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1. Noções gerais: evolução social e o momento de formação do contrato de compra e venda (CC 482)

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TURMA EXTENSIVA SEMANAL Disciplina: Direito Civil

Professor: Cristiano Chaves Data: 15.12.2009

MATERIAL DE APOIO – PROFESSOR

CONTRATOS EM ESPÉCIE

Prof. Cristiano Chaves de Farias

O CONTRATO DE COMPRA E VENDA

1. Noções gerais: evolução social e o momento de formação do contrato de compra e venda (CC 482)

2. Conceito e caráter obrigacional puramente (sem implicar em aquisição de propriedade em face da necessidade de tradição – CC 481, 1.267 e 1.245).

Exceção: contrato de alienação fiduciária (transmissão de propriedade resolúvel, CC 1.361)

Novidade: “venda de uso” (leasing)

3. Natureza jurídica: contrato bilateral, consensual, oneroso (de regra), não solene (de regra) e (de regra) comutativo.

Exceções: compra e venda de coisa incerta, a contento. Compra e venda de imóvel. Contratos com valor acima de 10 salários mínimos.

Aplicação prática:

(MP/BA, 99) Constituem contratos reais: a) depósito e penhor; b) penhor e hipoteca; c) hipoteca e compra e venda; d) compra e venda e permuta; e)permuta e sociedade

4. Elementos essenciais da compra e venda: consentimento, preço e objeto (coisa). A questão da forma.

4.1. consentimento: livre e espontâneo (pena de anulabilidade – CC 171), necessidade da plena capacidade; possibilidade de suprimento judicial de capacidade (ex: venda de bens de nascituro ou de incapaz).

4.2. Situações especiais:

a) compra e venda de ascendente para descendente (CC 496 e 179; STF 494);

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b) compra e venda entre marido e mulher (sobre bens estranhos à comunhão – CC 499);

c) compra e venda sem o consentimento do cônjuge e a anulabilidade do ato. Extensão para fiança e aval (CC 1.647-9);

d) compra e venda de bem condominial ou entre co-herdeiros (CC 504);

e) compra e venda e falência

f) venda de bens sujeitos ao dever de zelar e guardar (conseqüência: nulidade)

Aplicação prática:

(MP/BA, 01) Felipe, casado, vendeu uma fazenda de sua propriedade sem que da escritura pública constasse o consentimento de sua esposa, Maria. O comprador, Carlos, levou o instrumento ao cartório de imóveis. O oficial recusou-se a efetuar o registro, argüindo a falta de outorga. Responda qual a conseqüência?

4.3. O preço: determinado ou determinável; apreciável pecuniariamente; distinção com a dação em pagamento. Pode submeter-se à taxa de mercado ou de bolsa de valores (CC 486) ou mesmo a índices econômicos (CC 487).

Impossibilidade de indeterminação absoluta ou puro arbítrio de uma das partes (CC 489).

Pode ser arbitrado por terceiro, que assume a posição de mandatário (não precisa ter capacidade especial) e não se confunde com arbitragem.

O CDC e o dever de informação sobre o preço.

Pagamento em dinheiro ou correspondente e a possibilidade de fixação em moeda estrangeira.

Preço deve ser sério e real.

Não precisa ser justo (CC/02). Possibilidade de lesão/estado de perigo ou revisão/resolução de contrato.

4.4. A coisa: atual ou futura (CC 483). Não pode ser herança de pessoa viva (CC 426). se bem incorpóreo (cessão, presumidamente onerosa) ou corpóreo. Admite-se sobre coisa incerta (CC 243) ou venda alternativa (CC 252).

Não pode incidir sobre bens personalíssimos ou coisas fora do comércio (CC 1.911).

Pode ser coisa litigiosa, mas não pode alegar evicção, se já sabia (CC 457 e CPC 42).

A venda a non domino (bem não pertencente ao vendedor). Negócio convalidável (CC 1.268, Par. 1º).

5. Efeitos da compra e venda. 5.1. Evicção

5.2. Vícios redibitórios e ações edilícias 5.3. Perecimento da coisa (res perit domino) 5.4. Despesas (CC 490)

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(MP/DFT, 02) Em relação aos vícios rediibitórios: I – no CC o adquirente da coisa recebida com vícios, pode rejeitá-la ou reclamar abatimento do preço; II – houve amplicação do parzo para ajuizamento das ações edilícias, além de serem abrangidos os defeitos aparentes; III – tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia podem ser estabelecidos pelos usos locais; IV – a existência de garantia contratual não afeta, de modo algum, a contagem do prazo decadencial.

6. Situações especiais

6.1. Venda sob amostras (CC 484) 6.2. Ad corpus e ad mensuram (CC 500) 7. Cláusulas especiais

7.1. Retrovenda (CC 505)

7.2. Preempção ou preferência (CC 513). Peculiaridades na locação de imóveis urbanos (Lei 8.245/91, 27) e entre condôminos (CC 504).

7.3. Reserva de domínio (CC 521): venda sob condição suspensiva. Cláusula adjeta pela qual o vendedor reserva para si a propriedade do bem alienado até o momento do pagamento integral do preço ajustado. Admissibilidade de bem imóvel (CARLOS ROBERTO GONÇALVES).

7.4. Venda a contento (cláusula que subordina os efeitos do contrato a um evento futuro e incerto, consistente no bem vendido agradar ao comprador) e venda sujeita à prova (condição subordinando os efeitos à averiguação das qualidades da coisa adquirida – CC 510).

7.5. Pacto de melhor comprador: cláusula estabelecendo o prazo de 1 ano para que o negócio seja desfeito se surgir um novo comprador oferecendo mais vantagens ao vendedor 7.6. Pacto comissório: cláusula que prevê o desfazimento do negócio caso o comprador deixe de cumprir com a obrigação de pagar o preço no prazo estipulado.

O CONTRATO DE COMODATO

1. O empréstimo e as suas espécies (comodato e mútuo). O empréstimo de uso (comodato) e o empréstimo de consumo (mútuo).

2. Noções gerais: empréstimo gratuito de coisa não fungível (móvel ou imóvel) que exige tradição. Entrega de coisa para uso por terceiro, por tempo determinado, sem contraprestação.

Exige-se capacidade das partes, mas não titularidade, pois não precisa ser proprietário, bastando ser possuidor, direto ou indireto (exceção CC 580, bens emprestados pelo administrador, tutor e curador).

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Nomenclatura: comodante e comodatário.

3. Classificação: contrato real (tradição), unilateral, gratuito (excepcionalmente o comodatário pode assumir encargos – comodato modal) e não solene (CC 579, exceção: CC 580 – comodato de bens de tutelado e curatelado).

Prova-se o comodato por qualquer meio (oral ou escrito). Limites do CPC 401.

Não tem natureza personalíssima, de ordinário, salvo estipulação contrária. Transmite-se, pois, com a morte.

4. Características:

4.1. Gratuidade: é da natureza. Não desnatura o comodato o fato de comodatário assumir despesas condominiais e impostos. Assumir encargos não desnatura (comodato modal).

4.2. Infungibilidade do objeto: em face do dever de restituir. Se fungível, seria mútuo. Admite-se comodato de bens fungíveis destinados à ornamentação (comodatum ad pompam vel ostentationem). Possibilidade de determinação da infungibilidade de bens fungíveis.

O objeto deve ser também inconsumível (CC 85-6). 4.3. Tradição: posse direta e indireta. CC 579.

5. Prazo determinado ou determinável. Impossibilidade do comodante pedir a restituição antes do tempo. Não havendo prazo convencionado, entende-se que o prazo é o necessário para usar e fruir da coisa.Ex: barco para pescaria e trator para arar a terra (SILVIO RODRIGUES). Excepcionalmente, o comodante pode requerer restituição quando houver necessidade imprevista e urgente (CC 581).

6. Obrigações do comodatário:

6.1. Conservar a coisa como se sua fosse (CC 582). Não pode alugar ou emprestar (vedação ao sub-comodato). Responde pelas despesas necessárias para o uso, sem direito de recobrá-las. A questão das despesas extraordinárias e das benfeitorias (CC 584). Obrigação de, em caso de necessidade, salvar primeiro as coisas do comodante. Responde pelos danos se preferir salvar suas coisas (CC 583).

6.2. Usar a coisa de forma adequada. Responsabilidade pelo uso inadequado (CC 582).

6.3. Restituir a coisa. Caracterizará esbulho a não restituição. Admite reintegração de posse (STJ, REsp.236.454, rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira). Responde pela mora (CC 399): se for por prazo determinado, não precisa constituir em mora; se sem prazo determinado, precisa constituir em mora, pela interpelação judicial ou extrajudicial.

Responsabilidade pela perda ou deterioração – responsabilidade objetiva com risco integral. Responde pelo aluguel (CC 575). Arbitrado judicialmente (ORLANDO GOMES e SÍLVIO RODRIGUES e STJ, REsp.143.707, rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira). Havendo dois ou mais comodatários inadimplindo, responsabilidade solidária (CC 585).

Obs – Responsabilidade do comodatário pelo caso fortuito/força maior em 2 casos: a) quando não salvar primeiro os bens do comodante; b) quando estiver em mora.

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7. Obrigações do comodante: aguardar a data da restituição, receber a coisa e obrigação de não fazer (não embaraçar o uso). Excepcionalmente: reembolsar despesas extraordinárias necessárias e urgentes (STJ, REsp.249.925, rel. Min. Fátima Nancy Andrighi). Indenizar por vícios que eram de seu conhecimento e não informados ao comodatário. Não responde por vícios redibitórios e evicção. O risco pela perda é do comodante (res perit domino).

8. Extinção do comodato: a) termo ou pelo uso; b) rescisão judicial por culpa ou resilição bilateral (distrato) ou unilateral (denúncia, se permitida pelo contrato); c) pela necessidade imprevista e urgente; d) pela morte do comodatário, quando personalíssimo; e) pela alienação do bem.

O CONTRATO DE MÚTUO

1. Noções conceituais: empréstimo de bem fungível para consumo, com obrigação de restituir coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade (CC 586).

Se o mutuário puder restituir coisa diversa ou dinheiro, será troca ou compra e venda. 2. Implica em transferência da propriedade e do domínio da coisa (não é o objeto do contrato, mas sua conseqüência – efeito natural). Por isso, os riscos da coisa correm por conta do mutuário (res perit domino) – CC 587. Não há obrigação de restituir a mesma coisa. Pode consumir, alienar, abandonar...

Exige capacidade das partes. Exige que o mutuante seja proprietário.

O mútuo feito a menor, sem prévia autorização do responsável, não pode ser reavido (CC 588), salvo hipóteses de lei. Visa, fundamentalmente, evitar empréstimo de dinheiro a menor. Origens romanas.

É diferente do comodato: é de consumo; bens fungíveis; restituição de mesma espécie; transfere domínio; permite alienação da coisa.

3. Classificação: real (tradição); unilateral, não solene (forma livre, exceto o oneroso, que exige forma escrita), e gratuito (exceção: empréstimo de dinheiro, que é oneroso, por conta da presunção legal de que são devidos os juros, não excedendo a taxa em vigor, CC 406 – mútuo feneratício ou oneroso – CC 591). A FINALIDADE ECONÔMICA DETERMINA A ONEROSIDADE.

Prova livre (exceção CPC 401).

4. Prazo. O mútuo é temporário, sob pena de caracterizar doação. CC 592. Se não há prazo convencionado, presume-se: a) até a próxima colheita (mútuo de produtos agrícolas); b) 30 dias, pelo menos (mútuo em dinheiro – feneratício); c) pelo espaço de tempo que declarar o mutuante (não pode ser abusivo – CC 187).

O mutuante não pode exigir a restituição antes do vencimento. Pode exigir garantia, se antes do vencimento o mutuário sofrer notória mudança em sua situação econômica (CC 590).

Sendo oneroso, o mutuário deve pagar juros.

O mutuário tem de entregar a coisa integralmente, não podendo obrigar o mutuante a aceitá-la em partes.

5. Mútuo em dinheiro. Princípio do nominalismo (CC 315): valor da moeda. Pagamento em moeda nacional (real, pena de nulidade – CC 318). Exceções: Lei n.9.069/95.

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6. Objeto: bem fungível. As partes podem determinar a fungibilidade. Ex: cereais, produtos da lavoura, produtos químicos, dinheiro.

7. Extinção: advento do termo, com restituição do equivalente; resolução culposa; resilição (bilateral ou unilateral). Se sujeito ao CDC, o consumidor tem direito à redução proporcional dos juros (CDC 52, Par. 2º).

O CONTRATO DE DEPÓSITO

1. Noções gerais (CC 627): contrato pelo qual uma pessoa (depositante) entrega a outro (depositário) um bem móvel para ser guardado e restituído. Ex: dinheiro no banco.

2. Caracteres: real, gratuito, de regra (com onerosidade expressa), unilateral, se gratuito (bilateral, se oneroso) e personalíssimo (admitida disposição contrária).

Exige capacidade das partes. Se for o depósito regular, não exige a propriedade do bem depositado.

3. Objeto: coisa móvel, corpórea, infungível e inconsumível. Admite-se depósito de bem fungível e consumível: depósito irregular.

Não há depósito de bem imóvel. É possível o seqüestro (depósito judicial) de bem imóvel.

4. Espécies: voluntário (regular ou irregular – regido este pelas regras do mútuo, CC 645) ou necessário (legal ou miserável, CC 647-8).

Equipara-se ao depósito necessário o depósito de bagagens dos viajantes nos hotéis (CC 649). Responsabilidade do hoteleiro limitada às coisas normalmente transportadas (roupas, relógios...). Não abrange quantias elevadas ou jóias raras. Admite exclusão por caso fortuito e força maior.

5. Não há necessidade de forma escrita para fins de prova.

6. Obrigações do depositário: dever pessoal de guarda e cuidado (CC 629). Impossibilidade de uso da coisa, salvo consentimento do depositante (CC 640). Se o bem foi entregue lacrado ou fechado, assim deve permanecer (CC 630). Dever de restituição, pena de prisão.

7. Obrigações do depositante: dever de reembolsar as despesas necessárias à conservação da coisa (CC 643). Pode gerar retenção. Dever de receber o bem, sob pena de depósito judicial.

8. Riscos: res perit domino (a coisa perece para o depositante, que continua sendo proprietário). Exceção: quando o depositário incorrer em mora.

9. Prisão civil (CC 652 e CF 5º, LXVII). Nova posição do STF, STF, RE 466.343/SP, rel. Min. Cezar Peluso.

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O CONTRATO ESTIMATÓRIO OU CONSIGNATÓRIO

1. Noções gerais (CC 534). 2. é contrato real (tradição)

3. coisa continua a pertencer ao consignante, criando obrigação alternativa para o consignatário. Comum nas representações comerciais e obras artísticas.

4. Não pode ser penhorado o bem pelo consignatário 5. Consignatário não pode dispor

6. Findo o prazo, surge alternatividade: devolver ou entregar o preço ajustado (preço será determinado previamente e o lucro pode ser controlado contratualmente);

7. Transfere riscos

8. Necessidade de termo final (contrato, costumes, vontade do consignante) 9. Restituição sem deterioração

O CONTRATO DE PROMESSA DE COMPRA E VENDA

1. Origens (Decreto-lei 58/37)

2. Noções gerais: contrato preliminar (CC 462-6) 3. transmissão da posse.

4. Desnecessidade de registro no cartório de imóveis (STJ 84 e 239) 5. Adjudicação compulsória (DL 58/37, 16)

6. Purgação da mora (15 dias para imóvel não loteados; 30 dias para imóveis loteados); 7. Nulidade de cláusula que implique em perda das parcelas pagas (CDC 53)

Referências

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