Curso de Formação de Guardas
DIREITO PROCESSUAL PENAL
DIREITO PROCESSUAL PENAL Sessão nº 2
Tribunais, Autoridade Judiciária,
OPC’s
3
OBJETIVO GERAL
Caracterizar sujeitos processuais:
➢
Do Juiz e do Tribunal: Competências do Juiz e do Tribunal;
➢
Do Ministério Público.
DIREITO PROCESSUAL PENAL
4
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Tribunal:
➢Identificar competências;
➢Descrever estatuto e categorias;
➢Descrever organização territorial e funcional;
➢Descrever funcionamento dos Tribunais;
➢Período de férias.
DIREITO PROCESSUAL PENAL
5
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Ministério Público:
➢Significado de ação penal;
➢Descrever competências;
➢Caracterizar legitimidade.
DIREITO PROCESSUAL PENAL
OS TRIBUNAIS
Artigo 8.º - Administração da justiça penal
Os tribunais judiciais são os órgãos competentes para decidir as causas penais e aplicar penas e medidas de segurança criminais.
Artigo 9.º - Exercício da função jurisdicional penal
1 - Os tribunais judiciais administram a justiça penal de acordo com a lei e o direito.
2 - No exercício da sua função, os tribunais e demais
autoridades judiciárias têm direito a ser coadjuvados por
todas as outras autoridades; a colaboração solicitada prefere
a qualquer outro serviço.
OS TRIBUNAIS
Órgãos de Soberania com competência para administrar a justiça em nome do povo (Nº 1 do Art 202º da CRP; Art 2º da Lei da Organização do Sistema Judiciário – LOSJ – Lei 62/2013).
Incumbe aos Tribunais:
(Art 202º Nº 2 da CRP e Art 2º Nº 3 da LOSJ)
➢ Assegurar a defesa dos direitos e interesses legalmente protegidos dos cidadãos;
➢ Reprimir a violação da legalidade democrática;
➢ Dirimir os conflitos e interesses públicos e privados.
CATEGORIA DOS TRIBUNAIS
(Art 209º CRP e Art 29º da LOSJ)
- Tribunal Constitucional;
- Supremo Tribunal de Justiça;
- Tribunais Judiciais de Segunda Instância (Relação);
- Tribunais Judiciais de Primeira Instância (Comarca);
Tribunais Judiciais (Art 211º da CRP)
- São os tribunais comuns em matéria cível e criminal;
- Exercem jurisdição nas áreas não atribuídas outras ordens judiciais.
CATEGORIA DOS TRIBUNAIS
TRIBUNAIS – COMPETÊNCIAS
A competência dos Tribunais poderá ser em razão da:
➢ Matéria – Art 40º Nº 1 e Nº 2 (LOSJ)
➢ Valor – Art 41º (LOSJ)
➢ Hierarquia – Art 42º (LOSJ)
➢ Território – Art 43º (LOSJ)
TRIBUNAIS – COMPETÊNCIAS
Em razão do hierarquia (Art 42º Nº 1 e Nº 2 da LOSJ)
➢ Encontram-se hierarquizados para efeito de recurso das suas decisões;
➢ Supremo Tribunal Justiça conhece, em recurso, das causas cujo valor exceda a alçada dos Tribunais da Relação;
➢ Tribunais de Relação conhecem, em recurso, das causas cujo valor exceda a alçada dos Tribunais Judiciais de 1ª Instância.
TRIBUNAIS – COMPETÊNCIAS
Em razão do território (Art 43º nº 1 da LOSJ)
➢ O Supremo Tribunal de Justiça em todo o território;
➢ Tribunais de Relação e os Tribunais Judiciais de 1ª Instância na área das respetivas circunscrições.
TRIBUNAIS JUDICIAIS
Competência Territorial (Art 19º a 23º do CPP)
Delimita a jurisdição dos tribunais da mesma espécie segundo a sua localização no território – área da respetiva circunscrição – podem exercer, na mesma circunscrição, diversos tribunais de competência genérica ou especializada ou de competência específica.
TRIBUNAIS JUDICIAIS
Divisão do Território Nacional em Comarcas (Art 33º Nº 2 da LOSJ)
23 Comarcas.
TRIBUNAIS JUDICIAIS
Os tribunais judiciais de 1.ª instância funcionam, consoante os processos, como tribunal singular, como tribunal coletivo ou como tribunal do júri.
(Art 85º da LOSJ).
➢ Tribunal singular – constituído só por um juiz (Art 132º da LOSJ;
➢ Tribunal coletivo – constituído por três juízes (Art 133º da LOSJ);
➢ Tribunal de júri – constituído pelo presidente do tribunal coletivo, que preside, e pelos restantes juízes e por jurados (Art 136º da LOSJ).
ÁREA COMPETÊNCIA TRIBUNAIS RELAÇÃO
Tribunais da Relação (Art 32º nº 1 da LOSJ)
➢ Guimarães (Comarcas);
➢ Porto (Comarcas e T.C.A);
➢ Coimbra (Comarcas e T.C.A)
➢ Lisboa (Comarcas e T.C.A)
➢ Évora (Comarcas e T.C.A)
• De 22 de dezembro a 3 de janeiro;
• De Domingo de Ramos à segunda-feira de Páscoa;
• De 16 de julho a 31 de agosto.
TRIBUNAIS JUDICIAIS FÉRIAS JUDICIAIS
Art 28º da LOSJ
20
AUTORIDADES JUDICIÁRIAS
O que são autoridades judiciárias?
São autoridades judiciárias o Ministério Público, o juiz
de instrução e o juiz (de julgamento).
MINISTÉRIO PÚBLICO
O que se entende por Ministério Público (no âmbito da jurisdição criminal)?
… é o órgão auxiliar de realização da Justiça, situado no sistema judicial, formada por um corpo de magistrados, com autonomia externa e interna, nos termos da Constituição e do seu Estatuto, que exerce a acção penal, recebe e aprecia as denúncias e as queixas, dirige o inquérito, arquiva, suspende provisoriamente ou elabora a acusação, sustentando-a em julgamento, e interpõe recursos.
www.pgdporto.pt
MINISTÉRIO PÚBLICO
Funções (Art 219º da CRP)
➢ Representar o Estado e defender os interesses que a lei determinar;
➢ Participar na execução da política criminal definida pelos Órgãos de Soberania;
➢ Exercer a ação penal orientada pelo princípio da legalidade;
➢ Defender a legalidade democrática;
MINISTÉRIO PÚBLICO
Competência (Nº 2 do Art 53º do CPP)
➢ Receber denúncias, queixas e participações e apreciar o seguimento a dar-lhes;
➢ Dirigir o inquérito;
➢ Deduzir acusação;
➢ Interpor recursos;
➢ Promover a execução das penas e das medidas de segurança.
MINISTÉRIO PÚBLICO
➢ É característico de um sistema acusatório a existência de uma entidade investigadora e acusadora e de uma entidade julgadora;
➢ A ação acusadora encontra-se atribuída ao Ministério Público;
➢ O MP é o titular, não só da promoção do processo, como também o titular a quem compete deduzir a acusação.
MINISTÉRIO PÚBLICO
➢ Art 48º do CPP – Legitimidade
➢ Art 49º do CPP – Legitimidade em procedimento dependente de queixa
➢ Art 50º do CPP – Legitimidade em procedimento dependente de acusação particular
➢ Art 51º do CPP – Homologação da desistência da queixa ou da acusação particular
➢ Art 52º do CPP – Legitimidade no caso de concurso de crimes
➢ Art 53º do CPP – Posição e atribuições no MP no processo
ESTATUTO DOS MAGISTRADOS DO MP
Artigo 91.º Prisão preventiva
1 - Os magistrados do MP não podem ser presos ou detidos antes de ser proferido despacho que designa dia para julgamento relativamente a
acusação contra si deduzida, salvo em flagrante delito por crime punível com pena de prisão superior a 3 anos.
2 - Em caso de detenção ou prisão, o magistrado é imediatamente apresentado à autoridade judiciária competente.
3 - …
4 - Havendo necessidade de busca no domicílio pessoal ou profissional de magistrado do MP, esta é presidida, sob pena de nulidade, pelo juiz
competente, que avisará previamente o Conselho Superior do MP, a fim de que um membro designado por este Conselho possa estar presente.
Lei n.º 47/86, de 15 de Outubro
MAGISTRADOS JUDICIAIS
O que é o juiz?
É o titular do órgão de soberania Tribunal, ou seja, aquele que tem o poder de julgar, de aplicar o Direito ao caso concreto (também chamado magistrado judicial).
Artigo 2.º - Composição da magistratura judicial
A magistratura judicial é composta por juízes do Supremo Tribunal de Justiça, juízes dos tribunais da Relação e juízes dos tribunais de primeira instância.
Lei n.º 21/85, de 30 de Julho
ESTATUTO DOS MAGISTRADOS JUDICIAIS
1 - Os magistrados judiciais não podem ser presos ou detidos antes de ser proferido despacho que designe dia para julgamento relativamente a acusação contra si deduzida, salvo em flagrante delito por punível com pena de prisão superior a três anos.
2 - Em caso de detenção ou prisão, o magistrado judicial é imediatamente apresentado à autoridade judiciária competente.
3 - …
4 - Havendo necessidade de busca no domicílio pessoal ou profissional de qualquer magistrado judicial é a mesma, sob pena de nulidade, presidida pelo juiz competente, o qual avisa previamente o Conselho Superior da Magistratura, para que um membro delegado por este Conselho possa estar presente.
Artigo 16.º Prisão preventiva
JUIZ DE INSTRUÇÃO
Competência (Art 17º do CPP)
São atos da exclusiva competência do Juiz de Instrução referidos nos Art 268º e 269º os seguintes:
a) Receber depoimentos ajuramentados (As testemunhas apenas prestam juramento quando ouvidas pela autoridade judiciária – Art 91º Nº 3);
b) Ordenar a efetivação de perícia, nos termos do Art 269º do CPP (Art 154º - despacho que ordena a perícia.);
JUIZ DE INSTRUÇÃO
c) Assistir a exame suscetível de ofender o pudor, nos termos do Art 172º Nº 2, segunda parte;
d) Ordenar ou autorizar revistas e buscas, nos termos e limites do Art 174º Nº 3 e 4;
e) Quaisquer outros atos que a lei expressamente determinar sejam presididos ou praticados pelo Ministério Público.
Ver Art 268º e 269º CPP
O que são órgãos de polícia criminal?
Entidades que cooperam com as autoridades judiciárias na investigação criminal, desenvolvendo actos de investigação em inquérito, concretamente solicitados ou com autonomia táctica e técnica do próprio órgão.
ÓRGÃOS DE POLÍCIA CRIMINAL
5
1 – Compete aos OPC coadjuvar as autoridades judiciárias com vista à realização das finalidades do processo.
2 - Compete em especial aos OPC, mesmo por iniciativa própria, colher notícia dos crimes e impedir quanto possível as suas consequências, descobrir os seus agentes e levar a cabo os atos necessários e urgentes destinados a assegurar os meios de prova.
COMPETÊNCIA DOS OPC (Art 55º)
5
Nos limites do disposto no Nº 1 do artigo anterior, os OPC atuam, no processo, sob a direção das AJ e na sua dependência funcional.
(Os OPC dependem do MP nas tarefas em que o coadjuvam, visto que não têm competência própria em matéria Processual Penal, não devendo nunca esta dependência, colocar em causa a cadeia hierárquica das Forças de Segurança).
ORIENTAÇÃO E DEPENDÊNCIA FUNCIONAL DOS OPC (Art 56º)
7
ATOS QUE PODEM SER DELEGADOS PELO MP NOS OPC
(Art 270º)
1 - O MP pode conferir a órgãos de polícia criminal o encargo de procederem a quaisquer diligências e investigações relativas ao inquérito.
2 - Excetuam-se do disposto no número anterior, ….
5
Competências genéricas
34
SINTESE
➢Caracterizar os sujeitos processuais:
➢Tribunal;
➢Ministério Público.