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Controle de qualidade microbiológico de formulação magistral contendo fitoterápico

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Controle de qualidade microbiológico de formulação magistral

contendo fitoterápico

Lidiane Aparecida Guimarães da Silva2; Péricles Cardoso dos Passos2; Saymon Clemente Lopes2, Suzana Ferreira Alves3, Renata Brandão4*.

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Trabalho realizado na Faculdade Montes Belos (FMB) como exigência parcial para receber o título de Bacharel em Farmácia.

2

Acadêmicos Faculdade Montes Belos, Curso de Farmácia. 3

Co-Orientadora do trabalho de conclusão de curso Faculdade Montes Belos. 4-

Orientadora do trabalho de conclusão de curso Faculdade Montes Belos. Email:renata.brandao@fmb.edu.br>

Resumo- O controle de qualidade microbiológico é um dos critérios exigidos para

garantir a segurança das formulações magistrais, principalmente se tratando de micro-organismos patogênicos. Este trabalho tem como objetivo realizar o controle microbiológico de uma formulação magistral contendo o fármaco sintético loratadina em associação com um matéria-prima fitoterápica a base de guaco (Mikania glomerata), manipulado em três diferentes farmácias magistrais. Os experimentos foram desenvolvidos no laboratório de microbiologia da Faculdade Montes Belos, foi realizada a técnica de tubos múltiplos de acordo com (APHA.,2005) nas amostras A, B e C, para a pesquisa de coliformes totais e fecais. As leituras foram realizadas após 24 e 48 h sendo observada presença de coliformes totais e ausência de coliformes fecais. Em seguida foi realizada a técnica de plaqueamento profundo, onde não constatou o crescimento de microrganismos patogênicos. Observamos que, a associação do Guaco com a loratadina não apresentou sinais que contribuíssem para a contaminação microbiana das cápsulas.

Palavras chave: Associação. Controle de qualidade. Formulação magistral. Microbiological quality control of magisterial formulation

containing phytotherapical

Abstract- The microbiological quality control is one of the require criterions to

guarantee the safety of the magisterial formulations, mainly when it comes to pathogenic micro-organisms. This academic work has as objective accomplish the microbiological control of a magisterial formulation containing the synthetic medicine loratadine in association with a phytotherapical raw material based on guaco (Mikania glomerata), manipulated in three different magisterial pharmacys. The experiments were developed on the Faculdade Montes Belos microbiology laboratory of, it was used the multiple pipes technique according to (APHA., 2005) in the samples A, B and C, to the search of total and faecal coliforms. The results were taken after 24 and 48 h, observing the presence of total coliforms and the absence of faecal coliforms. After that, the technique of deep sowing was performed, in which the growing of pathogenic micro-organisms was not found. We observe that, the association between Guaco and loratadine did not show signals of could contribute to the microbial contamination of the capsules.

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1 Introdução

O controle de qualidade microbiológico é um dos critérios exigidos para garantir a segurança das formulações principalmente se tratando de microorganismos patogênicos para que não ocorra a alteração do produto e diminuir assim os riscos aos seus consumidores. Essa avaliação da qualidade microbiológica é necessária para determinar a carga microbiana aceitável e verificação de microrganismos considerados de risco para o usuário (SOUZA; OHARA; SAITO, 1991-1994).

Para a regulação e controle destes contaminantes foi 4criado a RDC nº 67/2007, que dispõe sobre as técnicas de Boas Práticas de Manipulação (BPM) de medicamentos, farmácias e seus anexos. As BPM’s têm como finalidade fixar as condições mínimas indispensáveis para a manipulação, fracionamento, conservação, transporte, dispensação de preparações magistrais e oficinais, alopáticas, homeopáticas e correlatas de interesse da saúde (BRASIL, 2007).

Segundo Pinto et al.(2003), as plantas medicinais são mais propicias a contaminação microbiana dentre os microrganismos mais comuns como contaminantes pode-se citar:

Penicillium, Aspergillus espécime de esporos Bacillus e ocasionalmente Staphylococcus spp e Micrococcus.

Os limites de contaminação microbiológica são estipulados pela Farmacopeia Brasileira, esses que são de até 100 UFC/ml para fungos e 300UFC/ml para bactérias (FARMACOPEIA BRASILEIRA 5°Ed. Vol. 2., 2010).

As plantas medicinais das espécies Mikania laevigata e Mikania

glomerata pertencentem a família

Asteraceae, ambas são

morfoanatômicamente semelhantes, mais conhecidas como o guaco, e sua comercialização é realizada sem distinção. As partes utilizadas da planta são as folhas, usadas pela população para fins medicinais como: ação antitussígena, além do controle a asma e bronquite (ALVARENGA et al., 2009). A loratadina é um anti-histamínico da segunda geração dos análogos da histamina, são responsáveis pelo antagonismo reversível das respostas induzidas pela histamina, que não influencia no aumento da secreção gástrica. É utilizada para auxiliar no tratamento de rinite e conjuntivite alérgicas, urticárias agudas e crônicas, asma brônquica e auxilia como coadjuvante no tratamento de choque anafilático. A classe dos

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anti-histamínicos de segunda geração é responsável pelo bloqueio dos receptores H2 e H3 da histamina, são bastante usados, pois, não possuem tantas reações adversas como os outros anti-histamínicos, possuem uma ação menor sobre o sistema nervoso central e não induzem a sedação após sua ingestão (JUNIOR M. A. R., 2010).

Este trabalho teve como objetivo realizar o controle microbiológico de uma formulação magistral contendo o fármaco sintético loratadina em associação com um produto fitoterápico à base do pó das folhas do guaco, (mikania glomerata) manipulado em três diferentes farmácias magistrais.

2 Materiais e Métodos

Os ensaios foram realizados nos laboratórios de microbiologia da Faculdade Montes Belos. Para realização dos testes foram utilizadas três amostras de formulações magistrais contendo a associação entre o Guaco e a Loratadina obtidas de três diferentes farmácias magistrais. Os meios de cultura, incluindo Agar, caldos e as vidrarias utilizadas foram fornecidos pelo laboratório da instituição.

2.1 PROCESSAMENTOS DAS

AMOSTRAS

Para avaliação de presença ou ausência de coliformes totais, termotolerantes e mesófilos totais, foram diluídas 1g de cada amostra A, B e C em 9 ml de solução de cloreto de sódio 9% (solução salina), sendo uma proporção de 1:9. Em seguida foi feita a repetição deste processo por três vezes com a mesma proporção. Para a elaboração da análise foi utilizada à diluição 10², seguindo com a realização das técnicas.

2.2 TUBOS MULTIPLOS.

É uma metodologia de análise qualitativa e quantitativa que permite determinar o número mais provável (NMP) dos microrganismos, pela estimativa da densidade de bactérias em uma amostra, que é calculada a partir dos resultados positivos obtidos por diluições seriadas da amostra e distribuição de alíquotas em uma série de tubos contendo meios de cultura favoráveis para o crescimento dos microrganismos (CETESB, 1998). Para análise de coliformes fecais e coliformes totais, que são microrganismos anaeróbios totais e fermentadores de lactose com produção de ácido e gás dentro de um período de 24 a 48 h de incubação à temperatura de

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32 a 37°C, empregou-se a metodologia de tubos múltiplos. Partindo das diluições 10² foram pipetados alíquotas de 1 ml das respectivas diluições de cada uma das amostras A, B e C para uma série de nove tubos de ensaio contendo 6ml do caldo verde brilhante estéril (MercK) .Transcorrido o tempo observa-se a produção de gás nos tubos de durham ( APHA.,2005).

2.3 SEMEAMENTO EM

PROFUNDIDADE (POUR PLATE)

Conforme a metodologia expressa na Farmacopeia Brasileira

5°Ed.Vol.2(2010) foi vertido sobre nove placas de petri estéreis uma alíquota de 1 ml da diluição 10² de cada amostra A, B e C com auxílio de uma pipeta estéril, em seguida foi vertido sobre a amostra aproximadamente 15mL de ágar Sabouraud-dextrose, liquefeito e já esterilizado, sobre cada placa, seguido de homogeneização. Todas as placas foram identificadas e incubadas em estufa durante 4 dias de inoculação a 30-37 ºC, para bactérias e 7 dias a 20-25ºC para fungos (FARMACOPÉIA BRASILEIRA 5°Ed.Vol.2.,2010), (PINTO; KANEKO; OHARA., 2000).

3 Resultados

Foi observada a presença de coliformes de coliformes totais em

todas as amostras, e a partir deste resultado não foi observado a presença de coliformes termotolerantes.

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Das amostras analisadas das três farmácias de manipulação não foram encontrados contaminação microbiana, sendo

que na técnica de tubos múltiplos foi encontrada a presença de coliformes totais (Figura 1) e não encontrou coliformes termotolerantes (Figura 2).

Figura 2- Técnicas de tubos múltiplos demonstrando a ausência de coliformes Fecais.

E na técnica de semeamento em profundidade não houve crescimento de nenhum microrganismo (Tabela1). A técnica geral de indicação de microrganismos pode ser utilizada tanto para bactérias heterotróficas como para a contagem de outros grupos, gêneros

ou espécies de microrganismos. Essa versatilidade é decorrente do princípio do método que se baseia na premissa de que cada célula microbiana presente em uma amostra, quando fixada em um meio de cultura sólido adequado, irá formar uma colônia visível e isolada.

Tabela 1 Avaliação da qualidade microbiológica de formulações magistrais de 3

diferentes farmácias de manipulação.

Amostras Coliformes totais Coliformes fecais Plaqueamento profundo

Amostra A Presença Ausência Ausência

Amostra B Presença Ausência Ausência

Amostra C Presença Ausência Ausência

4 Discussão

A RDC Nº 67, de 2007, da ANVISA instituiu as normas para as boas práticas de

manipulação em farmácias magistrais e a partir da sua regulamentação as farmácias passaram a realizar um controle de qualidade efetivo, desde a obtenção da matéria- prima, até o

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produto final. Após a realização da técnica de tubos múltiplos foi constatado a presença de coliformes totais nas três amostras e não foi observada a presença de coliformes termotolerantes comprovando assim a sua qualidade de acordo com a RDC N°67/2007. Segundo SILVA et al., (2007) o grupo dos coliformes totais é um subgrupo da família Enterobacteriaceae. Nesse grupo estão presentes as enterobactérias que especificamente são capazes de fermentar a lactose com produção de gás, em 24 a 48 h a 37°C. Cerca de 20 espécies representam o grupo, as quais podem ser encontradas tanto bactérias o do trato gastrintestinal de humanos quanto de animais de sangue quente, e também bactérias não entéricas como espécies de Citrobacter, Enterobacter, Klebsiella e Serratia, dentre outras. O grupo dos coliformes termotolerantes é um subgrupo dos coliformes totais, reservado aos membros capazes também de fermentar lactose em 24 h a 44,5 a 45,5°C, geralmente são originários do trato gastrintestinal exemplo a Escherichia coli, porém, sabe-se que o grupo abrange membros de origem não fecal como várias cepas de Klebsiella pneumoniae, Pantoea agglomerans, Enterobacter aerogenes, Enterobacter cloacae e Citrobacter

freundii. Após a realização da técnica por semeamento profundo não foi observado crescimento de microrganismos. É importante destacar que, devido à carga microbiana já existente nas plantas pela sua própria microbióta saprófita e patogênica, além dos microorganismos provenientes do solo, da água e do ar, determinadas empresas e distribuidoras de matérias primas utilizam procedimentos de descontaminação dos produtos (SATOMI et al., 2005).De acordo com Riedewald, (1997); Pinto et al., (2000) um dos principais fatores associados à contaminação microbiana pode ser o mal tratamento da água, pois é o ambiente que mais proporciona o seu desenvolvimento. Em relação aos dados encontrados nas análises das matérias primas vegetais, os resultados sugerem a boa qualidade microbiológica das plantas medicinais empregadas na produção de fitoterápicos, quando confrontado com trabalhos de Rocha et al., (2004), que evidenciaram a baixa qualidade de amostras de sene e boldo. Ao mesmo tempo trabalhos de Zaroni et al., (2004), também demonstram que 79% de amostras de plantas cultivadas não atendiam aos parâmetros da OMS para contagem total de aeróbios viáveis e Santos et al., (1995), que detectaram a presença de bactérias patogênicas como

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P.aeruginosa e S. aureus em 37,2% das amostras de plantas analisadas.

Um fato importante que pode estar relacionado com a não contaminação das formulações analisadas é a associação do fármaco sintético com o fitoterápico, pois a parte sintética da associação pode ter contribuído para que não ocorresse contaminação, uma vez que a matéria-prima sintética passa por um controle de qualidade mais rigoroso.

4 Conclusão

A realização da pesquisa de coliformes totais foi positiva a presença dos mesmos e coliformes termotolerantes foram negativos já a técnica de semeamento em profundidade não ocorreu crescimento de microrganismos e a partir desses testes não se comprovou a real qualidade das amostras.

Pois ainda há estudos que podem ser realizados para a comprovação da qualidade microbiológica da formulação. Testes de pesquisa de patógenos, estabilidade físico-químico dentre outros ainda podem ser realizados, e a partir destes testes é que podemos concluir se as amostras estão aprovadas para uso da população e se as boas práticas de manipulação (BPM’s)

regidas pela RDC 67/2007 foram seguidas pelos estabelecimentos.

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