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QUALIDADE DE PRÉ-COLHEITA E VIDA DE VASO DE INFLORESCÊNCIAS DE CRISÂNTEMO BRONZE REPIN COM APLICAÇÃO DE AMINOETOXIVINILGLICINA

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Academic year: 2021

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Revista da FZVA. AMINOETOXIVINILGLICINA

PREHARVEST QUALITY AND VASE LIFE OF ‘BRONZE REPIN’

CHRISANTHEMUM WITH APPLICATION OF AMINOETOXIVINILGLICINE

Auri Brackmann1; Rogério Antônio Bellé1; Sérgio Tonetto de Freitas2; Anderson Machado de Mello2

RESUMO

O objetivo deste trabalho foi de avaliar o efeito da aplicação de aminoetoxivinilglicina (AVG), durante o crescimento das plantas, sobre a qualidade pré-colheita e prolongamento da vida de vaso de crisântemo, cv. Bronze Repin. Os tratamentos utilizados constituíram-se de doses de AVG, 0; 50; 100; 150 e 200 mg L-1, pulverizados no estádio de inicio de coloração dos botões. O crescimento das inflorescências diminuiu com o aumento das doses de AVG, avaliado pelo diâmetro comprimento das lígulas. A aplicação de AVG alterou a cor de lígulas do bronze para o amarelo, sendo maior efeito na dose de 200 mg L-1. Entretanto, a dose de 150 mg L-1 foi a que mais retardou a senescência floral. A aplicação pré-colheita de AVG não influenciou a senescência foliar pós-colheita.

Palavras-chave: Dendranthema grandiflora, senescência, pigmentação.

ABSTRACT

The objective of this work was to evaluate the effect of the aminoetoxivinilglicine application (AVG), during the growth of the plants, on the quality before harvest and prolongation of the life of vase of chrysanthemum, cv. Repin Bronze. The used treatments had consisted of doses of AVG, 0; 50; 100; 150 and 200 mg L-1, sprayed in the stadium of beginning of coloration of the buttons. The growth of the inflorescence diminished with the increase of the doses of AVG, evaluated for the length of petals and the diameter of the inflorescence. The AVG application modified the color of petals of bronze for the yellow, being bigger effect in the dose of 200 mg L-1. However, the dose of 150 mg L-1 was the one

1. Eng. Agr. Dr, Prof. Depto de Fitotecnia, E-mail: brackman@ccr.ufsm.br . CCR, UFSM 2. Eng. Agr. PPGA em Agronomia, UFSM. Bosista CNPq.

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that more delayed the flower senescent. The application AVG before harvest did not have influence on the leaves senescence.

Key words: Dendranthema grandiflora, senescence, pigmentation.

INTRODUÇÃO

A floricultura é hoje considerada a forma mais avançada de agricultura, fazendo uso de técnicas modernas, sendo um dos setores de maior rentabilidade por área cultivada. No caso do crisântemo, o rendimento bruto pode chegar até 120.000 dólares por hectare ao ano (CARRARO & CUNHA, 1994). Entretanto, para maximizar esse rendimento, métodos eficientes de cultivo e conservação são fundamentais a fim de minimizar as perdas pós-colheita, que podem chegar até a 40% (CASTRO, 1985).

As principais causas das perdas pós-colheita de flores são o esgotamento das reservas (HARDENBURG et al., 1986), ataque de patógenos (HAMMER,1990), ponto de colheita inadequado e o murchamento, seja por um processo fisiológico natural ou pela obstrução dos vasos pela ação de bactérias (VAN DOORN & WITTE, 1991). Além destes fatores, destacam-se também os danos mecânicos provocados durante a fase de

produção e/ou armazenamento e

comercialização, juntamente com a temperatura inadequada durante o

transporte e armazenagem (PRINCE &

CUNNINGHAM, 1987). Também, a

presença do etileno, mesmo em pequenas quantidades, acelera a taxa respiratória e a senescência precoce das folhas (MASON &

MILLER, 1991), dependendo da

concentração do fitohormônio, do tempo de exposição e da temperatura do ambiente (NOWAK et al., 1991).

O uso de inibidores da síntese ou ação do etileno é uma das formas de evitar o efeito deletério deste fitohormônio em vegetais (SEREK & REID, 1993). Os inibidores clássicos são os sais de prata, que apesar de sua eficiência, causam problemas de fitotoxidez e contaminação residual do meio ambiente. A aminoetoxivinilglicina (AVG) poderá ser uma das alternativas para a conservação de flores (PAULIN, 1997), sendo sua estrutura química [S] – trans-2-amino-4-[2-aminoetoxi] -3- butenóico (NH2-CH2-CH2-O-CH=CH-CH(NH2

)-COOH) (LIBERMAN et al., 1975). Esta substancia pode impedir a transformação da

S-adenosilmetionina em

1-aminociclopropano –1- ácido carboxílico (ACC), que é o precursor do etileno (YANG & HOFFMAN, 1984).

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A AVG além de diminuir a síntese de etileno, causa também o atraso na produção autocatalítica de etileno porém, o controle da síntese deste gás pela AVG pode diminuir com o envelhecimento dos tecidos vegetais (BRAMLAGE, 1980). Embora os efeitos da AVG sobre a síntese de etileno seja muito maior do que sobre outros fatores responsáveis pela senescência, este composto pode apresentar efeitos benéficos na retenção da qualidade pós-colheita de crisântemo. Entretanto os efeitos da AVG sobre flores são pouco conhecidos e alguns trabalhos, como o de BRACKMANN et al. (2000), usando o AVG combinado com sacarose na solução conservante, mostraram que houve um aumento na senescência do crisântemo ‘Snowdon’.

Este trabalho tem como objetivo, avaliar o efeito da aplicação de AVG, em plantas crisântemo cv. Bronze Repin cultivadas em estufa, sobre o crescimento da inflorescência e qualidade pós-colheita.

MATERIAL E MÉTODOS

Os crisântemos foram produzidos em ambiente protegido, no setor de Floricultura, sendo o experimento conduzido juntamente com o Núcleo de Pesquisa em Pós-Colheita, ambos do

Departamento de Fitotecnia da

Universidade Federal de Santa Maria.

Utilizou-se a cv. Bronze Repin, classificada quanto ao tipo de inflorescência como margarida semi dupla, de coloração bronze. Os tratamentos constituíram-se da pulverização com as seguintes doses de aminoetoxivinilglicina (AVG) sobre as plantas: 0; 50; 100; 150 e 200 mg L-1. A aplicação foi realizada quando as plantas se apresentavam em estádio de início de abertura floral, com lígulas fechadas e coloridas, com comprimento médio de 2,1cm. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado com cinco repetições e cada unidade experimental contendo 32 plantas.

O comprimento de lígula e o diâmetro de flores foram avaliados aos cinco e dez dias após a aplicação de AVG. A cor das lígulas foi medida no momento da colheita, por meio de um colorímetro, marca Minolta, pelo sistema tridimensional de cores CIE L*a*b*, em que: a* representa as cores do verde ao vermelho e b* representa as cores do azul ao amarelo. Os resultados foram expressos, somando-se os valores de a* e b*, sendo que valores mais elevados representam cores com intensidades mais amarelas.

Para as avaliações pós-colheita, as hastes foram colhidas quando ocorreu a antese das primeiras flores hermafroditas do disco, sendo usada uma haste com cinco inflorescências por repetição. Após a

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colheita, as hastes foram padronizadas, em laboratório, a um comprimento de 75cm, com desfolhamento de 15cm da base. As hastes foram mantidas em água e em ambiente natural, com temperatura entre 15 a 25ºC.

Durante o período de pós-colheita, foram realizadas as avaliações de senescência de flores, aos 15, 23 e 31 dias após a aplicação da AVG. Estas avaliações constituíram-se em atribuições de notas para cada haste, de acordo com o estado fisiológico das 5 inflorescências. As notas utilizadas foram de zero a 5, com a seguinte caracterização: Nota: 0 =sem defeitos visíveis; nota 1 =pelo menos três flores apresentando lígulas descoloridas; nota 2 =todas as flores apresentando descoloração e duas flores com lígulas murchas; nota 3 = todas as flores com lígulas murchas; nota 4 = todas as flores com lígulas murchas e início de secamento; nota 5 = todas as flores com lígulas secas. Foi considerado término da vida de vaso quando as hastes apresentavam uma nota igual ou superior a 3 para a flor. A análise estatística foi realizada para os dias em que o pior tratamento apresentasse nota igual ou superior a 1,5 para a flor em todas as suas repetições. Os dados obtidos foram submetidos à análise de regressão.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A análise dos dados de crescimento das lígulas mostrou um efeito significativo das doses de AVG (Figura 1). Observou-se que o tamanho das lígulas diminuiu linearmente com o aumento da dose de AVG, tanto para a avaliação aos cinco dias, como aos 10 dias após a aplicação dos tratamentos. Na dose de 200 mg L-1, a redução do crescimento das lígulas foi equivalente a 13% em comparação com as plantas não tratadas.

Essa redução afetou por sua vez o diâmetro de inflorescência (Figura 2). Cuja resposta às doses foi linear e decrescente, com uma redução do diâmetro de inflorescências de 19,60% no quinto dia e 13% no décimo dia para a dose de 200 mg L-1 em relação às plantas não tratadas. Essa interferência da AVG na redução do crescimento também foi observada em frutos, com altas doses aplicadas em pré-colheita em maçãs (WILLIANS, 1980) e em pêssegos (DEKAZOS, 1981). Tal resposta sugere que a AVG interfere no processo de divisão e/ou expansão celular.

Quanto à variação da cor de lígula em função das doses de AVG (Figura 3), verifica-se que a coloração nas plantas não tratadas foi de 32,8(a+b), o que corresponde à cor bronze característica da cultivar. À medida que se aumentou a dose de AVG aplicada, o valor para a cor também

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aumentou, culminando com 38,0 para a dose de 200 mg L-1, o que corresponde a uma atenuação do bronze, chegando a um tom de amarelo, provavelmente pela redução dos pigmentos da cor vermelha.

A cor bronze das lígulas é formada por uma mistura de pigmentos flavonoides (vermelhos) e carotenóides (amarelos). A redução da pigmentação vermelha de maçãs pela AVG, aplicada a campo, foi observada por (WANG & DILLEY, 2001). De acordo com JU et al. (1995), a AVG inibe enzimas específicas da síntese de pigmentos de expressão da cor vermelha. Essa reação pode ter provocado maior expressão dos pigmentos carotenóides, nas lígulas dessa cultivar.

As notas de avaliação da qualidade pós-colheita das inflorescências mostram um efeito significativo das doses de AVG para as análises realizadas aos 15 e 23 dias. A análise de regressão (Figura 4) mostrou uma menor senescência para todas as doses de AVG. Aos 15 dias, a senescência das inflorescências diminuiu linearmente com o aumento da concentração de AVG, sendo que as do tratamento testemunha apresentaram nota de 1,8, ou seja, 40% das características de qualidade limite para a vida de vaso.

A análise de regressão (Figura 4) aos 23 dias mostrou uma resposta quadrática, com perdas de qualidade em

relação aos 15 dias para todas as doses de AVG, enquanto que, as hastes não tratadas já haviam concluído a vida de vaso. O tratamento das haste em pré-colheita possibilitou um ganho extra de vida de vaso de oito dias.

O etileno é considerado também responsável pelo processo de senescência de flores, mesmo em pequenas quantidades (MASON & MILLER, 1991). SEREK & REID (1993) recomendam o uso de inibidores da ação do etileno para aumentar a vida pós-colheita de flores de corte. Os inibidores também pode influenciar taxa a respiratória aumentando assim a vida de vaso de flores tratadas, como ocorre com

maçãs tratadas a campo

(WACLAWOVSKY, 2001). Por tais

afirmativas e os resultados aqui observados pode-se afirmar que a inibição do etileno pode ter sido a causa da melhoria da vida de vaso do crisântemo ‘Bronze Repin’. Portanto a aplicação pré-colheita de AVG pode ser utilizada como uma alternativa para prolongar a vida de vaso de crisântemos ‘Bronze Repin’.

CONCLUSÃO

A aplicação de aminoetoxivinil-glicina (AVG) em pré-colheita de crisântemos cv. Bronze Repin altera sua coloração para o amarelo, proporciona menor comprimento das lígulas e diâmetro

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das flores, além de prolongar a vida de vaso das inflorescências.

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