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O papel da religiosidade na identidade étnica de italodescendentes

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Academic year: 2021

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O papel da religiosidade na identidade étnica de italodescendentes

Wânia Cristiane Beloni (Unioeste)1

Resumo: A religião pode construir a cultura de um povo e pode, além disso, ser um ponto de

referência para a construção de uma identidade. As fronteiras (critério de pertencimento e exclusão) de um grupo étnico podem ser as diferenças que mantêm uma comunidade viva. São esses confins que o diferenciam da sociedade geral, do contexto ao redor. Deitos (2004) salienta que além de possibilitar a preservação dos valores culturais e a integração à sociedade receptora, a igreja, ao valorizar o (i)migrante, teve papel importante para o desenvolvimento da região oeste do Paraná. Para tanto, será realizada uma análise sobre a importância da religião católica para um grupo de descendentes de italianos em Cascavel/PR, assim como algumas ações em prol a essas duas formas de manifestações étnicas: língua e religião. Os resultados demonstram que o respeito pela religião e pela língua, seja ela de prestígio e/ou não, desses descendentes é uma forma de respeitar a diversidade étnica, linguística e cultural dessa região.

Palavras-chave: Catolicidade; Identidade italiana; Cascavel, PR.

Abstract: Religion may build up a people’s culture, and it may also be a landmark for the

construction of identity. Deitos (2004) emphasizes that in addition to preserving cultural values and integrating a person to a recipient society, the Church, by valuing the (im)migrant, was important in the development of Paraná State’s Western Region. We will demonstrate this argument in this paper by analyzing the importance of the Catholic religion to a group of Italian descendants in the city of Cascavel, Paraná State. We will also analyze certain actions for the sake of two ethnic expressions: language and religion. Results have shown that to respect such descendants’ language and religion, regardless of their prestige, is to respect the ethnic, linguistic and cultural diversity of the aforementioned region.

Key-words: Catholicity, Italian Identity, Cascavel, Paraná State.

Introdução

Antes de compreender a influência da religião nas manifestações étnicas de italodescendentes de Cascavel, é preciso observar como esse grupo se formou, por meio da origem, da história de seus antepassados, assim como pela relação dos imigrantes italianos e de seus descendentes com o catolicismo. A partir de ações, projetos, crenças e até mesmo pela presença de pessoas dessa etnia que fazem parte da igreja, pode-se notar de que forma a valorização, a manutenção, a preservação da língua e da cultural italiana manifestam-se no comportamento desses descendentes.

1 Doutoranda em Letras - Linguagem e Sociedade, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Unioeste -

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Na tentativa de apresentar um panorama da cultura religiosa italiana em Cascavel/PR, esta pesquisa tem o objetivo de identificar, descrever e estudar o comportamento de alguns descendentes de italianos do município paranaense com o apoio de estudos antropológicos sobre a etnicidade, assim como de historiadores, articulados à metodologia da sociolinguística. Deve-se lembrar, antes de tudo, porém, que a maioria dos italianos, ao chegarem ao Brasil, era monolíngue, falava o dialeto de sua região italiana de origem - Veneto, Lombardia, Trentino Alto Ádige e Friuli Venezia Giulia - do Norte da Itália. Como quase 60% dos imigrantes italianos eram do Vêneto, foi o dialeto desta região que prevaleceu entre eles. “[...] a coiné resultante do contato entre os diferentes dialetos italianos e denominada de dialeto vêneto, vêneto riograndense ou talian foi uma língua franca, pois possibilitou a interação de imigrantes italianos advindos de diferentes regiões” (PERTILE, 2009, p. 32).

Surge, então, nesse contexto, uma nova variação linguística que teve no início função de koiné2, ou seja, de comunicação entre famílias italianas que tinham modos de falar distintos. Com base no dialeto vêneto, as famílias italianas, em um novo contexto, em que se falava português, quando se tornaram bilíngues, acabaram transformando o dialeto vêneto. Este sofreu influências do português e assim se transformou em um novo modo de falar, chamado de talian, ou de vêneto brasileiro, o qual está presente, também, no oeste do Paraná.

Além do aspecto linguístico, deve-se considerar, também, a influência da religiosidade para os imigrantes e seus descendentes de italianos, os quais encontraram na fé um auxílio para a superação das dificuldades que enfrentaram desde a travessia e, principalmente, em solo brasileiro.

Imigração e religiosidade

No período da grande imigração, entre a segunda metade do século XIX e a primeira do século XX, o papel da Igreja e da religião acabou contribuindo para que fosse estabelecida uma união entre os imigrantes, assim como de identificação cultural entre grupos de diferentes etnias e de regiões distintas, os quais falavam variedades linguísticas diferentes e encontravam na religião um ponto em comum, assim como de conforto.

2 “[...] um koiné é uma forma de falar compartilhada por pessoas de diferentes vernáculos” (WARDHAUGH apud

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Como a maioria dos imigrantes italianos era católica, eles enfrentaram não apenas a falta de estrutura e de apoio governamental, mas também um desamparo religioso, o que fez com que os italianos desenvolvessem uma fé particular, com manifestações religiosas entre a família e os vizinhos. As colônias de imigrantes no sul do Brasil povoaram regiões dispersas, em lotes rurais isolados, o que fez com que tivessem outras dificuldades, como a falta de assistência religiosa direta, temporária ou permanente. “Nos primeiros tempos os imigrantes procuraram suprir a ausência de sacerdotes com a prática de oração em família, e também, reunindo-se em grupos de famílias na casa de um dos colonos” (BALHANA, 2003, p. 205), procurando guardar a tradição religiosa, assim como apoio e aproximação, o que a autora chama de “solidariedade religiosa”.

Costa (1996) explica que inicialmente a assistência religiosa, nas colônias do Rio Grande do Sul, era feita com clero italiano voluntário, em número reduzido, que muitos deles acompanharam os imigrantes esporadicamente, e que desde 1861, sacerdotes italianos estiveram presentes no Estado.

O frei Rovílio Costa lembra que o imigrante italiano, ao se instalar no Brasil, sofreu diversas decepções perante a diversidade da realidade imaginada. Nesse contexto, os religiosos que vieram com eles também ficaram abismados com as condições em que viviam e por isso acabaram colaborando primeiramente com questões materiais, procurando, primeiramente, minimizar o sofrimento dos fiéis. Muitos sacerdotes se queixavam em correspondências: “‘Quà se morre come le bèstie, senza prete, senza confession e senza comunion’” (COSTA, 1996, p. 519). Essa necessidade da confissão e da comunhão, observada pelo autor, revelam, mais uma vez, a importância da religião para essa comunidade naquela época. Oro (1996) salienta que os italianos e seus descendentes se consideravam católicos e que mais do que pela língua e pela nacionalidade, a catolicidade era o critério mais forte de pertencimento ao grupo. Para exemplificar, ela explica que a grande maioria dos entrevistados de suas pesquisas, mais de 96% em Caxias do Sul e 100% em Nova Pádua e em Otávio Rocha, se denominou católica. Nesse sentido, a autora observa que, ainda hoje, colônia italiana e catolicismo são vistos como sinônimos.

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Identidade étnica italiana no Brasil: a religião como fator de pertencimento

Quando se fala em etnia, em etnicidade3, a ideia de descendência ou ancestralidade é a base comum, o que se vincula à noção de cultura e consequentemente de língua. Quando a descendência é referida, a “etnia” parece estar vinculada mais à questão biológica, como no viés primordialista de pesquisadores da identidade étnica. No entanto, ela pode ser observada de outra maneira, desvinculada da questão biológica e vinculada a fatores situacionistas e de sentimento grupal.

Para Oro (1996), a identidade étnica pode ser observada de duas formas: “primordialista” e “situacionista”. Para a visão primordialista a identidade étnica é inata, já para a segunda perspectiva, “a identidade étnica se caracteriza por um sentimento de pertencimento grupal baseado na auto-atribuição e atribuição pelos outros” (ORO 1996, p. 612).

O antropólogo social da Noruega, Frederik Barth (2011), um dos que defendem a perspectiva situacionista, a qual será a base para esta pesquisa, define grupo étnico como formas de organização social. Ele também observa que para fazer parte de um grupo étnico é preciso enquadrar-se em uma série de restrições, desde o papel que a pessoa pode desempenhar, até sobre os parceiros com que ela pode se relacionar.

Machioski (2004) defende que a religião pode ser a principal base para a construção de uma cultura imigrante. Ele explica que a primeira ação dos italianos, depois de obterem uma pequena porção de terra para habitação e trabalho, era a construção de uma igreja, local em que poderiam não apenas cumprir os princípios religiosos, mas também conversar e trocar experiências, um ambiente social. Sendo assim, a igreja se tornava um lugar de convívio social, um local onde poderiam preservar seus valores culturais e integrar-se à sociedade.

Zanini (2006, p. 137) reitera que os sacerdotes tiveram uma grande parcela de responsabilidade na emigração, mas que também foram responsáveis pela adaptação dos imigrantes na terra estrangeira. “Foi a vivência religiosa que permitiu a manutenção cultural e

3 “É importante distinguir etnicidade de diferenciação racial. Enquanto esta última ocorre em termos de diferenças

físicas que se acredita serem biologicamente herdadas, a diferenciação étnica se dá em termos de diferenças culturais que têm de ser aprendidas” (REX, 1996, p. 282). Apesar de um dos preceitos para fazer parte da comunidade italiana, por exemplo, é ser descendente e ter um sobrenome italiano, essa pesquisa não tem como objetivo abordar questões raciais, mas sim, étnicas.

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moral dos italianos, [...], pois italianidade e catolicismo, nos primeiros tempos da colonização, andaram juntas” (ZANINI, 2006, p. 137).

Assim, as fronteiras (critério de pertencimento e exclusão) de um grupo étnico podem ser as diferenças que mantêm esse grupo vivo. São esses confins que o diferenciam da sociedade geral, do contexto ao redor. “O conceito de fronteira de grupo indica um sentido relacional, ou seja, como um grupo se define e como define o outro e, ainda, como é traçada a fronteira entre eles” (BARICHELLO; SANTOS, 2012, p. 191). Nesse sentido, as fronteiras podem ser estabelecidas por língua, traje ou religião. O catolicismo foi, portanto, no início da colonização, um indicador de delimitação de confins étnicos, em que grupos de italianos se diferenciavam e afirmavam suas fronteiras.

Colonização e catolicidade em Cascavel

A colonização no oeste do Paraná ocorreu somente no século XX e, por isso, pode ser definida como moderna. O papel da igreja nesse processo de colonização no oeste paranaense não foi apenas de fortalecer a catolicidade, mas, principalmente, de firmar laços étnicos e culturais na comunidade.

Assim como os padres que acompanharam os imigrantes no processo de adaptação no país, os religiosos, no oeste do Paraná, também auxiliaram os migrantes pioneiros a se firmarem etnicamente, por meio da valorização do trabalho. Nesse sentido, a igreja, ao valorizar o desbravador, teve papel político importante para o desenvolvimento da região. “O discurso voltado à valorização do trabalho, que define e valoriza a dimensão identitária dos colonos, é um aspecto muito presente e constante no período da colonização” (DEITOS, 2004, p. 88). O autor nota, ainda, que por meio do enaltecimento da figura do pioneiro, “a Igreja intervém num processo de construção identitária”, sendo visto como fonte inspiradora de labuta, esforço e dedicação a terra. Nesse sentido, Deitos observa que o clero construiu discursivamente a importância dos colonos no oeste do Paraná, “fortalecendo assim a catolicidade da região” e construindo a imagem do colono como um indivíduo com “espírito comunitário” e “abnegado ao trabalho” (DEITOS, 2004, p. 89), aquele que se sacrifica.

Assim como os imigrantes italianos que chegaram ao Brasil e não tinham assistência religiosa, os italodescendentes também enfrentaram falta de estrutura de atendimento religioso no oeste paranaense: “A falta de uma estrutura de atendimento mais freqüente aos fiéis fazia

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com que os mesmos desenvolvessem uma espiritualidade muito própria. A existência de oratórios particulares era uma demonstração desta espiritualidade familiar” (DEITOS, 2004, p. 103).

O autor observa que as ações pastorais datam apenas do ano de 1907, quando então a região oeste passa a ter pertencimento paroquial católico. “Já em 1923 registra-se uma presença mais intensiva de clérigos em Foz do Iguaçu, sendo que uma das atividades pastorais eram a educação e a alfabetização” (DEITOS, 2004, p. 105). Até 1920, Cascavel ainda era uma vila, com poucos casebres, acanhadamente movimentada ainda por interesses ervateiros.

A colonização de Cascavel não foi tão influenciada pelas regras estabelecidas pelas colonizadoras, como em Toledo e Marechal Cândido Rondon, Paraná, por exemplo. Mesmo assim, a cidade acabou atraindo também grupos de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. Capelesso, Scherer e Deitos (2010, p. 38) salientam que o ano de 1930 foi o marco inicial da cidade de Cascavel e que “O pequeno povoado em 1934 passou a Distrito Policial. No ano de 1938 passou a Distrito Administrativo. Em 1952 a Município e em 1954 a Comarca”.

Piaia (2013) apresenta um gráfico a partir dos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 1970 para apresentar a naturalidade da população de Cascavel. A quantidade de paranaenses, naquele ano, nesta localidade, era de 49.767 pessoas. Em segundo lugar eram os riograndenses: 14.626. Em terceiro, de Santa Catarina: 13.819 e na sequência São Paulo, com 3.730, Minas Gerais, com 3.702, Espírito Santo, com 1.204 e de outros estados, 3.075. Piaia (2013, p. 121), no entanto, chama atenção para o fato de os paranaenses serem filhos de colonos dos outros estados sulistas e estes, “reproduzirem valores e significados da vida social, dando continuidade às influências e saberes recebidos de seus pais”.

Capelesso, Scherer e Deitos (2010) observam que o povo de Cascavel começou a ser atendido espiritualmente por padres que residiam em Guarapuava, depois pelos que moravam em Foz do Iguaçu, posteriormente pelos de Toledo e por fim, por sacerdotes que residiam na própria cidade.

A vinda do primeiro vigário para Cascavel, padre Luis Luise, deu-se em 1952, depois de insistentes pedidos feitos pela comunidade local. Sperança (1992) nota que o padre italiano, nascido em 1913, em Veneza, Itália, filho de agricultores, foi uma figura importante na história de Cascavel. Ele iniciou suas tarefas missionárias no Brasil. em 1946, na cidade paulista São Manuel e três anos depois foi transferido para Erechim, no Rio Grande do Sul. Em 1951 foi

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para Matelândia, no Paraná, prestar assistência religiosa aos colonos gaúchos e logo depois veio para Cascavel.

O padre, percebendo a falta de estrutura da cidade e seu isolamento, se engajou politicamente em busca de melhorias para a cidade. Ele expôs seus planos para Alberto Agostini, diretor provincial da Igreja Católica, quem concordou e auxiliou dispondo de aviões da FAB para que viagens aéreas fossem realizadas quando preciso e lutou pela melhoria e ampliação do aeroporto. “Ampliado e adequado o aeroporto, padre Luis Luise partiu rumo à capital [...]. O apoio foi imediato, já retornando a bordo de um bimotor Cessna, cujos ocupantes vieram providenciar o reconhecimento da pista” (SPERANÇA, 1992, p. 144).

Com a missão de criar a Paróquia Nossa Senhora Aparecida, Luis Luise influenciou ainda na localização do eixo de projeção da cidade. A Catedral, que seria construída aos redores da antiga Encruzilhada, foi transferida para a atual localização. “[...] Luíse e voluntários da comunidade passaram os primeiros dias de outubro de 1952 desmatando a quadra destinada à construção do templo consagrado a Nossa Senhora Aparecida” (SPERANÇA, 1992, p. 146).

Capelesso, Scherer e Deitos (2010) explicam que entre 1965 e 1978 foram construídas em Cascavel três obras importantes para os católicos: o Seminário Diocesano São José, o Centro Pastoral (hoje Cúria Arquidiocesana) e o Centro Diocesano de Formação. Somente em 1978 é que foi criada a Diocese de Cascavel e em 1980 esta passou a Arquidiocese e Sede de uma Província Eclesiástica, quando estiveram presentes diversos arcebispos e bispos de diferentes etnias, mas entre eles, italianos e italodescendentes.

Outra figura importante dentro da comunidade católica é Dom Armando Cirio, nascido em 1916, na cidade de Calamandrana, na região de Piemonte, na Itália, onde também fez os primeiros estudos, assim como o curso de Filosofia e de Teologia, pelo seminário da Congregação dos Obratos de São José. Foi ainda na Itália, em 1940, ordenado sacerdote e devido à instabilidade provocada pela Segunda Guerra Mundial, “passou a prestar serviços provisórios até sua vinda ao Brasil em 1947, como missionário” (CAPELESSO; SCHERER; DEITOS, 2010, p. 143). Em 1948 foi nomeado pároco de Apucarana, em 1960, bispo de Toledo e em 1978, bispo de Cascavel. Pode-se notar, também, por meio do site da Arquidiocese de Cascavel - www.arquicascavel.org.br -, a descendência dos padres, conforme os sobrenomes, conferidos no site Gens - http://www.gens.info/italia/. Além do Dom Armando Cirio, entre os 76 padres e freis com uso de ordem, identificamos cerca de 30 sobrenomes italianos, entre eles: Ceschin, Mazali, Lazarini, Seppi, Bagnara, Capelesso, Gerólomo, Dalla Costa, Sabadini,

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Griffo, Moratelli, Vicente, Condicelli, Severino, Alba, Vazotto, Bonamigo, Malacarne, Gian Luigi Morgano, Giuseppe Gagliardi, entre muitos outros.

Método e procedimentos da pesquisa

Para observar a importância da religiosidade para italodescendentes, serão analisadas respostas de 18 (dezoito) entrevistados, descendentes de italianos de colonização sulista ou que moram em Cascavel há pelo menos 30 (trinta) anos, no caso dos mais jovens. As entrevistas foram coletadas por meio do projeto de pesquisa “Estudo sobre línguas em contato no Oeste do Paraná: a língua italiana, o talian e o português”, aprovado pelo Comitê de Ética da Unioeste, por meio da Plataforma Brasil, com o número de parecer 289.274, no início de junho de 2013. Pautando-se nos princípios teórico-metodológicos da sociolinguística, considerar-se-ão as dimensões diassexual e diagenérica dos entrevistados, para a descriçconsiderar-se-ão e interpretaçconsiderar-se-ão dos dados desta pesquisa.

A realização do estudo orientou-se, também, na pesquisa de tipo etnográfica, para compreender os sentidos que os próprios sujeitos da pesquisa atribuem ao contexto em que estão inseridos.

Considerando a variação linguística, combinadas aos princípios sociológicos, podemos compreender que os fatores sociais são determinantes para a evolução linguística, assim como para as crenças de uma comunidade. Segundo Silva-Corvalán (1989, p. 75-76), a variável faixa etária pode revelar três atitudes com relação à língua: “1) identidade de grupo; 2) autocorreção por parte dos grupos geracionais mais ativos na vida pública; 3) mudança linguística em progresso”.

Como uma das hipóteses é de que a faixa etária, assim como o sexo poderiam contribuir no conservadorismo ou abandono tanto linguístico da variedade italiana como de questões culturais, no caso, da religião, foi selecionada a mesma quantidade de entrevistados, de sexos diferentes, distribuídos em três faixas etárias distintas. Sendo assim, as pessoas entrevistadas serão analisadas nas variáveis: faixa etária e sexo. Com isso, foram estabelecidas as seguintes dimensões: - diassexual (masculino e feminino); - diageracional (GI, 20 a 40 anos; GII, 40 a 60 anos; GIII, mais de 60 anos).

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A geração de dados obedeceu a três procedimentos básicos: observação participante, entrevista, com uso do questionário semi-dirigido e a transcrição grafemática4.

Do uso de questionário aplicado, que conta originalmente com 235 questões, elaborado a partir de uma investigação bibliográfica e de campo, na comunidade investigada, foram selecionadas algumas questões para que se pudesse verificar o discurso da comunidade em relação à religiosidade. Para isso, serão consideradas algumas respostas e abordagens sobre as seguintes questões: 39. Que religião ou culto pratica? 41. Qual era a religião dos pais? 42. Sabe a religião dos avós? 43. Importância da religião para a família (a. muito importante, b. importante, c. não é tão importante, d. nenhuma importância) e 44. Importância da religião para você (a. muito importante, b. importante, c. não é tão importante, d. nenhuma importância).

Além dos dados dessa pesquisa serão interpretadas e analisadas algumas manifestações religiosas católicas, relacionadas com a cultura italiana.

A importância da religião para italodescendentes em Cascavel/PR

Assim como as pesquisas de Oro, em que a grande maioria dos entrevistados de suas pesquisas se disseram católicos, dos 18 (dezoito) entrevistados italodescendentes, residentes em Cascavel, apenas dois investigados, um do sexo masculino (HGIa) e um do sexo feminino (MGIc), ambos da faixa etária mais jovem, disseram que não praticam nenhuma religião. Todos responderam, no entanto, que os pais e avós são/eram católicos. “Mi son Catolico Apostolico Romano. Lori che mi ga passà la religion.” (HGIIc). Alguns entrevistados até se emocionaram ao falar sobre “as noites de reza”, ao responder “Qual era a religião dos pais”: “Católico. Naquela época era demais... Cantava à noite e rezava. [Chora e se emociona] Meu pai foi muito cedo...” (MGIIIa). Na presente pesquisa, os entrevistados, ao falarem a religião dos avós, responderam unanimemente: “católicos!”.

MGIIa: Todos católicos.

HGIIIb: Católicos. Desde a Itália.. tanto a família Busato quanto a Boschiroli. MGIIIc: Tenho cinco tios, irmãos que são padres e freiras...

4 Os dados foram gerados no período compreendido entre os meses de junho e julho de 2013, em Cascavel. As

aplicações do questionário foram feitas por meio de entrevistas individuais, previamente agendadas. Entre os meses de agosto de 2013 a janeiro de 2014, foram realizadas as 18 entrevistas.

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Os depoimentos acima demonstram como a religião católica faz parte da formação étnica cultural do italodescendente. O depoimento de MGIIIc, ao dizer que tem cinco parentes que são padres e freiras, demonstra a realidade de diversas famílias italianas e ítalo-brasileiras. As falas confirmam como as famílias italianas se fundamentavam no catolicismo desde a Itália e como “Ainda hoje, colônia italiana e catolicismo são vistos como sinônimos” (ORO, 1996, p. 618), sendo uma das formas de expressão da identidade étnica italiana.

Ao falarem da importância da religião para a família, dos 18 (dezoito) entrevistados, a maioria, 14 (catorze), respondeu ser muito importante, 3 (três) disseram ser importante e 1 (um) entrevistado disse que não é tão importante.

Gráfico 1: Importância da religião para a família

Mais uma vez os dados confirmam as afirmações de outros pesquisadores, assim como as percepções do senso comum quando se diz que a maioria dos descendentes de italianos no Brasil é católica ou provem de famílias com essa crença.

Sobre a importância da religião para si próprio, dos 18 (dezoito) entrevistados, a maioria, 12 (doze), respondeu ser muito importante, 4 (quatro) disseram ser importante e 2 (dois) entrevistados disseram que não tinha nenhuma importância, como pode ser verificado no gráfico a seguir:

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Os dois entrevistados que disseram que a religião não tinha nenhuma importância para eles são da faixa etária mais nova: HGIa e MGIc. Tal dado demonstra como as fronteiras étnicas não são estáveis e imutáveis, assim como Barth, na obra de Poutignat e Streiff-Fenart (2011), evidencia, ao dizer que as fronteiras não delimitam uma uniformidade contínua. Para o autor, portanto, a história de um povo não retrata exatamente sua cultura, pois variações e mudanças são ininterruptas, mesmo que o grupo tenha uma organização cultural contínua. Assim, se compararmos a nova geração de italodecendentes com a mais velha, pode-se pensar que o grupo existe, mas com mudanças e inovações, com aspectos diferentes daquele de outrora.

Para Krug (2004, p. 12), a identidade étnica não é estável, mas sim “um processo individual e coletivo de semiose, de produção de significado e de sentido. Não é algo que nasce pronto em um indivíduo”. Rosa, Damke e von Borstel (2011, p. 5) reiteram ao afirmar que a construção da identidade “não é algo pronto e acabado”. Damke (1998) salienta que a identidade não surge da noite para o dia e que não é construída unicamente pelo berço e pelas relações familiares, mas sofre um processo de construção e modificação constante.

Por outro lado, alguns entrevistados, além da resposta concreta requerida (muito importante, importante, não é tão importante ou nenhuma importância), complementaram e manifestaram suas crenças:

HGIIIc: Muito importante pra formação da família. Uma família sem religião é uma família um pouco capenga. É importante até pra te dar um sentido na vida, um direcionamento. Você tem que acreditar em alguma coisa.

MGIIIc: É tudo pra mim...

Pode-se notar que nesta pesquisa os depoimentos acima são de entrevistados da faixa etária mais velha e que tiveram um contato mais aprofundado com o catolicismo, assim como com as histórias de superação de dificuldades de seus antepassados imigrantes. Além disso, os

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investigados da faixa etária mais velha também enfrentaram dificuldades quando migraram para o oeste do Paraná.

Tais depoimentos demonstram como o catolicismo está arraigado na formação étnica de italodescendentes, principalmente da faixa etária mais velha, e que o fator sexo pouco influencia nessa questão, pois há manifestações positivas e negativas de ambos os sexos.

Manifestações religiosas católicas italianas

Em Cascavel, além de cursos de italiano em escolas particulares, assim como no Centro de Línguas Estrangeiras Modernas (Celem) e na graduação em Letras Português/Italiano da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), há outras manifestações relacionadas à língua e à cultura italiana: Círculo Italiano de Cascavel, grupo de dança Ladri di Cuori, programa de rádio Italia del mio cuore, grupo de canto folclórico italiano Filò, assim como a Praça Itália e os sobrenomes estampados nas listas telefônicas e em lugares comerciais.

Em relação à catolicidade, vinculada à cultura italiana, existe um projeto, desde 2007, desenvolvido por professores de italiano da Unioeste, a Missa Italiana, que ocorre uma vez por mês (durante o ano letivo), realizada em diferentes paróquias de Cascavel e algumas vezes em cidades vizinhas. A equipe organizadora já realizou, por exemplo, missa em Corbélia, em novembro de 2012, informação que pode ser confirmada na notícia veiculada no site do jornal O Presente (MARECHAL CÂNDIDO RONDON, 2012)5, assim como em Toledo, em junho de 2013, em matéria publicada no site da Secretaria de Estado da Educação do Paraná (Seed-PR) (PARANÁ, 2013)6.

O projeto, que foi criado em novembro de 2007, pela professora Benilde Socreppa Schultz, e passou a ser coordenado pelo professor Fausto Zamboni em 2012, sempre contava com público e com a participação de padres italianos, os quais rezavam a missa na língua materna, em língua italiana oficial. Neste ano de 2017, no entanto, foram realizadas apenas algumas missas italianas, mas sem vínculo com a universidade.

Apesar de a missa ser realizada em língua italiana, percebe-se que a propagação, ainda que seja da variedade de prestígio, é importante para os italodescendentes que consideram a

5 Disponível em:

<http://www.opresente.com.br/geral/2012/11/unioeste-realiza-missa-italiana-em-corbelia/1060417/>. Acesso em: 15 mar. 2016.

6 Disponível em: <http://www.nre.seed.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=4651>. Acesso em: 15

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língua italiana standard um ponto de referência a ser seguido. Além disso, deve-se considerar que o grupo de descendentes de italiano não é homogêneo. Conforme a pesquisa de mestrado “Um estudo sobre a fala e a cultura de italodescendentes em Cascavel/PR” (BELONI, 2015), realizada com o mesmo grupo de descendentes de 18 informantes7 nos dados apresentados acima, os mais jovens têm um comportamento diferente em relação à língua e à cultura italiana, assim como as mulheres em relação aos homens, pois enquanto os mais jovens se direcionam mais à língua oficial, “diversos informantes mais velhos, principalmente aqueles revivificadores do talian, apesar de se instrumentalizarem em relação à língua estrangeira, fazem questão de manter as fronteiras étnicas por meio da variedade minoritária italiana” (BELONI, 2015, p. 106).

Colognese (2004) observa que não há nenhuma referência ao cultivo e ao ensino da variedade linguística minoritária pelas associações étnicas do oeste do Paraná. Ele observa que, apesar de a “língua italiana oficial” não ser aquela utilizada pelos antepassados, é apenas esta a referenciada. Nesse sentido, Beloni (2015) analisa o grupo pesquisado:

Podemos, talvez, concluir que os mais jovens, ainda que de forma restrita, acabam se direcionando à variedade linguística majoritária italiana, tanto por ser a única forma de resgatar a fala em italiano, pois seus pais não se comunicam mais na variedade minoritária ou não se dispõem a ensiná-la, como pelo status ideologicamente conferido à língua standard (BELONI, 2015, p. 109).

Sendo assim, “os dados indicam que nem sempre as fronteiras linguísticas comprometem as fronteiras étnicas culturais, como é o caso do entrevistado HGIc, que entende o talian, mas prefere o italiano padrão”, apesar de ser um revivificador da cultura folclórica italiana em Cascavel, representada pelo grupo de dança Ladri di cuori (BELONI, 2015, p. 110). Nesse sentido, seria difícil oferecer a missa italiana em talian, uma vez que o grupo de falantes ativos dessa variedade em Cascavel é consideravelmente restrito. Sendo assim, seria praticamente impossível impor, principalmente aos mais jovens, o talian, pois a comunidade tem como língua standard o português e há, ainda, a língua italiana, ensinada na universidade e nas escolas de idiomas, que lhe conferem status e prestígio.

7 Apesar de todos serem falantes do português, os níveis de bilinguismo são variados entre os entrevistados. É

importante apontar, antes de tudo, que cinco deles tiveram o italiano como língua materna, sendo todos os entrevistados do sexo masculino da faixa etária mais velha e uma do sexo feminino também da GIII, além de um informante da faixa etária intermediária.

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Mesmo assim, o programa de rádio Italia del mio cuore8, que vai ao ar todos os sábados, a partir das 15h30, ao vivo, por cerca de 1h20, é apresentado em talian. Dividido em três grandes momentos - Oração, Folclore e Romântico -, o programa leva um pouco da cultura folclórica e moderna italianas, transmitindo músicas religiosas, folclóricas e românticas modernas, resgatando o passado e valorizando o presente. Os apresentadores, de maneira informal e natural, falam sobre os santos de cada dia, com base no calendário italiano, fazem brincadeiras, contam piadas, leem provérbios desta cultura e comentam sobre diversos fatos, sempre no talian. O programa, portanto, resgata a variedade linguística e também a catolicidade, por meio do primeiro momento do programa, com músicas sacras italianas, assim como por mensagens religiosas.

Conclusão

A estigmatização foi uma marca fixada sobre a comunidade de italianos. Imigrantes e descendentes de italianos sofreram com o preconceito perante a própria forma de falar. Inicialmente, essa estigmatização acabou gerando um complexo de inferioridade individual e coletivo, o que piorou com as medidas do Estado Novo. Sendo assim, o fato de poderem frequentar uma celebração católica em italiano significa muito mais do que o “ato de reza”, significa dar a esses descendentes o direito de reafirmarem as próprias raízes, a própria identidade étnica por meio da língua e da religião.

Nesse sentido, Santin (1996) observa que o “passado cultural é fundamental para definir a identidade atual de cada indivíduo e de cada grupo”, pois, dessa forma, entende-se o significado da presença de imigrantes e de seus descendentes em determinada região, assim como a busca dessa comunidade pela “preservação de sua diferença cultural, como garantia de auto-afirmação e de auto-estima” (SANTIN, 1996, p.595).

O catolicismo continua sendo, portanto, em Cascavel, um indicador de delimitação de confins étnicos, principalmente quando a manifestação religiosa ocorre articulada a alguma das variedades linguísticas italianas, sendo ela de prestígio ou não.

8 O programa Italia del mio cuore, conforme matéria publicada no Jornal O Paraná, de Cascavel, do dia 7 de abril

de 2012, foi ao ar pela primeira vez no dia 4 de fevereiro de 1996, pela Rádio Nacional, passou pela Rádio Capital por um tempo e, desde 2007, é transmitido pela Rádio Colméia (AM - 650 KHZ). Era apresentado por três componentes do grupo de canto Filò, Ermilo Zanatta, 55 anos na época, João Nichetti, 61 anos, e Enore Savoldi (in memoriam), 76 anos. Hoje, com dois apresentadores, o objetivo do programa ainda é a manutenção da cultura ítalo-vêneta em toda a comunidade, “que é grande no Oeste paranaense”.

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