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Administracao Aplicada a Engenharia de Seguranca Do Trabalho - Final

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 A 

 A 

DMINISTRAÇÃO

DMINISTRAÇÃO

 A 

 A 

PLICADA 

PLICADA 

 À 

 À 

 E

 E

NGENHARIA 

NGENHARIA 

DE

DE

S

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Elaboração

Elaboração

 Ana Carolina Leal Lisoski Duarte

 Ana Carolina Leal Lisoski Duarte

Produção

Produção

Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração

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Elaboração

Elaboração

 Ana Carolina Leal Lisoski Duarte

 Ana Carolina Leal Lisoski Duarte

Produção

Produção

Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração

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Sumário

Sumário

 APRESENTAÇÃO

 APRESENTAÇÃO ... 5.. 5

ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA ... 6

ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA ... 6

INTRODUÇÃO... 8 INTRODUÇÃO... 8 UNIDADE I UNIDADE I  ADMINISTRAÇÃ  ADMINISTRAÇÃO O ... ... 99 CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 1 CONCEIT

CONCEITOS OS RELACIONADRELACIONADOS OS À À ADMINISTRAÇÃADMINISTRAÇÃO ...O ... .. 99

CAPÍTULO 2

CAPÍTULO 2

DOCUMENT

DOCUMENTAÇÃO AÇÃO EMPRESARIAL EMPRESARIAL ... ... 1414

UNIDADE II

UNIDADE II

SEGURANÇA

SEGURANÇA NAS NAS ORGANIZAÇÕESORGANIZAÇÕES... ... 1818

CAPÍTULO 1

CAPÍTULO 1

 ATRIBUIÇ

 ATRIBUIÇÕES E RESPONÕES E RESPONSABILIDADES SABILIDADES ... . 1818

CAPÍTULO 2

CAPÍTULO 2

SERVIÇO ESPECIALIZADO EM SEGURANÇA E

SERVIÇO ESPECIALIZADO EM SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO – MEDICINA DO TRABALHO – SESMT SESMT ... ... 2020

CAPÍTULO 3

CAPÍTULO 3

COMISSÃO INTERNA DE

COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES PREVENÇÃO DE ACIDENTES – CIPA ...– CIPA ... ... 2828

UNIDADE III

UNIDADE III

 ADMINISTRAÇÃ

 ADMINISTRAÇÃO E A ENGENHAO E A ENGENHARIA DE SEGURARIA DE SEGURANÇA NÇA ... . 3939

CAPÍTULO 1

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UNIDADE IV 

GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO ... 52 CAPÍTULO 1

SISTEMA DE GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO ... 52 CAPÍTULO 2

SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO ... 60 REFERÊNCIAS ... 62

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 Apresentação

Caro aluno

 A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD.

Pretende-se, com este material, levá-lo à reexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos especícos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém ao prossional que busca a formação continuada para  vencer os desaos que a evolução cientíco-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.

Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na prossional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.

(7)

Organização do Caderno

de Estudos e Pesquisa

Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao nal, serão indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares.

 A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos e Pesquisa.

Provocação

Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor conteudista.

Para refletir

Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.

Sugestão de estudo complementar

Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.

Praticando

Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didático de fortalecer o processo de aprendizagem do aluno.

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Saiba mais

Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões sobre o assunto abordado.

Sintetizando

Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.

Exercício de fixação

Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/ conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não há registro de menção).

Avaliação Final

Questionário com 10 questões objetivas, baseadas nos objetivos do curso, que visam verificar a aprendizagem do curso (há registro de menção). É a única atividade do curso que vale nota, ou seja, é a atividade que o aluno fará para saber se pode ou não receber a certificação.

Para (não) finalizar

Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.

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Introdução

Quando falamos em Administração, falamos sobre a tomada de decisão sobre recursos disponíveis, trabalhando com e por meio de pessoas para atingir objetivos. A Administração é o gerenciamento de uma organização, levando em conta as informações fornecidas por outros prossionais e também pensando previamente as consequências de suas decisões.

O bom desempenho da administração depende de que o prossional consiga ser um bom líder, capaz de lidar com pessoas, negociando e comunicando, e também apto a tomar decisões, tendo uma visão sistêmica e global da situação que administra.

 As empresas vêm sofrendo inúmeros processos de mudança ao longo do tempo. Muitas novas teorias surgem, deixam marcas, outras desaparecem. O fato é que as empresas, devido à complexidade dos processos organizacionais modernos, não podem prescindir de cuidados essenciais de segurança no meio ambiente de trabalho, sob pena de terem sua imagem e seus lucros prejudicados.

Dessa forma, é essencial a Administração nos programas de segurança em empresas, de forma a obter uma gestão mais eciente, ecaz e efetiva, ou seja, gerando processos mais otimizados. A partir do monitoramento da segurança e saúde no trabalho da empresa, é possível a obtenção de  vantagem competitiva em relação à redução de acidentes e afastamentos do trabalho, reduzindo

custos dentro das organizações, aumentando a produção com qualidade, através da implantação de programas de melhoria continua.

Objetivos

»  Apresentar conceitos de administração.

»  Apresentar conceitos relacionados a Planejamento e Documentação Empresarial. » Conhecer as atribuições e responsabilidades dos diversos setores da empresa na

segurança e saúde do trabalho.

» Conhecer os órgãos relacionados à Saúde e Segurança do Trabalho – SST nas

empresas – o SESMT e a CIPA.

» Capacitar os alunos para a organização do trabalho: mapeamento de riscos no meio

ambiente de trabalho.

» Capacitar os alunos para elaboração de políticas e dos programas: Programa de

Prevenção de Riscos Ambientais PPRA – e Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO, com apoio das NR7, NR9 e demais normas de referência.

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UNIDADE I

 ADMINISTRAÇÃO

CAPÍTULO 1

Conceitos relacionados à

administração

 A palavra administração vem do latim ad  (direção, tendência para) e minister (subordinação ou

obediência) e signica aquele que realiza uma função sob o comando de outrem, ou se ja, aquele que presta serviço a outro. Porém, a palavra administração sofreu uma radical transformação em seu signicado original. A tarefa da Administração passou a ser a de denir os objetivos da organização e transformá-los em ação organizacional por meio de planejamento, organização, direção e controle de todos os esforços realizados em todas as áreas e em todos os níveis da organização a m de alcançar tais objetivos da maneira mais adequada à situação e garantir a competitividade em um mundo de negócios altamente concorrencial e complexo.

Cada autor conceitua administração sob uma ótica particular. Segundo Chiavenato (2011),  Administração é o processo de planejar, organizar, liderar e controlar o trabalho dos membros da organização e utilizar todos os recursos organizacionais disponíveis para alcançar objetivos organizacionais denidos. Essa ciência envolve um complexo de decisões e ações aplicado a uma  variedade de situações em uma ampla variedade de organizações. Devido a essa complexidade, a

administração admite várias interpretações:

» É um processo contínuo e sistêmico, que envolve uma série de atividades como

planejar, organizar, dirigir e controlar recursos e competências para alcançar metas e objetivos.

(11)

UNIDADE I

 ADMINISTRAÇÃO

funções intencionalmente estruturadas e coordenadas para o alcance de propósitos comuns.

São dois os objetivos da administração: a eciência e a ecácia. A eciência diz respeito aos meios, ou seja, aos métodos, processos e normas que se empregam na empresa a m de que os recursos sejam adequadamente utilizados. A ecácia diz respeito aos ns, ou seja, aos objetivos e resultados a ser alcançado.

Baseado nas teorias administrativas, pode-se considerar como princípios gerais da administração:

»  A divisão do trabalho – para produzir mais e melhor com o mesmo esforço, é

fundamental dividir o trabalho a ser realizado entre diferentes pessoas. Pode até haver vários trabalhadores executando as mesmas tarefas, porém a divisão do trabalho implica atribuir tarefas especícas a grupos de pessoas distintas.

»  A autoridade e a responsabilidade – para que o trabalho grupal se desenvolva

ecientemente, é necessário que alguém goze do direito/poder de mandar em outras pessoas e de se fazer obedecer.

»  A hierarquia – implica a divisão da autoridade pelos elementos da empresa de modo

claro e explícito, a m de que as pessoas desfrutem de um grau de autoridade bem denido e que se forme uma “pirâmide” com graus crescentes de autoridade, até chegar a uma autoridade superior central.

»  A unidade de comando – é o princípio segundo o qual um funcionário da empresa,

para a execução de uma tarefa qualquer, deve receber ordens de um só chefe.

»  A amplitude administrativa – dene a quantidade de funcionários que um

administrador consegue supervisionar com eciência e ecácia. Esse princípio determina se a organização é mais centralizada (menor amplitude administrativa), quando possui maior quantidade de níveis hierárquicos e consequentemente uma estrutura verticalizada, ou descentralizada (maior amplitude administrativa), quando possui menor quantidade de níveis hierárquicos, produzindo uma estrutura organizacional achatada e dispersa.

»  A denição de metas a serem atingidas – implica no caminho para se chegar a um

objetivo. A denição de meta consiste em um limite, um desao, uma etapa a ser atingida dentro de um objetivo, no seu todo ou em parte.

 A principal tarefa da administração é interpretar os objetivos da empresa e estabelecer maneiras de alcançá-los por ações administrativas. Esquematicamente, têm-se:

(12)

 ADMINISTRAÇÃO

 UNIDADE I

Planejamento

O processo de gestão fundamenta-se no ciclo do PDCA ( Plan; Do; Check e Act ) ou também chamado

ciclo de Deming (planejar; executar; vericar e agir). As ações planejadas devem ser i mplementadas,

 vericadas e corrigidas (se for necessário). No nal do ciclo, a direção deverá analisar e rever o sistema de forma a manter a sua adequação e ecácia.

Figura 1. Exemplo de Fluxograma

Fonte: Tavares (2012)

Planejar é pensar antes de agir, é indicar o caminho a ser percorrido. O planejamento possibilita perceber a realidade, traçar planos de ação, antecipar-se aos eventos futuros.

Tipos de planos:

» Programas - conjunto integrado de planos de segurança.

» Procedimentos - planos que prescrevem a sequência cronológica das tarefas de

segurança a ser executadas.

» Métodos - planos que detalham como as atividades ou os procedimentos de

(13)

UNIDADE I

 ADMINISTRAÇÃO

Figura 2. Exemplo de Cronograma

Fonte: arquivo pessoal da autora

» Fluxograma – gráco que consiste na representação esquemática de um processo,

demonstrando a sequência de uma rotina, a partir do qual são visualizadas as atividades e suas respectivas operações.

Figura 3. Exemplo de Fluxograma (

(14)

 ADMINISTRAÇÃO

 UNIDADE I

» Há vários tipos de uxograma, cada um com simbologia e métodos próprios. Os

símbolos representam cada passo da rotina. Os passos da rotina são ordenados de acordo com a sequência lógica de sua execução.

»  Operações – o quadrado representa as diversas etapas de uma rotina. A identicação

da operação é registrada no interior do símbolo.

» à Fluxo de dados – a seta na é utilizada para indicar o sentido e a sequência das

fases do processo.

»   Decisão – o losango representa a operação de decisão ou de chaveamento que

determina o caminho a seguir dentre os vários possíveis. A identicação da decisão e as alternativas do caminho devem ser registradas no interior e ao lado do símbolo.

»  Movimento / Transporte – a seta grossa é utilizada para indicar movimento de

saída de um local para outro.

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CAPÍTULO 2

Documentação empresarial

Razão social

É o nome de registro de uma empresa. Conhecido também como Nome Comercial, é o fruto do nascimento de uma empresa, ou seja, é o nome dado a pessoa jurídica, sob o qual essa se individualiza e exerce suas atividades. É o nome que consta em documentos legais, contratos e escrituras.

No momento da abertura da empresa, o órgão que realizará o registro deverá pesquisar se há algum nome similar já existente. Esse fato impossibilita o registro.

Nome de fantasia

Também conhecido como Marca Empresarial, é o nome popular da empresa. Pode ou não, ser igual ou parecido com a razão social da empresa. Visando o maior aproveitamento de marca e estratégia de marketing e vendas, é o nome que serve para divulgação da empresa.

O registro do nome de fantasia não é obrigatório. Porém se este for registrado, ele será considerado uma marca registrada. Esse registro deve ser feito junto ao órgão de marcas e patentes, o Instituto Nacional de Propriedade Industrial – INPI. O INPI dá direito de utilização do nome da marca/ produto ao registro que for efetuado primeiro. A marca registrada passa a levar o símbolo ® e a empresa passa a ser a dona absoluta dela. A partir daí, a marca passa a incorporar o patrimônio, como um ativo da empresa. Há muitos casos em que seu valor é muitas vezes superior ao valor dos seus bens patrimoniais.

Um dos exemplos mais famosos é da Coca Cola. Esse é o nome de fantasia da empresa de razão social Coca-Cola Indústrias Ltda. Observem a força e o valor agregado que esse nome possui.

CNPJ

CNPJ é a sigla para Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica. É um registro único que identica uma pessoa jurídica junto à Receita Federal do Brasil – RFB. O CNPJ possui diversas informações, como: Razão Social, Nome de Fantasia, endereço, data de abertura, descrição da atividade econômica, natureza jurídica, vericação da situação cadastral na Receita Federal, entre outros dados que são de interesse das administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

(16)

 ADMINISTRAÇÃO

 UNIDADE I

Ramo de atividade

O ramo de atividade é a área do mercado na qual a empresa atua.

CNAE

 A Classicação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE é uma classicação utilizada com o objetivo de padronizar os códigos de identicação das unidades produtivas do país nos cadastros e registros da Administração Pública nas três esferas do governo, em especial na área tributária, contribuindo para a melhoria da qualidade dos sistemas de informação que dão suporte às decisões e ações do Estado, possibilitando, ainda, a maior articulação inter-sistemas.

 A CNAE foi estruturada tendo como referência a International Standard Industrial Classication of All Economic Activities - ISIC das Nações Unidas e a gestão e manutenção da CNAE é de responsabilidade do IBGE, a partir das deliberações da Comissão Nacional de Classicação - Concla. Inicialmente, foram contabilizadas 564 classes, que em 2002, na primeira revisão, foi expandida para 581.

 A partir da CNAE, foram derivadas mais duas outras classicações: a Fiscal e a CNAE-Domiciliar.

 A CNAE-Fiscal é um detalhamento das classes da CNAE para uso na administração pública tributária, como, por exemplo, no registro do CNPJ , que é obrigatório para toda pessoa jurídica.

Uma pessoa jurídica de qualquer natureza jurídica pode ter uma ou várias atividades econômicas, derivadas ou não da atividade principal.

 A CNAE-Domiciliar, que na maioria dos casos agrupou classes da CNAE, foi desenvolvida para ser utilizada nocenso demográco e em outras pesquisas domiciliares.

Grau de risco

Denido pela Norma Regulamentadora no 04 – NR - 4, o grau de risco é utilizado para mensurar o risco de cada atividade. É denido com base na atividade econômica descrita na CNAE.

De posse do CNAE da empresa, o grau de risco é consultado diretamente na NR-4, conforme a gura abaixo:

(17)

UNIDADE I

 ADMINISTRAÇÃO

Figura 4. Quadro I da NR-4

Fonte: <http://segurancadotrabalhonwn.com>

Tamanho da empresa

Microempresa e pequena empresa

Segundo o artigo 966 do Código Civil Brasileiro, considerava-se Microempresa a pessoa física ou  jurídica, ou a ela equiparada, que auferia receita bruta igual ou inferior a R$ 240.000,00 no ano. Este valor foi alterado em 2006, pela Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006, que determina:

I – É considerada microempresa, pessoa jurídica e rma mercantil individual que tiver receita bruta anual igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais).

Também pela Lei Complementar no 123/2006, a pequena empresa é caracterizada por ter receita  bruta anual superior a R$ 360.000,00 e inferior a R$ 3.600.000,00.

No Brasil as microempresas e as empresas de pequeno porte podem optar pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte, conhecido como Simples/Federal, introduzido a partir de 1997 pela Lei no 9.317, de 1996.

O SIMPLES consiste, basicamente, em permitir que as empresas optantes recolham os tributos e contribuições devidos, calculados sobre a receita bruta, mediante a aplicação de alíquota única, em um único documento de arrecadação, chamado DARF-SIMPLES. O sistema de  pagamento unicado pode abranger os tributos estaduais e municipais mediante convênio celebrado com a Receita Federal para a qual são delegadas as atribuições de scalização e administração dos tributos administrados pelos entes estaduais ou municipais (ICMS ou ISS).

(18)

 ADMINISTRAÇÃO

 UNIDADE I

Média empresa

Uma empresa de médio porte, no Brasil, segundo o IBGE, é caracterizada pela quantidade de funcionários que ela possui. Se for indústria, é considerada como média a empresa com 100 a 499 empregados. Caso ela seja uma empresa comercial ou de serviços, ela poderá ter de 50 a 99 empregados.

Ela também poderá ser considerada média se tiver mais de R$ 2.400.000,00 de receita bruta anual. Porém esses critérios não possuem fundamentação legal, e são utilizadas pelas organizações que oferecem apoio as pequenas e médias empresas.

Grande empresa

Empresa de grande porte ou Grande empresa é uma empresa que recebe tratamento diferenciado por alguns governos por possuírem uma estrutura de maior capacidade de produção. Geralmente a diferença é baseada pela quantidade de empregados ou faturamento da empresa. O tratamento diferenciado pode ser caracterizado por cobrança de mais impostos ou incentivos scais especícos. Existem várias leis que buscam especicar o que é uma empresa de grande porte. A Lei no 11.638, de 28 de dezembro de 2007, no artigo Art. 3o, estabelece que:

Considera-se de grande porte, para os ns exclusivos desta lei, a sociedade ou conjunto de sociedades sob controle comum que tiver, no exercício social anterior, ativo total superior a R$ 240.000.000,00 (duzentos e quarenta milhões de reais) ou receita bruta anual superior a R$ 300.000.000,00 (trezentos milhões de reais).

Segundo o IBGE a empresa de indústria é considerada de grande porte se tiver mais de 500 empregados. Se for de Comércio ou de Serviços, mais de 100 empregados. Mas não existe fundamentação legal sobre a classicação por quantidade de empregados.

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UNIDADE II

SEGURANÇA NAS

ORGANIZAÇÕES

CAPÍTULO 1

 Atribuições e responsabilidades

Segurança do Trabalho é o conjunto de recursos e técnicas aplicadas, preventiva ou corretivamente, para proteger os trabalhadores dos riscos de acidentes implicados em um processo de trabalho ou na realização de uma tarefa.

O foco principal da Segurança do Trabalho é a proteção do trabalhador, atuando na prevenção de acidentes e doenças do trabalho, seja agindo na aplicação de proteções coletivas e de medidas administrativas, seja na conscientização e orientação dos empregados.

De uma forma indireta a Segurança do Trabalho tem também caráter de proteção ao patrimônio da empresa: a colocação de equipamentos de combate a incêndio protegem a vida do trabalhador e evita também que os bens da empresa sejam danicados; a manutenção preventiva de determinado equipamento ou máquina permite a descoberta de peças desgastadas, cuja falha pode lesar um trabalhador ou danicar de modo irreparável o equipamento; exames pré-admissionais e periódicos realizados nos motoristas de empilhadeiras previnem problemas de saúde que poderiam provocar acidentes durante o transporte de materiais, causando a lesão ou morte do motorista e/ou colega de trabalho e a perda da própria empilhadeira.

 A Segurança do Trabalho é uma responsabilidade inerente à totalidade dos integrantes de uma empresa, quer ela esteja ou não enquadrada entre as que são obrigadas a constituir um Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT. A seguir são apresentadas as atribuições, responsabilidades e atividades dos vários escalões de uma empresa, particularmente pertinentes à segurança do trabalho, com exceção do SESMT e da CIPA, que serão tratados em capítulos à parte.

Diretoria e administração da empresa

(20)

SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES

 UNIDADE II

Órgãos de gerência da empresa

É responsável pela efetivação do programa de segurança do trabalho e pelos resultados alcançados, orientando os supervisores de linha e controlando o desempenho de cada um nesse sentido. Deve estar entrosado com o SESMT para melhor solução e prevenção de problemas, com participação prevencionista ativa, e fornecer informações completas à administração a respeito do assunto.

Órgãos de supervisão da empresa

É responsável por executar os programas de segurança nas áreas de trabalho, de acordo com as instruções especícas, fornecer instruções de segurança aos subordinados e controlar os respectivos desempenhos, além de manter a disciplina em tudo o que se refere à segurança e estar plenamente entrosado com a área de segurança do trabalho.

Engenheiro e técnico de segurança do

trabalho

Dentre as várias funções do Engenheiro de Segurança do Trabalho está a de elaborar e executar projetos de normas e sistemas para programas de segurança do trabalho, desenvolvendo estudos e estabelecendo métodos e técnicas para prevenir acidentes/doenças do trabalho e as doenças prossionais.

O técnico de segurança do trabalho é o responsável por orientar e coordenar o sistema de segurança do trabalho, investigando riscos e causas de acidentes e analisando esquemas de prevenção, para garantir a integridade do pessoal e dos bens da empresa.

Brigadistas

 As Brigadas são grupos de pessoas organizadas e capacitadas para atuar em emergências, sinistro ou desastre, dentro de uma empresa, indústria ou estabelecimento. São responsáveis em combatê-las de maneira preventiva, a m de eliminar riscos e efetuar corretivas ante as eventualidades reais. Sua função está orientada a salvaguardar as pessoas, os seus bens e tudo entorno destas.

(21)

CAPÍTULO 2

Serviço Especializado em Segurança e

Medicina do Trabalho – SESMT

O Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho é o responsável por promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho. Deve ser implementado obrigatoriamente em todas as empresas privadas e públicas, órgãos públicos da Administração direta e indireta, poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT em função do grau de risco da atividade principal e o número de trabalhadores do estabelecimento. Cabe exclusivamente ao empregador o ônus decorrente da instalação e manutenção do SESMT.

O SESMT está fundamentado no artigo 162 da Consolidação das Leis Trabalhistas - CLT e na NR-4 – Serviços Especializados em Segurança e Medicina do Trabalho, atualizada pela Portaria no 128, de 2009, publicada pelo Ministério do Trabalho e Emprego – TEM (BRASIL, 2009).

Competências do SESMT

Dentre as competências do SESMT, destacam-se abaixo algumas consideradas importantes. Porém faz-se necessária uma consulta integral a NR-4 a m de aprofundamento no conteúdo.

»  Aplicar os conhecimentos de engenharia e segurança e de medicina do trabalho

ao ambiente de trabalho e a todos os seus componentes, inclusive máquinas e equipamentos, de modo a reduzir até eliminar os riscos ali existentes à saúde do trabalhador.

» Determinar, quando esgotados todos os meios conhecidos para a eliminação do

risco e este persistir, mesmo reduzido, a utilização, por parte do trabalhador, de Equipamentos de Proteção Individual – EPI, de acordo com o que determina a NR-6, desde que a concentração, a intensidade ou a característica do agente assim o exijam.

» Colaborar, quando solicitado, nos projetos e na implantação de novas instalações

físicas e tecnológicas da empresa, exercendo a competência disposta na alíneaa.

» Responsabilizar-se tecnicamente pela orientação quanto ao cumprimento do

disposto nas NRs aplicáveis às atividades executadas pela empresa e/ou seus estabelecimentos.

(22)

SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES

 UNIDADE II

» Promover a realização de atividades de conscientização, educação e orientação dos

trabalhadores para a prevenção de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais, estimulando-os em favor da prevenção.

»  Analisar e registrar em documento(s) especíco(s) todos os acidentes ocorridos

na empresa ou estabelecimento, com ou sem vítima, e todos os casos de doença ocupacional, descrevendo a história e as características do acidente e/ou doença ocupacional, os fatores ambientais, as características do agente e as condições do(s) indivíduo(s) portador(es) de doença ocupacional ou acidentado(s).

Em alínea nal, a NR-4 esclarece que “as atividades dos prossionais integrantes dos SESMT são essencialmente prevencionistas, embora não seja vedado o atendimento de emergência, quando se tornar necessário. Entretanto, a elaboração de planos de controle de efeitos de catástrofes, de disponibilidade de meios que visem ao combate a incêndios e ao salvamento e de imediata atenção à vítima deste ou de qualquer outro tipo de acidente estão incluídos em suas atividades”.

Composição e dimensionamento do SESMT

 A composição e o dimensionamento do SESMT são denidos em função do risco da atividade principal e do número total de empregados do estabelecimento, conforme denido nos Quadros I e II da NR-4.

O Quadro I da NR-4 apresenta a Classicação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE e seu respectivo grau de risco. O Quadro II da NR-4 – Dimensionamento do SESMT, que estabelece esse dimensionamento em função do grau de risco e número de funcionários.

Tabela 1. Quadro II da NR-4 (fonte: Brasil (2010))

Grau de Risco 50 a 100 101 a 205 251 a 500 501 a 1000 1001 a 2000 2001 a 3500 3501 a 5000  Acima de 5000 Para cada grupo de 4000 ou fração

(23)

UNIDADE II

SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES

2

Técnico Seg. Trabalho Engenheiro Seg. Trabalho  Aux. Enfermagem do Trabalho

Enfermeiro do Trabalho Médico do Trabalho 1 1 1* 1 1* 2 1 1 1 5 1 1 1 1 1 1* 1 1 3

Técnico Seg. Trabalho Engenheiro Seg. Trabalho  Aux. Enfermagem do Trabalho

Enfermeiro do Trabalho Médico do Trabalho 1 2 3 1* 1* 4 1 1 1 6 1 2 1 8 2 1 1 2 3 1 1 1 4

Técnico Seg. Trabalho Engenheiro Seg. Trabalho  Aux. Enfermagem do Trabalho

Enfermeiro do Trabalho Médico do Trabalho 1 2 1* 1* 3 1* 1* 4 1 1 1 5 1 1 1 8 2 2 2 10 3 1 1 3 3 1 1 1 *Tempo parcial (mínimo de três horas).

** O dimensionamento total deverá ser feito levando-se em consideração o dimensionamento do(s) grupo(s) de 4.000 ou fração acima de 2.000.

OBS: Hospitais, Ambulatórios, Maternidade, Casas de Saúde e Repouso, Clínicas e estabelecimentos similares com mais de 500 (quinhentos) empregados deverão contratar um Enfermeiro em tempo integral.

 Além das disposições gerais contidas nos Quadros I e II, a NR-4 estabelece regras para a organização e o dimensionamento do SESMT em situações especiais.

1. Regras para a denição de estabelecimento, explicitando as possibilidades de

agrupamento para ns de dimensionamento do SESMT. Para isso, consideram-se a localização dos canteiros de obra ou frentes de trabalho e as categorias de prossionais que têm que estar presentes em cada canteiro de obra ou frente de trabalho, conforme o Quadro II. (NR-4, subitem 4.2.1).

2. Normas para dimensionar o SESMT em empresas que possuam estabelecimentos

ou setores com atividade cuja gradação de risco seja de grau superior ao da atividade principal (NR-4, subitem 4.2.2).

3. Normas para organizar um SESMT centralizado, em empresas que possuam vários

estabelecimentos, denindo limites de distância entre cada estabelecimento e o local em que será prestada a assistência ao trabalhador (NR-4, subitem 4.2.3).

4. Instruções para empresas que possuam estabelecimentos que possam ser

(24)

SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES

 UNIDADE II

5. Instruções para empresa que possuam apenas estabelecimentos que, isoladamente,

não possam ser classicados no Quadro II. (NR-4, subitem 4.2.5 e respectivas subdivisões).

a. Normas para a denição do número de empregados e do regime de trabalho dos

prossionais do SESTM, para ns de dimensionamento do serviço, em empresas que possuam unidades enquadradas em graus de risco diferentes entre si. NR-4 subitem 4.2.5 e respectivas subdivisões.

b. Denição de condições em que as empresas que possuam outros serviços de

Medicina e Engenharia poderão integrá-los ao SESMT, constituindo um serviço único de engenharia e medicina. (NR-4 item 4.3 e respectivas subdivisões).

c. Condições para que empresas novas possam constituir um serviço único de

Engenharia e Medicina. (NR-4 item 4.3.1 e respectivas subdivisões).

d. Obrigações das empresas que contratam outra(s) para prestar serviços em

estabelecimentos incluídos no Quadro II. (NR-4 item 4.5)

e. Regras para o dimensionamento do SESMT nas empresas que operem em regime

sazonal. (NR-4 item 4.6)

f. Normas para a constituição de SESMT comum a mais de uma empresa ou para uso

de serviços de segurança externos à empresa. (NR-4 itens 4.14 e 4.15) e respectivas subdivisões.

Os prossionais constantes dessa composição deverão ser registrados no órgão regional do Ministério do Trabalho e Emprego. São relacionados a seguir:

» Engenheiro de Segurança do Trabalho. » Médico do Trabalho.

» Enfermeiro do Trabalho.

» Técnico em Segurança do Trabalho. »  Auxiliar de Enfermagem do Trabalho.

(25)

UNIDADE II

SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES

» Número de empregados da requerente e grau de risco das atividades, por

estabelecimento.

» Especicação dos turnos de trabalho, por estabelecimento. » Horário de trabalho dos prossionais do SESMT.

Relacionamento do SESMT

Na sua função de administrar as atividades de prevenção e de segurança na empresa, o SESMT deve manter ótimo relacionamento com todas as áreas técnicas e administrativas, além de servir como mediador, quando necessário, entre as áreas que têm responsabilidade de participar ativamente da segurança do trabalho.

 A seguir são apresentadas as atribuições do SESMT relativas a cada nível de organização da empresa.

 Administração

» Discussão e aprovação de normas de segurança da empresa.

» Discussão de alterações que vierem a ser recomendáveis nas diretrizes básicas de

segurança.

»  Apreciação de modicações legais ou normativas.

» Estabelecimento de objetivos e apreciação dos resultados.

Gerência

» Instruções e programas especícos.

» Medidas técnicas e/ou administrativas que devem ser tomadas. »  Apreciação de resultados.

»  Avaliação de desempenho dos supervisores nas atividades de prevenção.

» Soluções para problemas de condições de trabalho e de atualização do pessoal nos

programas estabelecidos.

Supervisão

(26)

SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES

 UNIDADE II

Finanças

» Planejamento e controle orçamentários das verbas destinadas à segurança. »  Análise dos custos dos acidentes.

Empregados

» Intervenção dos novatos, participação em treinamentos e respectivas reciclagens. » Inspeções de segurança ou análise de riscos, quando informações ou opiniões dos

trabalhadores forem necessárias.

» Investigação de acidentes, quando a participação do acidente ou de outros for

importante para elucidação das causas.

» Sugestões ou informações que visem à melhoria da segurança. » Participação em campanhas promocionais de prevenção.

CIPA 

»  Atendimento das sugestões, recomendações e reinvindicações dos membros da

CIPA.

» Organização e realização das eleições da CIPA. » Treinamento prévio dos eleitos.

» Divulgação de normas e regulamentos de segurança que a comissão pode apoiar

com sucesso.

» Promoções de segurança em geral e, em particular, as Semanas de Prevenção de

 Acidentes.

(27)

UNIDADE II

SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES

»  Apreciação e opinião em projetos e processos quando envolvem problemas de

segurança e saúde.

» Desenvolvimento de campanhas conjuntas de higiene e de condições sanitárias. »  Apreciação conjunta das sugestões da CIPA ou de outros setores, quando o assunto

for de interesse comum.

Manutenção

» Discussão e encaminhamento das medidas recomendadas para solucionar

problemas emergentes relacionados com a segurança.

» Estudos de tópicos de segurança a serem observados na manutenção.

» Implantação de normas de segurança nos trabalhos relacionados com a manutenção.

Engenharia

» Evitar que projetos de edicações, instalações, equipamentos etc., tenham falhas

no que diz respeito à legislação ou às normas de segurança reconhecida.

» Evitar que novos processos de trabalho ou modicações em antigos processos

 venham a comprometer a segurança do trabalho.

» Incluir normas de segurança nas folhas de processo de cada operação.

» Evitar que produtos químicos sejam utilizados sem que se conheçam seus riscos e

medidas de precaução.

» Prevenir riscos de qualquer natureza.

Suprimentos

»  Adquirir EPIs com certicado de aprovação e de acordo com as especicações

estabelecidas pelo SESMT.

» Impedir recebimento de materiais e equipamentos fora dos requisitos de segurança. »  Vericar que os estoques de materiais sejam armazenados corretamente.

(28)

SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES

 UNIDADE II

Laboratórios

» Conhecimento dos componentes químicos consumidos e reconhecimento das

respectivas periculosidades.

» Estudo dos produtos perigosos, visando à sua substituição por outros de menor

periculosidade.

» Participação nos planos e atividades de disposição ou neutralização de resíduos de

produtos químicos.

» Colaboração na elaboração de normas aplicáveis ao manuseio, armazenagem e

transporte de materiais quimicamente perigosos.

Recursos humanos

»  Atuação conjunta, do ponto de vista da segurança, no plano de integração de novos

empregados.

»  Apoio a treinamentos, de acordo com as necessidades da empresa. »  Avaliação dos programas de treinamento em segurança.

(29)

CAPÍTULO 3

Comissão Interna de Prevenção de

 Acidentes – CIPA 

 A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA é um instrumento que os trabalhadores dispõem para tratar da prevenção de acidentes de trabalho, das condições do ambiente de trabalho e de todos os aspectos que afetam sua saúde e segurança, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador. É uma comissão paritária, na qual os representantes dos empregados são eleitos e os dos empregadores, indicados.

No Brasil, a criação desses comitês se deu em 1944, por um ato da Presidência da República, pelo então Presidente Getúlio Vargas, ao ser promulgado o Decreto-Lei no 7.036, conhecido como Nova Lei da Prevenção de Acidentes.

 Atualmente a CIPA está regulamentada pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, em seus artigos 162 a 165, e pela NR-5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA, contida na Portaria no 3.214, de 1978, baixada pelo então Ministério do Trabalho (BRASIL, 2010).

Organização da CIPA 

 A organização da CIPA é obrigatória nos locais de trabalho, seja qual for sua característica – comercial, industrial, bancária, com ou sem ns lucrativos, lantrópicas, empresas públicas – desde que tenham o mínimo legal de empregados regidos pela CLT conforme o Quadro I da NR-5, ou seja, que a empresa tenha, no mínimo, 20 empregados.

 A CIPA é composta de representantes titulares do empregador e dos empregados e seu número de participantes deve obedecer às proporções mínimas estabelecidas no quadro citado acima, além do grau de risco no local de trabalho, que também é levado em conta para a organização da CIPA. Os representantes do empregador são designados pelo próprio, enquanto os dos empregados são eleitos em votação secreta representando, obrigatoriamente, os setores de maior risco de acidentes e com maior número de funcionários. A votação deve ser realizada em horário normal de expediente e tem de contar com a participação de, no mínimo, a metade mais um do número de funcionários de cada setor.

 A lista de votação assinada pelos eleitores deve ser arquivada por um período mínimo de três anos na empresa. A lei confere à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego – SRTE, como órgão de scalização competente, o poder de anular uma eleição quando for constatado qualquer tipo de

(30)

SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES

 UNIDADE II

Os candidatos mais votados assumem a condição de membros titulares. Em caso de empate, assume o candidato que tiver mais tempo de trabalho na empresa. Os demais candidatos assumem a condição de suplentes, de acordo com a ordem decrescente de votos recebidos. Os candidatos  votados não eleitos como titulares ou suplentes devem ser relacionados na ata da eleição, em

ordem decrescente de votos, possibilitando uma futura nomeação. A CIPA deve contar com tantos suplentes quantos forem os titulares, sendo que estes não poderão se reconduzidos por mais de dois mandatos consecutivos.

 A estrutura da CIPA é composta dos seguintes cargos: presidente (indicado pelo empregador); vice-presidente (nomeado pelos representantes dos empregados, entre os seus titulares); secretário e suplente (escolhidos de comum acordo pelos representantes do empregador e dos empregados). Cabe ao Ministério do Trabalho e Emprego, por meio da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego – SRTE, scalizar a organização das CIPAs. O não cumprimento da lei ensejará a autuação da empresa por infração ao disposto no art. 163 da CLT, sujeitando-se a multa.

Não se exige qualquer formação técnica dos seus componentes, embora a NR-5 lhes atribua funções que seriam responsabilidade do corpo técnico do SESMT e para cuja execução é necessário um conhecimento especíco que eles não possuem. Assim, antes de inic iar a atividade é importante que os integrantes da Cipa sejam capacitados em Segurança do Trabalho.

O papel do Engenheiro de Segurança na CIPA é participar das reuniões da comissão, ouvir e interpretar as informações e tomar medidas de prevenção cabíveis. Note-se que não se atribui à CIPA a responsabilidade de executar projetos, mas sim de discuti-los e subsidiá-los com informações pertinentes.

Eleição da CIPA 

Para uma eleição da CIPA, o processo eleitoral deverá observar as seguintes condições:

»  A publicação e divulgação do edital de convocação para a eleição da CIPA deverá ser

em local de fácil acesso e visualização, no prazo mínimo de 45 dias antes do término do mandato em curso.

»  A inscrição e eleição serão individuais, sendo que o período mínimo de inscrição

(31)

UNIDADE II

SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES

» O pleito deverá ser realizado em escrutínio secreto.

» Todos os trabalhadores votantes deverão assinar em uma relação de presença no

pleito eleitoral, em que constará a chapa, nome e cargo que ocupa na empresa.

»  A cédula eleitoral deverá ser assinada pelo mesário componente da Comissão

Eleitoral.

»  A apuração dos votos deverá ser em horário normal de trabalho, com o

acompanhamento de representantes do empregador e dos empregados, em número a ser denido pela Comissão Eleitoral.

» Guarda de todos os documentos do processo eleitoral por um período mínimo de

cinco anos.

» Havendo participação inferior a 50% dos empregados na votação, não haverá a

apuração dos votos e a Comissão Eleitoral deverá organizar outra votação no prazo máximo de dez dias.

»  Assumirão a condição de titulares e suplentes os candidatos mais votados.

» Em caso de empate, assumirá aquele que tiver mais tempo de serviço no

estabelecimento.

» Os candidatos mais votados e não eleitos serão relacionados na ata de eleição e

apuração, em ordem decrescente de votos, possibilitando nomeação posterior, em caso de vacância de suplentes.

» Os membros da CIPA, eleitos e designados serão empossados no primeiro dia útil

após o término do mandato anterior. A seguir, a empresa deverá protocolar, em até 10 (dez) dias, na unidade descentralizada do Ministério do Trabalho, cópias das atas de eleição e de posse e o calendário anual das reuniões ordinárias.

» Uma vez registrada na unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e

Emprego, a CIPA   não poderá ter seu número de representantes reduzido ou ser desativada pelo empregador, antes do término do mandato de seus membros, ainda que haja redução do número de empregados da empresa. A única exceção está no encerramento das atividades do estabelecimento

.

 Atribuições da CIPA 

(32)

SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES

 UNIDADE II

» Sugerir as medidas de prevenção de acidentes julgadas necessárias por iniciativa

própria ou sugestão de outros empregados e encaminhá-las ao presidente e ao departamento de segurança da empresa.

» Promover a divulgação e zelar pela observância das normas de segurança, ou, ai nda,

de regulamentos e instrumentos de serviço emitidos pelo empregador.

» Promover anualmente a Semana Interna de Prevenção de Acidentes – SIPAT. » Sugerir a realização de cursos, palestras ou treinamentos, quanto à Engenharia

de Segurança do Trabalho, quando julgar necessário ao melhor desempenho dos empregados.

» Registrar nos livros próprios as atas de reuniões ordinárias e extraordinárias e

enviar cópia ao departamento de segurança.

» Preencher cha de informações sobre a situação da segurança na empresa e as

atividades da CIPA e enviar para o Ministério do Trabalho e Emprego. Preencher cha de análise de acidentes. Deve ser enviada cópia de ambas as chas ao departamento de segurança da empresa.

» Manter controle sobre as condições de trabalho dos funcionários e equipamentos

das empresas e comunicar aos responsáveis as irregularidades encontradas.

» Identicar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos, com a

participação do maior número de trabalhadores, com assessoria do SESMT, onde houver.

» Realizar, periodicamente, vericações nos ambientes e condições de trabalho

 visando à identicação de situações que venham a trazer riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores.

» Realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas xadas em seu plano

de trabalho e discutir as situações de risco que foram identicadas.

» Divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no trabalho. » Participar, com o SESMT, onde houver, das discussões promovidas pelo

(33)

UNIDADE II

SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES

» Divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras, bem como

cláusulas de acordos e convenções coletivas de trabalho, relativas à segurança e saúde no trabalho.

» Participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador, da

análise das causas das doenças e acidentes de trabalho e propor medidas para a solução dos problemas identicados.

 Atribuições específicas

Empregador: proporcionar aos membros da CIPA os meios necessários ao desempenho de suas atribuições, garantindo tempo suciente para a realização das tarefas constantes do plano de trabalho.

Empregados:

» Participar da eleição de seus representantes. » Colaborar com a gestão da CIPA.

» Indicar à CIPA, ao SESMT e ao empregador situações de riscos e apresentar

sugestões para melhoria das condições de trabalho.

» Observar e aplicar no ambiente de trabalho as recomendações quanto à prevenção

de acidentes e doenças decorrentes do trabalho. Presidente da CIPA :

» Convocar os membros para as reuniões da CIPA.

» Coordenar as reuniões da CIPA, encaminhando ao empregador e ao SESMT, quando

houver, as decisões da comissão.

» Manter o empregador informado sobre os trabalhos da CIPA. » Coordenar e supervisionar as atividades de secretaria.

» Delegar atribuições ao Vice-Presidente.

 Vice-Presidente:

» Executar atribuições que lhe forem delegadas.

» Substituir o Presidente nos seus impedimentos eventuais ou nos seus afastamentos

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SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES

 UNIDADE II

» Cuidar para que a CIPA disponha de condições necessárias para o desenvolvimento

de seus trabalhos.

» Coordenar e supervisionar as atividades da CIPA, zelando para que os objetivos

propostos sejam alcançados.

» Delegar atribuições aos membros da CIPA.

» Promover o relacionamento da CIPA com o SESMT, quando houver.

» Divulgar as decisões da CIPA a todos os trabalhadores do estabelecimento. » Encaminhar os pedidos de reconsideração das decisões da CIPA.

» Constituir a comissão eleitoral.

Secretário:

»  Acompanhar as reuniões da CIPA e redigir as atas apresentando-as para aprovação

e assinatura dos membros presentes.

» Preparar as correspondências.

» Cumprir outras atribuições que lhe forem conferidas.

Mandato da CIPA 

O mandato dos membros titulares da CIPA é de um ano, e aqueles que faltarem a quatro reuniões ordinárias sem justicativa perderão o cargo, sendo substituídos pelos suplentes. Não é válida, como justicativa, a alegação de ausência por motivo de trabalho.

Os representantes dos empregados titulares da CIPA não podem sofrer demissão arbitrária entendendo-se como tal a que não se fundamentar em motivo disciplinar, técnico ou econômico. Esta garantia no emprego é assegurada ao cipeiro desde o momento em que o empregador tomar conhecimento de sua inscrição de candidato às eleições da CIPA e prolonga-se até um ano após o término do mandato. Os cipeiros não podem também ser transferidos para outra localidade a não ser que concordem expressamente.

(35)

UNIDADE II

SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES

Registro da CIPA 

 A Empresa deve solicitar ao órgão do Ministério do Trabalho e Emprego o registro da CIPA por meio de requerimento, juntando cópias das atas de eleição, instalação e posse com o calendário anual das reuniões ordinárias e o livro de atas com o termo de abertura e as atas anteriormente mencionadas transcritas. O requerimento e as cópias das atas devem ser em duas vias, e uma via será devolvida protocolada pelo auditor-scal do Trabalho, que analisou a documentação apresentada.

O registro deve ser feito no prazo máximo de dez dias após a data da eleição. Comunicada a SRTE, uma cópia protocolada deve ser enviada ao setor responsável pela segurança do trabalho na empresa. Após ter sido registrada na SRTE, a CIPA não pode ter o seu número de representantes reduzido nem ser desativada antes do término do mandato, ainda que haja redução de empregados na empresa.

Existem outras formas de composição da CIPA. Essa formação particular dependerá da atividade econômica exercida pela empresa.

Treinamento da CIPA 

Conforme a NR-5, a empresa deverá promover treinamento para os membros da CIPA, titulares e suplentes. O treinamento de CIPA, em primeiro mandato, será realizado no prazo máximo de trinta dias, contados a partir da data da posse.

 As empresas que não se enquadrem no Quadro I da NR- 5 deverão promover anualmente treinamento para o prossional designado para responsabilizar-se pelo cumprimento do objetivo desta norma. De acordo com a NR- 5, o treinamento para a CIPA deverá contemplar, no mínimo, os seguintes itens:

» Estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem como dos riscos originados do

processo produtivo.

» Noções sobre a Síndrome da Imunodeciência Adquirida – AIDS, e medidas de

prevenção.

» Metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças do trabalho.

» Noções sobre as legislações trabalhista e previdenciária relativas à segurança e

saúde no trabalho.

» Noções sobre acidentes e doenças do trabalho decorrentes de exposição aos riscos

existentes na empresa.

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SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES

 UNIDADE II

O treinamento terá carga horária de vinte horas, distribuídas em no máximo oito horas diárias e será realizado durante o expediente normal da empresa. O treinamento poderá ser ministrado:

» Pelo SESMT da empresa. » Por entidade patronal.

» Por entidade de trabalhadores.

» Por prossional que possua conhecimentos sobre os temas ministrados.

 A CIPA será ouvida sobre o treinamento a ser realizado, inclusive quanto à entidade ou prossional que o ministrará, e sua manifestação deverá constar em ata. Mas cabe à empresa decidir que entidade ou prossional ministrará o treinamento.

Quando comprovada a não observância ao disposto nos itens relacionados ao treinamento, a unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego determinará a complementação ou a realização de outro, que será efetuado no prazo máximo de trinta dias, contados da data de ciência da empresa sobre a decisão.

Empresas contratantes e contratadas

Sobre as empresas contratantes e contratadas, a NR-5 menciona:

» Quando se tratar de empreiteiras ou empresas prestadoras de serviços,

considera-se estabelecimento, para ns de aplicação desta NR, o local em que os empregados estiverem exercendo suas atividades.

» Sempre que duas ou mais empresas atuarem em um mesmo estabelecimento, a

CIPA ou o prossional designado pela empresa contratante deverá, em conjunto com as das contratadas ou com os designados, denir mecanismos de integração e de participação de todos os trabalhadores em relação às decisões das CIPAs existentes no estabelecimento.

»  A contratante e as contratadas que atuem num mesmo estabelecimento deverão

implementar, de forma integrada, medidas de prevenção de acidentes e doenças do trabalho, de forma a garantir o mesmo nível de proteção em matéria de segurança e

(37)

UNIDADE II

SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES

Mapa de Risco é a representação gráca dos riscos existentes nos diversos locais de trabalho, na empresa. Trata-se de identicar situações e locais potencialmente perigosos. Ele serve para reunir as informações necessárias para estabelecer o diagnóstico da situação da empresa em relação à segurança e saúde no trabalho e para possibilitar, durante a sua elaboração, a troca e a divulgação de informações entre os trabalhadores, bem como estimular sua participação nas atividades de prevenção.

Cabe à CIPA identicar os riscos no processo de trabalho com a participação do maior número de trabalhadores e com assessoria do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT, quando houver.

No mapa, os tipos de riscos ambientais são representados gracamente, através de círculos de cores e tamanhos proporcionalmente diferentes (grau de perigo), sobre planta ou esboço do local de trabalho.

Figura 5. Mapa de Risco simplificado de uma Instalação Industrial

(38)

SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES

 UNIDADE II

Figura 6. Cores utilizadas no Mapa de Riscos

Fonte: <www.areaseg.com.br>

Figura 7. Exemplo de Tabela Descritiva dos Riscos

Fonte: <www.areaseg.com.br>

Mapa de Riscos passo a passo

» Conhecer o processo de trabalho no local analisado:

› Trabalhadores (número de funcionários, idade, sexo, jornada de trabalho,

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UNIDADE II

SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES

» Identicar as medidas de proteção existentes e sua ecácia: medidas de proteção

coletiva, medidas de organização do trabalho, medidas de proteção individual, medidas de higiene e conforto: banheiros, vestiários, bebedouros, refeitório e áreas de lazer.

» Identicar os indicadores de saúde: as queixas mais frequentes e comuns entre os

trabalhadores expostos aos mesmos riscos, acidentes de trabalho ocorridos, doenças prossionais diagnosticadas, causas mais frequentes de ausência ao trabalho.

» Conhecer os levantamentos de riscos ambientais já realizados no local.

» Elaborar o mapa de riscos, sobre o layout  da empresa, representando através de

círculo:

› O grupo a que pertence o risco, de acordo com a cor padronizada.

› O número de trabalhadores expostos ao risco, o qual deve ser anotado dentro do

círculo.

›  A especialização do agente (por exemplo: químico - sílica, hexano, ácido

clorídrico, ou ergonômico - repetitividade, ritmo excessivo) que deve ser anotada também dentro do círculo.

›  A intensidade do risco, de acordo com a percepção dos trabalhadores, que deve

ser representada por tamanhos proporcionalmente diferenciados de círculos.

Depois de discutido e aprovado pela CIPA, o mapa de riscos, completo ou setorial, deverá ser axado em cada local analisado, de forma claramente visível e de fácil acesso para os trabalhadores.

No caso das empresas da indústria da construção, o mapa de riscos do estabelecimento deverá ser realizado por etapa de execução dos serviços, devendo ser revisto sempre que um fato novo e superveniente modicar a situação de riscos estabelecida.

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UNIDADE III

 ADMINISTRAÇÃO E

 A ENGENHARIA DE

SEGURANÇA 

CAPÍTULO 1

NR-7: Programa de Controle Médico de

Saúde Operacional – PCMSO

O PCMSO é um programa técnico-preventivo a ser realizado pela empresa como parte integrante do conjunto mais amplo de iniciativas no campo da proteção à saúde dos empregados. Esse programa é obrigatório para todas as empresas e possui caráter preventivo, possibilitando rastrear e diagnosticar precocemente os agravos à saúde relacionados ao trabalho, além de constatar a existência de casos de doenças prossionais ou os danos reversíveis à saúde do trabalhador.

Esse programa especica procedimentos e condutas a serem adotadas pelas empresas em função dos riscos a que os empregados se expõem no ambiente de trabalho. O objetivo primordial é a promoção e a preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores, por meio da prevenção, detecção precoce, monitoramento e controle de possíveis danos à saúde do empregado.

É um programa da empresa, mas, ao contrário do PPRA, tem um único responsável legal pela sua condução, que é o médico coordenador do PCMSO, o qual faz parte do SESMT e deve ser parceiro do Engenheiro de Segurança nas ações preventivas. O documento é elaborado pelo médico, preferencialmente com especialização em Medicina do Trabalho, abordando os riscos ambientais, programando consultas e exames complementares, ações preventivas de saúde do trabalhador, relatórios anuais e avaliações epidemiológicas, para que sejam adotadas as medidas corretivas de acordo com o perl encontrado.

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UNIDADE III

 ADMINISTRAÇÃO E A ENGENHARIA DE SEGURANÇA 

» Com Grau de risco 1 e 2 que possuam de 26 a 50 funcionários; elas poderão ser

isentadas de indicar médico coordenador, desde que essa deliberação seja concedida por negociação coletiva.

» Com Grau de risco 3 e 4 que possuam de 11 a 20 funcionários; elas poderão ser

liberadas de indicar médico coordenador, desde que essa liberação seja concedida por negociação coletiva.

Mesmo as empresas consideradas nos parágrafos anteriores poderão ser obrigadas a indicar médico coordenador do PCMSO, quando suas condições representarem potencial de risco grave aos trabalhadores. Essa situação é determinada pelo Delegado Regional do Trabalho, com base em parecer técnico conclusivo da autoridade regional competente em matéria de segurança e saúde do trabalhador, ou em negociação coletiva.

Responsabilidades

 As responsabilidades pelo planejamento, implementação e monitoramento do PCMSO distribuem-se entre o empregador e o médico coordenador, e cabe à empresa contratante de mão de obra prestadora de serviços informar aos contratados os riscos existentes e auxiliar na elaboração e implementação do PCMSO nos locais de trabalho onde os serviços estão sendo prestados.

São responsabilidades do empregador:

» Garantir a elaboração e efetiva implementação do PCMSO, bem como zelar pela sua

ecácia.

» Custear, sem ônus para o empregado, todos os procedimentos relacionados ao

PCMSO.

» Indicar, dentre os médicos dos SESMT da empresa, um coordenador responsável

pela execução do PCMSO.

» No caso de a empresa estar desobrigada de manter Médico do Trabalho, de acordo

com a NR-4, deverá o empregador indicar Médico do Trabalho, empregado ou não da empresa, para coordenar o PCMSO.

» Inexistindo médico do trabalho na localidade, o empregador poderá contratar

médico de outra especialidade para coordenar o PCMSO. São responsabilidades do médico coordenador:

» Realizar os exames médicos ou encarregar estes a prossional médico familiarizado

com os princípios da patologia ocupacional e suas causas, bem como com o ambiente, as condições de trabalho e os riscos a que está ou será exposto cada trabalhador da

(42)

 ADMINISTRAÇÃO E A ENGENHARIA DE SEGURANÇA 

 UNIDADE III

Objetivos do PCMSO

Para a elaboração do PCMSO, o mínimo requerido é um estudo prévio para reconhecimento de riscos ocupacionais existentes na empresa, por meio de visitas aos locais de trabalho, baseando-se nas informações contidas no PPRA.

O reconhecimento de riscos deve ser feito por intermédio de visitas aos locais de trabalho pra análise dos processos produtivos, postos de trabalho, informações sobre ocorrências de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, atas de CIPA, Mapas de Risco, estudos bibliográcos etc.

 A partir desse reconhecimento de riscos, deve ser estabelecido um conjunto de exames clínicos complementares especícos para cada grupo de trabalhadores da empresa, utilizando-se de conhecimentos cientícos atualizados e em conformidade com a boa prática médica.

Entre as diretrizes, uma das mais importantes é aquela que estabelece que o PCMSO deve considerar as questões incidentes tanto sobre o indivíduo quanto sobre a coletividade de trabalhadores, privilegiando o instrumental clínico-epidemiológico. A norma estabelece ainda o prazo e a periodicidade para a realização das avaliações clínicas, assim como dene os critérios para a execução e a interpretação dos exames médicos complementares (os indicadores biológicos).

 Assim, o nível de complexidade do PCMSO depende basicamente dos riscos existentes em cada empresa, das exigências físicas, psíquicas e cognitivas das atividades desenvolvidas e das características biopsicosiológicas de cada população trabalhadora. A norma estabelece as diretrizes gerais e os parâmetros mínimos a serem observados na execução do programa, podendo estes, entretanto, ser ampliado mediante negociação coletiva de trabalho.

Exames obrigatórios do PCMSO

Os exames médicos ocupacionais, assim como sua periodicidade, estão previstos na NR-7, que estabelece a emissão de Atestado de Saúde Ocupacional – ASO, relatórios anuais e monitoração do programa. Têm como objetivo considerar o trabalhador APTO ou INAPTO para o exercício de uma denida e determinada atividade. Assim, a relação de parceria no SESMT dará informação ao Médico do Trabalho sobre as necessidades funcionais de cada atividade na empresa.

(43)

UNIDADE III

 ADMINISTRAÇÃO E A ENGENHARIA DE SEGURANÇA 

aqueles que sejam portadores de doenças crônicas, os exames deverão ser repetidos:

·  A cada ano ou em intervalos menores, a critério do médico encarregado, ou

por noticação do médico agente da inspeção do trabalho, ou, ainda, como resultado de negociação coletiva de trabalho.

· De acordo com a periodicidade especicada no Anexo no 6 da NR-15, para os

trabalhadores expostos a condições hiperbáricas.

› Para os demais trabalhadores:

·  Anual, quando menores de 18 (dezoito) anos e maiores de 45 (quarenta e

cinco) anos de idade.

·  A cada dois anos, para os trabalhadores com idades entre 18 (dezoito) anos e

45 (quarenta e cinco) anos de idade.

» Retorno ao trabalho: realizado obrigatoriamente no primeiro dia da volta ao

trabalho do trabalhador ausente por um período igual ou superior a trinta dias, por motivo de doença ou acidente, de natureza ocupacional ou não, ou parto.

» Mudança de função: realizado obrigatoriamente antes da data de mudança. É

considerada mudança de função toda e qualquer alteração de atividade, posto de trabalho ou de setor que exporá o empregado a um risco diferente do exercício na atividade anterior.

» Demissional: realizado obrigatoriamente antes da data da homologação da dispensa,

ou até o desligamento denitivo do trabalhador, desde que o último exame médico ocupacional tenha sido realizado há mais de 135 dias para empresas de Grau de Risco 1 e 2, e 90 dias para empresa de Grau de Risco 3 e 4. Por determinação da Superintendência Regional do Ministério do Trabalho, com base em parecer técnico conclusivo da autoridade regional competente em matéria de segurança e saúde do trabalhador, ou em decorrência de negociação coletiva, as empresas poderão ser obrigadas a realizar o exame médico demissional independentemente da época de realização de qualquer outro exame, quando suas condições representarem potencial de risco grave aos trabalhadores.

Os exames compreendem avaliação clínica, abrangendo anamnese ocupacional e exame físico e mental, e exames complementares, realizados de acordo com os termos especícos da NR-7 e seus anexos.

(44)

 ADMINISTRAÇÃO E A ENGENHARIA DE SEGURANÇA 

 UNIDADE III

constantes dos referidos quadros e seus anexos. A periodicidade de avaliação dos indicadores  biológicos do Quadro I deverá ser, no mínimo, semestral, podendo ser reduzida a critério do médico

coordenador, ou por noticação do médico agente da inspeção do trabalho, ou mediante negociação coletiva de trabalho.

Para os trabalhadores expostos a agentes químicos não constantes dos Quadros I e II, outros indicadores biológicos poderão ser monitorizados, dependendo de estudo prévio dos aspectos de validade toxicológica, analítica e de interpretação desses indicadores. Outros exames complementares usados normalmente em patologia clínica para avaliar o funcionamento de órgãos e sistemas orgânicos podem ser realizados, a critério do médico coordenador ou encarregado, ou por noticação do médico agente da inspeção do trabalho, ou ainda decorrente de negociação coletiva de trabalho.

Registro do PCMSO

Para cada exame médico realizado, o médico emitirá o ASO, em 2 (duas) vias. A primeira via do ASO cará arquivada no local de trabalho do trabalhador, mesmo se tratando de frente de trabalho ou canteiro de obras, à disposição da scalização do trabalho. A segunda via do ASO será obrigatoriamente entregue ao trabalhador, mediante recibo na primeira via. O ASO deverá conter no mínimo:

» Nome completo do trabalhador, número de registro de sua identidade e função que

desempenha.

» Riscos ocupacionais especícos existentes, ou ausência deles, na atividade do

empregado, conforme instruções técnicas expedidas pela Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho – SSST.

» Indicação dos procedimentos médicos a que foi submetido o trabalhador, incluindo

os exames complementares e a data em que foram realizados.

» Nome do médico coordenador, quando houver, com o respectivo CRM.

» Denição de APTO ou INAPTO para a função especíca que o trabalhador vai

Referências

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