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IUPQC para melhoria da qualidade da energia elétrica em aerogeradores de velocidade fixa

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(1)

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA EL ´ETRICA

PROGRAMA DE P ´OS-GRADUAC¸ ˜AO EM ENGENHARIA EL ´ETRICA

JULIANA IZABEL LARA UCH ˆOA

i-UPQC para Melhoria da Qualidade da Energia El´etrica em

Aerogeradores de Velocidade Fixa

(2)

i-UPQC para Melhoria da Qualidade da Energia El´etrica em Aerogeradores de Velocidade Fixa

Dissertac¸˜ao de Mestrado apresentada ao

Pro-grama de P´os-Graduac¸˜ao em Engenharia El´etrica, da Faculdade de Engenharia El´etrica da

Univer-sidade Federal do Cear´a, como requisito parcial para obtenc¸˜ao do T´ıtulo de Mestre em Engenha-ria El´etrica. ´Area de concentrac¸˜ao: Energias

re-nov´aveis e Sistemas El´etricos.

Orientador: Prof. Dr. Francisco Kleber de Ara´ujo Lima

(3)

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Universidade Federal do Ceará

Biblioteca de Pós-Graduação em Engenharia - BPGE

U19i Uchôa, Juliana Izabel Lara.

I-UPQC para melhoria da qualidade da energia elétrica em aerogeradores de velocidade fixa / Juliana Izabel Lara Uchôa. – 2015.

86 f. : il. color., enc. ; 30 cm.

Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Centro de Tecnologia, Departamento de Engenharia Elétrica, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica, Fortaleza, 2015.

Área de Concentração: Sistemas de Energia Elétrica. Orientação: Prof. Dr. Francisco Kleber de Araújo Lima.

1. Engenharia elétrica. 2. Eletrônica de potência. I. Título.

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(7)

AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar, a Deus, por ter me dado tudo aquilo que precisei durante esta

jornada. Forc¸a e coragem para superar as dificuldades, paciˆencia para alcanc¸ar meus objetivos

e sabedoria para guiar os meus passos. Suas palavras de consolo e de orientac¸˜ao nos momentos

mais dif´ıceis tornaram meu caminho muito mais suave.

Ao meu esposo, Bruno Uchˆoa, por todo carinho e dedicac¸˜ao, por estar sempre ao meu

lado e ser meu companheiro. Agradec¸o sobretudo `a sua paciˆencia e apoio nas horas que estas

virtudes eram mais escassas.

Aos meus pais Jo˜ao Bosco de Sousa Lara e Joana Darc Lara, por terem me dado o

que tenho de mais importante, educac¸˜ao e car´ater. Suas demonstrac¸˜oes de amor, carinho e,

principalmente, f´e no meu potencial foram fundamentais para a conclus˜ao deste trabalho.

`

A minha sogra Clarice, pela disponibilidade de deixar seus afazeres pessoais e ajudar

na conduc¸˜ao da rotina do meu lar, durante minha ausˆencia.

Ao querido mestre Tiaraj´u, pelos conselhos e pela disponibilidade em auxiliar esta

eterna aluna.

Aos professores da Universidade Federal do Cear´a, que contribu´ıram para um

apren-dizado cont´ınuo, completo e de qualidade. Obrigado pela valorosa dedicac¸˜ao, sem vocˆes n˜ao

haveria este curso.

Ao meu orientador Francisco Kleber de Ara´ujo Lima pelo apoio e por dividir seus

co-nhecimentos. Mas principalmente por acreditar em mim quando duvidei da minha capacidade.

Aos meus amigos de laborat´orio, agradec¸o pela companhia salutar, pelo

companhei-rismo e pela amizade durante esses mais de dois anos de estudo.

Aos meus amigos que distantes escutavam minhas lamentac¸˜oes e faziam preces a Deus

por mim.

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Cient´ıfico e Tecnol´ogico CNPq pelo

su-porte financeiro para a realizac¸˜ao de pesquisas e conclus˜ao do curso.

A todos aqueles que contribu´ıram, de forma direta ou indireta, na minha formac¸˜ao,

(8)

RESUMO

Turbinas de velocidade fixa dominaram completamente o mercado at´e meados de 1990

e atualmente, apesar da maioria dos aerogeradores instalados serem de velocidade vari´avel,

muitos aerogeradores de velocidade fixa ainda se encontram em funcionamento. Neste

con-texto, este trabalho apresenta um estudo sobre a operac¸˜ao coordenada de um dispositivo FACTS

(Flexible Alternating Current Transmission Systems) com um aerogerador de velocidade fixa,

equipado com gerador de induc¸˜ao gaiola de esquilo. O dispositivo FACTS aplicado baseia-se

na estrat´egia de controle do Condicionador Unificado de Qualidade de Energia com topologia

invertida (i-UPQC, do inglˆes, Unified Power Quality Conditioner with inverted topology), e

consiste de dois conversores est´aticos na configurac¸˜ao back-to-back. Um modelo foi

desenvol-vido no software PSCAD/EMTDC e quatro cen´arios diferentes foram simulados e discutidos

a fim de validar a teoria apresentada. A partir dos resultados de simulac¸˜ao, foi analisado o

desempenho do i-UPQC para melhoria da qualidade da tens˜ao no Ponto de Conex˜ao Comum

(PCC), diminuic¸˜ao das correntes harmˆonicas drenadas do aerogerador e aumento da capacidade do gerador de induc¸˜ao de se manter conectado durante um afundamento momentˆaneo da tens˜ao

da rede. O i-UPQC atuou de forma satisfat´oria, pois n˜ao permitiu que variac¸˜oes na velocidade

do vento afetassem a qualidade da tens˜ao fornecida ao PCC, nem que o afundamento da tens˜ao

no PCC alterasse a tens˜ao nos terminais do estator. Quando cargas n˜ao lineares foram

adicio-nadas no sistema, o i-UPQC manteve a corrente do estator livre das componentes harmˆonicas

e desbalanc¸os presentes na corrente da carga. Demonstrou-se que, em condic¸˜oes normais de

operac¸˜ao, um dos conversores do i-UPQC pode ser especificado para 50% da potˆencia

nomi-nal do aerogerador, o que pode representar uma vantagem do i-UPQC para o caso de uma implementac¸˜ao real. Foi feita uma comparac¸˜ao entre duas diferentes configurac¸˜oes de conex˜ao

do i-UPQC com o aerogerador e a rede: ora com o conversor paralelo conectado entre o

conver-sor s´erie e o ponto de conex˜ao comum (PCC), ora conectado entre o aerogerador e o converconver-sor

s´erie. Concluiu-se que a configurac¸˜ao com o conversor paralelo conectado ao aerogerador ´e

mais vantajosa, pois a corrente que circula atrav´es do conversor s´erie ´e menor que a corrente

do estator. Nesta configurac¸˜ao, nenhuma corrente referente `a potˆencia ativa do aerogerador ´e

injetada no PCC durante um afundamento de tens˜ao.

(9)

ABSTRACT

Fixed speed wind turbines completely dominated the market until the mid-1990s and

currently. Although most installed wind turbine are variable speed, many fixed speed wind are

still in operation. In this context, this work presents a study concerned to coordinated operation

of FACTS (Flexible Alternating Current Transmission Systems) device with fixed speed wind

energy conversion system (WECS) equipped with a squirrel cage induction generator. The ap-plied FACTS device is based on the control strategy of the Unified Conditioner Power Quality

with inverted topology (i-UPQC), and consists of two static converters connected in

back-to-back topology. A model was developed in the software PSCAD/EMTDC, tested under four

different scenarios and discussed in order to validate the presented theory. The i-UPQC

per-formance was analyzed for improving voltage quality in the point of common coupling (PCC),

reduction of the harmonic currents drained from the wind turbine, and increasing the induction

generator capacity to remain connected during a momentary collapse in the grid voltage. The

i-UPQC presented good performance due to its capability to warrant the quality in the PCC vol-tage in spite of the wind variation and that the volvol-tage sags at the PCC do not change the stator

voltages. About the generator current, the i-UPQC has kept the stator current free of harmonic

components and the effect of unbalanced loads. Under normal operation it was demonstrated

that one of the I-UPQC converters can be sized as 50% of the generator rated power, which is

an advantage for real implementation. A comparison between two ways to connect the I-UPQC

to the grid, along with the wind turbine, was made. The series converter connected between the

wind turbine and the parallel converter, or between parallel converter and the common

connec-tion point (PCC). It was concluded that the shunt converter connected to the generator presents better performance than the series converter due to series converter currents are less than the

stator currents. Under this configuration, there is no active power current from the generator

injected in the PCC during voltage sags.

(10)

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

i-UPQC Unified Power Quality Conditioner with inverted topology;

ANEEL Agˆencia Nacional de Energia El´etrica;

EPE Empresa de Pesquisa Energ´etica;

MP Minist´erio do Planejamento;

MME Minist´erio de Minas e Energia;

LRVT Low Voltage Ride Through;

SIN Sistema Interligado Nacional;

SCIG Squirrel Cage Induction Generator;

PMSG Permanent Magnetic Synchronous Generator;

DFIG Doubly Fed Induction Generator;

WRSG Wound Rotor Synchronous Generator;

FACTS Flexible Alternating Current Transmission Systems;

SVC Static Var Compensator;

TCR Thyristor Controlled Reactors;

TSC Thyristor Switched Compensator;

TSSC Thyristor Switched Series Compensator;

TCSC Thyristor Controlled Series Compensator;

IGBT Insulated Gate Bipolar Transistor;

STATCOM Static Synchronous Compensator;

SSSC Static Synchronous Series Compensator;

UPQC Unified Power Quality Conditioner;

UPFC Unified Power Flow Controller;

IPFC Interline Power Flow Controller;

CSC Convertible Static Compensator;

PCC Ponto de Conex˜ao Comum;

SMES Superconducting Magnetic Energy Storage;

VTCD Variac¸˜ao de Tens˜ao de Curta Durac¸˜ao;

QEE Qualidade de Energia El´etrica;

ONS Operador Nacional do Sistema;

(11)

LISTA DE S´IMBOLOS

~vss Tens˜ao do estator nas coordenadas do estator;

~vrr Tens˜ao do rotor nas coordenadas do rotor;

Rs Resistˆencia do estator;

Rr Resistˆencia do rotor;

~is

s Vetor corrente do estator na coordenada do estator;

~ir

r Vetor corrente do rotor na coordenada do rotor;

~ψs

s Vetor fluxo magn´etico do estator na coordenada do estator;

~ψr

r Vetor fluxo magn´etico do rotor na coordenada do rotor;

~ψs Vetor fluxo magn´etico do estator no referencial s´ıncrono;

~ψr Vetor fluxo magn´etico do rotor no referencial s´ıncrono;

~vs Tens˜ao do estator no referencial s´ıncrono;

~is Vetor da corrente do estator no referencial s´ıncrono; ~ir Vetor da corrente do rotor no referencial s´ıncrono;

µ Deslocamento angular do eixo do estator;

θslip Deslocamento angular do eixo do rotor; ωr Velocidade angular do rotor;

ωslip Diferenc¸a entre a frequˆencia angular do fluxo do estator e do eixo do rotor;

Ls Indutˆancia pr´opria do estator;

Lr Indutˆancia pr´opria do rotor;

Lm Indutˆancia de magnetizac¸˜ao da m´aquina;

Lls Indutˆancia de dispers˜ao do estator;

Llr Indutˆancias de dispers˜ao do rotor;

s Escorregamento da m´aquina;

Zt Impedˆancia da m´aquina vistas pelos terminais do estator;

Rt Resistˆencia da m´aquina vistas pelos terminais do estator;

Xt Reatˆancia da m´aquina vistas pelos terminais do estator;

Xm Reatˆancia de magnetizac¸˜ao da m´aquina;

Xlr Reatˆancia de dispers˜ao do rotor;

Xls Reatˆancia de dispers˜ao do estator;

(12)

Pe Potˆencia el´etrica do gerador;

Tm Torque mecˆanico;

Pm Potˆencia mecˆanica do gerador;

ωk Velocidade de sincronismo;

Vs Amplitude da tens˜ao do estator;

Jg Constante de in´ercia do gerador;

ωcr Velocidade cr´ıtica;

icol Corrente Coletiva do Gerador;

ia Corrente do gerador na fasea;

ib Corrente do gerador na faseb;

ic Corrente do gerador na fasec;

vl Tens˜ao no PCC;

vl′ Nova referˆencia de tens˜ao para o sistema de controle;

vs Tens˜ao na fonte;

vcs Tens˜ao no conversor s´erie;

is Corrente da fonte;

icp Corrente no conversor paralelo;

il Corrente na carga;

vcp Tens˜ao no conversor paralelo;

ics Corrente no conversor s´erie;

vabcs (t) Tens˜ao trif´asica da fonte;

vabcs+1(t) Componente fundamental de sequˆencia positiva da tens˜ao da fonte;

vabcs

−1(t) Componente fundamental de sequˆencia negativa da tens˜ao da fonte; vabcsh (t) Somat´orio das componentes harmˆonicas de ordemhda tens˜ao da fonte;

iabcl (t) Corrente trif´asica da carga;

iabcl

+1(t) Componente fundamental de sequˆencia positiva da corrente da carga; iabcl

−1(t) Componente fundamental de sequˆencia negativa da corrente da carga; iabcl

h (t) Componente harmˆonica, de ordemh, da corrente da carga;

Ec Energia acumulada no capacitor;

(13)

Vc Tens˜ao do elo CC;

qmag Potˆencia reativa de magnetizac¸˜ao;

ωs Velocidade angular s´ıncrona;

P Amplitude de potˆencia ativa;

Q Amplitude de potˆencia reativa;

FP Fator de potˆencia;

α relac¸˜ao entre a potˆencia imagin´aria e a potˆencia real;

va Tens˜ao na faseade um sistema trif´asico;

vb Tens˜ao na fasebde um sistema trif´asico;

vc Tens˜ao na fasecde um sistema trif´asico;

vα Tens˜aoαde um sistema trif´asico, no referencial estacion´ario;

vβ Tens˜aoβde um sistema trif´asico, no referencial estacion´ario;

ia Corrente na faseade um sistema trif´asico;

ib Corrente na fasebde um sistema trif´asico;

ic Corrente na fasecde um sistema trif´asico;

iα Correnteαde um sistema trif´asico, no referencial estacion´ario;

iβ Correnteβde um sistema trif´asico, no referencial estacion´ario;

p Potˆencia real instantˆanea;

p Componente m´edia da potˆencia real instantˆanea;

e

p Componente oscilante da potˆencia real instantˆanea;

q Potˆencia imagin´aria instantˆanea;

q Componente m´edia da potˆencia imagin´aria instantˆanea;

e

q Componente oscilante da potˆencia imagin´aria instantˆanea;

vαβ

1+ Componente fundamental de sequˆencia positiva de uma tens˜ao no referencial estacion´ario; vα1+ Componente fundamental de sequˆencia positiva da tens˜aoα;

vβ1+ Componente fundamental de sequˆencia positiva da tens˜aoβ;

iα1+ Componente fundamental de sequˆencia positiva da correnteα; iβ1+ Componente fundamental de sequˆencia positiva da correnteβ; i′α Corrente fict´ıciaαgerada no PLL;

(14)

p′ Potˆencia ativa instantˆanea fict´ıcia, gerada no PLL;

q′ Potˆencia imagin´aria instantˆanea fict´ıcia, gerada no PLL; ω′c Frequˆencia angular gerada pelo PLL;

ωc Frequˆencia angular do sistema;

θc Angulo de sincronismo gerado no PLL;ˆ

q Sinal de referˆencia interno doq-PLL;

vla Tens˜ao na faseado PCC;

vlb Tens˜ao na fasebdo PCC;

vlc Tens˜ao na fasecdo PCC;

vlα Tens˜aoαdo PCC, no referencial estacion´ario;

vlβ Tens˜aoβdo PCC, no referencial estacion´ario;

i′lα Correnteαgerada no PLL atrav´es devlαevlβ;

i′lβ Correnteβgerada no PLL atrav´es devlα evlβ;

(15)

SUM ´ARIO

1 INTRODUC¸ ˜AO . . . 11

1.1 Energia E´olica no Brasil . . . 13

1.2 C´odigos de Rede . . . 16

1.3 Tipos de Gerador . . . 17

1.3.1 Gerador de Induc¸˜ao Gaiola de Esquilo . . . 17

1.3.2 Gerador S´ıncrono com ´Im˜a Permanente . . . 19

1.3.3 Gerador de Induc¸˜ao Duplamente Alimentado . . . 20

1.3.4 Gerador S´ıncrono com Rotor Bobinado . . . 21

1.4 Equipamentos FACTS e a Gerac¸˜ao E´olica . . . 21

1.5 Revis˜ao Bibliogr´afica . . . 23

1.6 Motivac¸˜ao . . . 25

1.7 Objetivos do Trabalho . . . 26

1.8 Organizac¸˜ao da Dissertac¸˜ao . . . 27

1.9 Artigos Publicados . . . 27

2 AEROGERADORES DE VELOCIDADE FIXA . . . 29

2.1 Gerador de Induc¸˜ao Gaiola de Esquilo . . . 29

2.1.1 Circuito Equivalente do Gerador de Induc¸˜ao Gaiola de Esquilo . . . 32

2.1.2 Instabilidade do Gerador . . . 34

2.2 Simulac¸˜ao . . . 36

2.3 Conclus˜ao . . . 41

3 CONDICIONADOR UNIVERSAL DE QUALIDADE DE ENERGIA IN-VERTIDO: i-UPQC . . . 42

3.1 Princ´ıpio de Funcionamento . . . 42

(16)

3.2 O i-UPQC e Suas Poss´ıveis Configurac¸˜oes . . . 47

3.2.1 Modelo Real do i-UPQC . . . 48

3.3 Conclus˜ao . . . 49

4 i-UPQC e o Aerogerador de Velocidade Fixa . . . 51

4.1 Fornecimento de Energia Reativa para o Gerador de Induc¸˜ao . . . 51

4.1.1 Conversor Paralelo Conectado ao PCC . . . 54

4.1.2 Conversor Paralelo Conectado ao Aerogerador . . . 55

4.2 Teoriapq . . . 56

4.3 O PLL Utilizado . . . 58

4.4 As Estrat´egias de Controle . . . 60

4.4.1 Conversor Paralelo Conectado ao PCC . . . 61

4.4.2 Conversor Paralelo conectado ao Aerogerador . . . 63

4.5 Conclus˜ao . . . 64

5 RESULTADOS DE SIMULAC¸ ˜OES . . . 65

5.1 Afundamento de Tens˜ao no PCC . . . 65

5.1.1 Cen´ario I - Conversor paralelo conectado ao PCC: Afundamento de tens˜ao . . . . 66

5.1.2 Cen´ario II - Conversor paralelo conectado ao aerogerador: Afundamento de tens˜ao . . . 69

5.2 Presenc¸a de Harmˆonicos de Corrente . . . 72

5.2.1 Cen´ario III - Conversor paralelo conectado ao PCC: Correntes harmˆonicas . . . . 72

5.2.2 Cen´ario IV - Conversor paralelo conectado ao aerogerador: Correntes har-mˆonicas . . . 75

5.3 Conclus˜ao . . . 77

6 CONCLUS ˜OES . . . 79

6.1 Sugest˜oes de Trabalhos Futuros . . . 82

(17)

1 INTRODUC¸ ˜AO

Com a crescente demanda de energia el´etrica, houve a necessidade de desenvolver

novas fontes de energia principalmente as n˜ao poluentes, tornando-se menos prejudiciais tanto

para a natureza quanto para a populac¸˜ao.

Assim, as concession´arias de energia, que at´e ent˜ao tinham como ´unica obrigac¸˜ao

o fornecimento de eletricidade, agora devem se preocupar, tamb´em, em fornecer energia de qualidade que atenda aos requisitos dos ´org˜aos reguladores e de forma sustent´avel.

Segundo (ARA ´UJO; SILVA, 2014), uma atividade sustent´avel qualquer ´e aquela que pode

ser mantida por um per´ıodo longo e indeterminado de tempo, ou seja, para sempre, que n˜ao

se esgote nunca, apesar dos imprevistos que possam vir a ocorrer durante este per´ıodo. Isso

implica, no uso consciente dos recursos naturais, de forma a explor´a-los de maneira adequada e em quantidades compat´ıveis com sua capacidade de renovac¸˜ao.

As principais fontes de energia sustent´avel s˜ao as renov´aveis e limpas, com nenhum

ou muito pouco ´ındice de gerac¸˜ao de CO2 (di´oxido de carbono) e outros gases do efeito

es-tufa. Neste contexto a energia eoliel´etrica ´e uma das fontes mais promissoras da atualidade.

Ao analisar o crescimento desta fonte, a n´ıvel mundial, a partir de 2005 (Tabela 1.1), nota-se que a m´edia da taxa anual de crescimento ´e de aproximadamente 25%, ficando atr´as apenas das

gerac¸˜oes a base de energia solar, por´em bem maior que esta em n´umeros absolutos. A

expecta-tiva para 2020 ´e que a gerac¸˜ao de energia el´etrica advinda do vento chegue a 1,33 TWh, o que

significa um aumento de 12 vezes num per´ıodo de 15 anos (WEO, 2014).

Tabela 1.1: Gerac¸˜ao de energia el´etrica mundial de acordo com a fonte [TWh].

Fonte 1990 2005 2010 2012 2020

Carv˜ao 4.425 7.334 8.687 9.204 10.377

´

Oleo 1.310 1.186 1.000 1.144 832

G´as 1.760 3.585 4.760 5.104 6.056

Nuclear 2.013 2.771 2.756 2.461 3.243

Hidro 2.144 2.922 3.431 3.672 4.553

Bioenergia 132 231 331 442 764

Vento 4 111 342 521 1.333

Geotermal 36 52 68 70 120

Solar Fotovoltaica 0 3 32 97 449

Concentrac¸˜ao Solar 1 - 2 5 41

Marinha 1 1 1 1 3

Gerac¸˜ao Total 11.825 18.197 21.408 22.721 27.771

Fonte: WEO (2014).

De acordo com a Figura 1.1, a potˆencia instalada a n´ıvel mundial ultrapassou a marca

de 365.000 MW no final de 2014, dos quais 33.273 MW foram adicionados apenas no segundo

(18)

mesmo per´ıodo de 2013, quando 22,2 GW foram adicionados. Dentre as raz˜oes para o

desen-volvimento positivo da gerac¸˜ao eoliel´etrica, podem ser citadas as vantagens econˆomicas desta

fonte (o vento como uma fonte gratuita), a competitividade em relac¸˜ao a outras fontes de

ele-tricidade, bem como, a necessidade urgente do uso de tecnologias livres de emiss˜oes, afim de mitigar as mudanc¸as clim´aticas e a poluic¸˜ao do ar.

Figura 1.1: Capacidade total de energia e´olica instalada no mundo.

! "#$%

Fonte: WWEA (2014).

A energia el´etrica proveniente dos ventos est´a presente em todos os continentes, sendo

que os cinco primeiros pa´ıses em capacidade instalada s˜ao China, EUA, Alemanha, Espanha e ´India, que juntos detˆem 72% da capacidade e´olica instalada global (GWR, 2014). No final de 2011 o Brasil ocupava o 15◦ lugar, mas desde ent˜ao foi subindo de posic¸˜ao e ao final de 2014

ficou entre os 10 pa´ıses com maior capacidade instalada (dados da Tabela 1.2).

Segundo a Empresa de Pesquisa Energ´etica (EPE), a previs˜ao ´e que o Brasil ocupe o

7◦lugar at´e o final deste ano de 2015. Al´em disto, no final de 2012, o setor e´olico representava

cerca de 2% de toda a capacidade instalada no pa´ıs. At´e o final de 2023, essa fatia deve chegar

a 11% (MP, 2014).

Em termos de capacidade rec´em adicionada (dados da Tabela 1.3), a parcela dos cinco

primeiros pa´ıses em capacidade adicionada, aumentou de 65% para 74%. Importante salientar

que a China sozinha foi respons´avel por 45% de toda a potˆencia adicionada em 2014.

Apesar de n˜ao ficar entre os dez pa´ıses com maior capacidade instalada de energia

e´olica (4.883 MW) ou entre os dez pa´ıses com maior potˆencia adicionada de energia e´olica de

2014 (105 MW), a Dinamarca destaca-se por ser o pa´ıs que tem maior percentual de energia

el´etrica proveniente de gerac¸˜ao e´olica, sendo que 33% da capacidade de gerac¸˜ao el´etrica deste

(19)

Tabela 1.2: Capacidade instalada de energia e´olica por pa´ıs.

Capacidade Capacidade Capacidade Capacidade Posic¸˜ao Pa´ıs Total at´e Final Total at´e Final Total at´e Final Total at´e Final

de 2014 [MW] de 2013 [MW] de 2012 [MW] de 2011 [MW]

1o China 114.609 91.413 75.324 62.364

2o EUA 65.879 61.108 59.882 46.919

3o Alemanha 39.165 34.658 31.315 29.075

4o Espanha 22.987 22.959 22.796 21.673

5o ´India 22.465 20.150 18.321 15.880

6o Reino Unido 12.440 10.531 8.445 6.018

7o Canad´a 9.694 7.698 6.201 5.265

8o Franc¸a 9.285 8.254 7.499 6.877

9o It´alia 8.663 8.551 8.144 6.640

10o Brasil 5.939 3.399 2.507 1.429

Resto do Mundo 58.477 49.767 42.173 31.439

Total 369.603 318.488 282.607 233.579

Fonte: WWEA (2014), GWR (2014).

Tabela 1.3: Potˆencia e´olica adicionada, por pa´ıs.

Potˆencia Adicionada Potˆencia Adicionada Potˆencia Adicionada Posic¸˜ao Pa´ıs em 2014 [MW] em 2013 [MW] em 2012 [MW]

1o China 23.196 16.088 12.960

2o Alemanha 5.279 3.238 2.415

3o EUA 4.854 1.084 13.124

4o Brasil 2.472 953 1.077

5o ´India 2.315 1.729 2.336

6o Canad´a 1.871 1.599 935

7o Reino Unido 1.736 1.883 1.897

8o Su´ecia 1.050 724 846

9o Franc¸a 1.042 631 757

10o Turquia 804 646 506

Resto do mundo 6.852 6.714 7.946

Total 51.473 35.289 44.799

Fonte: GWR (2014, 2013, 2012).

1.1 Energia E´olica no Brasil

De acordo com o Minist´erio de Minas e Energia (MME, 2014a), a primeira cidade

brasileira a ter servic¸os de energia foi a cidade de Campos - RJ, com a instalac¸˜ao de uma usina

termel´etrica de 52 kW, inaugurada em 1883. Depois de 6 anos, comec¸ou a operar na cidade de

Juiz de Fora - MG a primeira hidrel´etrica para servic¸os de utilidade p´ublica do Brasil e tamb´em da Am´erica Latina. A usina Bernardo Mascarenhas, como foi chamada, tinha um potencial

instalado de 250 kW e possu´ıa dois grupos de geradores.

De l´a pra c´a, a participac¸˜ao das hidrel´etricas na matriz energ´etica brasileira foi s´o

cres-cendo e logo tornou-se preponderante, chegando, em 1996, a representar 87,4% da capacidade

(20)

recu-ando e a gerac¸˜ao eoliel´etrica tem ganhado mais espac¸o.

O Brasil ocupava a 8a posic¸˜ao no ranque de potˆencia adicionada no final de 2012 e

saltou para o 4◦ lugar ao t´ermino de 2014 (GWR, 2012), grac¸as ao aumento de investimentos

no setor. O Brasil tornou-se o maior mercado de energia eoliel´etrica latino americano (WWEA,

2014) e est´a entre os 5 mercados mais promissores para novas turbinas de grac¸˜ao eoliel´etrica.

A capacidade instalada no Brasil em 2014 foi de aproximadamente 2,5 GW, o que

represen-tou 4,8% de toda a potˆencia instalada mundialmente neste per´ıodo e reafirmou sua lideranc¸a

incontest´avel na Am´erica Latina.

De acordo com o MP (2014), com a expans˜ao prevista de 6 GW da capacidade

insta-lada de energia eoliel´etrica em 2015, o Brasil passar´a a ocupar a segunda posic¸˜ao em expans˜ao

de energia eoliel´etrica no mundo, superando a Alemanha e ficando atr´as apenas da China.

Tabela 1.4: Matriz de capacidade instalada de gerac¸˜ao de energia el´etrica do Brasil (MW).

Fonte abr/15 dez/14 dez/13 dez/12 dez/11 dez/10

Hidr´aulica 89811 89193 86019 84294 82458 80637

T´ermica 40296 39817 38529 34916 33250 30836

G´as 12891 12590 13888 - 13213 12536

Carv˜ao 3614 3593 3389 - 1944 1594

Petr´oleo* 9384 9252 7790 - 7211 6873

Nuclear 1990 1990 1990 - 2007 2007

Biomassa 12417 12392 11472 - 8875 7826

E´olica 5833 4888 2202 1886 1425 927

Solar Fotovoltaica 15 15 5 8 1 0,09

Capacidade Total 135955 133913 126755 121104 117135 112400

*Inclui outras fontes f´osseis

Fonte: MME (2014a).

Ao analisar a capacidade instalada de cada fonte de gerac¸˜ao brasileira (Tabela 1.4),

nota-se que nos quatro primeiros meses de 2015, a gerac¸˜ao eoliel´etrica foi a fonte que mais

cresceu, com uma taxa de 19%, sendo, sozinha, respons´avel por 46% do aumento da capacidade

de energia el´etrica instalada. De 2013 para 2014, a capacidade de gerac¸˜ao eoliel´etrica mais que

dobrou, passando de 2.202 MW para 4.888 MW, o que representa um aumento 122%. Este

valor representa 37% de toda a potˆencia acrescida no sistema brasileiro nesse per´ıodo.

De acordo com o MME (2014b), a participac¸˜ao crescente da energia eoliel´etrica na

matriz de energia el´etrica resultou de uma combinac¸˜ao de fatores relacionados ao cen´ario

ex-terno, ao desenvolvimento tecnol´ogico e da cadeia produtiva, al´em de aspectos regulat´orios,

tribut´arios e financeiros. Visto que as hidrel´etricas s˜ao as principais fornecedoras de energia

el´etrica do pa´ıs, outro fator a ser destacado ´e a complementaridade da gerac¸˜ao eoliel´etrica com relac¸˜ao `a gerac¸˜ao hidrel´etrica, pois o ciclo de ventos e o ciclo de chuvas do pa´ıs se alternam.

Isto ´e verificado no Brasil, por exemplo na regi˜ao Nordeste, onde o maior potencial eoliel´etrico

(21)

Figura 1.2: Complementaridade entre a gerac¸˜ao hidrel´etrica e e´olica no Brasil.

Fonte: ANEEL (2005).

De acordo com Rezende (2015), as principais vantagens da energia e´olica s˜ao:

• E uma fonte renov´avel e limpa;´

• N˜ao emite gases do efeito estufa durante a operac¸˜ao das usinas;

• Poss´ıveis impactos ambientais s˜ao reduzidos devido a melhorias nas tecnologias de fa-bricac¸˜ao das torres e `a evoluc¸˜ao nos processos de licenciamento. M´aquinas cada vez

mais silenciosas s˜ao instaladas respeitando a distˆancia ideal regulamentada e as rotas migrat´orias de aves;

• E uma fonte competitiva, a segunda mais barata no Brasil, atualmente atr´as das hi-´ drel´etricas;

• N˜ao ´e uma fonte territorialmente excludente, ou seja, ´e poss´ıvel coexistir com outras atividades, inclusive agr´ıcolas, na mesma ´area onde os parques est˜ao instalados; e

• Devido `a caracter´ıstica complementar `a fonte hidr´aulica, ajuda na conservac¸˜ao da ´agua nos reservat´orios das centrais hidrel´etricas.

A energia eoliel´etrica chegou com uma proposta nova, ´e renov´avel, une crescimento e sustentabilidade mas, apesar destas vantagens, a energia eoliel´etrica traz desafios a serem

vencidos. N˜ao ´e despach´avel, a produc¸˜ao de energia tem que acontecer no momento em que se

est´a consumindo, e no caso da convers˜ao eolioel´etrica ´e dif´ıcil prever quando as condic¸˜oes de

(22)

1.2 C´odigos de Rede

Com o aumento da potˆencia eoliel´etrica instalada e o n´umero cada vez maior de

par-ques e´olicos, torna-se imprescind´ıvel que se tenha controle das implicac¸˜oes que a conex˜ao e

a operac¸˜ao das turbinas geram sobre o sistema el´etrico. Neste contexto, os c´odigos de rede, normas que regem a operac¸˜ao do sistema el´etrico de cada pa´ıs, vem ganhando atenc¸˜ao especial

dos profissionais do setor. Essas normas incluem requisitos espec´ıficos relativos `a operac¸˜ao

de aerogeradores. Tˆem como finalidade principal estabelecer que as unidades geradoras n˜ao

venham a comprometer a qualidade de energia e a seguranc¸a do sistema el´etrico (ONS, 2010).

S˜ao exigˆencias dos novos c´odigos que os aerogeradores resistam `as quedas de tens˜ao a um determinado percentual do valor nominal (0% em alguns pa´ıses, como a Alemanha), por

um per´ıodo determinado (LIMA, 2009).

A pior situac¸˜ao no c´odigo brasileiro, ocorre quando a tens˜ao remanescente1 ´e de 20%.

Neste caso, o gerador deve se manter conectado ao ponto de acoplamento comum por at´e 0,5

segundos. Al´em disto, a acessante deve continuar operando se a tens˜ao nos seus terminais per-manecer acima da curva apresentada na Figura 1.3. Esta curva ´e conhecida por LVRT (do inglˆes,

Low Voltage Ride Through) e traduz os requisitos de suportabilidade a subtens˜oes decorrentes

de faltas na rede b´asica.

Figura 1.3: Curva LVRT do c´odigo de rede brasileiro.

V (%)

100

85 90

Brazilian grid code Germany grid code

t (s)

20

0 0,15 0,5 1,0 1,5 3,0 5,0

Fonte: Adaptada de ONS (2010).

Al´em dos requisitos de suportabilidade a subtens˜oes, o c´odigo brasileiro possui outros

crit´erios para conex˜ao ao Sistema Interligado Nacional (SIN) (ONS, 2010), a saber:

(23)

nal, sem a atuac¸˜ao dos rel´es de sobtens˜ao e sobretens˜ao temporizados;

• Manter a conex˜ao da central geradora para valores entre 0,85 e 0,90 p.u. da tens˜ao nomi-nal, por um tempo at´e de 5 segundos;

• O parque e´olico deve operar, quando solicitado pelo Operador Nacional do Sistema (ONS) e em potˆencia ativa nominal, com fator de potˆencia indutivo (m´ınimo de 0,95) ou

capaci-tivo (m´ınimo de 0,95);

• Para tens˜oes no ponto de conex˜ao entre 0,90 e 1,10 p.u. da tens˜ao nominal, n˜ao ´e permi-tida a reduc¸˜ao da potˆencia ativa da central geradora, em caso de frequˆencias entre 58,5 e

60,0 Hz;

• Somente ´e permitida a reduc¸˜ao da potˆencia de sa´ıda em at´e 10%, caso as frequˆencias atinjam os valores entre 57,0 e 58,5 Hz; e

• A acessante deve assegurar que a operac¸˜ao dos seus equipamentos, bem como outros efeitos em suas instalac¸˜oes, n˜ao causem distorc¸˜oes harmˆonicas na tens˜ao, tanto no ponto

de conex˜ao na rede b´asica, quanto no barramento do transformador.

1.3 Tipos de Gerador

Um aerogerador pode ser classificado de diversas formas, podendo citar a velocidade

do rotor, a posic¸˜ao do eixo e a limitac¸˜ao de potˆencia. Podem estar presentes em pequenos

sistemas, alimentando uma pequena carga isoladamente, ou em grandes sistemas, fazendo parte

do sistema el´etrico de um pa´ıs. Com a expans˜ao no n´umero de parques instalados, as tecnologias

empregadas em aerogeradores foram se desenvolvendo e hoje v´arios tipos de geradores s˜ao

utilizados, sendo os principais apresentados a seguir.

1.3.1 Gerador de Induc¸˜ao Gaiola de Esquilo

M´aquina mais utilizada em sistemas e´olicos de velocidade fixa, o gerador de induc¸˜ao

gaiola de esquilo (SCIG, do inglˆes,Squirrel Cage Induction Generator) apresenta como

princi-pais vantagens a sua simplicidade e robustez quando comparada com outras tecnologias, o que

se traduz num custo mais baixo. O gerador ´e conectado diretamente `a rede el´etrica e, assim, a velocidade do rotor ´e definida pela frequˆencia da rede el´etrica, independente da velocidade do

vento incidente nas p´as (AKHMATOV, 2003).

Esta tecnologia apresenta como principais desvantagens o funcionamento a velocidade

(24)

Figura 1.4: Gerador de induc¸˜ao gaiola de esquilo com dispositivo de partida e bancos capacitivos.

Fonte: Pr´oprio autor.

elevada para a maioria dos regimes de vento, a necessidade de potˆencia reativa para

funciona-mento e o fato de a qualidade da energia produzida refletir os efeitos da variabilidade do recurso prim´ario (ACKERMANN, 2005;AKHMATOV, 2003).

Na Figura 1.4 est´a representada a topologia de um sistema de convers˜ao de energia

e´olica com gerador de induc¸˜ao gaiola de esquilo em s´erie com um dispositivoso f t-starter, para

limitar a corrente de partida, e em paralelo com um banco de capacitores para suprir a demanda

de reativo da m´aquina, pois o gerador de induc¸˜ao requer potˆencia reativa da rede (ACKERMANN, 2005).

Outra configurac¸˜ao para conex˜ao do gerador de induc¸˜ao gaiola de esquilo com a rede se

d´a atrav´es de um conversorback-to-backcom potˆencia plena. Esta tecnologia foi muitas vezes

escolhido por fabricantes de turbinas eoliel´etricas para sistemas autˆonomos de baixa potˆencia,

mas recentemente tem sido usada para turbinas de alta potˆencia (TEODORESCU; LISERRE;

RO-DRIGUEZ, 2011). A Figura 1.5 mostra um gerador de induc¸˜ao gaiola de esquilo conectado `a

rede atrav´es de conversor de potˆencia plena.

Ao processar totalmente a energia do gerador, maior suporte e controle da potˆencia

reativa podem ser obtidos, bem como maior suporte `a rede na ocorrˆencia de falha, por´em ´e

uma tecnologia mais cara, uma vez que os conversores s˜ao projetados para potˆencia nominal do aerogerador. No entanto o sistema n˜ao contribui para a potˆencia de curto-circuito porque o

conversor limita a corrente de fuga e, consequentemente, a coordenac¸˜ao da protec¸˜ao deve ser

(25)

Figura 1.5: Gerador de induc¸˜ao gaiola de esquilo com conversor de potˆencia plena.

Fonte: Pr´oprio autor.

1.3.2 Gerador S´ıncrono com ´Im˜a Permanente

O gerador s´ıncrono com ´ım˜a permanente (PMSG, do inglˆes,Permanent Magnetic

Syn-chronous Generator) n˜ao depende de fornecimento externo de energia para a excitac¸˜ao, o que

permite uma operac¸˜ao a um fator de potˆencia elevado e uma eficiˆencia alta. No entanto, os

ma-teriais utilizados para a produc¸˜ao dos im˜as permanentes s˜ao caros e dif´ıceis de trabalhar durante

a fabricac¸˜ao.

Figura 1.6: Gerador s´ıncrono com ´ım˜a permanente.

Fonte: Pr´oprio autor.

Utilizado em sistemas e´olicos de velocidade vari´avel, o gerador s´ıncrono com im˜a

permanente, tem como vantagem o fato de a energia poder ser gerada em qualquer velocidade,

de modo a se adequar `as condic¸˜oes do momento. No entanto, sua utilizac¸˜ao em sistema e´olicos

(26)

frequˆencia de gerac¸˜ao para a tens˜ao e a frequˆencia de transmiss˜ao, respectivamente. Esta ´e

uma despesa adicional. Al´em disto, os materiais magn´eticos s˜ao sens´ıveis `a temperatura e o

im˜a pode perder as suas qualidades magn´eticas a temperaturas elevadas, durante uma falha, por

exemplo. Portanto, a temperatura do rotor de um PMSG deve ser supervisionada e um sistema de arrefecimento ´e necess´ario (ACKERMANN, 2005;BOLDEA, 2005).

1.3.3 Gerador de Induc¸˜ao Duplamente Alimentado

Utilizado em sistemas e´olicos de velocidade vari´avel, o gerador de induc¸˜ao duplamente

alimentado (DFIG, do inglˆes, Doubly Fed Induction Generator) possui os enrolamentos do estator ligados diretamente `a rede el´etrica, enquanto que os enrolamentos do rotor s˜ao ligados `a

rede atrav´es de dois conversores com topologia back-to-back, o que permite o fluxo de energia

de forma bidirecional. Os dois conversores s˜ao controlados de forma independente um do outro.

Dependendo da condic¸˜ao operacional, o rotor pode absorver ou fornecer energia para a rede.

Figura 1.7: Gerador de induc¸˜ao duplamente alimentado.

Fonte: Pr´oprio autor.

O DFIG tem a capacidade de controlar a potˆencia reativa e dissociar o controle de

potˆencia ativa e reativa, n˜ao requer, necessariamente, energia de magnetizac¸˜ao da rede e tamb´em

´e capaz de gerar energia reativa. O conversor n˜ao necessita ter 100% da potˆencia nominal do

gerador, diminuindo assim os custos de projeto. Uma desvantagem do DFIG ´e a inevit´avel

(27)

1.3.4 Gerador S´ıncrono com Rotor Bobinado

O gerador s´ıncrono com rotor bobinado (WRSG, do inglˆes,Wound Rotor Synchronous

Generator) ´e conectado `a rede atrav´es de um conversor de escala plena e pertence ao grupo

dos aerogeradores de velocidade vari´avel. A velocidade do gerador s´ıncrono ´e determinada pela frequˆencia do campo rotativo e pelo n´umero de pares de polos do rotor. Ao contr´ario

do gerador de induc¸˜ao, o gerador s´ıncrono n˜ao precisa de sistema de compensac¸˜ao de energia

reativa. De acordo com o projeto, pode ou n˜ao fazer uso de uma caixa de engrenagem (gearbox)

(note que na Figura 1.8 a representac¸˜ao das engrenagens est´a com linhas pontilhadas), mas as

consequˆencias de um projeto sem engrenagens ´e um gerador grande e pesado, com um elevado

n´umero de pares de polo (ACKERMANN, 2005;BOLDEA, 2005).

Figura 1.8: Gerador s´ıncrono com rotor bobinado.

Fonte: Pr´oprio autor.

1.4 Equipamentos FACTS e a Gerac¸˜ao E´olica

O sistema de energia, e o seu funcionamento, foi projetado e desenvolvido em torno de

usinas de energia convencionais com geradores s´ıncronos diretamente acoplados `a rede. Mas os

aerogeradores tˆem caracter´ısticas diferentes dos geradores convencionais, o que traz a

necessi-dade de um sistema de acoplamento desses ao sistema existente. Neste contexto (como poder´a ser comprovado na revis˜ao bibliogr´afica), muitos estudos tˆem surgido em torno do emprego de

equipamentos FACTS (do inglˆes, Flexible AC Transmission Systems) para melhorar o

desem-penho dos aerogeradores, pois permitem que este objetivo seja atingido sem grandes alterac¸˜oes

(28)

O nome FACTS, foi introduzido em 1988 por Narain Hingorani. Esta tecnologia ´e

empregada para melhorar a flexibilidade, a capacidade e a seguranc¸a de sistemas el´etricos

(SILVA, 2008). S˜ao equipamentos baseados em eletrˆonica de potˆencia que foram

desenvolvi-dos para executar nos sistemas de energia as mesmas func¸˜oes que os controladores tradicio-nais, tais como transformadores comut´aveis, transformadores de mudanc¸a de fase,

capacito-res de compensac¸˜ao, etc. Oferecem um tempo de capacito-resposta mais r´apido e menocapacito-res custos de

manutenc¸˜ao em comparac¸˜ao com a tecnologia eletromecˆanica convencional, al´em de controlar

todos os parˆametros que determinam a transmiss˜ao de energia ativa e reativa: fluxos de potˆencia

nas linhas de transmiss˜ao, ˆangulo de fase da carga, a impedˆancia, a corrente ou a tens˜ao, nos

sistemas CA. Fornecem assim uma utilizac¸˜ao mais eficaz da energia produzida dispon´ıvel e

evita que interrupc¸˜oes se espalhem para ´areas mais amplas (HINGORANI; GYUGYI, 2000).

Os FACTS s˜ao classificados em gerac¸˜oes, como segue (GYUGYI, 2000):

• Na primeira gerac¸˜ao est˜ao os dispositivos FACTS que utilizam tiristores. Exemplos de equipamentos ligados em paralelo `a rede e pertencentes a este grupo s˜ao: o SVC (do

inglˆes,Static Var Compensator), o TCR (do inglˆes,T hyristor Controlled Reactors) e o

TSC (do inglˆes, T hyristor Switched Compensator). Equipamentos que s˜ao conectados

em s´erie com a rede s˜ao: o TSSC (do inglˆes, T hyristor Switched Series Compensator)

e o TCSC (do inglˆes,T hyristor Controlled Series Compensator). Um equipamento que

possui as caracter´ısticas s´erie e paralelo de forma integrada ´e oPhase Shi f ter.

• A segunda gerac¸˜ao ´e composta por equipamentos que utilizam transistores tipo IGBT (do inglˆes, Insulated Gate Bipolar Transistor). Equipamentos dessa gerac¸˜ao s˜ao os

com-pensadores est´aticos paralelo, STATCOM (do inglˆes,Static Synchronous Compensator),

e s´erie, SSSC (do inglˆes,Static Synchronous Series Compensator).

• A terceira gerac¸˜ao de equipamentos FACTS ´e composta pela interac¸˜ao conjunta de con-versores s´erie e paralelo numa mesma linha de transmiss˜ao, tal como fazem os

equi-pamentos UPQC (do inglˆes, U ni f ied PowerQuality Conditioner) e UPFC (do inglˆes,

U ni f ied Power Flow Controller). O UPFC ´e o resultado de uma combinac¸˜ao do

STAT-COM com o SSSC.

Pode-se considerar a existˆencia de uma quarta gerac¸˜ao de equipamentos FACTS, em

que a integrac¸˜ao dos equipamentos s´erie e paralelo ´e feita em linhas diferentes. Isso resulta

em equipamentos com os nomes IPFC (do inglˆes, Interline Power Flow Controller), CSC (do

inglˆes,Convertible Static Compensator) e outras possibilidades.

De fato, h´a uma ampla quantidade de siglas para designar equipamentos FACTS

exis-tentes e com a disseminac¸˜ao desta tecnologia o n´umero de siglas/equipamentos tende a

(29)

A revis˜ao bibliogr´afica desta dissertac¸˜ao aborda trabalhos que contemplam o emprego

de dispositivos FACTS em conjunto com sistemas de gerac¸˜ao e´olicos.

1.5 Revis˜ao Bibliogr´afica

O objetivo desta sec¸˜ao ´e fazer uma revis˜ao sobre os trabalhos pesquisados que

mos-tram o estado da arte do tema que ser´a abordado no decorrer da dissertac¸˜ao. S˜ao apresentadas

algumas referˆencias e suas contribuic¸˜oes no que diz respeito ao uso de equipamentos FACTS

operando em conjunto com aerogeradores.

No trabalho de Carneiro (2014), foi apresentado um estudo sobre operac¸˜ao

coorde-nada entre o dispositivo STATCOM e um aerogerador com DFIG com topologia reduzida. A

proposta difere das convencionais uma vez que utiliza apenas um conversor conectado do lado

da m´aquina, que controla de forma independente as potˆencias ativa e reativa. Foi realizada

uma an´alise, de forma isolada, da capacidade do DFIG e do STATCOM de compensar potˆencia

reativa para reestabelecer a tens˜ao no PCC. O sistema proposto foi simulado no so f tware PS-CAD e mostrou-se capaz de proporcionar, simultaneamente, regulac¸˜ao do fator de potˆencia e

regulac¸˜ao de tens˜ao no PCC.

O estudo elaborado por Lucas (2015), investiga a operac¸˜ao do STATCOM em um

sistema el´etrico de 8 barras, sendo que em duas delas h´a a conex˜ao de parques de gerac¸˜ao

eo-lioel´etrica equipados com DFIG (capazes de conceder suporte `a tens˜ao da rede). Al´em disto o trabalho apresenta uma t´ecnica para dimensionamento do STATCOM para dois cen´arios

di-ferentes: sendo o primeiro contemplando a inserc¸˜ao do dispositivo FACTS em uma parte do

sistema el´etrico do Nordeste brasileiro (cen´ario real) e o segundo em um sistema el´etrico

hi-pot´etico. Para o primeiro cen´ario, usou-se inicialmente o so f tware ANAREDE par analisar

a atuac¸˜ao do STATCOM de modo a fornecer suporte de energia reativa ao sistema de tens˜ao.

Com base na tens˜ao encontrada na barra que foi regulada, e a potˆencia reativa demandada

para a adequac¸˜ao desta tens˜ao, foi elaborado um ´abaco para dimensionamento do STATCOM,

e os resultados foram comprovados atrav´es dos so f twaresMatLab e ANAREDE. O segundo cen´ario, com dados de um sistema el´etrico hipot´etico, foi implementado e os dados utilizados

na elaborac¸˜ao do ´abaco foram validados atrav´es dosso f twaresMatLab e PSCAD.

O artigo escrito por Jayanti et al. (2009) investiga o uso do UPQC para integrac¸˜ao

do aerogerador de velocidade fixa com a rede el´etrica de forma a atender os c´odigos de rede

da Irlanda. A capacidade do UPQC manter o aerogerador conectado `a rede durante uma falta foi comprovada, tanto para uma falha balanceada quanto para curto-circuito desbalanceado.

Como no c´odigo de rede Irlandˆes, durante um afundamento de tens˜ao, a tens˜ao nos terminais

do aerogerador n˜ao necessita ser compensada para 100%, as potˆencias nominais individuais

(30)

do UPQC e do STATCOM e concluiu-se que para cumprir com o c´odigo de rede irlandˆes, o

STATCOM demanda maior potˆencia, al´em disto o desempenho do sistema global ser´a superior

com o uso do UPQC.

O trabalho escrito por Wang e Truong (2012) faz uma comparac¸˜ao entre o emprego

de dois dispositivos FACTS distintos, por´em de mesma potˆencia, ligado em uma linha de

transmiss˜ao de um sistema composto por duas linhas paralelas, que conectam dois geradores

s´ıncronos de 615 MVA e um parque eoliel´etricoo f f shorede 80 MVA equipado com geradores

s´ıncronos de im˜a permanente (PMSG) ao PCC. Os FACTS utilizados no estudo foram o SSSC

e o SVC. Ap´os o sistema ser simulado considerando trˆes cen´arios, (sem o dispositivo FACTS, com o SSSC e com o SVC), constatou-se que a presenc¸a do dispositivo FACTS oferece melhora

no desempenho da fazenda e´olica, sendo o SVC o equipamento que apresentou a melhor e mais

r´apida resposta. Ao analisar as respostas `a variac¸˜oes na tens˜ao do PCC, ambos os dispositivos

se mostraram ineficazes para amortecer as oscilac¸˜oes na barra. O mesmo pode-se dizer com

relac¸˜ao ao amortecimento das variac¸˜oes de energia reativa no Gerador S´ıncrono e nas linhas de

transmiss˜ao.

Em Okedu et al. (2011) ´e apresentado o uso de um STATCOM para melhorar a

es-tabilidade de um parque e´olico composto por DFIG durante falha na rede. Caso a tens˜ao no

elo CC exceda o valor m´aximo permitido, a protec¸˜ao crowbar ´e acionada, o DFIG passa a se

comportar como um gerador de induc¸˜ao convencional e, assim, perde-se o controle da potˆencia

ativa e reativa. O STATCOM ´e instalado pr´oximo ao PCC e durante um afundamento de tens˜ao

com acionamento do crowbar, o FACTS fornece energia reativa adicional para o sistema,

me-lhorando assim o desempenho da tens˜ao nos terminais do DFIG.

O artigo apresentado por Marques e Lopes (2007) descreve uma metodologia para

definir a melhor localizac¸˜ao e dimensionamento de STATCOMs no sistemas lusitano (modelado

atrav´es de 57 barras), com base em simulac¸˜oes com algoritmoAnnealing. O uso de STATCOMs

foi estudado com o objetivo de fornecer compensac¸˜ao de reativo para estender a capacidade dos

aerogeradores se manterem conectados `a rede na ocorrˆencia de um afundamento de tens˜ao, visto que, no cen´ario estudado, mais de 1.670 MW de gerac¸˜ao e´olica (de um sistema que comporta

um total de 4.985 MW) eram desconectados sempre que a tens˜ao da rede baixava de 80% do

valor nominal. O cen´ario estudado corresponde a uma situac¸˜ao em que 50% da capacidade de

gerac¸˜ao eoliel´etrica instalada ´e baseada em m´aquinas DFIG, 30% de gerador s´ıncrono e 20%

de gerador de induc¸˜ao. O estudo chegou a uma poss´ıvel reduc¸˜ao de aproximadamente 24% na

perda de produc¸˜ao de energia e´olica com a instalac¸˜ao de STATCOMs (o trabalho n˜ao definiu

uma quantidade absoluta) com uma capacidade total instalada de 818 Mvar.

O artigo escrito por Ferdosian, Abdi e Bazaei (2015) analisa e compara o uso de dois

equipamentos FACTS, o STATCOM e o UPFC, para melhorar a capacidade do gerador de

(31)

Al´em de amortecer as oscilac¸˜oes de velocidade do rotor de gerador de induc¸˜ao sob falha. Os

sis-temas propostos foram simulados em PSCAD/EMTDC e mostraram que o STATCOM n˜ao

in-fluencia no valor da tens˜ao nos terminais do PCC durante um curto-circuito e ap´os a eliminac¸˜ao

da falta s´o restaura a tens˜ao parcialmente. J´a o UPFC n˜ao deixa que a tens˜ao nos terminais do aerogerador caia a zero durante o curto-circuito e faz com que esta tens˜ao seja restaurada por

inteiro ap´os a eliminac¸˜ao da falta. Al´em disto, ao utilizar o UPFC, melhora-se a estabilidade do

rotor e diminui-se significativamente a absorc¸˜ao de energia reativa da rede, o que ajuda a evitar

outros problemas, como o colapso de tens˜ao.

O trabalho apresentado por Ali e Wu (2010), faz uma comparac¸˜ao entre 4 m´etodos dis-tintos para estabilizac¸˜ao de um sistema aerogerador de velocidade fixa equipado com gerador de

induc¸˜ao gaiola de esquilo. Os equipamentos utilizados foram: o resistor de frenagem, o

disposi-tivo STATCOM, o sistema de controle de ˆangulo de passo (Pitch) e o Super condutor Magn´etico

de Armazenamento de Energia (SMES, do inglˆes,Superconducting Magnetic Energy Storage).

A an´alise ´e efetuada em termos de melhoria da estabilidade transit´oria, complexidade do

contro-lador e custo. Os resultados das simulac¸˜oes mostram que os quatro m´etodos s˜ao eficazes para

melhorar a estabilidade transit´oria do sistema proposto, sendo que o SMES ´e o equipamento

que mais contribuiu para melhoria da estabilidade transit´oria e foi capaz de minimizar tanto flutuac¸˜oes da potˆencia, quanto da tens˜ao fornecida, mas por outro lado ´e o m´etodo mais caro e o

que possui o controle mais complexo. Depois do SMES, o STATCOM ´e a soluc¸˜ao que se

mos-trou mais eficaz para melhorar a estabilidade, al´em de possuir uma boa relac¸˜ao custo-benef´ıcio

e ter um controle menos complexo que o SMES, no entanto, pode minimizar apenas flutuac¸˜oes

de tens˜ao. O resistor de frenagem ´e o m´etodo que possui o controle mais simples, melhora a

estabilidade transit´oria, mas n˜ao ´e capaz de minimizar flutuac¸˜oes de tens˜ao e potˆencia na linha.

O controle de ˆangulo de passo ´e o m´etodo mais barato e o seu controle s´o n˜ao ´e mais simples

que o m´etodo de resistor de frenagem, mas est´a em ´ultimo lugar quando se analisa a estabilidade transit´oria, o controle de flutuac¸˜ao de tens˜ao e de potˆencia, e, apesar de conseguir estabilizar o

aerogerador, n˜ao pode estabilizar o sistema de forma global como os demais m´etodos.

1.6 Motivac¸˜ao

O aumento da capacidade das instalac¸˜oes de gerac¸˜ao de energia e´olica tem trazido novos desafios para os operadores do sistema de transmiss˜ao. Este novo cen´ario forc¸a-os a rever

os c´odigos de rede, que contˆem requisitos espec´ıficos relativos `a operac¸˜ao de aerogeradores.

Os primeiros aerogeradores instalados operavam com velocidade fixa (ABAD et al.,

2011). Esta designac¸˜ao ´e devido ao fato da rotac¸˜ao do eixo do rotor que interliga a turbina

(32)

Esta tecnologia tem a vantagem de ser simples, robusta e segura (ABAD et al., 2011).

Somado a isto tem-se o baixo custo de aquisic¸˜ao do equipamento, bem como de suas pec¸as

el´etricas e de sua manutenc¸˜ao (ACKERMANN, 2005;OLIVEIRA et al., 2012). ´E comum a instalac¸˜ao

de bancos de capacitores em paralelo com os aerogeradores para suprir a demanda de reativo destas m´aquinas e melhorar o fator de potˆencia no ponto de conex˜ao.

Tamb´em conhecidos como turbinas de ”Conceito Dinamarquˆes”, os aerogeradores de

velocidade fixa representam um marco na evoluc¸˜ao de unidades e´olicas comerciais (CARVALHO,

2003). No in´ıcio de 1980, pequenos aerogeradores de velocidade fixa de potˆencia 55 kw eram

o principal produto de exportac¸˜ao dinamarquesa para a Calif´ornia, e foram estas mesmas tur-binas que deixaram a Calif´ornia em destaque no mercado e´olico e estabeleceram a Dinamarca

como principal fornecedor internacional de aerogeradores da ´epoca, todos usando Conceito

Di-namarquˆes (MAEGAARD; KRENZ; PALZ, 2013). Apesar deta tecnologia dominar completamente

o mercado at´e meados de 1990 (ABAD et al., 2011), tubinas de conceito dinamarquˆes tˆem sido

substitu´ıdas gradualmente por aerogeradores com velocidade vari´avel. Isto porque o

aerogera-dor de velocidade vari´avel ´e capaz de ajustar sua velocidade, de modo a seguir a velocidade do

vento e otimizar a produc¸˜ao de energia.

Apesar da maioria dos aerogeradores instalados atualmente serem de velocidade

va-ri´avel, muitos aerogeradores de velocidade fixa ainda se encontram em funcionamento. De

acordo com Aghdam e Karegar (2014), a participac¸˜ao desta tecnologia representa 25% dos

aerogeradores instalados em todo o mundo. Mas, aerogeradores equipados com gerador de

induc¸˜ao gaiola de esquilo n˜ao tˆem capacidade de atenderem aos requisitos dos c´odigos de rede

sem a operac¸˜ao conjunta com outros equipamentos.

Com o surgimento e evoluc¸˜ao da eletrˆonica de potˆencia, a integrac¸˜ao de aerogeradores

com equipamentos FACTS passou a ser uma alternativa para resolver estas quest˜oes.

Por outro lado, as funcionalidades do i-UPQC podem contribuir para o processo de

modernizac¸˜ao e readequac¸˜ao dos aerogeradores de velocidade fixa ao cen´ario atual do sistema

el´etrico, em que os c´odigos de rede possuem requisitos espec´ıficos para conex˜ao e operac¸˜ao de

aerogeradores.

Assim, o estudo da associac¸˜ao de aerogeradores de velocidade fixa operando conjun-tamente com o i-UPQC se justifica.

1.7 Objetivos do Trabalho

Este trabalho prop˜oe uso do dispositivo FACTS i-UPQC associado ao aerogerador de

(33)

forne-cida pelo aerogerrador de veloforne-cidade fixa e o aumento da capaforne-cidade deste se manter conectado

durante um afundamento momentˆaneo da tens˜ao no PCC.

Dentro dos objetivos espec´ıficos tem-se:

• Avaliac¸˜ao do desempenho do sistema de controle empregado;

• Dminuic¸˜ao das correntes harmˆonicas drenadas do aerogerador;

• Comparac¸˜ao entre duas configurac¸˜oes diferentes de conex˜ao do i-UPQC com o aeroge-rador e a rede, sendo o conversor paralelo ora conectado entre o geaeroge-rador e o conversor s´erie, ora conectado entre o conversor s´erie e o PCC.

1.8 Organizac¸˜ao da Dissertac¸˜ao

Para que os objetivos deste trabalho sejam alcanc¸ados, o segundo cap´ıtulo traz um

estudo sobre os aerogeradores de velocidade fixa equipados com gerador de induc¸˜ao gaiola de esquilo e aborda as caracter´ısticas e particularidades do sistema em quest˜ao, bem como trar´a o

modelo matem´atico da m´aquina de induc¸˜ao.

No terceiro cap´ıtulo ´e apresentado o princ´ıpio de funcionamento do i-UPQC e

mo-delo matem´atico deste dispositivo, al´em de suas caracter´ısticas e funcionalidades. Tamb´em s˜ao

mostradas as duas configurac¸˜oes poss´ıveis para a estrutura do i-UPQC (conversor paralelo co-nectado entre o conversor s´erie e o PCC e conversor paralelo coco-nectado entre o aerogerador e o

conversor s´erie).

O quarto cap´ıtulo trata da associac¸˜ao das tecnologias (aerogerador e i-UPQC)

apre-sentadas nos cap´ıtulos dois e trˆes. S˜ao apreapre-sentadas a metodologia para dimensionamento dos

conversores em condic¸˜oes normais de operac¸˜ao para as duas configurac¸˜oes de conex˜ao do i-UPQC e as respectivas estrat´egias de controle.

Afim de demonstrar o desempenho do i-UPQC para melhoria da qualidade da energia

fornecida e para aumento a capacidade do aerogerador se manter conectado `a rede em condic¸˜oes

de afundamento de tens˜ao, o quinto cap´ıtulo mostra, em diferentes cen´arios, os resultados das

simulac¸˜oes do sistema proposto.

Por fim, no sexto cap´ıtulo s˜ao apresentadas as conclus˜oes, al´em de alguns temas para

pesquisas futuras, que possam vir a dar continuidade ao presente trabalho.

1.9 Artigos Publicados

Alguns artigos, produto deste trabalho, foram publicados em anais de congressos

(34)

• UCHOA, J. I. L.; LIMA, F. K. A.; BRANCO, C. G. C. FACTS applied to fixed speed wind turbines to meet grid code requirements. In: International Symposium on Industrial

Electronics, 2015, B´uzios - Brazil. Proceedings of The International Symposium on

Industrial Electronics, junho 2015.

• UCHOA, J. I. L.; ARA ´UJO R. G.; LIMA, F. K. A.; BRANCO, C. G. C. i-UPQC para

melhoria dos ´ındices de QEE em sistemas aerogeradores de velocidade fixa. Conferˆencia

Brasileira sobre Qualidade da Energia El´etrica - XI CBQEE, Campina Grande - Brasil,

(35)

2 AEROGERADORES DE VELOCIDADE FIXA

Aerogeradores de velocidade fixa s˜ao geralmente equipados com gerador de induc¸˜ao

gaiola de esquilo tendo o rotor conectado ao eixo da turbina por meio de uma caixa de

engre-nagem (STIEBLER, 2008). O estator, por sua vez, ´e ligado diretamente `a rede el´etrica sem o uso

de conversores de eletrˆonica de potˆencia (ACKERMANN, 2005).

A velocidade do vento varia em func¸˜ao do tempo e da altura e pode afetar

significa-tivamente a qualidade da energia produzida, dependendo da tecnologia empregada no

aeroge-rador. Este tipo de aerogerador possui um forte acoplamento entre a velocidade do rotor e os

parˆametros el´etricos (AKHMATOV, 2003). Desta maneira, oscilac¸˜oes na velocidade do vento s˜ao

transmitidas para o eixo do gerador el´etrico, podendo levar a ondulac¸˜oes na tens˜ao nos terminais

do gerador de induc¸˜ao. Essas ondulac¸˜oes ser˜ao maiores ou menores dependendo do valor da

potˆencia de curto-circuito no ponto de conex˜ao comum. Evidentemente, para valores elevados

da potˆencia de curto-circuto no PCC, as ondulac¸˜oes na tens˜ao da rede ser˜ao minimizadas.

Tendo em vista as altas correntes de energizac¸˜ao, decorrentes dos afundamentos de

tens˜ao, usualmente utiliza-se um dispositivo para minimiz´a-las, sendo comum o uso do so f t

-starter, durante a inicializac¸˜ao, para limitar a corrente de partida e, assim, reduzir as

perturba-c¸˜oes na rede. Tamb´em ´e usual a conex˜ao de um banco de capacitores em paralelo com os

terminais do gerador de induc¸˜ao para fornecer suporte de potˆencia reativa ao sistema (

ACKER-MANN, 2005).

2.1 Gerador de Induc¸˜ao Gaiola de Esquilo

Um gerador de induc¸˜ao corresponde essencialmente a um motor de induc¸˜ao com um

torque mecˆanico aplicado ao seu eixo, embora existam pequenas alterac¸˜oes construtivas da m´aquina para otimizac¸˜ao de seu desempenho na operac¸˜ao como gerador (NUNES, 2003). No

funcionamento como motor, o enrolamento do estator cria um campo magn´etico girante que

induz corrente alternada no enrolamento do rotor, assim, as correntes no rotor s˜ao estabelecidas

atrav´es do fenˆomeno da induc¸˜ao magn´etica. Por essa raz˜ao, tais m´aquinas s˜ao denominadas

como geradores de induc¸˜ao, sendo seu princ´ıpio de funcionamento similar aos dos

transforma-dores. A diferenc¸a ´e que, al´em de haver transformac¸˜ao de tens˜ao, h´a tamb´em transformac¸˜ao de

frequˆencia.

Quando a m´aquina de induc¸˜ao est´a em funcionamento, fluem correntes em ambos os

enrolamentos do estator e rotor, que produzem campos magn´eticos girantes, que ir˜ao interagir

no entreferro. O campo girante produzido pelo estator gira `a velocidade s´ıncrona. O campo

produzido pelo rotor tamb´em ´e girante `a mesma velocidade s´ıncrona do estator, pois o campo

(36)

no estator de frequˆencia igual `a de alimentac¸˜ao e produzem tens˜oes no rotor com a frequˆencia

de escorregamento, sendo esta a diferenc¸a entre a frequˆencia do campo girante do estator e a

frequˆencia de rotac¸˜ao do rotor.

´

E importante salientar que a induc¸˜ao de tens˜oes no rotor s´o ocorre se sua velocidade

de rotac¸˜ao for diferente da velocidade s´ıncrona. Caso contr´ario n˜ao haveria variac¸˜ao no enlace

de fluxo e, consequentemente, induc¸˜ao de tens˜ao no rotor.

No funcionamento como motor sem carregamento, o escorregamento ´e desprez´ıvel.

Se o rotor for acionado por uma fonte prim´aria, por exemplo uma turbina eoliel´etrica, a uma

velocidade maior que a velocidade do campo do estator, o escorregamento torna-se negativo

e a polaridade das tens˜oes induzidas ´e invertida, resultando em um torque eletromagn´etico no

sentido oposto ao de rotac¸˜ao. A m´aquina opera, ent˜ao, como um gerador de induc¸˜ao (NUNES,

2003).

Considere um gerador de induc¸˜ao sim´etrico e livre de saturac¸˜ao, com baixa resistˆencia

e indutˆancia de dispers˜ao estat´oricas. Os enrolamentos do rotor sendo idˆenticos e

senoidal-mente distribu´ıdos. Ent˜ao, de acordo com Abad et al. (2011), a tens˜ao no estator e no rotor nas

coordenadas do estator e do rotor, respectivamente, no referencial estacion´ario s˜ao dadas por:

~vss=Rs·~iss+

d~ψs s

dt , (2.1)

e

~vrr =Rr·~irr+

d~ψr r

dt . (2.2)

Sendo respectivamente: Rs e Rr as resistˆencias do estator e do rotor,~iss e~irr os vetores de corrente do estator e do rotor, e~ψs

s e~ψrr os vetores de fluxo magn´etico do estator e do rotor. Al´em disto, os sobrescritossers˜ao os referˆenciais do estator e do rotor.

As indutˆancias m´utuas s˜ao vari´aveis com a posic¸˜ao do rotor em relac¸˜ao ao estator e,

portanto, vari´aveis no tempo. Por´em, se as tens˜oes e os enlaces de fluxo forem analisados

usando transformac¸˜ao de coordenadas estacion´arias para coordenadas s´ıncronas, as correntes

e as tens˜oes se tornar˜ao constantes em regime permanente e ter˜ao frequˆencia reduzida durante per´ıodos transit´orios, propiciando precis˜ao num´erica com passo de integrac¸˜ao relativamente

grande (OLIVEIRA et al., 2012).

Afim de escrever as equac¸˜oes anteriores no referencial s´ıncrono, a equac¸˜ao (2.1) deve

ser multiplicada pelo termo e−jµ, enquanto que a equac¸˜ao (2.2) deve ser multiplicada por

e−j(θslip). Sendo que µ e θ

(37)

respectivamente (CARNEIRO, 2014). Assim, temos:

~vsse−jµ=Rs·~isse−jµ+

d~ψs s

dt e

−jµ, (2.3)

e

~vrre−j(θslip)=R

r·~irre−j(θslip)+

d~ψr r

dt e

−j(θslip). (2.4)

Sabendo que:

d~ψ

dt e

−jµ= d(~ψe−jµ)

dt +jωs·~ψe

−jµ, (2.5)

e

d~ψr r

dt e

−jθslip = d(~ψ

r

re−jθslip)

dt +jωr·~ψ

r

re−jθslip, (2.6)

ent˜ao, os ´ultimos termos das equac¸˜oes (2.3) e (2.4) podem ser substituidos, resultando em:

~vs=Rs·~is+

d(~ψs)

dt +jωs·~ψs, (2.7)

e

~vr =Rr·~ir+

d(~ψr)

dt +jωslip·~ψr, (2.8)

onde,ωslip ´e a diferenc¸a entre a frequˆencia angular do fluxo do estator,ωs, e a frequˆencia

angu-lar do eixo do rotor,ωr, e tamb´em pode ser escrito em func¸˜ao do escorregamento da m´aquina,

s, tal que:

ωslip=dθslip

dt =sωs, (2.9)

Importante observar que as grandezas sem os sobrescritos s˜ao utilizadas para o

refe-rencial s´ıncrono.

Como o gerador de induc¸˜ao gaiola de esquilo possui os terminais do rotor em

curto-circuito e utilizando (2.9), a equac¸˜ao (2.8) pode ser escrita como:

0=Rr·~ir+

d(~ψr)

dt +j(s·ωs)·~ψr. (2.10)

Considerando as equac¸˜oes dos fluxos magn´eticos, tem-se:

(38)

e

~ψr=Lr·~ir+Lm·~is, (2.12)

em que Ls e Lr s˜ao as indutˆancias pr´oprias do estator e do rotor respectivamente e Lm ´e a indutˆancia de magnetizac¸˜ao da m´aquina.

2.1.1 Circuito Equivalente do Gerador de Induc¸˜ao Gaiola de Esquilo

Em condic¸˜oes de regime permanente, o termo d(dt~ψ), presente nas equac¸˜oes (2.7) e (2.10), desaparece e subistituindo as equac¸˜oes (2.11) e (2.12) nessas, temos:

~vs=Rs·~is+ jωs·Ls·~is+jωs·Lm·~ir, (2.13)

e

0=Rr·~ir+s·jωs·Lr·~ir+s·jωs·Lm·~is. (2.14)

E mais, se dividirmos a equac¸˜ao (2.14) porsteremos:

0= Rr

s ·

~ir+jωs·Lr·~ir+ jωs·Lm·~is. (2.15)

Adicionando e subtraindo o termo jωs·Lm·~isna equac¸˜ao (2.13), esta pode ser reescrita como:

~vs=Rs·~is+ jωs·(Ls−Lm)·~is+jωs·Lm·(~is+~ir). (2.16)

Adicionando e subtraindo o termo jωs·Lm·irna equac¸˜ao (2.15), esta pode ser reescrita como:

0= Rr

s ·

~ir+jωs·(LrLm)·~ir+jωs·Lm·(~is+~ir). (2.17)

As equac¸˜oes (2.16) e (2.17) podem ser escritas como:

~vs=Rs·~is+ jωs·Lls·~is+jωs·Lm·(~is+~ir), (2.18)

e

0= Rr

s ·~ir+jωs·Llr·~ir+jωs·Lm·(~is+~ir). (2.19)

(39)

rotor, respectivamente.

As equac¸˜oes (2.18) e (2.19) descrevem o modelo, por fase, para a m´aquina de induc¸˜ao

com rotor gaiola de esquilo, em regime permanente, conforme mostrado na Figura 2.1.

Figura 2.1: Circuito equivalente, por fase, da m´aquina de induc¸˜ao gaiola de esquilo.

s

v

R

L

L

L

R

s

r

i

s

i

ls

s lr

r

m

Fonte: Pr´oprio autor.

As indutˆancias de dispers˜ao que aparecem no circuito s˜ao dadas por:

Lls=Ls−Lm, (2.20)

e

Llr=Lr−Lm. (2.21)

Al´em disto, vale lembrar que o escorregamento da m´aquina ´e definido por:

s= ωs−ωr

ωs

. (2.22)

Tal que, se s>0 a m´aquina est´a operando como motor e se s<0 a m´aquina est´a operando como gerador.

Para simplificar an´alises futuras, com base no circuito equivalente, pode-se dispor das

impedˆancias da m´aquina vistas pelos terminais do estator como segue:

Zt=Rt+jXt, (2.23)

onde, Rt ´e a resistˆencia da m´aquina e Xt ´e a reatˆancia da m´aquina, ambas vistas dos terminais

do estator, tal que:

Rt(s) =Rs+

Rr

s ·X

2

m

(Rr

s )

2

+ (Xm+Xlr)2

(40)

Xt(s) =Xls+

Xm·((Rsr)

2

+Xlr(Xm+Xlr))

(Rr

s )

2

+ (Xm+Xlr)2

. (2.25)

Nas equac¸˜oes anteriores,Xm´e a reatˆancia de magnetizac¸˜ao da m´aquina,Xlr ´e a reatˆancia

de dispers˜ao do rotor eXls ´e a reatˆancia de dispers˜ao do estator.

A partir da Figura 2.1 e das equac¸˜oes anteriores, que definem a impedˆancia da m´aquina

vista pelos terminais do estator, pode-se observar que a resistˆencia equivalente muda de acordo

com o sinal des, ou seja, a potˆencia ativa processada pode ser consumida (motor) ou fornecida

(gerador) pela m´aquina. J´a o valor da reatˆancia equivalente tem sempre caracteristicas indutivas,

independente do modo de operac¸˜ao da m´aquina (motor ou gerador), isto porque o gerador de

induc¸˜ao gaiola de esquilo sempre consome potˆencia reativa indutiva. Assim, a m´aquina de

induc¸˜ao necessita da energia reativa para ficar magnetizada, sendo esta energia fornecida pela

rede el´etrica ou atrav´es de bancos capacitivos ou conversores de energia.

2.1.2 Instabilidade do Gerador

Instabilidade de geradores de induc¸˜ao conectados `a rede, bem como de aerogeradores

equipados com tais m´aquinas, remete ao risco de uma desconex˜ao dos mesmos durante uma

falha da rede.

Para facilitar a an´alise, consideremos as frequˆencias angulares dadas em pu, tal que ωs=1 e, assim, o escorregamento pode ser reescrito como:

s=1ωr. (2.26)

Desta forma, as equac¸˜oes (2.24) e (2.25), podem ser reescritas em func¸˜ao da velocidade

angular do rotor,ωr

Rt(ωr) =Rs+

Rr

ωr−1·X

2

m

( Rr

ωr−1)

2

+ (Xm+Xlr)2

, (2.27)

Xt(ωr) =Xls+

Xm·((ωRrr1)

2

+Xlr(Xm+Xlr))

( Rr

ωr−1)

2

+ (Xm+Xlr)2

. (2.28)

Segundo Akhmatov (2003), ao calcular o torque el´etrico, deve-se considerar a

de-pendˆencia da amplitude da tens˜ao terminal, Vs e a velocidade do rotor do aerogerador, ωr, tal

que:

Te(ωr) =

Pe ωr

=V

2

s ωr ·

Rt(ωr)

R2t(ωr) +Xt2(ωr)

Imagem

Tabela 1.1: Gerac¸˜ao de energia el´etrica mundial de acordo com a fonte [TWh].
Tabela 1.3: Potˆencia e´olica adicionada, por pa´ıs.
Tabela 1.4: Matriz de capacidade instalada de gerac¸˜ao de energia el´etrica do Brasil (MW).
Figura 1.2: Complementaridade entre a gerac¸˜ao hidrel´etrica e e´olica no Brasil.
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Referências

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