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Rev. Bras. Enferm. vol.70 número4

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Academic year: 2018

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Rev Bras Enferm [Internet]. 2017 jul-ago;70(4):699-700.

http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167.2017700401

EDIÇÃO TEMÁTICA:

BOAS PRÁTICAS: FUNDAMENTOS DO CUIDAR EM ENFERMAGEM GERONTOLÓGICA

As intensas transformações sociais, econômicas, políticas, culturais, ambientais, epidemiológicas e demo-gráficas, em conjunto com as aceleradas inovações tecnológicas, têm afetado significativamente a vida em sociedade, exigindo que as pessoas reflitam sobre as próprias concepções da natureza humana. Esse contexto de transformações tem estimulado os indivíduos a valorizar os avanços tecnológicos e a construção de relações humanas mais autônomas, globais e instáveis, emoldurando uma importante dialética existencial e sociopolí-tica nas quais os indivíduos querem viver por maior tempo possível, mas não aceitam assumir suas possíveis consequências desfavoráveis.

Nesse cenário temos vivenciado tentativas desbravadoras de vencer os limites próprios e naturais que o envelhe-cimento impõe. Tal sentimento atrelado à nova realidade demográfica com número cada vez maior de idosos tem exigido do sistema de saúde medidas imediatas para responder às complexas demandas do “ser idoso”, em especial que fortaleçam a promoção do envelhecimento saudável. Além da ampliação dos serviços específicos de saúde como amplo programa de promoção e controle da saúde ao longo de todo o ciclo vital, aliado ao programa de integração social, com perspectivas de oferecer melhor qualidade de vida, é necessário investir em estruturas de apoio, suporte às famílias e, sobretudo, às condições de exclusão e discriminação daqueles mais fragilizados.

Nessa perspectiva, em seu relatório sobre o envelhecimento no século XXI, o Fundo de Populações das Nações Unidas destacou que, embora muitos países tenham realizado importantes avanços na adaptação de suas políticas e leis, é necessário direcionar mais esforços para assegurar que pessoas mais velhas possam de-senvolver seu potencial(1). Considerando as experiências de outros países, o Brasil apresenta capacidade para

desenvolver medidas efetivas para um envelhecimento ativo e avançar na consolidação de um projeto integral de atenção à saúde da pessoa idosa, que contemple a plena valorização do ser humano.

Na condição de maior contingente de profissionais da área da saúde, a enfermagem brasileira tem o com-promisso de dar respostas concretas para cuidar das pessoas idosas e suas famílias. O processo de trabalho da enfermagem na Atenção Primária de Saúde à população idosa está direcionado para as especificidades do cuidado da pessoa idosa, estabelecendo relações e criando vínculos com o idoso, a família e a comunidade. Por considerar a complexidade do processo de envelhecimento, o Enfermeiro atua com enfoque interdisciplinar em suas ações e compartilha atitudes interativas, proativas, dialógicas no enfrentamento de problemas de saúde com vistas à melhoria possível da qualidade de vida e bem-estar das pessoas idosas.

Como especialidade emergente no país, a Enfermagem Gerontológica tem envidado esforços na consoli-dação de práticas alicerçadas em um referencial teórico-conceitual que considere as distintas formas de viver compreendendo que essas implicam diferentes maneiras de envelhecer. Nesta perspectiva, Gonçalves, Alvarez e Santos(2) apontam a necessidade de desenvolver ações cuidativo-educacionais às pessoas idosas, como: cuidar

da vida e saúde do idoso, em particular no processo saúde e doença; na prevenção de agravos da saúde; na re-cuperação e reabilitação; no cuidado continuado em situações de cronicidade e nos cuidados ao final da vida.

Fundamentos e práticas do cuidar

em Enfermagem Gerontológica

EDITORIAL

Sandra Helena Isse Polaro

I

, Livia Cozer Montenegro

II

I Universidade Federal do Pará, Faculdade de Enfermagem. Coordenadora do Departamento

Científi co de Enfermagem Gerontológica da Associação Brasileira de Enfermagem. São Paulo, Brasil.

II Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Enfermagem. Presidente da Associação

Brasileira de Enfermagem – Seção Minas Gerais. Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.

Como citar este artigo:

Polaro SHI, Montenegro LC. Fundamentals and practice of care in Gerontological Nursing. Rev Bras Enferm [Internet]. 2017;70(4):671-2. [Thematic Edition “Good Practices: Fundamentals of care in

(2)

Rev Bras Enferm [Internet]. 2017 jul-ago;70(4):699-700.

700

Fundamentos e práticas do cuidar em Enfermagem Gerontológica Polaro SHI, Montenegro LC.

REFERÊNCIAS

1. Organização Mundial da Saúde. Relatório mundial de envelhecimento e saúde. Brasília: OMS/ OPS, 2015.

2. Gonçalves LHT; Alvarez AM; Santos SMA. Cuidados na enfermagem gerontológica: conceito e prática. In: Freitas EV,

Py L. Tratado de Geriatria e Gerontologia. 4ª Ed. Rio de Janeiro: Gen/Guanabara Koogan, 2016. p 1247- 1254. Assim, as ações de enfermagem gerontológica são realizadas em quaisquer serviços de saúde em todos os níveis de complexidade, públicos ou privados, desde o domicílio às instituições de longa permanência para idosos. Por sua extensão e complexidade a Enfermagem Gerontológica enfrenta desafios em seu processo de trabalho, mas também vislumbra perspectivas de inovação para a realidade atual, como: a) Reorganização de Serviços de Saúde como unidades empreendedoras sociais, atendendo às necessidades peculiares da popula-ção idosa; b) serviços de corresponsabilidade envolvendo Estado, família e comunidade, no atendimento a ne-cessidades especiais de pessoas idosas que requerem recursos onerosos; c) inovação/adaptação de instalações e equipamentos em instituições assistenciais facilitadoras de cuidado nas atividades da vida diária do idoso, principalmente aqueles mais dependentes ou mais fragilizados; d) oficinas educativas inovadoras de inclusão social, como de ativação da memória, entre outras, com a participação da comunidade circundante; e) orga-nização de rede de apoio comunitário para múltiplas situações de atendimento de idosos que vivem em seus lares; f) inovações/adaptações ambientais, institucionais, domiciliares propiciadoras de vida ativa para idosos funcionalmente mais dependentes ou mais fragilizados.

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