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CULTURA. A cultura é parte do que somos, nela está o que regula nossa convivência e nossa comunicação em sociedade.

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Av. Higienópolis, 769 – Sobre Loja – Centro – Londrina – PR. – CEP: 86.020-080

CULTURA

A cultura é parte do que somos, nela está o que regula nossa convivência e nossa comunicação em sociedade.

Ao tratar do conceito de cultura, a sociologia se ocupa em entender os aspectos que o ser humano, em contato social, adquire ao longo de sua convivência. Esses aspectos, compartilhados entre os indivíduos que fazem parte deste grupo de convívio específico, refletem especificamente a realidade social desses sujeitos. Características como a linguagem e modo de se vestir em ocasiões específicas são algumas características que podem ser determinadas por uma cultura, que acaba por ter como função possibilitar a cooperação e a comunicação entre aqueles que dela fazem parte.

A cultura possui tanto aspectos tangíveis, ou seja, objetos ou símbolos que fazem parte do seu contexto, quanto intangíveis, que seriam as ideias, normas que regulam o comportamento e formas de religiosidade. Esses aspectos constroem a realidade social dividida por aqueles que a integram, dando forma a relações e estabelecendo valores e normas.

Esses valores são características consideradas desejáveis ou indesejáveis no comportamento dos indivíduos que fazem parte de uma cultura, como por exemplo o princípio da honestidade, que é visto como característica extremamente desejável em nossa sociedade.

As normas são um conjunto de regras formadas a partir dos valores de uma cultura, que servem para regular o comportamento daqueles que dela fazem parte. O valor do princípio da honestidade faz com que a desonestidade seja condenada dentro dos limites convencionados pelos integrantes dessa cultura, compelindo os demais a agir dentro do que é estipulado como “honesto”.

Cultura e diferença

Mesmo dentro de uma mesma sociedade podem existir divergências culturais. Alguns grupos, ou pessoas, podem ter fortes valores baseados em crenças religiosas, enquanto outras prefiram a lógica do progresso científico para compreender o mundo. A diversidade cultural é um fato em nossa realidade globalizada, onde o contato entre o que consideramos familiar e o que consideramos estranho é comum. Ideias diferentes, comportamento, contato com línguas estrangeiras ou com a culinária de outras culturas tornou-se tão corriqueiro em nosso dia a dia que mal paramos para pensar no impacto que sofremos diariamente, seja na adoção de expressões de línguas estrangeiras ou na incorporação de alimentos exóticos em nossa rotina alimentar.

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Uma cultura não é estática, ela está em constante mudança de acordo com os acontecimentos vividos por seus integrantes. Valores que possuíam força no passado se enfraquecem no novo contexto vivido pelas novas gerações, a depender das novas necessidades que surgem, já que o mundo social também não é estático. Movimentos contraculturais, como o punk ou o rock, são exemplos claros do processo de mudança de valores culturais que algumas sociedades viveram de forma generalizada.

O contato com culturas diferentes também modifica alguns aspectos de nossa cultura. O processo de aculturação, em que uma cultura absorve ou adota certos aspectos de outra a partir do seu convívio, é comum em nossa realidade globalizada, onde temos contato quase perpétuo com culturas de todas as formas e lugares possíveis.

Antropologia cultural

Antropologia cultural é o campo da sociologia que estuda a cultura. Para essa área, o homem deve ter sua história e desenvolvimento estudados através de sua evolução cultural. Nesse caso a linguagem, arte, hábitos e costumes devem ser levados em consideração sem nenhum tipo de hierarquia. Essa ciência tenta por fim à oposição entre cultura e natureza. Tal hiato surgiu por causa da clássica definição de cultura como tudo aquilo que foi criado pelo homem. A antropologia acredita que a cultura é um traço da natureza humana. Todos nós tendemos à comunicação, à interação social e à vida em comunidade, portanto somos naturalmente culturais.

Culturas híbridas

A evolução dos meios de transporte e comunicação e a globalização em geral favoreceu o surgimento das trocas culturais e das culturas híbridas. Comumente pessoas de culturas diferentes adotam costumes de outros povos. Os brasileiros usam palavras em inglês, perfumes importados e comidas norte-americanas diariamente, incorporando, assim, esses elementos à sua cultura.

A incorporação de elementos através da troca cultural é o que chamamos de cultura híbrida. Os traços culturais regionais não são dissolvidos por causa desse processo, mas coexistem. Esse é o efeito da evolução tecnológica sobre as sociedades.

Cultura e etnocentrismo

Cada grupo social desenvolve seus próprios hábitos, mas, quando esse grupo pertence àquela classe que chamamos de minoria, precisamos de um pouco mais de atenção. As minorias são todos aqueles conjuntos sociais que não gozam de muito prestígio e representação política e social. Um exemplo significativo é o caso da comunidade negra. Ninguém pode negar que os negros representam uma grande parcela da sociedade brasileira, mas porque ainda assim são chamados de minorias? Justamente pelo fato de terem tido sua origem na senzala e de até hoje terem muita dificuldade de

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superar o peso da desigualdade histórica. Ainda podemos pensar nos homossexuais, mulheres, indígenas, deficientes físicos e etc. como casos de minorias.

O etnocentrismo acontece sempre que um grupo social considera seus hábitos mais importantes e superiores aos dos demais. Esse é um problema muito mais sério do que parece. Ele pode causar a dizimação de sociedades inteiras. O sentimento de desprezo faz com que a alteridade perca completamente seu valor e que vidas sejam sacrificadas em nome da superioridade cultural.

EXERCÍCIOS A SEREM DEBATIDOS E RESPONDIDOS ATRAVÉS DO FÓRUM:

(Enem 2014) Parecer CNE/CP nº 3/2004, que instituiu as Diretrizes Curriculares

Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Procura-se oferecer uma resposta, entre outras, na área da educação, à demanda da população afrodescendente, no sentido de políticas de ações afirmativas. Propõe a divulgação e a produção de conhecimentos, a formação de atitudes, posturas que eduquem cidadãos orgulhosos de seu pertencimento étnico-racial — descendentes de africanos, povos indígenas, descendentes de europeus, de asiáticos — para interagirem na construção de uma nação democrática, em que todos igualmente tenham seus direitos garantidos. (BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Disponível em: www.semesp.org.br. Acesso em: 21 nov. 2013).

A orientação adotada por esse parecer fundamenta uma política pública e associa o princípio da inclusão social a

a) práticas de valorização identitária. b) medidas de compensação econômica. c) dispositivos de liberdade de expressão. d) estratégias de qualificação profissional. e) instrumentos de modernização jurídica.

(Enem 2013) Tenho 44 anos e presenciei uma transformação impressionante na

condição de homens e mulheres gays nos Estados Unidos. Quando nasci, relações homossexuais eram ilegais em todos os Estados Unidos, menos Illinois. Gays e lésbicas não podiam trabalhar no governo federal. Não havia nenhum político abertamente gay. Alguns homossexuais não assumidos ocupavam posições de poder, mas a tendência era eles tornarem as coisas ainda piores para seus semelhantes. (ROSS, A. “Na máquina do tempo”. Época, ed. 766, 28 jan. 2013.)

A dimensão política da transformação sugerida no texto teve como condição necessária a:

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a) ampliação da noção de cidadania. b) reformulação de concepções religiosas. c) manutenção de ideologias conservadoras. d) implantação de cotas nas listas partidárias. e) alteração da composição étnica da população.

(Enem 2014) No Brasil, a origem do funk e do hip-hop remonta aos anos 1970, quando

da proliferação dos chamados “bailes black” nas periferias dos grandes centros urbanos. Embalados pela black music americana, milhares de jovens encontravam nos bailes de final de semana uma alternativa de lazer antes inexistente. Em cidades como o Rio de Janeiro ou São Paulo, formavam-se equipes de som que promoviam bailes onde foi se disseminando um estilo que buscava a valorização da cultura negra, tanto na música como nas roupas e nos penteados. No Rio de Janeiro ficou conhecido como “Black Rio”. A indústria fonográfica descobriu o filão e, lançando discos de “equipe” com as músicas de sucesso nos bailes, difundia a moda pelo restante do país. (DAYRELL, J. A música entra em cena: o rap e o funk na socialização da juventude. Belo Horizonte: UFMG, 2005).

A presença da cultura hip-hop no Brasil caracteriza-se como uma forma de a) lazer gerada pela diversidade de práticas artísticas nas periferias urbanas. b) entretenimento inventada pela indústria fonográfica nacional. c) subversão de sua proposta original já nos primeiros bailes. d) afirmação de identidade dos jovens que a praticam. e) reprodução da cultura musical norte-americana.

Cultura de massa, cultura popular e cultura erudita

A cultura, pela definição clássica de Edward B. Tylor, que é considerado o pai do conceito moderno de cultura, diz que a cultura é “aquele todo complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como membro da sociedade”.

A cultura de massa é aquela considerada, por uma maioria, sem valor cultural real. Ela é veiculada nos meios de comunicação de massa e é apreciada por ela. É preciso entender que massa não é uma definição de classe social, e sim uma forma de se referir a maioria da população. Essa cultura é produto da indústria cultural.

A indústria cultural produz conteúdo para ser consumido, não se prende a técnicas. É produto do capitalismo e feita para ser comercializada. Theodoro W. Adorno, filósofo alemão da Escola de Frankfurt, é defensor da ideia de que a cultura de massa é imposta pelos meios de comunicação de massa à população, que apenas absorve aquilo.

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Já a cultura erudita é aquela considerada superior, normalmente apreciada por um público com maior acúmulo de capital e seu acesso é restrito a quem possui o necessário para usufruir dela. A cultura erudita está muitas vezes ligada a museus e obras de arte, óperas e espetáculos de teatro com preços elevados. Existem projetos que levam esse tipo de cultura até as massas, colocando a preços baixos, ou de forma gratuita, concertos de música clássica e projetos culturais.

Como o acesso a esse tipo de cultura fica restrito a um grupo pequeno, ela fica ligada ao poder econômico e é considerada superior. Essa consideração pode acabar tornando-se preconceituosa e desmerecendo as outras formas de cultura. O erudito é tudo aquilo que demanda estudo muito estudo, mas não se deve pensar que uma expressão cultural popular como o hip-hop, por exemplo, é pior que uma música clássica.

A cultura popular é qualquer estilo musical e de dança, crença, literatura, costumes, artesanatos e outras formas de expressão que é transmitida por um povo, por gerações e geralmente de forma oral. Como por exemplo a literatura de cordel dos nordestinos, ou a culinária do povo baiano, são algumas das formas de cultura popular que resiste ao tempo.

Essa cultura não é produzida após muitos estudos, mas é aprendida de forma simples, em casa, com a convivência da pessoa nesse meio. Ela está ligada à tradição e não é ensinada nas escolas. A cultura popular é muito contemporânea, pois ela resiste ao tempo e raramente se modifica.

Essa cultura vem do povo, não é imposta por uma indústria cultural ou por uma elite. Por exemplo, o carnaval é uma festa da cultura popular brasileira, o frevo é uma cultura brasileira, mas é muito mais expressiva no norte do país. Ela representa a diferença de cada povo, desde o micro até o macro.

PRECONCEITO SOCIAL

O preconceito de classe social está relacionado ao poder aquisitivo, ao acesso à renda, à posição social, ao nível de escolaridade, ao padrão de vida, que está presente no dia-a-dia das pessoas. Essa forma de preconceito acontece quando alguma pessoa é julgada inferior por suas roupas, moradia, sexo, sexualidade, aparência, condição financeira, deficiência, estilo de vida entre outros.

Um bom exemplo de um local onde ocorre o preconceito social é a sala de aula. Em uma sala de aula pode-se perceber claramente que há a formação de grupos, fazendo a turma ficar separada. Isso é natural, mas passa a ser prejudicial quando um desses grupos deixa de interagir com um outro porque esse último possui uma forma de pensar diferente.

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Sobre o modo de se vestir há vários preconceitos. Quando uma pessoa entra com roupas simples ou desgastadas, ou mal vestida em uma loja os funcionários do local muitas vezes não a atendem ou agem com frieza, pois pensam que o cliente é um ladrão ou não tem dinheiro para comprar os produtos ou serviços da loja. Essa forma de preconceito social é muitas vezes confundida com a financeira, mas no financeiro a pessoa é julgada como uma pessoa inferior de forma existencial, como se fosse extremamente inferior e inútil, pois não teve uma boa educação.

Como qualquer outro tipo de preconceito, este, motivado pela situação econômica, também se manifesta como um tipo de violência, da mesma forma que aquele dado pela cor da pele, tão comum à sociedade brasileira. Aliás, para Darcy Ribeiro, “não é como negros que eles operam no quadro social, mas como integrantes das camadas pobres, mobilizáveis todas por iguais aspirações de progresso econômico e social [...]. Acresce, ainda, que [...] mais do que preconceitos de raça ou de cor, têm os brasileiros arraigado preconceito de classe”.

É assustador ver as proporções que o preconceito vem alcançando sem que as pessoas se deem conta, pois está mascarado em nosso cotidiano. O pior dos preconceitos, porém, apresenta-se cruelmente e sem artifícios: a discriminação social, regida e controlada pelo dinheiro. É justamente essa forma de conceito formado por antecipação que faz a desigualdade social aumentar absurdamente. No mundo competitivo em que vivemos, vencerá o mais apto, o mais bem preparado. Podemos dizer, então, que alcançará os melhores resultados quem possuir um bom capital financeiro para investir em si próprio. E o restante? Há muitas pessoas competentes que, por falta de recursos e oportunidades, acabam ficando para trás, sendo anuladas. Surgem, dessa maneira, dois polos distintos: o polo intelectual, visto pelos membros da sociedade como os batalhadores, os estudiosos e os aplicados; e o polo "inculto", dos desinteressados e inúteis. São estes que sofrem discriminação social por parte de nossa medíocre sociedade, que se vale da aparência para julgar seus companheiros, avaliando o grau de honestidade e capacidade pelo poder aquisitivo. Na verdade, não analisam a questão na sua íntegra, pois, se dessa forma agissem, constatariam que os incultos são os que não tiveram acesso a boas escolas, a bons cursinhos e universidades, nem a oportunidades de intercâmbio, por exemplo. Portanto, a sociedade, que se diz democrática, deveria dar ouvidos a essa classe social posta em isolamento, e entender os motivos pelos quais os tachados incultos se encontram nessa situação. Esse seria o primeiro passo para pôr fim ao pior dos preconceitos, o social, que só faz aumentar as diferenças entre as pessoas, ao discriminá-las com base em critérios irrelevantes como o dinheiro.

Referências

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