O ENSINO DE ENFERMAGEM NA DISCIPLINA DE SAÚDE MENTAL: Revisão da Literatura no período de 2009 A 2011.

O ENSINO DE ENFERMAGEM NA DISCIPLINA DE SAÚDE MENTAL: Revisão da Literatura no período de 2009 A 2011.

RESUMO:Antes da reforma psiquiátrica em 1989, a assistência dos profissionais de enfermagem na área de saúde mental pautava-se no modelo hospitalocêntrico, punitivo, isolador com uso de técnicas disciplinares. Optamos por um estudo descritivo com abordagem quantitativa, desenvolvido por meio de uma Revisão Integrativa da Literatura (RIL). Foram analisados 14 artigos, no mês de abril de 2012, realizada na biblioteca Virtual de Saúde (BVS). Com a análise do conteúdo das evidencias foi possível identificar que a partir da aprovação da Lei de Diretrizes e Bases, lei n.

9394/96, os projetos políticos pedagógicos dos cursos de enfermagem possibilitaram, ousar na construção de experiências acadêmicas criativas e inovadoras.

PALAVRAS- CHAVES: Ensino de Enfermagem, Saúde Mental, Educação.

ABSTRACT:Before the psychiatric reform in 1989, the assistance of nursing professionals in the mental health field was guided in the hospital model, punitive, insulator use of disciplinary techniques. We chose a descriptive study with a quantitative approach, developed through an Integrative Literature Review (RIL). We analyzed 14 articles, in April 2012, held in the Virtual Health Library (VHL). With the content analysis of the evidence, we found that after the approval of the Law of Guidelines and Bases, law n. 9394/96, the political projects of teaching nursing courses possible, dare in building creative and innovative academic experiences.

KEYWORDS: School of Nursing, Mental Health, Education.

FLAVIENNY RAFAELA BARROS DE SOUSA

TATIANA MENEZES NORONHA PANZETTI

Centro de Ciências Biológicas e da Saúde

Universidade da Amazônia (UNAMA)

e-mail:tnpanzetti@hotmail.com

1.CONSIDERAÇÕES INICIAS

A Enfermagem em saúde mental é a especialidade que presta cuidados ao paciente, família e comunidade com ações de promoção, prevenção, assistência e reabilitação. Podendo ser conceituada como uma arte curativa que auxilia pessoas que necessitam de cuidados de saúde e processo interpessoal que envolve interação entre enfermeiro e paciente. Antes da reforma psiquiátrica em 1989, a assistência dos profissionais de enfermagem na área de saúde mental pautava-se no modelo hospitalocêntrico, punitivo, isolador com uso de técnicas disciplinares, em que tratamento e punição se confundiam, ao qual o portador de doença psíquico era tolhido e não tinha o direito de ir e vir, de escolher, de decidir e de participar do seu tratamento(DUARTE; OLSCHOWSKY, 2011).

Quanto os trabalhadores de enfermagem no ambiente do hospital psiquiátrico eram atores coadjuvantes do processo de reeducação do louco/alienado, atuando como executores da ordem disciplinar emanada do médico/alienista. Desta forma, eram destituídos de autonomia profissional, sustentando suas ações no modelo biomédico (SILVA; MONTEIRO, 2011).

Depois da segunda Guerra Mundial, dentre alguns dos principais movimentos de contestação contra a violência e marginalização praticadas pelas instituições psiquiátricas, movimento que ocorreu em alguns países como a Inglaterra, Estados Unidos e a Itália. (CALGARO; SOUZA, 2009).

No Brasil a reforma psiquiátrica teve inicio na década de 1970, significando um processo histórico de formulação critica ao saber psiquiátrico e á conduta médica e da enfermagem e consequentemente do modelo asilar, que sofreu transformações do modelo de atendimento psicossocial em busca de humanização, com a proposta do movimento de reduzir leitos psiquiátricos, inserir os pacientes crônicos institucionalizados em programas comunitários e desenvolver instituições de saúde que possam substituir a internação psiquiátrica tradicional. Nessa década houve uma aproximação e melhor compreensão das vivencias dos enfermeiros nesse contexto e também trazendo uma reflexão no modelo assistencial.

Havendo, portanto a necessidade que o enfermeiro evolua para um papel

terapêutico e não opressor, desprendendo-se do modelo médico que visa apenas à

doença e não o sujeito em seu contexto social, considerando, assim, a pessoa com

transtorno psiquiátrico como um sujeito na sua totalidade. Com estas transformações o ensino de enfermagem da disciplina de saúde mental mudou o processo ensino- aprendizagem do futuro profissional enfermeiro, devendo contemplar os princípios e diretrizes da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) que foram aprovadas através da Resolução CNE/CES Nº 03 de 7/11/2001, do Sistema Único de Saúde (SUS) e ainda das conquistas resultantes da reforma sanitária e psiquiátrica Brasileira.

Evidenciamos com estudo que é preciso ter uma reflexão na formação e nas disciplinas de abordagem a saúde mental e no ensinar dos docentes em ensinar na academia a importância do olhar holístico ao portador de transtorno mental da mente e do corpo.

Objetivo deste estudo é identificar o perfil das pesquisas brasileiras de enfermagem com a temática sobre o ensino da disciplina de enfermagem em saúde mental no período de 2009 a 2011.

2.METODOLOGIA

Para alcançarmos os objetivos propostos, optamos por um estudo descritivo com abordagem quantitativa, desenvolvido por meio de uma Revisão Integrativa da Literatura (RIL), foram analisados 14 artigos, no mês de abril de 2012, realizada na biblioteca Virtual de Saúde (BVS), na base de dados da Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), e na Literatura Latino- Americana em Ciência e Saúde (LILACS).

Para a seleção dos artigos houve critérios de exclusão como os textos em

inglês e espanhol sem traduções para português, dissertações, teses, resumos. A coleta

de dados foi realizada a partir da aplicação de um formulário, adaptado pelas autoras, o

qual contempla os seguintes itens: código de identificação da RIL, título, base de dados,

ano, número e categorização dos autores, modalidade, tipo de publicação, referencial

filosófico, objetivos, perfil das produções (sujeitos, local, técnica de coleta de dados,

técnica de análise de dados), os artigos foram identificados de F1 a F14.

3.ANÁLISE DOS DADOS

Com a análise do conteúdo das evidencias foi possível identificar que a assistência de enfermagem psiquiátrica, até a década de 60, esteve marcada pelo modelo controlador e repressor, tendo suas funções exercidas por indivíduos sem habilidades para cuidar do portador de transtorno mental. Porém, através do movimento da Reforma Psiquiátrica, o atendimento de enfermagem passou a direcionar novas formas de cuidar em saúde mental, implicando atitudes de respeito e dignidade e de ações voltadas às singularidades dos sujeitos, com a participação destesno tratamento, bem como sua inserção na sociedade.

As diretrizes da reforma psiquiátrica brasileira visam à melhoria da qualidade de vida do usuário, na forma do resgate de sua cidadania, a qual diz respeito, de um lado, à oferta de um melhor atendimento com redução das internações e do período destas, e sempre que possível garantir a manutenção do usuário no meio familiar respeitando-se os recursos disponíveis na comunidade.

A partir da aprovação da Lei de Diretrizes e Bases, lei n. 9394/96, os projetos políticos pedagógicos dos cursos de enfermagem possibilitaram, ousar na construção de experiências acadêmicas criativas e inovadoras. O ensino de enfermagem em saúde mental vem sofrendo transformações representando um desafio, que requer na formação dos profissionais, um olhar crítico e a responsabilidade da atenção á saúde mental, requerendo conhecimento criativo e inovador.

Considerando que o objeto do processo ensino-aprendizagem é o aluno, que na perspectiva da investigação citada é considerado sujeito ativo da aprendizagem, que busca por si mesmo conhecimentos e experiências, ao ser colocado em situações mobilizadoras de suas capacidades, manifestando atividade intelectual, criadora e expressiva, desenvolveu-se uma investigação, naquele projeto, pretendendo conhecer as representações dos alunos sobre esse processo na área de enfermagem em saúde mental.

A proposta atual de ensino deve estar, comprometida com o rompimento de barreiras, repensando as práticas assistenciais que perpetuam ações intervencionistas, assistências a famílias e as tecnologias educacionais e também uso de estratégias tecnológicas e criativas como fundamental para repensar a prática pedagógica e a formação dos futuros profissionais de saúde.

A maioria dos alunos de enfermagem, quando se formar é vai trabalharem

Hospital Psiquiátrico ou em outros serviços de assistência psiquiátrica e surpreende-se

com a sua falta de conhecimento específico, vivendo uma situação de emaranhamento de papéis que dificulta seu ajustamento. Apesar dos seus esforços, pois mesmo sem a formação específica atua nessa área e, em geral, ele não pode considerar-se parte integrante e efetiva da equipe que assiste as pessoas com transtornos mentais, tendo em vista seu frágil conhecimento e o fato de ter de concentrar-se em ações de âmbito burocrático.

4.CONCLUSÃO

Com estudo relatado podemos perceber que as novas políticas de Saúde Mental incitam um movimento em direção à expansão, à experimentação e ao desempenho das ações da Enfermagem Psiquiátrica, estimulando mudanças no modo de cuidar, voltadas para a relação humana, através da experiência vivenciada. Nessa perspectiva o processo ensino – aprendizagem do futuro profissional enfermeiro deve contemplar os princípios e diretrizes da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), do Sistema Único de Saúde (SUS) e ainda conquistas resultantes da reforma sanitária e psiquiátrica.

A maioria das obras lidas afirma que após a reforma psiquiátrica,

possibilitou um novo olhar diferenciado à loucura e que os profissionais de enfermagem

precisa acompanhar a reforma psiquiátrica que olha critico e constituir tecnologias

inovadoras de cuidar em saúde mental e com isso ousar nas experiências acadêmicas,

que os próprios alunos percebam o a proposta das (LDB) e do Sistema Único de Saúde

que garantia à integralidade das ações do cuidar; definem os princípios fundamentais

para a formação de profissionais críticos, reflexivos, inseridos no contexto histórico-

social, pautados em princípios éticos e capazes de intervirem nos problemas/situações

da atenção à saúde, onde se insere a atenção à saúde mental da população, ou seja, olhar

o portador psíquico diferenciado com olhar holístico mente e o corpo.

8.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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