorrer com boa maturação.

Para as indústrias de fiações o aspecto relevante é a uniformidade da matéria-prima de forma homogênea, sendo importante que recebam um conjunto de informações que lhe permita adquirir cada fardo de acordo com o que é mais adequado para o tipo de fio que vai fabricar.

Conseqüentemente isto facilita nas tomadas de decisões aos ajustes das máquinas, além de otimizar a utilização dos equipamentos sofisticados de que dispõem a indústria. Permitindo redução de perdas, economia de custos e oferecer para tecelagem e malharia produto de qualidade compatível.

Com altos investimentos nas fiações é indispensável trabalhar com matéria-prima uniforme e resistente, pois o custo de oportunidade dos equipamentos operado com lentidão é extremante elevado. Embora os equipamentos modernos possam ser regulados para operar com falta de uniformidade da fibra, a questão não está somente nos ajuste, mas na necessidade de operar com o máximo de eficiência produtiva para amortizar o capital investido.

Fica comprovado de que a maturidade da fibra do algodão é um fator muito importante para as indústrias, pois fibras imaturas desencadeiam uma seria de inconvenientes em fiações,

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tecelagens, malharias e sobre tudo na fase de tingimento dos tecidos, resultados que ficaram evidenciados nos teste 1, conforme tabela 8. Fibras de microneire fino foram as que apresentaram um fraco desempenho no aspecto do produto acabado.

Conforme resultado encontrado em teste realizado na indústria é possível avaliar que a maturidade da fibra esta diretamente relacionada com a produtividade, qualidade e aspectos do tecido após industrialização nas fiações, tecelagens e malharias. Uma vez produzido artigos com fibras imaturas não existem recursos tecnológicos nas unidades da cadeia têxtil que solucione o problema, até podendo utilizar alguns recursos para amenizar a presença de fibras imaturas, no entanto eleva-se o custo do produto consideravelmente.

Pode-se verificar através de analises que a maturidade e finura da fibra estão diretamente relacionadas ao desempenho da planta e conseqüente a deposição de celulose na formação da fibra. Pois em fibras de micronaire fino observa-se maior grau de imaturidade e fibras de micronaire grosso maior grau de maturidade, ou seja, fibra madura, com maior deposição de celulose. Para as indústrias de acabamento (tinturarias), e cliente final, a maturidade da fibra esta diretamente relacionada com a qualidade, pois da maturidade depende a capacidade de absorção de corantes aos tecidos e no acabamento final para determinação do valor comercial.

Pode-se concluir através dos resultados evidenciados nos testes executados conforme tabela 8 que este trabalho colaborou para demonstrar que fibras de macroneire médio e com boa maturidade apresentam um bom desempenho no processo de industrialização no aspecto do produto acabado.

As fibras imaturas provocam deságio ao produto final. Nas unidades de tinturaria, alguns tratamentos químicos ajudam a amenizar o problema, mas vale salientar que além de não se resolver totalmente o problema, estes tratamentos químicos aumentam o custo de produção dos produtos e provocam maiores degradações ao meio ambiente. Afirma-se então que dentro de toda a cadeia produtiva do algodão o setor primário é onde se devem concentrar a maioria dos esforços para melhorar as características da fibra do algodão, lembrando que o fator clima tem grandes influências, mas os tratos culturais e escolha de variedades com qualidade comprovada podem trazer grandes avanços na qualidade e produtividade desta cultura gerando benefícios á toda cadeia têxtil.

Referências

AGUIAR, NETO, P. P. Fibras têxteis. Rio de Janeiro: Senai 1996.

GRIDI PAPP, I. L. et al - Manual do produtor de algodão BM&F – Bolsa de Mercadorias & Futuros – São Paulo:,1992.

LIMA, Jorge José - Gerenciamento da qualidade no Processo de fiação. Rio de Janeiro: SENAI/DN, 1995.

RIBEIRO, L. G. Introdução á Tecnologia Têxtil. CETIQT / SENAI, 1984, P.18-62.

SENAI-CETIQT. Maturidade da fibra de algodão e seus impactos nos processos têxteis; Maringá: SENAI, Centro de Tecnologia da Indústria Química Têxtil, 2005.

TILLINI, H. Algodão, Profissionalismo, a Marca do Sucesso. Panorama Rural. São Paulo; ano v, n° 66. P.26 a 38. jul 2004.

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