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Coordenação-Geral de Tributação

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Coordenação-Geral de Tributação

Solução de Consulta nº 274 - Cosit

Data 31 de maio de 2017

Processo Interessado CNPJ/CPF

ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS

CNAE PRINCIPAL. ESTATUTO SOCIAL. PROMOÇÃO DE OBRAS DEINFRAESTRUTURA

Para fins de enquadramento no inciso VII do art. 7º da Lei nº 12.546, de 2011, considera-se CNAE principal aquele que, dentre as atividades constantes do cadastro da empresa, representar a atividade de maior receita auferida nos termos do art. 17 da Instrução Normativa RFB nº 1.436, de 2013, e não aquele que esteja constando como atividade principal perante o CNPJ. Do mesmo modo, o enquadramento no inciso VII do art. 7º da Lei nº 12.546, de 2011, não é feito “à vista do estatuto social” da empresa.

A empresa pública de direito privado é passível de enquadramento no art.

7º da Lei nº 12.546, de 2011. Ressalte-se, contudo, não obstante não haja impedimento por si só de a empresa pública de direito privado se enquadrar nas regras da CPRB, é necessário verificar o atendimento dos requisitos para fins de enquadramento no inciso VII do art. 7º da Lei nº 12.546, de 2011.

O disposto no inciso VII do art. 7º da Lei nº 12.546, de 2011, não se aplica às “empresas que promovem obras de infraestrutura” e sim às empresas que auferem receita, nos termos da legislação, como “empresas de construção de obras de infraestrutura”.

Dispositivos Legais: Lei nº 12.546, de 2011, art. 7º, inciso VII, e art. 9º;

IN RFB nº 1.436, de 2013, art. 17; Solução de Consulta Cosit nº 126, de 2015.

ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA

Não produz efeitos a consulta formulada que não identifique o dispositivo da legislação tributária de que se tem dúvida de sua aplicação.

Dispositivos Legais: IN RFB nº 1.396, de 2013, art. 2º, e art. 18, inciso II.

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Relatório

A interessada, a empresa XXX afirma que é empresa pública, e através do seu “Diretor Administrativo e Financeiro” formula consulta de interpretação à legislação tributária, em síntese, nos seguintes termos:

Em 19 de julho de 2013, foi publicada a Lei nº 12.844/2013, que, ao converter em lei a Medida Provisória nº 610/2013, deu nova redação ao art. 7º, da Lei nº 12.546, de 14 de dezembro de 2011, e confirmou a inclusão das empresas de obras de infraestrutura, enquadradas nos grupos 421, 422, 429 e 431, da Classificação Nacional de Atividade Econômicas – CNAE 2.0, na lista das atividades abrangidas pelo regime de desoneração do INSS, estabelecendo-se, em relação a ditas pessoas jurídicas, a substituição da base de cálculo da contribuição previdenciária, que passou a ser calculada sobre a receita bruta, e não mais sobre a remuneração do trabalhador:

(...)

A consulente entendeu que a contribuição previdenciária substitutiva, de que trata o art. 7º, da Lei nº 12.546, de 2011, para as empresas que promovem obras de infraestrutura, cuja atividade principal se encontra inserida em algum dos grupos 421, 422, 429 e 431, da Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE 2.0, deve incidir sobre a receita bruta da empresa relativa a todas as suas atividades, ainda que alguma delas não esteja contempladas no regime de tributação substitutiva (art. 9º, § 9º, da Lei nº 12.546/2011).

Entendeu, por igual, que, por atividade principal, deve ser “considerada aquela e maior receita auferida ou esperada” de pessoa jurídica contribuinte, conforme disposto no referido §9º, do art. 9º.

No que toca à Consulente, seu Estatuto Social xxxxxxxxxxxxxxx

Já a sua inscrição, no Cadastro xxxxxx, descreve, como atividade principal, a realização de “obras de urbanização – ruas, praças e calçadas”, enquadradas no código 4213-8-00, da CNAE 2.0.

xxxxxx

Registre-se, ainda, que a sua atividade principal diz respeito à execução, de forma indireta, das obras de infraestrutura, que são, como acima referido, promovidas através dos repasses orçamentários efetuados pelo Município XXXX.

Diante desse cenário fático, e das normas jurídicas acima indicadas, a Consulente está inclinada a entender que faz jus ao regime jurídico da “desoneração”, ou à contribuição substitutiva (com alíquota de 2%) incidente sobre sua receita bruta.

Todavia, considerando o justo receio de a Administração Tributária vir a entender de forma diversa, a mesma apresenta a presente Consulta Fiscal, com vistas ao princípio da segurança jurídica e para que esse ilustre órgão responda, objetivamente:

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(i) a Consulente, à vista do seu estatuto social, do seu cartão CNPJ, e da sua natureza jurídica, pode ser enquadrada no âmbito de abrangência do inciso VI, do referido art. 7º, fazendo jus à contribuição previdenciária substitutiva?

(ii) em sendo positiva a resposta à indagação acima, os ingressos decorrentes de repasses orçamentários realizados pelo Município XXX, que representam sua maior fonte de recursos, compõem a base de cálculo da referida contribuição substitutiva?

Fundamentos

2. Preliminarmente, cumpre observar que a Solução de Consulta não se presta a verificar a exatidão dos fatos apresentados pela interessada, uma vez que se limita a apresentar a interpretação da legislação tributária conferida a tais fatos. Nesse sentido, não convalida nem invalida quaisquer informações, interpretações, ou enquadramentos procedidos pela Consulente e não gera qualquer efeito caso se constate, a qualquer tempo, que não foram descritos, adequadamente, os fatos, aos quais, em tese, se aplica a Solução de Consulta.

3. Passa-se à análise do questionamento da interessada “(i) a Consulente, à vista do seu estatuto social, do seu cartão CNPJ, e da sua natureza jurídica, pode ser enquadrada no âmbito de abrangência do inciso VI, do referido art. 7º, fazendo jus à contribuição previdenciária substitutiva?”. Saliente-se que esse questionamento será analisado depreendendo-se com base nos demais dados da consulta que a interessada quis se referir ao inciso VII do art. 7º da Lei nº 12.546, de 20111:

Art. 7º Poderão contribuir sobre o valor da receita bruta, excluídos as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos, em substituição às contribuições previstas nos incisos I e III do caput do art. 22 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991:

(Redação dada pela Lei nº 13.161, de 2015) ((Vide Lei nº 13.161, de 2015)

VII - as empresas de construção de obras de infraestrutura, enquadradas nos grupos 421, 422, 429 e 431 da CNAE 2.0. (Redação dada pela Lei nº 12.844, de 2013)

4. De acordo com o disposto no art. 17 da Instrução Normativa RFB nº 1.436, de 2013, as empresas para as quais a substituição da contribuição previdenciária sobre a folha de pagamento pela CPRB estiver vinculada ao seu enquadramento no CNAE deverão considerar apenas o CNAE principal e o enquadramento será efetuado pela atividade econômica principal da empresa, assim considerada, dentre as atividades constantes no ato constitutivo ou alterador, aquela de maior receita auferida ou esperada nos termos de seus parágrafos 2º e 3º:

Art. 17. As empresas para as quais a substituição da contribuição previdenciária sobre a folha de pagamento pela CPRB estiver vinculada ao seu enquadramento no CNAE deverão considerar apenas o CNAE principal.

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§ 1º O enquadramento no CNAE principal será efetuado pela atividade econômica principal da empresa, assim considerada, dentre as atividades constantes no ato constitutivo ou alterador, aquela de maior receita auferida ou esperada.

§ 2º A “receita auferida” será apurada com base no ano-calendário anterior, que poderá ser inferior a 12 (doze) meses, quando se referir ao ano de início de atividades da empresa.

§ 3º A “receita esperada” é uma previsão da receita do período considerado e será utilizada no ano-calendário de início de atividades da empresa.

§ 4º Para fins do disposto no caput, a base de cálculo da CPRB será a receita bruta da empresa relativa a todas as suas atividades, não lhes sendo aplicada a regra de que trata o art. 8º.

5. Ou seja, considera-se CNAE principal aquele que, dentre as atividades constantes do cadastro da empresa, representar a atividade de maior receita auferida nos termos da legislação e não aquele que esteja constando como atividade principal perante o CNPJ. Do mesmo modo, o enquadramento no art. 7º da Lei nº 12.546, de 2011, não é feito “à vista do estatuto social”

da consulente.

6. Nesse sentido, não obstante no Cadastro Geral de Pessoas Jurídicas (CNPJ) da consulente conste como atividade principal, a realização de “obras de urbanização – ruas, praças e calçadas” (CNAE 4213-8-00), não é possível, com base nesse fato, afirmar no âmbito da Solução de Consulta que a interessada está enquadrada no inciso VII do art. 7º da Lei nº 12.546, de 2011.

7. No que diz respeito ao questionamento acerca da natureza jurídica de empresa pública de direito privado, a matéria foi objeto da Solução de Consulta nº 126, de 1 de junho de 2015, quando a RFB firmou o entendimento de que por se tratar de sociedade, com base no inciso VII do art. 9º da Lei nº 12.546, de 2011, a empresa pública de direito privado poderia se enquadrar no art. 7º da citada lei. Ressalte-se, contudo, não obstante não haja impedimento por si só de a empresa pública de direito privado se enquadrar nas regras da CPRB, é necessário verificar o atendimento dos requisitos para fins de enquadramento no inciso VII do art. 7º da Lei nº 12.546, de 2011.

8. A interessada informa que os ingressos decorrentes de repasses orçamentários realizados pelo Município XXX representam a maior fonte de recursos da consulente, os quais constituem receitas destinadas ao cumprimento do objeto social da consulente, a saber:

XXXXXX

9. Quanto à sua atividade principal, do que se pode depreender da consulta formulada a atividade principal da empresa nos termos do art. 17 da Instrução Normativa RFB nº 1.436, de 2013, para os anos calendários em pauta, é a “promoção de obras de infraestrutura”. Assim, parte-se dessa premissa adotada e vincula-se a eficácia da consulta à sua veracidade.

10. Esclareça-se que o disposto no inciso VII do art. 7º da Lei nº 12.546, de 2011, não se aplica às “empresas que promovem obras de infraestrutura” como afirmou a interessada e sim às empresas que auferem receita, nos termos da legislação, como “empresas de construção de obras de infraestrutura”. Ou seja, as atividades de promoção de obras de infraestrutura, promoção de estudos e projetos de urbanização, de apoio técnico, e de contratação de empresas de construção de infraestrutura não se confundem com as de construção de obras de infraestrutura.

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11. Quanto ao questionamento “(ii)Em sendo positiva a resposta à indagação acima, os ingressos decorrentes de repasses orçamentários realizados pelo Município XXX, que representam sua maior fonte de recursos, compõem a base de cálculo da referida contribuição substitutiva?”, esse resta prejudicado face à impossibilidade de atendimento ao questionamento (i). Ademais, nota-se que a interessada não indicou os dispositivos da legislação tributária de que tem dúvida de sua aplicação relativamente a esse questionamento.

12. Pelo exposto, com base no disposto no art. 18, inciso II, da Instrução Normativa RFB nº 1.396, de 2013, propõe-se, em parte, a ineficácia da consulta formulada:

Art. 18 Não produz efeitos a consulta formulada:

...

II - em tese, com referência a fato genérico, ou, ainda, que não identifique o dispositivo da legislação tributária e aduaneira sobre cuja aplicação haja dúvida;

13. Considerando que atualmente consta como razão social da consulente “XXXXX ...”, convém observar que a presente consulta restringe-se à situação da interessada como empresa pública.

14. Submete-se o presente entendimento à Chefia da Divisão de Tributação da Superintendência da Receita Federal na 5ª Região Fiscal.

Conclusão

Pelo exposto, soluciona-se a presente consulta, na parte considerada eficaz, respondendo à consulente que:

• Para fins de enquadramento no inciso VII do art. 7º da Lei nº 12.546, de 2011, considera-se CNAE principal aquele que, dentre as atividades constantes do cadastro da empresa, representar a atividade de maior receita auferida nos termos do art. 17 da Instrução Normativa RFB nº 1.436, de 2013, e não aquele que esteja constando como atividade principal perante o CNPJ. Do mesmo modo, o enquadramento no inciso VII do art. 7º da Lei nº 12.546, de 2011, não é feito “à vista do estatuto social” da consulente;

• Através da Solução de Consulta nº 126, de 1 de junho de 2015, a RFB firmou o entendimento de que por se tratar de sociedade, com base no inciso VII do art. 9º da Lei nº 12.546, de 2011, a empresa pública de direito privado é passível de enquadramento no art. 7º da citada lei. Ressalte-se, contudo, não obstante não haja impedimento por si só de a empresa pública de direito privado se enquadrar nas regras da CPRB, é necessário verificar o atendimento dos requisitos para fins de enquadramento no inciso VII do art. 7º da Lei nº 12.546, de 2011;

O disposto no inciso VII do art. 7º da Lei nº 12.546, de 2011, não se aplica às

“empresas que promovem obras de infraestrutura” e sim às empresas que auferem receita, nos termos da legislação, como “empresas de construção de obras de

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Assinado digitalmente

Regina Célia Rodrigues dos Santos Auditora-Fiscal da RFB

De acordo. Encaminhe-se à Coordenadora da Copen.

Assinado digitalmente

Milena Rebouças Nery Montalvão Auditora-Fiscal da RFB - Chefe da Disit05 De acordo. Ao Coordenador-Geral da Cosit para aprovação.

Assinado digitalmente

Maira Acotirene Dario da Cruz

Auditora- Fiscal da RFB – Coordenadora da Copen - Substituta

Ordem de Intimação

Aprovo a Solução de Consulta. Publique-se e divulgue-se nos termos do art. 27 da IN RFB nº 1.396, de 16 de setembro de 2013. Dê-se ciência à interessada.

Assinado digitalmente

FERNANDO MOMBELLI

Auditor-Fiscal da RFB - Coordenador-Geral da Cosit

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