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Academic year: 2021

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Direito Processual Civil

Dr. Juliano Colombo

JURISDIÇÃO, AÇÃO E ATO PROCESSUAL

Jurisdição: é o poder de dizer o direito Ação: direto público subjetivo

Processo: método de compor litígios

Procedimento: expressão sinônima de rito. Maneira de organizar atos processuais Prazo: mola propulsora do processo

Jurisdição é o poder que toca ao Estado, entre as sua atividades soberanas, de formular e fazer atuar praticamente a regra jurídica concreta que, por força do direito vigente, disciplina determinada situação jurídica. (Liebman, Manuale di Diritto Procesuale Civile, ristampa da 2a. ed., 1968, 1968, v. I, no. 1, p.3)

JURISDIÇÃO - Poder de Dizer o Direito. Dirigido ao sujeito da relação jurídica.

A função jurisdicional só atua diante de casos concretos de conflitos de interesses (lide ou litígio) e sempre na dependência da invocação dos interessados, por que são devedores primários destes à ordem jurídica e a aplicação voluntária de suas normas nos negócios jurídicos praticados.1

O conceito de lide, portanto, é fundamental para compreensão da atividade jurisdicional e, conseqüentemente, do processo e da ação.2

Na clássica lição de Carnelutti – a existência de lide ou litígio é necessário que ocorra “um conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida”.

Vedação da Autotutela - Jurisdição como Poder e Função do Estado.

Processo: Na lição de Humberto Theodoro Junior, Processo é o método específico de compor lítigios através da soberania estatal.

Procedimento: Maneira de estipular os atos processuais necessários. Estabelece o iter a ser percorrido pelos litigantes e pelo juiz ao longo do desenrolar da relação processual.

Nesta linha, a jurisdição necessita ser ‘provocada’ é a aplicação do ‘Princípio da Demanda/Princípio Dispositivo’ que informa que é do cidadão, e não do juiz, a iniciativa de movimentar ou não movimentar o Poder Judiciário.

Importante que a composição (acordo) entre as partes poderá ocorrer sem a provocação do poder judiciário, fato próprio das relações contratuais e negócios jurídicos. Igualmente, provocado o poder judiciário, estabelecida a demanda, poderá ocorrer a chama “autocomposição - transação” no curso do processo, sendo causa de sentença com resolução do mérito nos termos do art. 269, III do CPC.

1 Citação de Humberto Theodor Junior, Curso de Direito Processual Civil, Volume I, Editora Forense, p. 39

2 Citação de Humberto Theodor Junior, Curso de Direito Processual Civil, Volume I, Editora Forense, p.39.

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ATOS PROCESSUAIS

Forma dos atos processuais

Art. 154 - Os atos e termos processuais não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir, reputando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencheram a finalidade essencial.

Assim, há relevância nas formas prescritas pelo CPC. Entretanto, em geral, a inobservância das formas não é causa de nulidade do ato, se este atingiu a sua finalidade essencial.

Como exemplo temos o comparecimento espontâneo do réu aos autos para se defender que supre a falta ou nulidade de citação, art. 214, §3o do CPC.

Via de regra, somente quando não se atinge o fim visado pelo ato processual é que deve ser reconhecida a invalidade.

Comunicação dos Atos Processuais

Art. 154. Parágrafo único. Os tribunais, no âmbito da respectiva jurisdição, poderão disciplinar a prática e a comunicação oficial dos atos processuais por meios eletrônicos, atendidos os requisitos de autenticidade, integridade, validade jurídica e interoperabilidade da Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP - Brasil.

§2o. Todos os atos e termos do processo podem ser produzidos, transmitidos, armazenados e assinados por meio eletrônico, na forma da lei (Lei 11419/2006)

É a tendência moderna da evolução digital. O virtual, o digital se sobrepõe ao papel meio físico e encontra respaldo no Código de Processo Civil. Por exemplo: e-proc, diário de justiça eletrônico, assinatura digital, entre outros.3

DO TEMPO E DO LUGAR DOS ATOS PROCESSUAIS

Do Tempo

O CPC utiliza determinações de tempo para a prática dos atos processuais sob dois ângulos:

a) o do momento adequado ou útil para a atividade processual;

b) o do prazo fixado para a prática do ato.

Art. 172. Os atos processuais realizar-se-ão em dias úteis, das 6 (seis) às 20 (vinte) horas. (Redação dada pela Lei nº 8.952, de 1994)

Assim, via de regra, entende-se por dias úteis aqueles em que há expediente forense. Ocorre que, uma interpretação sistemática revela que o domingo é considerado feriado forense. (art. 175 CPC). Portanto,

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Sábado não é feriado, razão pela qual podem ser praticados atos processuais. Para efeito de contagem de prazo, entretanto, o sábado é considerado dia não útil, porque nele não há expediente forense.

CITAÇÃO. ATO REALIZADO NUM SABADO. VALIDADE. PARA A REALIZAÇÃO DE ATOS PROCESSUAIS EXTERNOS, O SABADO E CONSIDERADO DIA UTIL. APENAS E TIDO COMO DIA NÃO-UTIL PARA EFEITO DE CONTAGEM DE PRAZO, UMA VEZ QUE NELE, NORMALMENTE, NÃO HA EXPEDIENTE FORENSE. RECURSO ESPECIAL NÃO CONHECIDO. REsp 122025 / PE

§ 1o Serão, todavia, concluídos depois das 20 (vinte) horas os atos iniciados antes, quando o adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano. (Redação dada pela Lei nº 8.952, de 1994)

Quando o ato tiver sido iniciado antes das vinte horas, a lei permite sua continuação se o adiamento puder causar grave dano ou puder prejudicar diligência.

§ 2o A citação e a penhora poderão, em casos excepcionais, e mediante autorização expressa do juiz, realizar- se em domingos e feriados, ou nos dias úteis, fora do horário estabelecido neste artigo, observado o disposto no art. 5o, inciso Xl, da Constituição Federal. (Redação dada pela Lei nº 8.952, de 1994)

O ingresso de oficial de justiça na residência de alguém para efetuar citação, penhora, ou outro ato processual, somente pode ser feito fora do horário legal (6h às 20h), bem como nos domingos e feriados, em situações excepcionais, mediante autorização expressa do juiz, sob pena de ferir direitos e garantias individuais.

§ 3o Quando o ato tiver que ser praticado em determinado prazo, por meio de petição, esta deverá ser apresentada no protocolo, dentro do horário de expediente, nos termos da lei de organização judiciária local.

(Incluído pela Lei nº 8.952, de 1994)

Apesar do Código estabelecer horários limites para a prática de atos processuais em geral, o horário de expediente do órgão judiciário e do funcionamento de seu protocolo deve ser regulamentado por lei de organização judiciária local respeitando os preceitos do CPC. Não necessita respeitar obrigatoriamente o horário das 6h às 20h. O horário de expediente de cada localidade deverá ser respeitado na contagem dos prazos processuais.

A interposição de recurso é ato processual, sendo, pois, intempestivo recurso protocolado às 18h19min do último dia do prazo, mesmo que o protocolo ainda esteja funcionando (RSTJ 24/51)

Conforme dispõe o CPC 172, §3o, as petições deverão ser apresentadas no protocolo durante o horário de expediente forense, que é regulado pela lei local. No caso, os embargos à execução foram protocolizados às 18h40min, do último dia do prazo. O COJE do Estado de Rondônia prevê o encerramento do expediente forense às 18h. Assim, intempestivos os embargos, rejeitados liminarmente. (STJ, Resp 292022-RO)

INFORMATIVO 504 DO STJ

TEMPESTIVIDADE DE RECURSO. FERIADO LOCAL. COMPROVAÇÃO POSTERIOR EM AGRAVO REGIMENTAL.

Adotando recente entendimento do STF, a Corte Especial decidiu que, nos casos de feriado local ou de suspensão do expediente forense no Tribunal de origem que resulte na prorrogação do termo final para interposição do recurso, a comprovação da tempestividade do recurso especial pode ser realizada posteriormente, quando da interposição do agravo regimental contra a decisão monocrática do relator que não conheceu do recurso por considerá-lo intempestivo. Precedentes citados do STF: AgRg no RE 626.358-MG, DJe 23/8/2012; HC 108.638-SP, DJe 23/5/2012; do STJ: AgRg no REsp 1.080.119-RJ, DJe 29/6/2012. AgRg no AREsp 137.141-SE, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, julgado em 19/9/2012.

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Súmula 484 – STJ - Admite-se que o preparo seja efetuado no primeiro dia útil subsequente, quando a interposição do

recurso ocorrer após o

encerramento do expediente bancário.

Art. 175. São feriados, para efeito forense, os domingos e os dias declarados por lei.

Para o processo eletrônico, quando implantado pelos Tribunais, a Lei 11.419 institui regra diferente da fixada pelo art. 172, §3o, do CPC: as petições serão consideradas tempestivas quando remetidas por meio eletrônico até as vinte e quatro horas do último dia do prazo (Lei 11.419, arts. 3o, parágrafo único, e 10, §1o). A regra, porém, só será observada quando o sistema de comunicação eletrônica de atos processuais estiver realmente implantado e a remessa da petição eletrônica observar as cautelas dos arts. 1o e 2o da Lei 11.419, relativas à observância da assinatura eletrônica e ao credenciamento prévio no Poder Judiciário.

Lei 11.419 - Art. 3o Consideram-se realizados os atos processuais por meio eletrônico no dia e hora do seu envio ao sistema do Poder Judiciário, do que deverá ser fornecido protocolo eletrônico.

Parágrafo único. Quando a petição eletrônica for enviada para atender prazo processual, serão consideradas tempestivas as transmitidas até as 24 (vinte e quatro) horas do seu último dia.

PONTO 2: NULIDADES

VÍCIOS DOS ATOS PROCESSUAIS

A nulidade no processo civil brasileiro divide-se em absoluta e relativa.

A nulidade absoluta refere-se aos temas de ordem pública, podendo ser declarada a pedido da parte interessada ou mesmo decretada de ofício, sendo insuscetíveis de preclusão.

A nulidade relativa, por sua vez, depende sempre de provocação da parte e estão sujeitas à preclusão, caso não argüidas na primeira oportunidade que a parte teria para faze-la no processo, com a conseqüente sanação do vício.

A nulidade pode ser ainda, cominada ou não-cominada. Na nulidade cominada há expressa previsão na lei, a nulidade cominada é sempre absoluta. A nulidade não-cominada, depende de ser extraída por meio de interpretação do sistema de direito processual, sendo sempre relativa.

Binômio para o entendimento das nulidades: prejuízo / finalidade.

Verificação do prejuízo e atingimento da finalidade.

A nulidade no processo civil sempre depende de declaração judicial, tanto para a absoluta quanto para a relativa.

Art. 243. Quando a lei prescrever determinada forma, sob pena de nulidade, a decretação desta não pode ser requerida pela parte que Ihe deu causa.

A parte que dá causa à nulidade não pode jamais requerer a sua decretação.

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“Não deve ser declarada nulidade quando a parte a quem possa favorecer para ela contribuiu e se absteve de qualquer impugnação no curso da demanda, relativamente ao devido processo legal” (RSTJ 12/366)

Art. 244. Quando a lei prescrever determinada forma, sem cominação de nulidade, o juiz considerará válido o ato se, realizado de outro modo, Ihe alcançar a finalidade.

O juiz deve desapegar-se do formalismo, procurando agir de modo a propiciar às partes o atingimento das finalidades do processo. Princípio da instrumentalidade das formas.

“Em tema de nulidade no processo civil, o princípio fundamental que norteia o sistema preconiza que para o reconhecimento da nulidade do ato processual é necessário que se demonstrem, de modo objetivo, os prejuízos conseqüentes, com influência no direito material e reflexo na decisão da causa”(STJ, 6a. T. RSTJ 119/621)

“O atual CPC prestigia o sistema que se orienta no sentido de aproveitar ao máximo os atos processuais, regularizando sempre que possível as nulidades sanáveis”(STJ – RT 659/183)

Art. 245. A nulidade dos atos deve ser alegada na primeira oportunidade em que couber à parte falar nos autos, sob pena de preclusão.

Parágrafo único. Não se aplica esta disposição às nulidades que o juiz deva decretar de ofício, nem prevalece a preclusão, provando a parte legítimo impedimento.

O caput do art. 245 aplica-se somente às nulidades relativas, devendo ser argüidas pela parte interessada na primeira oportunidade em que lhe couber falar nos autos, sob pena de preclusão temporal, perdendo a faculdade processual de promover a anulação.

O parágrafo único vai regular as nulidades absolutas, não sendo aplicável a preclusão.

Ressalte-se que conforme posicionamento de Nelson Nery Júnior em sua obra Código de Processo Civil Comentado, a nulidades relativas são chamadas de “anulabilidades”, visto que são sanáveis. Assim comenta o art. 245 caput “Embora fale de nulidade, a norma regula as anulabilidades, pois somente estas estão sujeitas à preclusão. Evidentemente a norma se refere às anulabilidades, isto é, invalidades sanáveis, pois as nulidades absolutas, cominadas, não podem ser convalidadas nem são suscetíveis de preclusão.”

Art. 246. É nulo o processo, quando o Ministério Público não for intimado a acompanhar o feito em que deva intervir.

Parágrafo único. Se o processo tiver corrido, sem conhecimento do Ministério Público, o juiz o anulará a partir do momento em que o órgão devia ter sido intimado.

Como há independência do MP relativamente ao juiz, que sobre ele não tem poder hierárquico, o magistrado não pode obriga-lo a intervir no feito. Assim, o que enseja a nulidade do ato não é a falta de intervenção do MP, mas a falta de sua intimação.

“O que enseja nulidade, nas ações em que há obrigatoriedade de intervenção do MP, é a falta de intimação do seu representante, não a falta de efetiva manifestação deste” (RSTJ 43/227)

“A intervenção posterior do MP não convalida o processo (RTJ STF 72/267)

Art. 247. As citações e as intimações serão nulas, quando feitas sem observância das prescrições legais.

Só serão decretadas se trouxerem prejuízo para a parte que foi citada ou intimada regularmente. Ainda assim, é possível que a citação nula se convalide. (CPC art. 214, §2o).

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Dr. Juliano Colombo

Importar esclarecer que o vício da citação autoriza, inclusive, a parte prejudicada a oferecer impugnação se a atividade cognitiva tramitou à sua revelia art. 475-L, I

Art. 248. Anulado o ato, reputam-se de nenhum efeito todos os subseqüentes, que dele dependam; todavia, a nulidade de uma parte do ato não prejudicará as outras, que dela sejam independentes.

“Não constando o nome do advogado da parte, tal como exige o art. 236, par. 1°, do CPC, da publicação c om efeito de intimação, impende reconhecer a nulidade, que alcança os atos subseqüentes, na forma ao art. 248 do mesmo Código. Cuidando-se de nulidade decretável de ofício, não há cogitar de preclusão (art. 249, par. Único, do CPC)” (STJ –3a T., Resp 100.790, rel. Min. Costa Leite, j. 10.2.98, deram provimento, v.u., DJU 30.3.98, p.41)

“RECURSO ESPECIAL – AÇÃO DE INDENIZAÇÃO - INTIMAÇÃO DA SENTENÇA – PUBLICAÇÃO EFETIVADA EM NOME DE ADVOGADO DIVERSO DO INDICADO EXPRESSAMENTE NA CONTESTAÇÃO - NULIDADE - RECURSO ESPECIAL PROVIDO. I - Consoante a jurisprudência do STJ, havendo requerimento expresso, a intimação dos atos precessuais só é válida se efetivada em nome do advogado indicado. II - Não efetivada a intimação em nome do advogado que a requereu, deve ser reconhecida a nulidade desse ato, reabrindo-se o prazo para a interposição do recurso cabível. III - RECURSO ESPECIAL PROVIDO.” (REsp 1036980 / RJ - RECURSO ESPECIAL 2008/0048197-4 Ministro MASSAMI UYEDA - DJ 20.06.2008)

“PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. PLURALIDADE DE PROCURADORES. INTIMAÇÃO APENAS DE UM DELES. INEXISTÊNCIA DE NULIDADE DOS ATOS DECISÓRIOS. DISSÍDIO PRETORIANO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO E DEMONSTRAÇÃO. REEXAME DE MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA. APLICAÇÃO DO ÓBICE DA SÚMULA 07/STJ. 1. "Publicação em que não consta o nome de todos os advogados da parte. Dissídio de jurisprudência superado. Súmula 286. Ambas as Turmas do STF têm decidido que, quando da mesma procuração consta o nome de vários advogados, basta que a intimação seja feita a um deles." (Recurso Extraordinário nº 94685/PR, 1ª Turma, Rel. Min. Néri da Silveira). 2. Precedentes jurisprudenciais: AgRg no Ag 847.725/DF (DJ de 14.05.2007);

AgRg no AgRg no REsp 505.885/PR (DJ de 11.04.2007); REsp 900.818/RS (DJ de 02.03.2007); AgRg no REsp 801.614/SP (DJ de 20.11.2006); HC 44.206/ES (DJ de 09.10.2006); AgRg no AgRg no Resp 617.850/SP (DJ de 02.10.2006); RMS 16.737/RJ (DJ de 25.02.2004). 3. A interposição do recurso especial pela alínea "c", do permissivo constitucional, exige a comprovação e a demonstração do dissídio pretoriano, consoante as condições de admissibilidade previstas nos arts. 255, §§ 1º, 2º e 3º, do Regimento Interno do STJ, e 541, parágrafo único, do Código de Processo Civil. 4. Destarte, constando do aresto a assertiva de que "Inexiste nos autos requerimento de publicação exclusiva em nome do advogado, sendo certo que os requerimentos de fls. 161 e 201 o fazem de forma complementar"

(fl. 280), a revisão desse aspecto recursal implica revolvimento fático-probatório, insindicável em sede de recurso especial, em face do óbice contido na Súmula 7/STJ. 5. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, desprovido.” (REsp 905632 / SP RECURSO ESPECIAL 2006/0254352-9 Ministro LUIZ FUX - DJ 02.06.2008)

Art. 249. O juiz, ao pronunciar a nulidade, declarará que atos são atingidos, ordenando as providências necessárias, a fim de que sejam repetidos, ou retificados.

§ 1o O ato não se repetirá nem se Ihe suprirá a falta quando não prejudicar a parte.

§ 2o Quando puder decidir do mérito a favor da parte a quem aproveite a declaração da nulidade, o juiz não a pronunciará nem mandará repetir o ato, ou suprir-lhe a falta.

Exemplo: na eventualidade de a parte ser incapaz e o Ministério Público não ter sido intimado a participar do processo (arts. 84 e 246), o juiz não declarará sua nulidade se a resolução de mérito for favorável ao incapaz (EDREsp 26.898/SP).

Art. 250. O erro de forma do processo acarreta unicamente a anulação dos atos que não possam ser aproveitados, devendo praticar-se os que forem necessários, a fim de se observarem, quanto possível, as prescrições legais.

Parágrafo único. Dar-se-á o aproveitamento dos atos praticados, desde que não resulte prejuízo à defesa.

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O Código adotou o princípio da instrumentalidade das formas, segundo o qual o que importa é a finalidade do ato e não ele em si mesmo considerado. Se puder atingir sua finalidade, ainda que irregular na forma, não se deve anula-lo.

Erro de forma do processo: procedimento sumário, procedimento ordinário. A medida do art. 250 só é viável em casos como o da conversão de rito ordinário em especial e de sumário em ordinário, mas sempre dentro do mesmo tipo de processo, isto é, prestando à parte a mesma tutela jurisdicional, com mudança apenas de rito, dentro da mesma espécie de processo. Entretanto, se o feito só poderia ser apreciado no processo de conhecimento e o autor lançou mão do processo de execução forçada, é impossível a conversão, porque o juiz estaria alterando o próprio pedido do autor, o que nunca lhe é permitido, dentro da sistemática de nosso direito processual.

QUESTÕES

01. ( ) Os atos processuais só podem ser validamente praticados em dias úteis, dentro do horário de expediente, exceto a citação, que pode ser realizada inclusive nos domingos e feriados, das seis às vinte horas.

02. ( ) Os atos processuais não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir, reputando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial.

03. ( ) Os atos e termos processuais dependem de forma determinada, salvo quando a lei expressamente a dispensar.

04. ( ) Os atos processuais realizar-se-ão em dias úteis, das 6 às 20 horas.

05. ( ) O juiz não poderá autorizar que a citação e a penhora se realizem em domingos e feriados.

06. ( ) Sábado, domingo e dias declarados por lei são considerados feriados.

07. ( ) Não se aplica às nulidades absolutas a regra de que a nulidade dos atos processuais deve ser alegada na primeira oportunidade em que couber à parte falar nos autos, sob pena de preclusão.

08. ( ) A nulidade relativa deve ser argüida pela parte interessada em sua decretação, na primeira oportunidade em que lhe couber falar nos autos, depois do ato defeituoso, sob pena de preclusão, isto é, de perda da faculdade processual de promover a anulação.

09. ( ) Anulado um ato processual, mesmo que se trate de um ato complexo, todos os atos subseqüentes a ele serão também anulados, ainda que sejam independentes entre si e que a nulidade se refira a apenas uma parte do ato.

10. ( ) O ato processual praticado em desconformidade com a norma que disciplina sua produção é inválido, devendo o juiz, de ofício, decretar sua nulidade e determinar sua repetição, ainda que não cause prejuízo à regularidade processual ou às partes.

11. ( ) Deve ser decretada a nulidade do processo em que se tenha constatado, afinal, a falta de outorga uxória, ainda que se possa decidir o mérito a favor do cônjuge ausente, visto que todas as nulidades processuais são insanáveis.

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12. Assinale a alternativa correta.

Para efeito forense, são feriados:

a) Os domingos e os dias declarados em lei;

b) Os domingos, os sábados e os dias declarados em lei;

c) O período de recesso forense;

d) O período de estado de sítio;

e) Os períodos de estado de sítio e de estado de defesa.

13. No que concerne às nulidades processuais, segundo o Código de Processo Civil, é INCORRETO afirmar:

a) Anulado o ato, reputam-se de nenhum efeito todos os subseqüentes, que dele dependam; todavia, a nulidade de uma parte do ato não prejudicará as outras, que dela sejam independentes.

b) A nulidade dos atos processuais deve ser alegada na primeira oportunidade em que couber à parte falar nos autos, ainda que haja prova de legítimo impedimento, sob pena de preclusão.

c) Quando a lei prescrever determinada forma, sob pena de nulidade, a decretação desta não pode ser requerida pela parte que deu causa.

d) Quando a lei prescrever determinada forma, sem cominação de nulidade, o juiz considerará válido o ato se, realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade.

e) Quando puder decidir o mérito a favor da parte a quem aproveite a declaração de nulidade, o juiz não a pronunciará nem mandará repetir o ato, ou suprir-lhe a falta.

14. Com relação as nulidades é INCORRETO afirmar:

a) Quando a lei prescrever determinada forma, sob pena de nulidade, a decretação desta não pode ser requerida pela parte que Ihe deu causa.

b) O erro de forma do processo acarreta a nulidade absoluta de todos os atos nele praticado em razão da inobservância legal pré-determinada, sendo vedado o aproveitamento de atos.

c) Em regra, a nulidade dos atos deve ser alegada na primeira oportunidade em que couber à parte falar nos autos, sob pena de preclusão.

d) Anulado o ato, reputam-se de nenhum efeito todos os subsequentes, que dele dependam; todavia, a nulidade de uma parte do ato não prejudicará as outras, que dela sejam independentes.

e) Se o processo em que deva intervir tiver corrido sem conhecimento do Ministério Público o juiz o anulará a partir do momento em que o órgão devia ter sido intimado.

15. Jurisdição é

(A) a faculdade atribuída ao Poder Executivo de propor e sancionar leis que regulamentem situações jurídicas ocorridas na vida em sociedade.

(B) a faculdade outorgada ao Poder Legislativo de regulamentar a vida social, estabelecendo, através das leis, as regras jurídicas de observância obrigatória.

(C) o poder das autoridades judiciárias regularmente investidas no cargo de dizer o direito no caso concreto.

(D) o direito individual público, subjetivo e autônomo, de pleitear, perante o Estado a solução de um conflito de interesses.

(E) o instrumento pelo qual o Estado procede à composição da lide, aplicando o Direito ao caso concreto, dirimindo os conflitos de interesses

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