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PROJETOS PEDAGÓGICOS ALTERNATIVA PARA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA

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Academic year: 2021

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UNIÃO DE ESCOLAS SUPERIORES PARAÍSO

PROJETOS PEDAGÓGICOS – ALTERNATIVA PARA

APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA

AUTORA: KELLEN CRISTINA SILVA OLIVEIRA

ORIENTADORA: ANA CRISTINA IOZZI

São Sebastião do Paraíso – M.G.

2009

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PROJETOS PEDAGÓGICOS – ALTERNATIVA PARA

APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA

AUTORA: KELLEN CRISTINA SILVA OLIVEIRA

Monografia apresentada à UNIESP – União de Escolas Superiores Paraíso, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Licenciada em Pedagogia. Orientadora: Ana Cristina Iozzi

São Sebastião do Paraíso – M.G.

2009

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Projetos Pedagógicos – alternativa para aprendizagem

significativa

CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

AVALIAÇÃO: ( ) ____________

Professor Orientador

Professor Avaliador da Banca

Professor Avaliador da Banca

São Sebastião do Paraíso – MG 2009

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Os sonhos trazem saúde para a emoção, equipam o frágil para ser autor de sua história, renovam as forças do

ansioso, animam os deprimidos, transformam os inseguros em seres humanos de raro valor. Os sonhos fazem os tímidos terem golpes de ousadia e os derrotados serem construtores de oportunidades. Augusto Cury

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus que iluminou o meu caminho. Aos meus pais e irmãs pela credibilidade.

Ao diretor Dr. Márcio Calafiori Resende e esposa Giseli Roberta da Silva Calafiori Resende por possibilitarem a realização desse sonho.

A todos os professores dessa faculdade que contribuíram para minha formação.

E em especial ao meu esposo Charles Willians e filhas Gabriele e Júlia Cristina pela paciência e apoio.

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS RESUMO

INTRODUÇÃO ... 9

1 – O ENSINO QUE QUEREMOS... 10

1.1 Educação de qualidade... 10

1.1.1Conteúdos Conceituais... 11

1.1.2 Conteúdos Procedimentais... 12

1.1.3 Conteúdos Atitudinais.. ...13

1.2 A importância da autonomia na formação do sujeito integral...13

1.3 Desenvolvimento das Inteligências Múltiplas...14

1.3.1 Lógico Matemática...15 1.3.2 Lingüistica ...15 1.3.3 Musical... 15 1.3.4 Espacial ... 15 1.3.5 Físico-Cinestésica ... 16 1.3.6 Interpessoal ... 16 1.3.7 Intrapessoal ... 16 1.3.8 Naturalista ... 16

1.4 Porque se trabalhar com Projetos... 17

2 - COMO TRABALHAR COM PROJETOS ... 20

2.1 Uma reflexão sobre interdisciplinaridade ... 20

2.2 Etapas de montagem do projeto pedagógico...21

3 – VIVENCIANDO UM PROJETO PEDAGÓGICO ... 23

3.1 Apresentação do Projeto Nossas Fábulas ganhador em 3º lugar do Prêmio Professor Aprendiz ...23

3.1.1 Justificativa... 23 3.1.2 Objetivos Gerais...24 3.1.3 Conteúdos Curriculares ...24 3.1.4 Metodologia ...25 3.1.5 Atividades ... 25 3.1.6 Avaliação ... 43

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CONCLUSÃO ...45 BIBLIOGRAFIA...46

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Lista de Figuras

Figura 1: Lista de fábulas ...26

Figura 2: Reconto...27

Figura 3: Fábula A coruja e a águia...29

Figura 4: A coruja e a águia em quadrinhos...31

Figura 5: Quadro Comparativo...32

Figura 6: Fábulas em quadrinhos...33

Figura 7: Revisão de texto...34

Figura 8: Revisão de texto 2...35

Figura 9: Tabela...36

Figura 10: Gráfico 1...37

Figura 11: Gráfico 2...38

Figura 12: Gráfico 3...39

Figura 13: Capa do CD...41

Figura 14: Máquina Reglete...42

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RESUMO

Esse trabalho demonstra que Projetos Pedagógicos são uma alternativa para a aprendizagem significativa, baseada no desenvolvimento das Inteligências Múltiplas e na construção do conhecimento para a formação do sujeito integral. Essa metodologia apresenta várias vantagens, como auxiliar no desenvolvimento da autonomia dos alunos. Apresenta de forma clara como o projeto deve ser montado e executado. Levanta questões importantes como o ensino de qualidade e como as crianças atualmente aprendem. Além de lançar reflexões sobre temas atuais, comprova na prática em sala de aula o quanto é válido buscar novos meios para despertar o desejo de aprender nos alunos.

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INTRODUÇÃO

Até os anos de 1980, o ensino se pautava inicialmente em torno de métodos de ensino que privilegiavam apenas a memorização como aprendizado. As cartilhas eram na maioria das vezes o único meio impresso a qual os alunos tinham em mãos. Esse material continha textos escritos exclusivamente com o intuito de alfabetizar, desconsiderando a realidade dos alunos. Atualmente o acesso a informações é amplo, dinâmico e disponibilizado por diversos meios atingindo a maioria da sociedade. Vivemos em um mundo gráfico, impresso por todo canto que se olhe. Um exemplo são os panfletos de promoções que encontramos em todo lugar e as contas que recebemos em casa. Utilizamos a leitura para quase tudo hoje em dia.

Essa é uma das causas pelas quais os alunos não se interessam mais apenas por textos criados para aprender famílias silábicas. É necessário apresentar aos alunos diversos tipos textos e ressaltar sua função social, ou seja, para que serve cada texto dentro do seu cotidiano.

Desse modo essa pesquisa visa apresentar os projetos interdisciplinares como uma alternativa para a aprendizagem significativa, baseada na teoria do desenvolvimento das Inteligências Múltiplas e na construção do conhecimento para a formação do sujeito integral, demonstrar com clareza como o desenvolvimento de um projeto pedagógico e suas etapas, bem como comprovar sua eficácia com exemplos reais em sala de aula.

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1- O ENSINO QUE QUEREMOS

1.1-Educação de qualidade

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais vol.1, p.33

[...] propor uma prática educativa adequada às necessidades sociais, políticas, econômicas e culturais da realidade brasileira, que considere os interesses e motivações dos alunos e garanta as aprendizagens essenciais para a formação de cidadãos autônomos, críticos e participativos, capazes de atuar com competência, dignidade e responsabilidade na sociedade em que vivem.

Esse é o ensino que os brasileiros devem receber ao ingressarem na escola. Porém nem sempre ocorre dessa forma, justamente por alguns profissionais não levarem em conta as recomendações acima. “Motivações dos alunos” não quer dizer levar uma surpresa para dar no fim da aula a quem “mereceu ou obedeceu mais”, nem tampouco se vestir de “palhaço” para alegrar a vida das crianças. Nossos alunos esperam e merecem bem mais do que essas estratégias simplistas que são confundidas e difundidas com o nome de motivação.

Aos alunos deve ser garantido o domínio da fala e escrita, da reflexão matemática, a explicação científica, acesso às artes e aos diferentes conteúdos. Dessa forma estaremos garantindo não só a formação acadêmica mas também a dignidade e a igualdade de direitos.

Os PCNs ainda ressaltam que deve-se ter em vista o desenvolvimento de novas competências para que se formem novos profissionais preparados para

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lidarem com novas tecnologias e linguagens e capazes de responder a novos ritmos e processos e mais do que nunca aprender a aprender.Para isso metodologias que priorizem a construção do conhecimento devem ser exploradas.

Para que ocorra a aprendizagem significativa o aluno necessita ser colocado diante de um problema para que elabore hipóteses e as experimente, nesse caso é imprescindível a intervenção pedagógica correta que desafie o indivíduo a experimentar sempre mais.

O suíço Jean Piaget (1896-1980) pesquisou como é construído o conhecimento humano ao longo da vida e destacou a importância da interação entre o individuo e o meio. Nesta perspectiva a criança é colocada no centro dos processos de aprendizagem, com papel ativo na aquisição do seu próprio conhecimento. Dessa forma, “as atividades espontâneas da criança, a criatividade, a autonomia na resolução de situações-problema e os erros infantis ganham relevo dentro do processo educativo”. (SOUZA e KRAMER, 1991)

Outro importante autor, Lev Vygotsky (1896-1934) interessou-se pela compreensão do funcionamento psicológico do ser humano e concluiu que esse é fundamentado nas relações sociais e destacou a importância dos sistemas de representação simbólica, especialmente a língua, para a psicologia humana. Ele afirma que o aprendizado começa antes de se entrar para escola, valorizando a experiência individual. Por isso afirma que “o bom aprendizado é somente aquele que se adianta ao desenvolvimento”. (SOUZA e KRAMER, 1991)

A escola que almeja formar cidadãos capazes de atuar com competência, selecionará conteúdos que façam parte da realidade de seus alunos em consonância com o momento histórico em que vivem.

Os conteúdos são classificados da seguinte forma:

1-Conteúdos Conceituais 2-Conteúdos Procedimentais 3-Conteúdos Atitudinais

1.1.1- Conteúdos Conceituais

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A aprendizagem de conceitos permite organizar a realidade, mas só é possível a partir da aprendizagem de conteúdos referentes a fatos (nomes, imagens, representações), que ocorre num primeiro

momento, de maneira eminentemente mnemônica . A memorização não deve ser entendida como processo mecânico, mas antes como recurso que torna o aluno capaz de representar informações de maneira genérica – memória significativa – para poder relacioná-las com outros conteúdos.

Estão relacionados com conceitos como o próprio nome sugere: Matemática, Português, História, Geografia etc. São o início: é através deles que o aluno entra em contato com os fatos e princípios e são detentores das informações e base para assimilação e organização dos fatos da realidade.Muitas vezes são trabalhados sem vínculo com o dia a dia dos alunos que detém os fatos, mas não sabem lidar com eles.

1.1.2- Conteúdos Procedimentais

Implica no ensino dos procedimentos de pesquisas, trabalhar informações para transformá-la em conhecimento. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais de 5ª a 8ª série vol.1, p.76, a definição desse conteúdo é a seguinte:

Os procedimentos expressam um saber fazer, que envolve tomar decisões e realizar uma série de ações, de forma ordenada e não aleatória, para atingir uma meta. Os conteúdos procedimentais sempre estão presentes nos projetos de ensino, pois realizar uma pesquisa, desenvolver um experimento, fazer um resumo, construir uma maquete, são proposições de ações presentes na sala de aula.

Ao contrário do que ocorre na maioria das vezes, é necessária a intervenção do professor, pois este não é um processo individual. Saber resolver não implica na compreensão do conteúdo, uma aprendizagem mecânica não é o objetivo da atual educação, mas sim fornecer instrumentos para que o aluno possa resolver diferentes questões.

São verbos procedimentais: “manejar, usar, construir, aplicar, coletar, observar, experimentar, elaborar, simular, demonstrar, planejar, compor, avaliar, representar.” (MARANINCHI apud NOGUEIRA, 2005)

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1.1.3- Conteúdos Atitudinais

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais vol. 1, p.74

[...] “é imprescindível adotar uma posição crítica em relação aos valores que a escola transmite explícita e implicitamente mediante atitudes cotidianas.”

Trata-se de uma definição ampla, pois inclui normas e valores, os quais cada indivíduo têm idéias distintas. Estão presentes em todo conhecimento escolar, estão enredados no dia a dia e proporcionam ao aluno posicionar-se perante o que apreendem. Detentores dos fatos e de como resolvê-los, é imprescindível que o aluno tenha uma postura perante eles. É na escola onde se forma grande parte do indivíduo, por isto a escolha deste conteúdo é complexa: sobre o estudante, devem ser levados em consideração o lado emocional e o grupo a que pertence, além das questões serem tratadas de maneira imparcial pelo educador, formando assim verdadeiros cidadãos.

Em suma, tais conteúdos trabalhados de forma adequada e se relacionando entre si, resultam na aprendizagem descrita nos Parâmetros Curriculares Nacionais, ou seja, significativa para os alunos.

1.2-A importância da autonomia na formação do sujeito integral

De acordo com Aurélio (2003) a definição da palavra AUTONOMIA é a faculdade de se governar por si mesmo.

Refere-se à capacidade de posicionar-se, elaborar projetos pessoais e participar nos projetos coletivos, ter discernimento...(MEC (orgs), 1997)

Na teoria de Piaget, autonomia significa a capacidade de tomar decisões por conta própria, sobre o certo e o errado, no campo moral e sobre o verdadeiro e o falso no campo intelectual, levando em consideração fatores relevantes, independente de recompensa e castigo. (KAMII, 2002)

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Embora seja sinônimo de liberdade de pensamento e ações, não deve ser confundida com anarquia ou confusão, na qual cada indivíduo age da forma que bem entende passando por cima de leis e pessoas.

É uma capacidade que deve se desenvolvida na escola, pois contribui para que a pessoa continue sempre aprendendo e buscando soluções .

O conceito de sujeito integral defende que as pessoas sejam vistas além do aspecto cognitivo e sim pela capacidade na resolução de problemas e atitudes, daí a importância do trabalho com conteúdos não só conceituais.

Sobre esse assunto Gardner fez a seguinte citação:

[...] “a capacidade de resolver problemas ou de criar produtos que sejam valorizados dentro de um ou mais cenários culturais.”(GARDNER, 1999)

Analisando sua fala, podemos concluir que resolver problemas leva o sujeito a descobrir caminhos, possibilidades e rotas para atingir um objetivo e a criação de produtos são descobertas através de pesquisas que podem ser úteis a outras pessoas.

O trabalho com projetos propicia a autonomia que surge quando há argumentação sobre um tema, planejamento das ações e tomadas de decisões.Nesse caso o papel do professor é de participação e orientação, sugerindo ações e procedimentos auxiliando o aluno a enxergar relações além das disciplinas de tal forma a interpretar o mundo, a realidade e a sociedade.

1.3-Desenvolvimento das Inteligências Múltiplas

Observe o que disse Gardner (1999) :

“Nós psicólogos, não somos mais os donos da inteligência, se é que um dia lá fomos. O que significa ser inteligente é uma questão filosófica profunda, que exige base em biologia, física e matemática”

Em meados do século 20, o alemão Wilhelm Stern criou um método para medir a inteligência que ele denominou de Intelligenz-Quotient, o famoso teste de QI. Até então a inteligência era vista a partir do conceito do filósofo John Locke, como uma folha em branco preenchida durante a vida. (REZENDE, 2008)

Alguns psicólogos acham que os testes de QI não dizem muita coisa, pois ignoram habilidades como compreender emoções alheias, ser capaz de trabalhar

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em grupo e sentir empatia. Um deles é psicólogo Howard Gardner, autor da Teoria das Inteligências Múltiplas.

Ele concluiu que a inteligência não é um conceito único, mas a soma de várias habilidades, ele não considera herança biológica como ponto determinante de um sujeito, as inteligências poderão e deverão ser desenvolvidas. Essa idéia tornou-se popular e foi publicada em 1983 e é tornou-senso comum achar que ela está certa.

Segundo Gardner, a nossa inteligência é o resultado de 8 processadores mentais diferentes dentro do cérebro, cada um deles responsável por uma habilidade. (GARDNER, 1999)

1.3.1-Lógico-Matemática

É a habilidade de resolver problemas a partir da lógica, realizar operações matemáticas e investigar questões científicas. Bastante desenvolvida em cientistas.

1.3.2 – Lingüística

Sensibilidade para língua falada e escrita, capacidade para aprender línguas e de “usar a lábia” para alcançar os próprios objetivos. Encontrada em escritores, locutores e advogados.

1.3.3 – Musical

Semelhante à Inteligência Lingüística, só que relacionada a sons. É a habilidade de compor e apreciar padrões musicais. Bastante rica em compositores, cantores, dançarinos e maestros.

1.3.4 – Espacial

Habilidade de reconhecer e manipular padrões no espaço. É útil para quem trabalha com a coordenação motora e tem de compreender o mundo visual. Bem desenvolvida em arquitetos.

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1.3.5–Físico-Cinestésica

É o tipo de inteligência usada para resolver problemas e executar movimentos complexos com o próprio corpo. Você a encontra em dançarinos, mímicos e atores.

1.3.6 – Interpessoal

É a capacidade de entender as intenções dos outros,comunicar-se de forma adequada,motivá-los e incentivá-los. Bastante necessária a quem coordena e executa trabalhos em grupo. É encontrada em vendedores, políticos, professores, clínicos e atores.

1.3.7 – Intrapessoal

É a habilidade de olhar para dentro de si mesmo e entender as próprias intenções, objetivos e emoções. Necessária para encontrar erros no próprio raciocínio. Presente em psicólogos, filósofos e cientistas.

1.3.8 – Naturalista

É a sensibilidade para perceber e organizar fenômenos e padrões da natureza, como a diferença entre plantas quase idênticas. Costuma ser encontrada em biólogos e membros de tribos indígenas.

Baseado na teoria de Gardner, o trabalho com projetos se torna importantíssimo devido às várias problematizações que ele gera e ao uso das diferentes inteligências para resolvê-las. Nesse sentido a interação entre os alunos facilitará o aprendizado por meio da diversidade de pensamento dos componentes do grupo, levantando discussões e debates para enriquecer o conhecimento de todos.

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Para que essa interação e troca de conhecimento ocorra, “é fundamental observar cada aluno, analisar seus pontos fortes e fracos, verificar suas áreas de interesse, sua atuação em cada uma das atividades propostas, pois só com um olhar analítico é que o professor terá a chance de propiciar oportunidades específicas ao aluno em questão, garantindo dessa forma que cada um receba a educação na dose necessária para desenvolver seus potenciais intelectuais”. (NOGUEIRA, 2001)

1.4 – Porque se trabalhar com Projetos

Os projetos são antecedidos de sonhos, vontades, desejos, ilusões e necessidades, são mais do que simples ato de execução de atividades, mas um processo coletivo e participativo, são fontes de investigação e criação, podem e devem estar conectados ao programa acadêmico, desenvolve múltiplas áreas do conhecimento e auxiliam na formação do sujeito integral. (NOGUEIRA, 2001)

Hoje em dia é modismo dizer que se trabalha com projetos, mesmo sem saber direito o que isso significa. O mercado está repleto de obras com projetos prontos para cada data comemorativa do ano que muitas instituições adotam sem ter noção de que tais “projetos” não passam de atividades temáticas e seqüenciais.

O projeto passa a ter significado quando se é construído em conjunto focalizando um tema de interesse geral ou de necessidade social. A escola que deseja contribuir para a formação integral do ser humano dentro de tudo que foi descrito até aqui tem consciência do valor didático e social de um verdadeiro projeto interdisciplinar.

A função do projeto é favorecer a criação de estratégias de organização dos conhecimentos escolares em relação ao tratamento da informação e a relação entre os diferentes conteúdos em torno de problemas ou hipóteses que facilitem aos alunos a construção de seus conhecimentos, transformando a informação procedente dos diferentes saberes disciplinares em conhecimento próprio.

O tema do projeto é o ponto de partida para seu desenvolvimento. A partir dele surge o problema eixo que todos da sala terão que buscar alternativas para resolver através da estrutura cognitiva e na busca de informações que facilitarão seu

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estudo e compreensão. Ele pode pertencer ao currículo, proceder de uma experiência como acampar por exemplo, originar-se de um fato atual, um problema proposto pela professora ou de alguma questão que ficou pendente.

Após a definição do tema é necessária uma conversa na sala para que haja um levantamento do conhecimento prévio para que se possa conectar o que os alunos sabem e suas hipóteses (verdadeiras, falsas ou incompletas) ante a temática. Desse modo o professor faz uma previsão da seqüência dos conteúdos para facilitar a compreensão. É importante mostrar aos alunos a funcionalidade do que se deve aprender, ou melhor, para que aprender sobre determinado tema.

De acordo com o educador espanhol Fernando Hernandez e Montserrat Ventura há necessidade de que os docentes discutam a proposta de trabalho par a que todos se envolvam no processo. Não há donos de saberes, pois as verdades são transitórias. Aprende-se a aprender a todo momento, assim é necessário propiciar a interação com os alunos para o desenvolvimento de um olhar critico e um fazer inteligente.

É importante saber como é um bom projeto, que o texto abaixo nos apresenta com clareza:

O que qualifica um bom projeto?

Equipe técnica do Centro de Estudos e Informações Crecheplan*

Os projetos podem ser elaborados segundo diversas formas, entretanto, é preciso que nelas estejam garantidos alguns aspectos que qualificam um bom projeto, São elas:

O objetivo do projeto é claro e sua justificativa é coerente com este.

A professora conhece o assunto que se pretende estudar, ou busca conhecê-lo previamente.

Os recursos e os materiais sobre o assunto estão selecionados e disponíveis na hora do trabalho.

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A professora sabe – a partir do levantamento dos conhecimentos prévios – o que os alunos conhecem e desconhecem sobre o conteúdo em questão.

O conteúdo do projeto é significativo em si (porque permite o estabelecimento de grande número de relações) e é significativo para as crianças ( porque admite que elas coloquem em jogo, para estudá-lo, tudo o que sabem, podendo avançar além do já sabido).

Os alunos conhecem e compartilham o objetivo do projeto.

As especificidades do conteúdo em questão são contempladas nas etapas do projeto.

Há nele continuidade educativa, isto é, encadeamento significativo de suas etapas, em complexidade crescente.

As atividades prevêem orientações didáticas específicas para aquele objeto de conhecimento.

O projeto favorece a interação entre os alunos como importante fator de aprendizagem.

O projeto amplia a compreensão do aluno sobre si e sobre o meio cultural.

O tema e os desdobramentos do projeto estão incluídos em práticas sociais concretas.

O projeto apresenta suas orientações didáticas com suficiente clareza, a ponto de poder ser reproduzido.

O projeto é composto de atividades desafiadoras que promovem a ação mental dos alunos e possibilitam diversidade de estratégias em suas produções.

A professora conduz o projeto de forma suficientemente flexível para abrir mão de alguma etapa prevista e incorporar novas etapas, considerando as necessidades de aprendizagem dos alunos.

O produto final do projeto dá visibilidade aos processos de aprendizagem e aos conteúdos aprendidos.

* Texto publicado no jornal Por Um Triz.n.8, jul. 1996 apud MEC(org) 2001.

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2-COMO TRABALHAR COM PROJETOS

2.1 – Uma reflexão sobre Interdisciplinaridade

A interdisciplinaridade é a grande utopia dos professores, embora poucos a

pratiquem de fato. (NOGUEIRA, 2001)

Diversos autores divergem sobre o conceito de interdisciplinaridade e devido a isso, muitos profissionais utilizam a palavra de forma errônea, como podemos observar em diversos projetos pedagógicos ditos “interdisciplinares”.

Jean Luc Marion (1978) apud Pombo et.al (1994,p.10) define como a “cooperação de várias disciplinas no exame de um mesmo objeto”.

Para Piaget (1972) apud Pombo et.al (1994) é “um intercâmbio mútuo de integração recíproca entre várias disciplinas (... tendo) como resultado um enriquecimento recíproco”.

Palmade (1979) apud Pombo et.al (1994), por sua vez, vai mais além ao afirmar que trata-se da “integração interna e conceptual que rompe a estrutura de cada disciplina para construir uma axiomática nova e comum a todas elas, com o fim de dar uma visão unitária de um setor do saber”.

De acordo com Pombo et.al (1994), os conceitos pluridisciplinaridade, interdisciplinaridade e transdisciplinaridade são considerados momentos de integração disciplinar de articulação entre duas ou mais disciplinas. A proposta desses autores é que se entenda por :

 Pluridisciplinaridade: prefixo pluri (várias), é qualquer associação mínima entre duas ou mais disciplinas, o que supõe colaboração entre os professores.

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 Multidisciplinaridade: prefixo multi (muitos), ou seja, a diversidade e a quantidade de disciplinas em jogo.

 Transdisciplinaridade: prefixo trans (para além de) ou um estágio superior de articulação disciplinar.

Já a interdisciplinaridade é colocada como a combinação de no mínimo duas disciplinas com vista à compreensão de um objeto através de pontos de vistas diferentes até que se chegue a uma síntese final comum. Para tanto é necessário que haja um trabalho continuado de cooperação. (POMBO et.al 1994)

Levando esse conceito em consideração, percebemos que interdisciplinaridade vai além de pegar um “tema” e estudá-lo em diversas disciplinas isoladamente, porém deve-se chegar a uma única conclusão sobre o assunto através de diversos olhares.

Muitas vezes, os projetos são denominados interdisciplinares, enquanto na verdade, são pluridisciplinares ou multidisciplinares de acordo com esses conceitos.

2.2 – Etapas de montagem do projeto pedagógico

De acordo com Nogueira (2005):

“Um projeto na verdade é, a princípio, uma irrealidade que vai se tornando real, conforme começa a ganhar corpo a partir da realização de ações e, conseqüentemente, as articulações destas”.

Como temos visto, uma das vantagens de se trabalhar com projetos é a participação de todos desde a escolha do tema, até as etapas de execução. Para a escolha desse tema é preciso tomar alguns cuidados:

 Não cair em temas da moda;

 O tema pode surgir de várias formas como discussão sobre assunto de interesse, problemas que ficaram pendentes, necessidades dos alunos;

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 Discutir com os alunos a possibilidade de realização;

 Evitar votação, é melhor negociar até que cheguem ao consenso, para que os perdedores não percam o interesse;

 O tema passa a ser um processo de argumentação que deve despertar curiosidade, motivação e vontade. (NOGUEIRA, 2005)

Além da escolha do tema, os alunos participam do planejamento do projeto o que possibilita autonomia na hora de decidir o quê, por quê, como, quando, quem e como levantar recursos para solucionar os problemas surgidos. Essa participação na execução do projeto rompe com a passividade dos alunos, gera interações e o professor desenvolve e aprende junto com os alunos. (NOGUEIRA, 2005)

Porém é importante que o professor registre seu trabalho em etapas de forma clara e bem escrita. Tal registro pode conter:

1 Justificativa: motivos para a realização do trabalho.

2 Objetivos: o que o professor pretendia que os alunos aprendessem.

3 Conteúdos Curriculares: os conteúdos desenvolvidos para atingir seus objetivos. 4 Metodologia: o passo a passo de como o trabalho foi desenvolvido.

5 Avaliação: do processo de aprendizagem dos alunos e do trabalho pedagógico do professor.

No próximo capítulo, será apresentado um projeto pedagógico real que contém todas essas etapas, facilitando desse modo a compreensão.

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3-VIVENCIANDO UM PROJETO PEDAGÓGICO

3.1

– Apresentação do Projeto Nossas Fábulas, ganhador em 3º

lugar do Prêmio Professor Aprendiz.

O Prêmio Professor Aprendiz é um concurso a nível municipal promovido pela Prefeitura Municipal de São Sebastião do Paraíso, no qual os professores enviam suas experiências e depois de uma criteriosa avaliação são escolhidos os 3 melhores trabalhos de cada segmento: Educação Infantil, Ensino Fundamental do 1º ao 5ºano e Ensino Fundamental do 6º ao 9º ano.

Esse trabalho concorria no segmento Ensino Fundamental do 1º ao 5º ano, cujo os prêmios foram: 1º lugar – um notbook, 2º lugar – uma câmera digital e 3º lugar – um microssystem com MP3. A experiência foi premiada em 3º lugar entre 19 inscritos. O trabalho será apresentado na íntegra.

Título:Projeto Nossas Fábulas

Alunos do 3ºano da Escola Municipal Campos do Amaral Número de alunos: 28

Tempo de duração: maio a agosto de 2008 Professora: Kellen Cristina Silva Oliveira

3.1.1- Justificativa:

A leitura é uma prática social que envolve atitudes, gestos e habilidades que são mobilizadas pelo leitor, tanto no ato de leitura propriamente dito, como no que

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antecede a leitura e no que decorre dela. Assim, o sujeito demonstra conhecimentos de leitura quando sabe a função de um jornal, quando se informa sobre o que tem sido publicado, quando localiza pontos de acesso público e privado aos textos impressos (bibliotecas), quando identifica pontos de compra de livros (livraria, bancas etc.).

Dizendo de outra forma, depois que um leitor realiza leitura, os textos que leu vão determinar suas escolhas de leitura futuras, servirão de contraponto para outras leituras e assim por diante.

Atitudes como gostar de ler e interessar pela leitura e pelos livros são construídas, para algumas pessoas, no espaço familiar e em outras esferas de convivência em que a escrita circula. Mas, para outros, é sobretudo na escola que este gosto pode ser incentivado. Para isso é importante que a criança perceba a leitura como ato prazeroso e necessário e que tenha os adultos como modelo.

Partindo desse pressuposto, comecei a observar por qual gênero meus alunos mais se interessavam e as fábulas eram muito bem recebidas tanto na leitura feita por mim, quanto na leitura livre, momento em que cada aluno escolhe o que quer ler. A partir dessa observação, aliei o prazer à necessidade didática na produção e revisão de texto.

3.1.2-Objetivos gerais:

 Despertar o prazer pela leitura.

 Conhecer as características do gênero fábula.

 Diferenciar gêneros.

 Desenvolver a habilidade em produzir e revisar textos.

 Desenvolver a leitura

3.1.3- Conteúdos Curriculares

 Língua Portuguesa ( Leitura, Escrita e Produção de Texto)

 Matemática (estatística, tratamento da informação)

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3.1.4- Metodologia

O primeiro passo foi verificar quais fábulas a turma conhecia e registrar em uma lista, para que a partir daí iniciassem as atividades.

A maioria das atividades foram realizadas em dupla ou grupo, visando o aproveitamento da parceria entre os colegas. Esses agrupamentos eram sempre montados de acordo com as dificuldades que os alunos apresentavam.

Utilizamos vários recursos como livros e CDs de fábula, cartazes, histórias em quadrinhos, livro didático entre outros.

O projeto tem como alvo principal melhorar os textos escritos através de revisão e rascunho textual, prática que os alunos relutavam muito em fazer, pois teriam que escrever o texto novamente e eles acreditavam que seria perda de tempo, desse modo o trabalho foi realizado com atividades que propiciaram desafios e levaram as crianças à refletirem sobre sua importância.

Vários problemas foram colocados para a turma resolver, mas o primeiro foi produzirem fábulas em duplas para apresentação de um sarau na biblioteca da escola para alunos do 1º ano da Escola Municipal Interventor Noraldino Lima, atividade que necessitaria de uma escrita bem feita e de uma leitura fluente.O outro problema seria melhorar ainda mais a leitura para que gravássemos um CD para dar de presente aos pais e levar aos deficientes visuais da Escola Estadual Mariana Marques ( APAE).

3.1.5 - Atividades

a- Lista de fábulas conhecidas (Língua Portuguesa)

Objetivo específico: levantar o conhecimento prévio dos alunos sobre esse gênero textual.

Os alunos se lembravam das fábulas já lidas ou ouvidas e tudo ia sendo registrado no quadro. Eles tinham certa familiaridade com esse gênero e sempre que possível, escolhiam livros para ler. Faziam parte da lista:

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Esse início foi muito importante, pois demonstrou que as crianças conheciam várias fábulas e o projeto despertaria realmente o interesse da turma.

Figura 1: Lista de fábulas Fonte: Arquivo da autora (2008)

b- Reconto (Língua Portuguesa)

Objetivo específico: desenvolver a habilidade de ouvir e reproduzir textos oralmente ou por escrito.

Foi lida pela professora a fábula: O Burro Insatisfeito e os alunos a recontaram por escrito. Essa segunda atividade também era de caráter diagnóstico, pois mostraria o conhecimento pela estrutura do gênero.A maioria recontou bem, mas nenhum ainda observava as particularidades do texto, como ter a moral no fim da história.

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Figura 2: Reconto

Fonte: Arquivo da autora (2008)

c- Leitura da fábula: A Coruja e a Águia em um texto narrativo e em quadrinhos e construção de um quadro comparativo. (Língua Portuguesa)

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Individualmente, o texto foi lido no livro didático: Linhas e Entrelinhas 2ª série páginas 130 e 131, 136 e 137.

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Figura 3: Fábula A coruja e a águia Fonte: Cipriano, Wandresen (2004)

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Figura 4: Fábula A coruja e a águia em quadrinhos Fonte: Cipriano, Wandresen (2004)

Após a leitura, houve uma discussão em torno das formas que poderiam ser utilizadas na escrita de um mesmo texto, e constatamos que sem perder o seu conteúdo, uma mesma história poderia ser produzida em diferentes gêneros, porém, respeitando suas características próprias.

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Essas características foram registradas num quadro comparativo construído coletivamente. Os alunos analisavam os dois gêneros e falavam o que deveria ser registrado no quadro. É importante ressaltar que anteriormente, já havia sido realizado um trabalho com histórias em quadrinhos e suas características.

Figura 5: Quadro Comparativo Fonte: Arquivo da autora (2008)

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d- Transformação de histórias em quadrinhos em texto narrativo. (Língua Portuguesa)

Objetivo específico: transformar um gênero textual em outro, utilizando a mesma história.

Os alunos receberam a fábula: A Lebre e a Tartaruga em quadrinhos e em dupla escreveram a mesma história em texto narrativo. Para realizarem essa atividade, reportaram ao quadro comparativo e relembraram as características do texto narrativo. Puderam também consultar o texto do livro didático.

Figura 6: Fábulas em quadrinhos Fonte: Arquivo da autora (2008)

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e- Revisão do texto produzido. ( Língua Portuguesa)

Objetivo específico: rever e melhorar a própria escrita.

Foi escolhido um dos textos narrativos para ser reproduzido para todos os alunos que tiveram como atividade observar segmentação e pontuação.Esse texto foi distribuído da mesma forma que os alunos escreveram para que pudessem refletir e melhorá–lo.O trabalho foi realizado em dupla, que foram agrupadas de acordo com as dificuldades apresentadas.

Figura 7: Revisão de texto Fonte: Arquivo da autora (2008)

As duplas liam o texto acima e marcavam onde seria parágrafo e se precisaria alterar a pontuação. Depois, foram expostas as revisões e os autores do texto acima, refletiram que a escrita com a revisão ficou bem melhor e organizada. A escrita revisada de uma das duplas ficou da seguinte forma:

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Figura 8: Revisão de texto 2 Fonte: Arquivo da autora (2008)

f- Criação de gráfico. (Matemática)

Objetivo específico: desenvolver as competências de criação e interpretação de gráficos e tabelas.

Inicialmente discutimos como poderíamos obter informações para a criação de um gráfico que registrasse o conhecimento da outra turma do 3º ano sobre fábulas. Chegamos a conclusão de que uma pesquisa poderia ser realizada através de um questionário e os dados da pesquisa seriam o registro do gráfico e tabelas.Coletivamente elaboramos o seguinte questionário:

1-Você já ouviu alguma fábula? ( ) sim ( ) não

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3- Qual é a parte que não pode faltar nas fábulas?

( ) final feliz ( ) diversão ( ) moral da história ( ) gravuras

4-Onde você costuma ouvir fábulas?

( ) na escola ( ) em casa ( ) na casa de amigos ( ) outros.onde?_________________

5- Com que freqüência você ouve ou lê esse tipo de texto? ( ) nunca ( ) às vezes ( ) sempre

Com o apoio da professora Vanessa da turma do 3º ano da escola, as crianças responderam as questões e novamente decidimos a melhor forma de registrar.

De posse das respostas do questionário, a sala foi separada em 3 grupos, sendo 2 compostos por 5 duplas e 1 por 4 duplas. As 2 primeiras questões foram registradas numa tabela:

Figura 9: Tabela

Fonte: Arquivo da autora (2008)

As demais questões foram registradas em gráficos. Cada grupo ficou responsável em criar um gráfico para cada questão, ou seja, as duplas do grupo 1

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criariam o gráfico da questão 3, o grupo 2 criaria para a questão 4 e o grupo 3 criaria o gráfico da questão 5.

Figura 10: Gráfico 1

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Figura 11: Gráfico 2

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Figura 12: Gráfico 3

Fonte: Arquivo da autora (2008)

g- Produção e revisão dos textos (Língua Portuguesa e Artes)

Objetivo específico: produzir um texto a partir de outro.

Os alunos foram separados por duplas e escolheram um livro de fábula que deveria ser lido pelos dois.Após a leitura deveriam escolher quem escreveria a história criada.

Eles tiveram um tempo para realizarem a leitura e discutirem como seria a história.Deveriam observar as características desse tipo de texto já estudado e foram orientados a darem o melhor de si, pois a produção seria divulgada para toda a escola e também para outra escola.

Começaram a discutir e escolher os personagens da fábula. Ambos participavam da produção dando as idéias e ajudando na escrita das palavras de forma correta.

Depois de prontas, as produções foram recolhidas para que se fizessem as revisões.

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A revisão desta vez, foi feita de forma diferente.Foram lidas e revisadas pela professora que digitou o texto com todas as correções.

No dia seguinte, cada dupla recebeu seu texto original e o revisado.A tarefa era observar o texto reescrito e anotarem numa folha quais foram as melhorias e se realmente elas eram necessárias.

Após essa reflexão, lançou – se um debate, na qual as duplas expuseram suas observações para toda a sala.

Na folha digitada, cada dupla deveria ilustrar seu texto na aula de Artes. Nessa última produção, pode –se notar o avanço que os alunos tiveram na escrita desse gênero.

h- Apresentação do sarau.

Objetivo específico: despertar o prazer pela leitura e a responsabilidade de ler bem para o público.

Ao todo foram produzidas 12 fábulas na sala que seriam lidas pelos alunos para uma turma do primeiro ano da Escola Municipal Interventor Noraldino Lima em visita à biblioteca da nossa escola e em seguida para todas as salas da Escola Municipal Campos do Amaral.

Para realização desse sarau, as duplas decidiram entre si qual dos dois leria a produção e assim começaram os ensaios. O leitor ia à frente ler seu texto, enquanto os colegas avaliavam a leitura e posteriormente davam dicas de como melhorar, por exemplo: “leia mais alto”, “não leia tão rápido”, “observe os pontos” etc. Essa avaliação se repetiu até chegar ao ponto que foi considerado a melhor leitura pela sala.

No dia da apresentação, todos estavam ansiosos, pois a TV local viria filmar o sarau e entrevistar os autores.

Embora estivessem nervosas, as crianças leram muito bem e rec eberam muitos elogios.

Foi emocionante ver a atenção das crianças menores na hora da leitura e as emoções variadas que lhes causavam. Algumas arregalavam os olhos, outras riam ou se espantavam. Foi um grande sucesso e valorizou muito os pequenos autores.

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i– Produção de um CD (Língua Portuguesa, Artes)

Objetivo específico: despertar o prazer pela leitura e promover a interação com alunos da Escola Especial.

Para finalizar o projeto, decidimos gravar um CD com a leitura das crianças que seria dado de presente no Dia dos Pais e para as crianças com deficiência visual na Escola Estadual Mariana Marques (APAE).

Produzimos o CD na sala e tiramos uma foto com a turma toda para ser a capa.

Na aula de Artes, foi criada a capa e os alunos escreveram a dedicatória no próprio CD. Após a homenagem aos pais foi feita a entrega dos CDs pelas crianças .

Figura 13: Capa do CD

Fonte: Arquivo da autora (2008)

Dias depois, era hora de visitar as crianças da APAE para conhecer um pouco mais sobre sua rotina e entregar o CD.

A turma foi dividida em dois grupos,cada um foi à escola num dia diferente. Fomos recebidos pela professora Neusi que nos mostrou todo material que os alunos utilizam e por fim ouvimos o CD junto com eles.

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Figura 14: Máquina Reglete Fonte: Arquivo da autora (2008)

Figura 15: Programa de computador específico Fonte: Arquivo da autora (2008)

Texto: Visita à APAE

Para encerrarmos nosso Projeto, fomos visitar os deficientes visuais da APAE e presenteá–los com um CD que gravamos, onde lemos as fábulas que produzimos junto com os colegas. A turma foi dividida em 2 grupos. O primeiro grupo foi entregar o CD no dia 3 de setembro e o segundo foi conhecer a escola no dia seguinte.

Fomos muito bem recebidos pela professora Neusi que nos guiou pela escola com a ajuda de uma aluna cega. Primeiro, nós vimos como funciona a máquina de escrever em braile com uma demonstração da professora e da aluna

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Maria da Glória. Aprendemos que os livros didáticos dos alunos deficientes são os mesmos utilizados por nós, porém escrito em braile.

Tivemos contato com alguns instrumentos utilizados por eles: um programa de voz no computador que possibilita à pessoa que se ouça tudo o que executa no computador, um tabuleiro de xadrez com marcações em braile e peças maiores para os deficientes jogarem, a cada jogada, o jogador fala para o adversário os passos que fez no jogo, para o outro poder saber e jogar, além da máquina vimos uma prancha chamada reglete, para se escrever em braile, esse material requer muita coordenação motora, pois para utilizá–lo deve ir furando o papel de acordo com os pontos da escrita em braile, o soroban que funciona como uma máquina de calcular e lembra muito o ábaco.

Além da sala da professora Neusi, conhecemos outras salas da escola e vimos alguns alunos fazendo exercícios de fisioterapia e fonoaudiologia.

Depois de entregarmos o CD, fomos para sala de musicoterapia ouvir juntos.

Foi uma ótima experiência e gostamos muito de conhecer a escola e o trabalho sério realizado pelos seus profissionais.

3.1.6-Avaliação

Esse projeto de trabalho teve todos os objetivos atingidos. Ficou comprovado que quando os alunos são estimulados, independente da classe social, despertam o gosto pela leitura e são capazes de produzir bons textos.

A sala apresentava uma certa resistência em revisar textos, pois teriam que escrever de novo a produção e isso os deixavam desestimulados. Ao perceberem que a sua escrita seria lida e ouvida por outras pessoas, viram a necessidade de darem o melhor de si, pois perceberam sua verdadeira função.

Aprender as características do gênero foi fundamental para que as produções finais fossem um sucesso. Não é suficiente apenas o contato com textos diferentes, é necessário um trabalho reflexivo e comparativo em torno deles.

Não apenas escrever, mas escrever bem. Não apenas ler, mas ler muito bem passou a ser um lema para sala, de modo que, foram ressaltadas habilidades que já possuíam e estimulados para o desenvolvimento de novas habilidades, pois sentiram – se capazes.

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Em outras palavras, além de atingir os objetivos traçados, o trabalho foi uma “injeção de ânimo” na turma e na professora, é claro.

O sucesso desse projeto se deve ao trabalho conjunto entre pais, alunos e todos os profissionais da escola.

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CONCLUSÃO

A eficácia da prática com Projetos é comprovada nesse trabalho através de

resultados reais obtidos em sala de aula e reforça a idéia de que a aprendizagem só é significativa quando parte do interesse comum, desenvolve autonomia e valoriza o que cada indivíduo tem de melhor. Podemos concluir que métodos utilizados há algum tempo atrás não surtem efeito nos alunos de hoje que estão mais críticos e conhecem tecnologias antes não conhecidas. Desse modo o trabalho baseado nas Inteligências Múltiplas e na construção da autonomia deve ser difundido entre os professores para que a aprendizagem realmente ocorra.

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Bibliografia

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Referências

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